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NEUROPSIQUIATRIA

Prof. Tobias Alves


O que é
neuropsiquiatria?
Especialidade que associa a neurologia e a
psiquiatria. É o ramo que integra os domínios da 
neurologia e da psiquiatria, e suas relações. A
neuropsiquiatria é também considerada um
campo de estudo que está situado na interface
entre a neuropsicologia a psicopatologia. É uma
área do conhecimento que busca investigar as
correspondências ou relações entre as regiões
cerebrais e as funções cognitivas com
psicopatologias já estabelecidas.
Como a equipe de enfermagem pode
atuar na área da saúde mental?

É comum que a grande maioria das equipes de enfermagem reconheça como ações dentro de um tratamento
de saúde mental apenas a administração de remédios e o encaminhamento do paciente para serviços
especializados. No entanto, o atendimento da enfermagem deve ir muito além, acolhendo e escutando o
paciente com atenção e cuidado.
O equipe que está tendo o primeiro contato com um paciente que sofre de transtornos mentais deve aprender a
direcionar a sua atenção em primeiro lugar no paciente e nas suas necessidades. Como esse primeiro contato
pode ser estressante, uma assistência humanizada e diferenciada será de grande valia para o sucesso do
tratamento.
Escutar o paciente com atenção e interesse e, principalmente, valorizar a comunicação não verbal, devem ser
peças-chaves em todos os atendimentos.
Para a equipe que nunca teve nenhum contato com a área de saúde mental, a falta de procedimentos invasivos
parece incoerente. No entanto, a comunicação é um poderoso instrumento transformador nas relações entre
profissionais e pacientes.
A construção de um vínculo de confiança entre enfermeiro e paciente é a melhor ação terapêutica para esses
casos.
Além disso, é preciso que a equipe de enfermagem esteja preparado para:
• Realizar avaliações biopsicossociais da saúde;
• Criar e implementar planos de cuidados para pacientes e familiares;
• Participar de atividades de gerenciamento de caso;
• Promover e manter a saúde mental;
• Fornecer cuidados diretos e indiretos;
• Controlar e coordenar os sistemas de cuidados;
• Integrar as necessidades do paciente, da família e de toda equipe médica.
Todos esses pontos, juntamente com uma relação terapêutica, trazem muitos benefícios ao
tratamento, como a redução da ansiedade e do estresse, o aumento do bem-estar, a melhora da
memória, da qualidade de vida e das funções psíquicas e a reintegração social do paciente.
Nestes casos, as ações de enfermagem devem começar com uma entrevista, com o profissional
ouvindo atentamente a queixa do paciente, mas também a sua história de vida, o seu processo de
adoecimento e os seus problemas emocionais. É preciso conversar com o paciente e com a família
para orientá-los sobre as ações mais eficazes para o tratamento terapêutico.
QUAL A DIFERENÇA ENTRE DOENÇA, SÍNDROME,
SINTOMA E TRANSTORNO?

Muita gente faz confusão com os termos doença, síndrome e transtorno, mas é preciso saber, em primeiro
lugar, que essas denominações não são sinônimas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde
(OMS), doença é a ausência de saúde.
Ela é definida como estado anormal do organismo, com sintomas específicos que alteram suas funções
físicas e psicológicas. É a partir deles que outras interpretações acontecem, entretanto, nem sempre são
doenças.
A Síndrome é o conjunto de sintomas que definem um determinado estado clínico associado a problemas
de saúde, que nem sempre tem as causas descobertas.
Enquanto a doença tem causa definida, a síndrome revela uma condição quase sempre sem causas
diagnosticadas.
Transtorno é um estado alterado da saúde e nem sempre está ligado a alguma doença. Na maioria dos
casos, está associado à saúde mental, já que a maior incidência de casos envolve a área do cérebro.
Transtornos mentais
Uma grande variedade de condições que afetam humor, raciocínio e comportamento.

• TRANSTORNO DE ANSIEDADE:

Distúrbio de saúde mental caracterizado por sentimentos de preocupação, ansiedade ou


medo que são fortes o bastante para interferir nas atividades diárias
Exemplos de transtornos de ansiedade incluem ataques de pânico, transtorno obsessivo-
compulsivo e transtorno de estresse pós-traumático.
Os sintomas incluem estresse desproporcional ao impacto do evento, incapacidade de
superar uma preocupação e inquietação.
O tratamento inclui terapia ou medicamentos, incluindo antidepressivos.
• DEPRESSÃO:
Distúrbio mental caracterizado por depressão persistente
ou perda de interesse em atividades, prejudicando
significativamente o dia a dia.
As causas possíveis incluem uma combinação de origens
biológicas, psicológicas e sociais de angústia. Cada vez
mais, as pesquisas sugerem que esses fatores podem
causar mudanças na função cerebral, incluindo alteração
na atividade de determinados circuitos neuronais no
cérebro.
A sensação persistente de tristeza ou perda de interesse
que caracteriza a depressão pode levar a uma variedade
de sintomas físicos e comportamentais. Estes podem
incluir alterações no sono, apetite, nível de energia,
concentração, comportamento diário ou autoestima. A
depressão também pode ser associada a pensamentos
suicidas.
A base do tratamento geralmente inclui medicamentos,
psicoterapia ou uma combinação dos dois. Cada vez mais,
as pesquisas sugerem que esses tratamentos podem
normalizar alterações cerebrais associadas à depressão.
• TRANSTORNO BIPOLAR:

Distúrbio associado a alterações de humor que vão


da depressão a episódios de obsessão.
A causa exata do distúrbio bipolar não é conhecida,
mas acredita-se que seja influenciado por uma
combinação de fatores como genética, ambiente,
estrutura e química do cérebro.
Os episódios maníacos incluem sintomas como
euforia, dificuldade para dormir e perda de contato
com a realidade. Já os episódios depressivos são
caracterizados por falta de energia e motivação, além
de perda de interesse nas atividades cotidianas. Os
episódios de alteração de humor podem durar dias ou
meses e também podem estar associados a
pensamentos suicidas.
O tratamento costuma ser necessário por toda a vida
e geralmente envolve uma combinação de
medicamentos e psicoterapia.
• DEMENCIA:
Um grupo de sintomas cognitivos e sociais que
interfere nas funções diárias.
A demência não é uma doença específica e sim
um grupo de sintomas caracterizado pela
disfunção de pelo menos duas funções do
cérebro, como a memória e o discernimento.
Os sintomas incluem esquecimento, habilidades
sociais limitadas e habilidades cognitivas
prejudicadas a ponto de interferir no
funcionamento diário.
Medicamentos e terapias podem ajudar a
controlar os sintomas. Algumas causas são
reversíveis.
• TRANSTORNO DO DÉFICT DE ATENÇÃO
COM HIPERATIVIDADE:
Doença crônica que inclui dificuldade de
atenção, hiperatividade e impulsividade.
Em geral, o TDAH começa na infância e
pode persistir na vida adulta. Pode contribuir
para baixa autoestima, relacionamentos
problemáticos e dificuldade na escola ou no
trabalho.
Os sintomas incluem falta de atenção e
hiperatividade.
Os tratamentos incluem medicamentos e
psicoterapia.
• ESQUIZOFRENIA :

Um distúrbio que afeta a capacidade da pessoa de


pensar, sentir e se comportar com clareza.
A causa exata da esquizofrenia não é conhecida,
mas uma combinação de fatores, como genética,
ambiente, estrutura e química cerebrais alteradas,
pode influenciar.
A esquizofrenia é caracterizada por pensamentos ou
experiências que parecem não ter contato com a
realidade, fala ou comportamento desorganizado e
participação reduzida nas atividades cotidianas.
Dificuldade de concentração e memória também são
sintomas.
O tratamento costuma ser necessário por toda a vida
e geralmente envolve uma combinação de
medicamentos, psicoterapia e serviços de cuidados
especializados.
• TRANSTORNO OBSSESSIVO COMPULSIVO:
Pensamentos excessivos (obsessões) que levam
a comportamentos repetitivos (compulsões).
O transtorno obsessivo-compulsivo é
caracterizado por pensamentos e medos
irracionais (obsessões) que levam a
comportamentos compulsivos.
O TOC costuma se concentrar em temas como o
medo de germes ou a necessidade de organizar
os objetos de uma maneira específica. Os
sintomas geralmente começam de modo gradual e
variam ao longo da vida.
O tratamento inclui psicoterapia, medicamentos ou
ambos.
• AUTISMO:
Transtorno de desenvolvimento grave que
prejudica a capacidade de se comunicar e
interagir.
O transtorno de autismo afeta o sistema nervoso.
O alcance e a gravidade dos sintomas podem
variar amplamente. Os sintomas mais comuns
incluem dificuldade de comunicação, dificuldade
com interações sociais, interesses obsessivos e
comportamentos repetitivos.
O reconhecimento precoce, assim como as
terapias comportamentais, educacionais e
familiares podem reduzir os sintomas, além de
oferecer um pilar de apoio ao desenvolvimento e à
aprendizagem.
• ESTRESSE PÓS TRAUMATICO:
Um distúrbio caracterizado pela dificuldade em se
recuperar depois de vivenciar ou testemunhar um
acontecimento assustador.
A condição pode durar meses ou anos, com
gatilhos que podem trazer de volta memórias do
trauma acompanhadas por intensas reações
emocionais e físicas.
Entre os sintomas estão pesadelos ou lembranças
repentinas (flashbacks), fuga de situações que
relembrem o trauma, reações exageradas a
estímulos, ansiedade e humor deprimido.
O tratamento inclui diferentes tipos de
psicoterapia, bem como medicamentos para tratar
os sintomas.
• MAL DE PARKINSON:

Um distúrbio do sistema nervoso central que


afeta o movimento, muitas vezes incluindo
tremores.
Danos às células nervosas do cérebro fazem
com que os níveis de dopamina caiam,
causando os sintomas de Parkinson.
Geralmente, o mal de Parkinson começa
com um tremor na mão. Outros sintomas são
movimento lento, rigidez e perda de
equilíbrio.
Medicamentos podem ajudar a controlar os
sintomas de Parkinson
• MAL DE ALZHEIIMER:

Doença progressiva que destrói a memória


e outras funções mentais importantes.
As conexões das células cerebrais e as
próprias células se degeneram e morrem,
eventualmente destruindo a memória e
outras funções mentais importantes.
Perda de memória e confusão são os
principais sintomas.
Não existe cura, mas os medicamentos e
as estratégias de controle podem melhorar
os sintomas temporariamente.
• ESCLEROSE MÚLTIPLA:

Doença em que o sistema imunológico destrói a


cobertura protetora de nervos.
Na esclerose múltipla, as lesões nos nervos causam
distúrbios na comunicação entre o cérebro e o corpo.
A esclerose múltipla causa muitos sintomas
diferentes, entre eles perda da visão, dor, fadiga e
comprometimento da coordenação motora. Os
sintomas, sua gravidade e duração variam conforme
a pessoa. Alguns indivíduos podem não apresentar
sintomas por quase toda a vida, enquanto outros têm
sintomas crônicos graves que nunca desaparecem.
Fisioterapia e medicamentos que suprimem o
sistema imunológico podem ajudar a combater os
sintomas e retardar a progressão da doença.
Centro de Atenção Psicossocial
(CAPS)
• Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS)
nas suas diferentes modalidades são pontos
de atenção estratégicos da RAPS: serviços de
saúde de caráter aberto e comunitário
constituído por equipe multiprofissional e
que atua sobre a ótica interdisciplinar e
realiza prioritariamente atendimento às
pessoas com sofrimento ou transtorno
mental, incluindo aquelas com necessidades
decorrentes do uso de álcool e outras drogas,
em sua área territorial, seja em situações de
crise ou nos processos de reabilitação
psicossocial e são substitutivos ao modelo
asilar.
• Modalidades
• CAPS I: Atendimento a todas as faixas etárias, para transtornos mentais graves e persistentes, inclusive pelo uso de
substâncias psicoativas, atende cidades e ou regiões com pelo menos 15 mil habitantes.
• CAPS II: Atendimento a todas as faixas etárias, para transtornos mentais graves e persistentes, inclusive pelo uso de
substâncias psicoativas, atende cidades e ou regiões com pelo menos 70 mil habitantes.
• CAPS i: Atendimento a crianças e adolescentes, para transtornos mentais graves e   persistentes, inclusive pelo uso de
substâncias psicoativas, atende cidades e ou regiões com pelo menos 70 mil habitantes.
• CAPS ad Álcool e Drogas: Atendimento a todas faixas etárias, especializado em transtornos pelo uso de álcool e
outras drogas, atende cidades e ou regiões com pelo menos 70 mil habitantes.
• CAPS III: Atendimento com até 5 vagas de acolhimento noturno e observação; todas faixas etárias; transtornos
mentais graves e persistentes inclusive pelo uso de substâncias psicoativas, atende cidades e ou regiões com pelo
menos 150 mil habitantes.
• CAPS ad III Álcool e Drogas: Atendimento e 8 a 12 vagas de acolhimento noturno e observação; funcionamento 24h;
todas faixas etárias; transtornos pelo uso de álcool e outras drogas, atende cidades e ou regiões com pelo menos 150
mil habitantes.

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