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SAÚDE MENTAL

Profº Marcísio Firme de Carvalho


Política de Saúde Mental do SUS

Atenção Básica à Saúde (ABS), tal como o Sistema Único de


Saúde, é norteada por princípios, dentre os quais a
integralidade.

Integralidade: Este princípio considera as pessoas como um


todo, atendendo a todas as suas necessidades. incluindo a
promoção da saúde, a prevenção de doenças, o tratamento e
a reabilitação.
propondo um cuidado independente da presença
ou ausência da doença, incorporando a prevenção e
promoção de saúde e, principalmente, sem que
haja distinção entre condições físicas e mentais,
Observa-se a importância da efetiva abordagem das
condições psicossociais nesse nível de atenção
A saúde mental na Atenção Básica

No Brasil, já foi demonstrada a importância das


condições psiquiátricas na Atenção Básica, com
índices que variam de 38% a 56%

Os transtornos mentais tratados inadequadamente


estão associados a uma baixa qualidade de vida e à
perda de capacidade funcional, além de um
aumento nos custos dos serviços de saúde que gera
um impacto negativo na economia dos países
A Atenção Básica, como porta de entrada do
sistema de saúde, relaciona-se com as redes de
atenção à saúde.
Porta de entrada do SUS

1- Atenção primaria
2- Atenção de urgência e emergência
3- Atenção psicossocial
4- Acesso aberto
Consultório na Rua
foi instituída pela Política Nacional de Atenção Básica,
em 2011, e visa ampliar o acesso da população em
situação de rua aos serviços de saúde, ofertando, de
maneira mais oportuna, atenção integral à saúde para
esse grupo populacional, o qual se encontra em
condições de vulnerabilidade
Política Nacional de Saúde Mental

Estratégias e diretrizes adotadas pelo país para organizar a


assistência às pessoas com necessidades de tratamento e
cuidados específicos em saúde mental.
Abrange a atenção a pessoas com necessidades
relacionadas a transtornos mentais como depressão,
ansiedade, esquizofrenia, transtorno afetivo bipolar,
transtorno obsessivo-compulsivo etc, e pessoas com
quadro de uso nocivo e dependência de substâncias
psicoativas, como álcool, cocaína, crack e outras drogas.
O acolhimento dessas pessoas e seus familiares é uma
estratégia de atenção fundamental para a identificação das
necessidades assistenciais, alívio do sofrimento e
planejamento de intervenções medicamentosas e
terapêuticas, se e quando necessárias, conforme cada caso.
Os indivíduos em situações de crise podem ser atendidos
em qualquer serviço da Rede de Atenção Psicossocial.
Prevenção de problemas relacionados a saúde mental e dependência
química, implementando, por exemplo, iniciativas para prevenção do
suicídio, por meio de convênio firmado com o Centro de Valorização da
Vida (CVV),
Rede de Atenção Psicossocial (RAPS)

Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) é formada pelos


seguintes pontos de atenção:
Centros de Atenção Psicossocial (CAPS)

Unidades que prestam serviços de saúde de caráter


aberto e comunitário, constituído por equipe
multiprofissional que atua sobre a ótica
interdisciplinar e realiza prioritariamente
atendimento às pessoas com sofrimento ou
transtorno mental, uso de álcool e outras drogas,
em sua área territorial.
São substitutivos ao modelo asilar, ou seja, aqueles em
que os pacientes deveriam morar (manicômios).
Modalidades dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS)
CAPS I: Atendimento a todas as faixas etárias, para transtornos mentais
graves e persistentes, inclusive pelo uso de substâncias psicoativas,
atende cidades e ou regiões com pelo menos 15 mil habitantes.
CAPS II: Atendimento a todas as faixas etárias, para transtornos
mentais graves e persistentes, inclusive pelo uso de substâncias
psicoativas, atende cidades e ou regiões com pelo menos 70 mil
habitantes.
CAPS i: Atendimento a crianças e adolescentes, para transtornos
mentais graves e persistentes, inclusive pelo uso de substâncias
psicoativas, atende cidades e ou regiões com pelo menos 70 mil
habitantes.
CAPS ad Álcool e Drogas: Atendimento a todas faixas etárias,
especializado em transtornos pelo uso de álcool e outras drogas,
atende cidades e ou regiões com pelo menos 70 mil habitantes.
CAPS III: Atendimento com até 5 vagas de acolhimento noturno e
observação; todas faixas etárias; transtornos mentais graves e
persistentes inclusive pelo uso de substâncias psicoativas, atende
cidades e ou regiões com pelo menos 150 mil habitantes.
CAPS ad III Álcool e Drogas: Atendimento e 8 a 12 vagas de
acolhimento noturno e observação; funcionamento 24h; todas faixas
etárias; transtornos pelo uso de álcool e outras drogas, atende
cidades e ou regiões com pelo menos 150 mil habitantes.
ATENÇÃO: Se o município não possuir nenhum CAPS, o
atendimento de saúde mental é feito pela Atenção Básica,
principal porta de entrada para o SUS, por meio das
Unidades Básicas de Saúde ou Postos de Saúde.
URGÊNCIA E EMERGÊNCIA: SAMU 192, sala de
estabilização, UPA 24h e pronto socorro

São serviços para o atendimento de urgências e emergências


rápidas, responsáveis, cada um em seu âmbito de atuação,
pela classificação de risco e tratamento das pessoas com
transtorno mental e/ou necessidades decorrentes do uso de
crack, álcool e outras drogas em situações de urgência e
emergência, ou seja, em momentos de crise forte.
Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT)

São moradias ou casas destinadas a cuidar de pacientes com


transtornos mentais, egressos de internações psiquiátricas
de longa permanência e que não possuam suporte social e
laços familiares.

podem acolher pacientes com transtornos mentais que


estejam em situação de vulnerabilidade pessoal e social,
como, por exemplo, moradores de rua.
Unidades de Acolhimento (UA)

Oferece cuidados contínuos de saúde, com funcionamento


24h/dia, em ambiente residencial, para pessoas com
necessidade decorrentes do uso de crack, álcool e outras
drogas, de ambos os sexos,

Apresentem acentuada vulnerabilidade social e/ou familiar.


Tempo de permanência nessas unidades é de até seis meses.
As Unidades de Acolhimento são divididas em:

Unidade de Acolhimento Adulto (UAA): destinada às pessoas


maiores de 18 (dezoito) anos, de ambos os sexos;

Unidade de Acolhimento Infanto-Juvenil (UAI): destinada às


crianças e aos adolescentes, entre 10 (dez) e 18 (dezoito)
anos incompletos, de ambos os sexos.
AMBULATÓRIOS MULTIPROFISSIONAIS
DE SAÚDE MENTAL

São serviços compostos por médico psiquiatra, psicólogo,


assistente social, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo,
enfermeiro e outros profissionais que atuam no
tratamento de pacientes que apresentam transtornos
mentais.
Projeto Terapêutico
Singular - PTS
O PTS é um conjunto de propostas de condutas
terapêuticas articuladas, para um sujeito individual ou
coletivo, resultado da discussão coletiva de uma equipe
interdisciplinar.

PROJETO – ESFORÇO TEMPORARIO PARA CRIAR UM PRODUTO

TERAPEUTICO - TRATAMENTO, CUIDADO

SINGULAR - CONTEXTO ÚNICO


É dedicado a situações mais complexas.
No fundo é uma variação da discussão de “caso clínico”.

Foi bastante desenvolvido em espaços de atenção à saúde


mental como forma de propiciar uma atuação integrada da
equipe valorizando outros aspectos, além do diagnóstico
psiquiátrico e da medicação, no tratamento dos usuários.

É uma reunião de toda a equipe em que todas as opiniões s o


importantes para ajudar a entender o Sujeito com alguma
demanda de cuidado em saúde e consequentemente, para
definição de propostas de ações.
O PTS contém quatro momentos:

O DIAGNÓSTICO: que deverá conter uma avaliação orgânica,


psicológica e social, que possibilite uma conclusão a respeito
dos riscos e da vulnerabilidade do usuário.

Deve tentar captar como o Sujeito singular se produz diante


de forças como as doenças, os desejos e os interesses, assim
como também o trabalho, a cultura, a família e a rede social.

Tentar entender o que o Sujeito faz de tudo que fizeram dele.


DEFINIÇÃO DE METAS: uma vez que a equipe fez os
diagnósticos, ela faz propostas de curto, médio e longo
prazo, que serão negociadas com o Sujeito doente pelo
membro da equipe que tiver um vínculo melhor.

DIVISÃO DE RESPONSABILIDADES: é importante definir as


tarefas de cada um com clareza.

REAVALIAÇÃO: momento em que se discutirá a evolução e se


farão as devidas correções de rumo.
Procurar descobrir o sentido da doença para o usuário:
respeitar e ajudar na construção de relações causais próprias,
mesmo que não sejam coincidentes com a ciência oficial.

Exemplo: por que você acha que adoeceu?

É impressionante perceber as portas que essa pergunta abre na


Clínica: ela ajuda a entender quais redes de causalidades o
Sujeito atribui ao seu adoecimento.
Procurar conhecer as singularidades do Sujeito, perguntando
sobre os medos, as raivas, as manias, o temperamento, seu
sono e sonhos.
São perguntas que ajudam a entender a dinâmica do Sujeito e
suas características.

Procurar conhecer quais os projetos e desejos do usuário.


Os desejos aglutinam uma enorme quantidade de energia vital
e podem ser extremamente terapêuticos, ou não.
Só não podem ser ignorados.
Reunião de Equipe
É preciso reconhecer que a forma tradicional de fazer gestão ter
uma visão muito restrita do que seja uma reunião.

Para que a equipe consiga inventar um projeto terapêutico e


negociá-lo com o usuário é importante lembrar que: Reunião de
EQUIPE NÃO É um espaço apenas para que uma pessoa da
equipe distribua tarefas às outras.

Reunião é um espaço de diálogo e é preciso que haja um clima


em que todos tenham direito à voz e à opinião.
Trabalho
1-COMENTE SOBRE:

. A saúde mental na atenção básica.

. A Politica Nacional da Saúde Mental.

Quais as redes de atenção a saúde?

Quais os objetivos dos CAPS?

Quais as modalidades do CAPS?

Quais os objetivos e seus momentos do PTS dentro da saúde mental.

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