• 86% dos brasileiros têm algum transtorno mental;
• Segundo especialistas, problemas de saúde mental costumam ser desencadeados pela pressão no ambiente de trabalho ou por situações afetivas da vida pessoal. E A SITUAÇÃO NO MUNDO É MELHOR QUE A NOSSA??? • Transtornos mentais afetam 700 milhões no mundo. • Segunda causa mais comum de invalidez em todo o mundo, a depressão fica atrás apenas das dores nas costas, segundo um estudo publicado na revista científica PLOS Medicine em 2013. • Em 2015 788 mil pessoas morreram por suicídio no mundo. • Segundo a Organização Mundial de Saúde, a saúde mental é um estado de bem-estar no qual o indivíduo exprime as suas capacidades, enfrenta os stressores normais da vida, trabalha produtivamente e de modo frutífero, e contribui para a sua comunidade (WHO 2001). A saúde mental é parte integral da saúde, é mais do que a ausência de doença, e está intimamente ligada com a saúde física e com o comportamento (Herrman, Saxena, Moodie, & Walker, 2004) • A Organização das Nações Unidas (ONU) apontou, em um artigo publicado em sua página oficial, os principais fatos sobre o termo: • A saúde mental é mais do que a ausência de transtornos mentais; • A saúde mental é uma parte integrante da saúde, não havendo saúde sem saúde mental; • A saúde mental é determinada por uma série de fatores socioeconômicos, biológicos e ambientais; • Estratégias e intervenções de saúde pública, envolvendo diversos setores da sociedade, existem para promover, proteger e restaurar a saúde mental. • A OMS também lembra que “saúde mental e bem- estar são fundamentais para nossa capacidade coletiva e individual, como seres humanos, para pensar, nos emocionar, interagir uns com os outros e ganhar eaproveitar a vida”. Uma boa saúde mental permite que uma pessoa faça uso de suas habilidades de maneira produtiva e também recuperar-se do estresse do dia a dia. QUANTOS TRANSTORNOS MENTAIS EXISTEM??? • Segundo o DSM – 5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) em sua 1ª edição em 1952 eram descritos 106 transtornos. • Na última atualização em 2013 já estavam descritos mais de 300 transtornos. • Este Manual está em constante atualização... • O QUE É SAÚDE MENTAL? 1. Saude Mental é o equilíbrio emocional entre o patrimônio interno e as exigências ou vivências externas. É a capacidade de administrar a própria vida e as suas emoções dentro de um amplo espectro de variações sem contudo perder o valor do real e do precioso. É ser capaz de ser sujeito de suas próprias ações sem perder a noção de tempo e espaço. É buscar viver a vida na sua plenitude máxima, respeitando o legal e o outro. 2. Saude Mental é estar de bem consigo e com os outros. Aceitar as exigências da vida. Saber lidar com as boas emoções e também com as desagradáveis: alegria/tristeza; coragem/medo; amor/ódio; serenidade/raiva; ciúmes; culpa; frustrações. Reconhecer seus limites e buscar ajuda quando necessário. • A Psiquiatria é parte essencial do estudo em Saúde Mental, porém outras áreas de estudo se integram para formar um conhecimento mais amplo. • A psiquiatria é uma especialidade da medicina que tem como finalidade o diagnóstico, tratamento, prevenção e reabilitação dos mais variados distúrbios mentais, sejam eles de origem orgânica ou funcional. Como a depressão, esquizofrenia, transtorno bipolar entre outros. • O principal objetivo deste profissional da saúde mental é aliviar o sofrimento trazendo bem-estar psíquico aos seus pacientes. Para isso é necessário uma avaliação detalhada do indivíduo, avaliando as perspectivas biológicas, psicológicas e até mesmo culturais. Esta avaliação realizada por este profissional envolve o exame de seu estado mental e seu histórico hospitalar. • As doenças e transtornos mentais afetam mais de 400 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). De acordo com o órgão da Organização das Nações Unidas (ONU), entre 75% e 85% das pessoas que sofrem desses males não têm acesso a tratamento adequado. No Brasil, a estimativa é de que 23 milhões de pessoas passem por tais problemas, sendo ao menos 5 milhões em níveis de moderado a grave. • Além disso, o uso prejudicial de álcool e outras drogas acomete grande parte da população, cuja dependência afeta 11,2% dos brasileiros, seguido pelo tabaco, com 9%. • O estudo da Enfermagem em Saúde Mental e Psiquiátrica é de certo modo fascinante, visto que por vezes nos leva a reflexões sobre nossos próprios comportamentos.
• Muitas são as situações em que
percebemos o aluno de Enfermagem tentando identificar sinais e sintomas das doenças mentais em si próprio. • Durante muito tempo a assistência às pessoas com transtornos mentais foi organizada conforme o modelo baseado na internação e afastamento do convívio social, em instituições com características manicomiais, desconsiderando-se totalmente os fatores psicossociais e direitos relacionados à sua cidadania. • Isso aconteceu pois a “loucura” nem sempre foi vista sob o olhar da medicina e da psicologia. Um tema, hoje tão controverso, foi objeto das mais variadas explicações, passando desde o campo da mitologia até o da religião. • Na Grécia Antiga, o “louco” era considerado uma pessoa com poderes paranormais, onde suas palavras eram capazes de interferir no destino das pessoas. A loucura era tida como uma manifestação dos deuses, sendo, portanto, reconhecida e valorizada socialmente. Não havia necessidade de seu controle ou exclusão. • No início da Idade Média, a loucura era vista como expressão das forças da natureza ou algo da ordem do não-humano. Era exaltada, num misto de terror e atração. Após algum tempo a loucura foi classificada como uma possessão por espíritos maus, os quais precisavam ser expulsos mediante práticas inquisitoriais, sob o controle da Igreja. • Com o emergir do Racionalismo, época em que houve uma grande valorização do pensamento científico racional, a loucura deixa de pertencer ao âmbito das forças da natureza ou do divino, assumindo o status de sem razão (ou falta de raciocínio racional), sendo o “louco” aquele que transgride ou ignora a moral racional. • Neste contexto, surge a associação com a periculosidade, visto que, representa o não-controle, a ameaça e, por conseguinte, o perigo. • A loucura ganha um caráter moral, passando a ser algo desqualificante, que traz consigo um conjunto de vícios, como preguiça e irresponsabilidade. • No início da Revolução Francesa (1789), os ideais de ‘Liberdade, Igualdade e Fraternidade’ preconizaram um movimento de reabsorção, pela sociedade, das pessoas excluídas, inspirando o médico Philippe Pinel (1745-1826)a ocupar-se dos “loucos”. • Philippe Pinel foi fundamental na mudança do estatuto do louco, pois, para ele, a alienação não aniquilava o indivíduo inteiramente, ou seja, sempre restava ao louco uma parte de razão; daí a ideia de que a loucura seria uma doença, passível de tratamento e cura. • A literatura diz que Pinel libertou os loucos das correntes.
• Estudos mais recentes sobre essa época mostram que o trabalho de
Pinel foi, em grande parte, inspirado pelo enfermeiro Jean Baptiste Pussin (paciente da Instituição de Bicêtre onde Pinel era médico- chefe). Esse enfermeiro ficou internado por muitos anos acometido de tuberculose ganglionar. • Pussin, após a alta, passa a ser intendente do pavilhão de loucos e sempre observador e sensível valorizava a bondade e humanidade, pois havia observado que maltratar os loucos os induzia à violência e à agressão, etc... • Ao ser nomeado médico-chefe, Pinel interessou-se pelo pavilhão administrado por Pussin, passando a ouvi-lo e a interessar-se pelo seu trabalho. • Os loucos passaram a ser denominados de doentes mentais. • Foram criados, hospitais próprios para os doentes mentais, denominados de manicômios, cujas características principais eram o isolamento e o tratamento baseado em punições e castigos, pois se acreditava que só assim poder-se-ia curar o ”louco” de sua alienação. Tal ação agregava noções de cuidado e de castigo, sendo o doente mental destinado ao isolamento e à punição. • Nesse período, marcado pela luta dos direitos de cidadania e de valorização do homem, Phillipe Pinel, traz essas inovações clínicas, notadamente sobre os estudos da influência de tóxicos nas alterações do comportamento e a conceituação de esquizofrenia, dentre outros. HISTÓRIA DA PSIQUIATRIA NO BRASIL • Até meados de 1850 no Brasil os doentes mentais eram colocados nas prisões ou em celas especiais nas Santas Casas de Misericórdia. • No século XIX teve início o processo de urbanização das cidades, sobretudo a do Rio de Janeiro. As epidemias da época atrapalhavam os interesses políticos e econômicos dos latifundiários do café e do comércio exportador. • Assim, configurava-se a determinação social para o "saneamento" que interdita o livre trânsito dos doentes, mendigos, vadios e loucos.
• Essa indicação social motiva o surgimento da primeira instituição
psiquiátrica no Brasil –1852 – Hospital Pedro II, no Rio de Janeiro sob o cuidado de freiras só depois de 30 anos é assumido por médicos. • Inaugurado em 1898 pelo psiquiatra paulista Francisco Franco da Rocha, o Complexo Hospitalar do Juquery passa a denominar-se Hospital e Colônia de Juqueri em 1929. • Enfrentou a explosão migratória dos anos 1960 provocada pelo desenvolvimento industrial, que contribuiu para o aumento do desemprego, mendicância e marginalidade. No ano de 1968 chegou a ter mais de 18 mil internos, considerado um dos maiores Manicômios da América Latina, atualmente conta com cerca de 151 pacientes. • A partir da década de 70 intensificaram-se as denúncias do que passou a ser conhecido como "indústria da loucura". As críticas mais contundentes eram relativas ao dispêndio de enormes recursos financeiros e a característica "cronificadora" da assistência.
• Na década de 80, o Estado Brasileiro, duplamente pressionado pela
recessão econômica e pela insatisfação da sociedade frente à má qualidade dos seus serviços assistenciais, procurou redefinir diretrizes para a área de saúde.