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SAÚDE MENTAL

PROFª TATIANE BORGES


PESQUISA DE 2019

• 86% dos brasileiros têm algum transtorno mental;


• Segundo especialistas, problemas de saúde mental
costumam ser desencadeados pela pressão no
ambiente de trabalho ou por situações afetivas da
vida pessoal.
E A SITUAÇÃO NO MUNDO É
MELHOR QUE A
NOSSA???
• Transtornos mentais afetam 700 milhões no
mundo.
• Segunda causa mais comum de invalidez em todo o mundo, a
depressão fica atrás apenas das dores nas costas, segundo um estudo
publicado na revista científica PLOS Medicine em 2013.
• Em 2015 788 mil pessoas morreram por suicídio no mundo.
• Segundo a Organização Mundial de Saúde, a saúde
mental é um estado de bem-estar no qual o indivíduo
exprime as suas capacidades, enfrenta os stressores
normais da vida, trabalha produtivamente e de modo
frutífero, e contribui para a sua comunidade (WHO 2001).
A saúde mental é parte integral da saúde, é mais do que
a ausência de doença, e está intimamente ligada com a
saúde física e com o comportamento (Herrman, Saxena,
Moodie, & Walker, 2004)
• A Organização das Nações Unidas (ONU) apontou, em um artigo
publicado em sua página oficial, os principais fatos sobre o
termo:
• A saúde mental é mais do que a ausência de transtornos mentais;
• A saúde mental é uma parte integrante da saúde, não havendo
saúde sem saúde mental;
• A saúde mental é determinada por uma série de fatores
socioeconômicos, biológicos e ambientais;
• Estratégias e intervenções de saúde pública, envolvendo diversos
setores da sociedade, existem para promover, proteger e restaurar a
saúde mental.
• A OMS também lembra que “saúde mental e bem-
estar são fundamentais para nossa capacidade
coletiva e individual, como seres humanos, para
pensar, nos emocionar, interagir uns com os outros
e ganhar eaproveitar a vida”. Uma boa saúde
mental permite que uma pessoa faça uso de
suas habilidades de maneira produtiva e
também recuperar-se do estresse do dia a dia.
QUANTOS TRANSTORNOS
MENTAIS EXISTEM???
• Segundo o DSM – 5 (Manual Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais) em sua 1ª
edição em 1952 eram descritos 106 transtornos.
• Na última atualização em 2013 já estavam descritos
mais de 300 transtornos.
• Este Manual está em constante atualização...
• O QUE É SAÚDE MENTAL?
1. Saude Mental é o equilíbrio emocional entre o patrimônio interno e as
exigências ou vivências externas. É a capacidade de administrar a
própria vida e as suas emoções dentro de um amplo espectro de
variações sem contudo perder o valor do real e do precioso. É ser
capaz de ser sujeito de suas próprias ações sem perder a noção de
tempo e espaço. É buscar viver a vida na sua plenitude máxima,
respeitando o legal e o outro.
2. Saude Mental é estar de bem consigo e com os outros. Aceitar as
exigências da vida. Saber lidar com as boas emoções e também com
as desagradáveis: alegria/tristeza; coragem/medo; amor/ódio;
serenidade/raiva; ciúmes; culpa; frustrações. Reconhecer seus limites e
buscar ajuda quando necessário.
• A Psiquiatria é parte essencial do estudo em Saúde Mental,
porém outras áreas de estudo se integram para formar um
conhecimento mais amplo.
• A psiquiatria é uma especialidade da medicina que tem
como finalidade o diagnóstico, tratamento, prevenção e
reabilitação dos mais variados distúrbios mentais, sejam
eles de origem orgânica ou funcional. Como a
depressão, esquizofrenia, transtorno bipolar entre
outros.
• O principal objetivo deste profissional da saúde mental é
aliviar o sofrimento trazendo bem-estar psíquico aos
seus pacientes. Para isso é necessário uma avaliação
detalhada do indivíduo, avaliando as perspectivas
biológicas, psicológicas e até mesmo culturais. Esta
avaliação realizada por este profissional envolve o
exame de seu estado mental e seu histórico hospitalar.
• As doenças e transtornos mentais afetam mais de 400 milhões de
pessoas em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde
(OMS). De acordo com o órgão da Organização das Nações Unidas
(ONU), entre 75% e 85% das pessoas que sofrem desses males não
têm acesso a tratamento adequado. No Brasil, a estimativa é de que
23 milhões de pessoas passem por tais problemas, sendo ao menos 5
milhões em níveis de moderado a grave.
• Além disso, o uso prejudicial de álcool e outras drogas acomete
grande parte da população, cuja dependência afeta 11,2% dos
brasileiros, seguido pelo tabaco, com 9%.
• O estudo da Enfermagem em
Saúde Mental e Psiquiátrica é de
certo modo fascinante, visto que
por vezes nos leva a reflexões
sobre nossos próprios
comportamentos.

• Muitas são as situações em que


percebemos o aluno de
Enfermagem tentando identificar
sinais e sintomas das doenças
mentais em si próprio.
• Durante muito tempo a assistência às pessoas com transtornos
mentais foi organizada conforme o modelo baseado na internação e
afastamento do convívio social, em instituições com características
manicomiais, desconsiderando-se totalmente os fatores psicossociais
e direitos relacionados à sua cidadania.
• Isso aconteceu pois a “loucura” nem sempre foi vista sob o olhar da
medicina e da psicologia. Um tema, hoje tão controverso, foi objeto
das mais variadas explicações, passando desde o campo da mitologia
até o da religião.
• Na Grécia Antiga, o “louco” era considerado uma pessoa com poderes
paranormais, onde suas palavras eram capazes de interferir no destino
das pessoas. A loucura era tida como uma manifestação dos deuses,
sendo, portanto, reconhecida e valorizada socialmente. Não havia
necessidade de seu controle ou exclusão.
• No início da Idade Média, a loucura era vista como expressão das
forças da natureza ou algo da ordem do não-humano. Era exaltada,
num misto de terror e atração. Após algum tempo a loucura foi
classificada como uma possessão por espíritos maus, os quais
precisavam ser expulsos mediante práticas inquisitoriais, sob o
controle da Igreja.
• Com o emergir do Racionalismo, época em que houve uma grande
valorização do pensamento científico racional, a loucura deixa de
pertencer ao âmbito das forças da natureza ou do divino, assumindo o
status de sem razão (ou falta de raciocínio racional), sendo o “louco”
aquele que transgride ou ignora a moral racional.
• Neste contexto, surge a associação com a periculosidade, visto que,
representa o não-controle, a ameaça e, por conseguinte, o perigo.
• A loucura ganha um caráter moral, passando a ser algo
desqualificante, que traz consigo um conjunto de vícios, como preguiça
e irresponsabilidade.
• No início da Revolução Francesa (1789), os ideais de ‘Liberdade,
Igualdade e Fraternidade’ preconizaram um movimento de reabsorção,
pela sociedade, das pessoas excluídas, inspirando o médico Philippe
Pinel (1745-1826)a ocupar-se dos “loucos”.
• Philippe Pinel foi fundamental na mudança do estatuto do louco, pois,
para ele, a alienação não aniquilava o indivíduo inteiramente, ou seja,
sempre restava ao louco uma parte de razão; daí a ideia de que a
loucura seria uma doença, passível de tratamento e cura.
• A literatura diz que Pinel libertou os loucos das correntes.

• Estudos mais recentes sobre essa época mostram que o trabalho de


Pinel foi, em grande parte, inspirado pelo enfermeiro Jean Baptiste
Pussin (paciente da Instituição de Bicêtre onde Pinel era médico-
chefe). Esse enfermeiro ficou internado por muitos anos acometido de
tuberculose ganglionar.
• Pussin, após a alta, passa a ser intendente do pavilhão de loucos e
sempre observador e sensível valorizava a bondade e humanidade,
pois havia observado que maltratar os loucos os induzia à violência e à
agressão, etc...
• Ao ser nomeado médico-chefe, Pinel interessou-se pelo pavilhão
administrado por Pussin, passando a ouvi-lo e a interessar-se pelo seu
trabalho.
• Os loucos passaram a ser denominados de doentes mentais.
• Foram criados, hospitais próprios para os doentes mentais,
denominados de manicômios, cujas características principais eram o
isolamento e o tratamento baseado em punições e castigos, pois se
acreditava que só assim poder-se-ia curar o ”louco” de sua alienação.
Tal ação agregava noções de cuidado e de castigo, sendo o doente
mental destinado ao isolamento e à punição.
• Nesse período, marcado pela luta dos direitos de cidadania e de
valorização do homem, Phillipe Pinel, traz essas inovações clínicas,
notadamente sobre os estudos da influência de tóxicos nas alterações
do comportamento e a conceituação de esquizofrenia, dentre outros.
HISTÓRIA DA PSIQUIATRIA NO
BRASIL
• Até meados de 1850 no Brasil os doentes mentais eram colocados nas
prisões ou em celas especiais nas Santas Casas de Misericórdia.
• No século XIX teve início o processo de urbanização das cidades,
sobretudo a do Rio de Janeiro. As epidemias da época atrapalhavam
os interesses políticos e econômicos dos latifundiários do café e do
comércio exportador.
• Assim, configurava-se a determinação social para o "saneamento" que
interdita o livre trânsito dos doentes, mendigos, vadios e loucos.

• Essa indicação social motiva o surgimento da primeira instituição


psiquiátrica no Brasil –1852 – Hospital Pedro II, no Rio de Janeiro sob
o cuidado de freiras só depois de 30 anos é assumido por médicos.
• Inaugurado em 1898 pelo psiquiatra paulista Francisco Franco da
Rocha, o Complexo Hospitalar do Juquery passa a denominar-se
Hospital e Colônia de Juqueri em 1929.
• Enfrentou a explosão migratória dos anos 1960 provocada pelo
desenvolvimento industrial, que contribuiu para o aumento do
desemprego, mendicância e marginalidade. No ano de 1968 chegou a
ter mais de 18 mil internos, considerado um dos maiores Manicômios
da América Latina, atualmente conta com cerca de 151 pacientes.
• A partir da década de 70 intensificaram-se as denúncias do que
passou a ser conhecido como "indústria da loucura". As críticas mais
contundentes eram relativas ao dispêndio de enormes recursos
financeiros e a característica "cronificadora" da assistência.

• Na década de 80, o Estado Brasileiro, duplamente pressionado pela


recessão econômica e pela insatisfação da sociedade frente à má
qualidade dos seus serviços assistenciais, procurou redefinir diretrizes
para a área de saúde.

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