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CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL

BEZERRA DE ARAÚJO

APOSTILA DE

ENFERMAGEM OBSTÉTRICA
Revisada

Professora: Maria das Graças de Oliveira Borges

Rio de Janeiro
2018
SUMÁRIO
CAPÍTULO I- UNIDADE OBSTÉTRICA ............................................................ 10

CAPÍTULO II- PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA INTEGRAL À SAÚDE DA


MULHER (PAISM) .............................................................................................. 11

CAPÍTULO III- AFECÇÕES GINECOLÓGICAS ............................................... 12

CAPÍTULO IV- FATORES DE RISCO PARA CÂNCER DE MAMA ................ 13

CAPÍTULO V- FATORES DE RISCO PARA O CÂNCER DE COLO DO ÚTERO


............................................................................................................................. 13

CAPÍTULO VI- PLANEJAMENTO FAMILIAR................................................... 14

CAPÍTULO VII- REPRODUÇÃO ........................................................................ 16

CAPÍTULO VIII- FECUNDAÇÃO E NIDAÇÃO .................................................. 23

CAPÍTULO VX- ANATOMIA E FISIOLOGIA DO APARELHO GENITAL


MASCULINO ....................................................................................................... 24

CAPÍTULO X- DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO E FETAL.................... 25

CAPÍTULO XI- GESTAÇÃO ............................................................................... 31

h) Sistema respiratório..................................................................................... 35

CAPÍTULO XII- PRÉ - NATAL ........................................................................... 35

CAPÍTULO XIII- COMPLICAÇÕES MAIS COMUNS NA GRAVIDEZ E NO


PARTO ................................................................................................................ 45

CAPÍTULO XIV- PATOLOGIAS AMNIÓTICAS (ALTERAÇÕES NO VOLUME


DO LÍQUIDO AMNIÓTICO) ................................................................................ 53

CAPÍTULO XV- PUERPÉRIO............................................................................. 55

CAPÍTULO XVI- AMAMENTAÇÃO.................................................................... 62

CAPÍTULO XVII- PERÍODOS CLÍNICOS DO PARTO...................................... 63

CAPÍTULO XVIII- MECANISMOS E TIPOS DE PARTO .................................. 64

CAPÍTULO XIX- A ADMISSÃO DA PARTURIENTE E ASSISTÊNCIA DE


ENFERMAGEM ................................................................................................... 67
CAPÍTULO XX- LACTAÇÃO.............................................................................. 72

CAPÍTULO XXI- ALOJAMENTO CONJUNTO.................................................. 74

CAPÍTULO XXIV- TERMINOLOGIAS RELACIONADAS À ENFERMAGEM


OBSTÉTRICA ..................................................................................................... 76

CAPÍTULO XXVII- QUESTÕES DE CONCURSO: ........................................... 77

GABARITO: ........................................................................................................ 85

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 85


10

CAPÍTULO I- UNIDADE OBSTÉTRICA


1- Conceito: prestar assistência integral qualificada e preventiva para a
gestante, puérpera e recém nascido, promovendo seu bem-estar, apoiado por
atividades de ensino e pesquisa.
2- Obstetrícia:
Estuda os fenômenos da reprodução da mulher, abrangendo a gestação,
parto e puerpério, em seus aspectos fisiológicos e patológicos.
3- Enfermagem Obstétrica:
É a parte da enfermagem que se preocupa com o ciclo materno-infantil.
4- Clínica obstétrica:
É um campo de atuação da equipe de enfermagem e envolve também
equipes multiprofissionais, dentre outros especialistas, o médico obstetra,
médico neonatologista; em casos especiais, o profissional psicólogo e assistente
social.
O atendimento à gestante deve ser humanizado e individualizado, sempre
incluindo a família e amigos, assim observando as necessidades de todos os
envolvidos, lembrando que cada gestação é um momento único na vida de cada
mulher e representa a dádiva da vida.
5- Características da clínica obstétrica
Em 03 de Junho de 2008, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA) publicou a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n. 36, a qual
dispõe sobre os padrões de funcionamento do “todo serviço de saúde no país,
que exerça atividade de atenção obstétrica e neonatal, seja ele público, privado,
civil ou militar...” o Regulamento Técnico para Funcionamento de Serviços de
Atenção Obstétrica e Neonatal aborda os seguintes aspectos:
Organização e Recursos Humanos;
Infraestrutura física;
Materiais e equipamentos
Estas mudanças no Serviço Obstétrico e Neonatal objetivam a redução
dos riscos à saúde da mulher, bem como do bebê e do acompanhante. Segundo
a (RDC) é direito de toda parturiente:
• Presença de acompanhante (no acolhimento, trabalho de parto, parto e
pós-parto imediato) conforme sua livre escolha;
11

• Acesso a métodos não farmacológicos e não invasivos de alívio à dor e


de estímulo à evolução fisiológica do trabalho de parto;
• Escolha de posições no trabalho de parto e parto, desde que não existam
impedimentos clínicos;
• Contato imediato, pele a pele, com o recém-nascido;
• Iniciar o aleitamento materno ainda no ambiente do parto.

6- Setores da clínica Obstétrica:


6.1- Serviço de Pré-Natal
É o local onde é feito o acompanhamento da mulher durante todo o
período de sua gestação, com vistas a obter melhores efeitos na saúde da mãe
e do filho.
6.2- Sala de admissão:
É o local onde a gestante é examinada, preparada e encaminhada ao
setor indicado.
6.3- Sala de gestantes:
É o local destinado às gestantes que necessitam de internação.
6.4- Sala de Pré-Parto:
É o local destinado às gestantes, em trabalho de parto, até o início do
período expulsivo.
6.5- Sala de Parto:
É o local onde a gestante da à luz e onde se fazem curetagens.
6.6- Sala de puérperas:
É o local destinado à mulher, após o parto, durante os dias de
permanência na maternidade.
CAPÍTULO II- PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA INTEGRAL À SAÚDE DA
MULHER (PAISM)
O PAISM, integrante da Divisão Nacional de Saúde Materno-Infantil do
Ministério da Saúde, foi instituído devido à precariedade do atendimento à
mulher no serviço de saúde pública. Devido às elevadas taxas de mortalidade
infantil, mortalidade por câncer, mortalidade em conseqüência de abortos
provocados, entre outros aspectos que envolvem a mulher, tornou-se urgente a
criação pelo governo federal do Programa de Assistência à Saúde da Mulher
12

(PAISM/MS). Este programa é específico para a população feminina está


integrado na rede de assistência à saúde com ações de nível primário,
secundário e terciário para atender a mulher em todas as fases da sua vida.
1- Objetivo:
Tendo como objetivo dar assistência em todas as fases da vida clínica-
ginecológica e obstétrica no campo da reprodução bem como nos casos de
doenças crônicas ou agudas.
2- Ações do Programa:
3- Assistência clínico-ginecológica
▪ Controle e prevenção das doenças ginecológicas prevalentes, incluindo a
atenção às adolescentes;
▪ Controle e prevenção de DST/AIDS (diagnóstico e tratamento);
▪ Controle e prevenção de câncer ginecológico e da mama;
▪ Planejamento familiar;
▪ Climatério.
2.2- Assistência obstétrica
▪ Pré-parto;
▪ Parto e puerpério;
▪ Aleitamento materno;
▪ Intercorrências obstétricas;
▪ Vigilância e epidemiologia da morte materna.
CAPÍTULO III- AFECÇÕES GINECOLÓGICAS
3.1- Vulvovaginites - Consideram-se como vulvovaginites todas as
manifestações inflamatórias e/ou infecciosas, de caráter agudo ou crônico que
podem acometer a vulva, vagina ou o colo uterino, podendo atingir também a
bexiga, ureter, ânus e face interna das coxas.
Dentre as vulvovaginites mais comuns, temos: Vaginoses bacterianas,
Candidíase vulvovaginal e a tricomoníase genital;
3.2- Bartholinites - A bartholinite é uma infecção estritamente vulvar da glândula
de Bartholin. Sua infecção é às vezes crônica e sob a forma de cisto, sendo mais
freqüente a forma aguda, que se caracteriza pela presença de rubor, calor, dor
e com edema significativo, por vezes deformando a vulva.
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3.3- Leiomiomatose uterina - Leiomiomatose uterina, também conhecida por


miomatose uterina, é um tumor benigno sólido que com freqüência acomete as
mulheres e se aloja preferencialmente no corpo do útero.

3.4- Câncer de colo de útero e de mamas - A prevenção do câncer de colo de


útero ou cérvice, com a colheita da citologia oncótica, e o exame clínico das
mamas com orientação para o auto-exame, ocupam um lugar importante na
consulta.

CAPÍTULO IV- FATORES DE RISCO PARA CÂNCER DE MAMA


➢ Primeira gestação tardia; nuliparidade;
➢ Hereditariedade;
➢ Disfunções hormonais;
➢ Displasias mamárias
➢ Menarca precoce;
➢ Menopausa tardia;
➢ Não lactação;
➢ Exposição a radiação ionizantes;
➢ Obesidade.

4.1- Ações de controle do câncer de mama:


➢ Autoexame das mamas;
➢ Exame físico;
➢ Exames complementares.

CAPÍTULO V- FATORES DE RISCO PARA O CÂNCER DE COLO DO ÚTERO


✓ À multiplicidade de parceiros;
✓ Ao início de atividade sexual precocemente;
✓ À história de doenças sexualmente transmissíveis, especialmente as
decorrentes de infecções por papilomavírus e herpes-vírus;
✓ Ao hábito de fumar;
✓ Ao baixo nível socioeconômico;
✓ Às carências nutricionais, como a hipo-vitaminese A.
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5.1- Ações de controle do câncer cervico-uterino:


✓ Consulta clínico-ginecológica;
✓ Colpocitologia;
✓ Histopatologia;
✓ Tratamento para processos inflamatórios e displasias;
✓ Encaminhamento dos casos indicados para a complementação
diagnóstica e de tratamentos;
✓ Controle dos casos indicados e seguimentos dos casos tratados.

5.2- Câncer de endométrio – O câncer de endométrio ou do corpo uterino é


uma neoplasia maligna menos frequênte que a do colo uterino. Geralmente
acomete mulheres após os 50 anos, após a menopausa.

5.3- Câncer vaginal – Os cânceres primitivos da vagina são raros. Em sua


maioria é decorrência de metástase de cânceres do colo ou do corpo uterino,
portanto secundários, cujo prognóstico costuma ser sombrio. Os pequenos
sangramentos intermitentes ou mesmo as hemorragias mais importantes
representam sinais de alerta.

5.4- Prolapso uterino, ou Prolapso dos órgãos pélvicos – acontece quando


os músculos e ligamentos do assoalho pélvico (não só da bexiga, mas de órgãos
como a uretra, útero, intestino e reto) se tornam distendidos e flácidos, saindo de
suas posições normais na pelve e descendo para a vagina ou região externa.
5.5- Tumores de ovário (câncer de ovário) - é o tumor ginecológico mais difícil
de ser diagnosticado e o de menor chance de cura. Cerca de 3/4 dos cânceres
desse órgão apresentam-se em estágio avançado no momento do diagnóstico

CAPÍTULO VI- PLANEJAMENTO FAMILIAR


15

1- Conceito: Constitui uma das ações da Política de Assistência Integral à


Saúde da Mulher preconizada pelo Ministério da Saúde desde 1984.
2- Objetivo: Proporcionar aos casais as informações e meios necessários para
que possam decidir quando e quantos filhos irão ter.
As atividades desenvolvidas pelo profissional de saúde no planejamento familiar
envolvem desde as educativas, aconselhamento e as clínicas.
3- Atividades educativas: oferecer aos clientes conhecimentos necessários
para a escolha e posterior utilização do método anticoncepcional mais
adequado. (são realizadas em grupos, permitindo assim troca de informações e
experiências entre os integrantes do grupo.
4- Aconselhamento: deve ser de forma individualizada, centrada no indivíduo,
que pressupõe a identificação e acolhimento do indivíduo ou casal, avaliação de
risco para infecções pelo HIV/DSTs e pelo desenvolvimento de uma relação de
confiança entre o profissional e o indivíduo/casal.
5- Atividades clínicas: devem ser realizadas em benefício da promoção,
proteção e recuperação da saúde.

6- Principais métodos anticoncepcionais:


➢ Método de Ogino-Knaus (tabelinha);
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➢ Preservativo masculino (camisinha);


➢ Preservativo feminino (camisinha feminina);
➢ Diafragma (anel flexível de látex ou silicone);
➢ Anticoncepcionais hormonais orais (pílula);
➢ Métodos hormonais injetáveis;
➢ Contracepção de emergência (pílula do dia seguinte) - tomar até 72 horas
após a relação sexual desprotegida;
➢ Dispositivo intrauterino (DIU) – pequeno aparelho colocado dentro do
útero;
➢ Métodos cirúrgicos - (Laqueadura tubária - para as mulheres e
Vasectomia – para os homens.

CAPÍTULO VII- REPRODUÇÃO


1- Anatomia e Fisiologia do Sistema Reprodutor Feminino
2- Anatomia
Anatomicamente, o sistema genital feminino é dividido em genitálias (interna e
externa).
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A genitália externa é constituída por:


❖ Monte de Vênus: parte frontal da vulva e é recoberta de pelos.
❖ Grandes e Pequenos lábios: variam de tamanho de mulher para mulher e
servem de proteção às delicadas partes da vulva.
❖ Clitóris: saliência, situada no interior dos pequenos lábios, sendo
importante na excitação sexual da mulher.
❖ Meato urinário: localiza-se abaixo do clitóris, na entrada da vagina. Local
de eliminação da urina, ligando ao meio externo.
❖ Glândulas de Bartholin: tem a função de lubrificação durante o ato sexual.
❖ Introito vaginal: abertura de forma irregular, por onde é eliminada a
menstruação.
❖ Hímen: membrana fina, geralmente rompida nas primeiras relações
sexuais. Situada na entrada da vagina.

A genitália interna é constituída por:


❖ Vagina: canal tubular que se estende da vulva até a parte inferior do útero.
Sua função é ser o órgão de cópula. Na relação sexual com penetração,
o pênis será introduzido nesse canal; dar passagem ao fluxo menstrual e;
dar passagem ao feto.
❖ Útero: órgão oco, que abriga o feto durante a gestação. Contém 3
camadas: endométrio (camada interna), miométrio (camada muscular) e
perimétrio (camada externa).
❖ Trompas: são dois canais responsáveis pelo transporte do ovo (óvulo) até
o útero, fecundado ou não. É o local onde se da à fecundação.
❖ Ovários: duas glândulas situadas em cada lado do útero, cuja função é
produção de ovários e hormônios femininos (estrógeno e progesterona).
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3- Anatomia obstétrica
O feto deve atravessar de cima para baixo, o canal do parto (pelve genital)
antes de ser expulso. A possibilidade de parto normal depende da configuração
da bacia, do seu canal ósseo e da cabeça fetal. O Canal do parto é formado pela
bacia óssea e por partes moles.

Pelve óssea
É formada pelos ossos do quadril (fusão dos ossos ílio e púbis), junto com
o sacro e cóccix. Popularmente, é chamada de bacia e pode ser dividida em
duas partes:
• A grande bacia: é a parte mais larga.
• A pequena bacia: é a parte mais estreita, de grande importância para o
parto.
• Principais funções da pelve: sustentação e proteção do sistema
reprodutor.
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• Tipos de bacia: ginecoide ou arredondada, platipeloide ou achatada


antropóide, e andróide ou triangular. A mais frequênte é a ginecoide.
4- Fisiologia
A diferenciação sexual é imediata desde o nascimento do ovo, pela
fecundação do óvulo, e é orientada pelo tipo de cromossomos sexuais do
espermatozóide. Os cromossomos que determinam o sexo são: Y para
orientação masculina e X para orientação feminina. A diferenciação sexual
termina ao final da vida embrionária e no começo da vida fetal, ou seja, com oito
a dez semanas de vida.
5- Organismo feminino
A mulher nasce com cerca de 900 mil a um milhão de folículos imaturos,
que são armazenados nos ovários até a puberdade, quando por estímulos
hormonais começam a amadurecer e a liberar, mensalmente, um óvulo. A vida
média do óvulo de 12 a 24 horas.
6- Infância
A vulva apresenta-se sem pelos. Os grandes lábios, ao exame não se
abrem espontaneamente, é preciso separá-los. Os pequenos lábios e o clitóris,
o meato urinário e o hímen não são visíveis facilmente. As mamas não estão
desenvolvidas. Não existe qualquer função genital. Os ovários não secretam
hormônios, e na vagina não há muco, apenas leve serosidade.
7- Puberdade
Caracteriza-se pelo aparecimento das primeiras maturações dos folículos
ovarianos, estimulados por hormônios gonadotróficos e pela secreção dos
estrogênios provenientes dos ovários, agora funcionantes. Isso ocorre em média
entre 11 e 12 anos. Se antes dos nove anos, considera-se puberdade precoce,
se após os 15, retarda.
Um dos folículos amadurece e se rompe, liberando um óvulo: é a
ovulação. Os estrogênios liberados pelos folículos de Graaf têm efeito
feminilizante.
O corpo uterino se desenvolve e o endométrio se espessa. Começa a
produção do muco cervical no colo uterino.
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O que se denomina as primeiras menstruações, ou “menarca”, não são


na maioria das vezes, regras verdadeiras, precedidas de ovulação. Esses
sangramentos têm espaçamento, duração e quantidade complementar irregular.

8- Idade adulta
A fisiologia genital feminina condiciona-se à realização da função de
reprodução, na espécie humana, por meio do apetite sexual.

9- Ciclo menstrual
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O ciclo menstrual inicia-se no primeiro dia de uma menstruação e termina


no primeiro dia da menstruação seguinte e tem variação de uma mulher para a
outra (20 a 40 dias e, em média, 28 dias). Caracteriza-se por manifestações
hemorrágicas do útero devido a influências hormonais ovarianas, que, por sua
vez, dependem de estimulações da hipófise.

a) Em síntese, o ciclo menstrual ocorre por ação de quatro hormônios.


Dois hormônios liberados pela hipófise:
FSH: hormônio folículo estimulante;
LH: hormônio luteinizante.
Dois hormônios liberados pelos ovários:
• Estrogênio;
• Progesterona.

b) O ciclo menstrual tem três fases distintas:


1ª fase: proliferativa
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Vai do primeiro dia em que ocorre a ovulação. Durante essa fase a


hipófise produz e lança na corrente sanguínea o hormônio FSH, que age sobre
o ovário provocando o amadurecimento do folículo de Graaf, que contém o óvulo.
O folículo de Graaf, em processo de amadurecimento, secreta estrogênio
que, caindo na circulação, age sobre o endométrio uterino, provocando seu
espaçamento e modificações nos vasos sanguíneos, formando no interior do
útero uma espécie de ninho para receber o produto da ovulação (o ovo).
Quando o endométrio está preparado, a hipófise lança na corrente
sanguínea o LH, que provoca o rompimento do folículo de Graaf e a liberação do
óvulo. Chamado de “ovulação”.
2ª fase: secretória
Vai do momento da ovulação até o primeiro dia da menstruação e durará
mais ou menos 14 dias.
Nessa fase ocorre a ação da progesterona que tem a função de manter o
endométrio proliferado e aderido à cavidade uterina.
3ª fase: menstrual
A menstrual é a descamação do endométrio uterino pela privação
hormonal. A queda hormonal (estrogênio- progesterona) permite a liberação do
FSH, que desencadeia uma nova fase proliferativa.

10- Menopausa
Ocorre por volta dos 50 anos, quando se esgota o estoque de folículos de
Graaf. Isso pode acontecer bruscamente ou por etapas, em espaçamento das
menstruações ou períodos longos da amenorréia, até a suspensão completa das
menstruações. O estrogênio diminui gradativamente até desaparecer.
Climatério: são manifestações diversas que podem ocorrer, com
intensidade relativa de pessoa para pessoa, às vezes são poucas ou até
inexistentes.
▪ “Ondas de calor”;
▪ O “nervosismo” intenso;
▪ A angústia e depressão;
▪ O aumento da pilosidade da face e a baixa no timbre de voz.
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CAPÍTULO VIII- FECUNDAÇÃO E NIDAÇÃO

1- Fecundação: é a penetração do SPTZ no óvulo, dando origem a um novo


ser. Quando o ovário amadurece um folículo, este caminha pela trompa uterina
que, com seus movimentos peristálticos, o conduz em direção à cavidade
uterina. Ao atingir o terço médio da trompa, o óvulo está pronto para ser
fecundado, caso haja encontro com o SPTZ. Se houver fecundação, o produto
resultante da união do SPTZ com o óvulo passa a chamar-se ovo e continua sua
caminhada em direção à cavidade uterina, onde se fixa e desenvolve, tornando-
se embrião e, posteriormente, feto.
2- Nidação: é o processo de implantação do ovo (embrião) na cavidade uterina.
Por volta do 7º dia após a fecundação, o embrião começa a implantar no
endométrio, que foi preparado para recebê-lo no período pré-menstrual já
descrito (fase proliferativa e secretória).

3- Fertilização
Dentro do ciclo menstrual, provavelmente, a mulher só é fértil um único
dia, geralmente no 14º dia da menstruação. Nesse período, o óvulo maduro se
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encontra no terço médio da trompa uterina e pode haver a fecundação. Dá-se o


a esse período o nome de fertilização.

4- Etapas do Processo de Reprodução


Amadurecimento do óvulo;
Liberação do óvulo pelo ovário;
Capturação do óvulo pela trompa uterina;
União do SPTZ com o óvulo no terço médio superior da trompa uterina;
Deslocamento do ovo na trompa de Falópio, em direção à cavidade uterina;
Fixação do ovo, geralmente na parede lateral superior da cavidade uterina
Desenvolvimento embrionário e fetal na cavidade uterina.

CAPÍTULO VX- ANATOMIA E FISIOLOGIA DO APARELHO GENITAL


MASCULINO
Uretra: É o canal por onde saem a urina e ejaculação.
Pênis: É o órgão masculino que penetra no canal vaginal, durante o ato sexual.
Testículos: são órgãos reprodutores masculinos, localizados na bolsa escrotal
e onde os espermatozóides (SPTZ) são produzidos e amadurecidos.

1- Organismo masculino:
O homem na puberdade, por estímulos hormonais, começa a fabricar e
amadurecer os SPTZ, que são ejaculados junto com o líquido seminal. Cada 3
cm³ de ejaculação contém, em média, 300 milhões de SPTZ, quais apenas um
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penetrará no óvulo maduro, ocasionando a reprodução. A vida média do SPTZ


é de 24 à 48 horas.

CAPÍTULO X- DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO E FETAL


Inicia-se o desenvolvimento embrionário quando o espermatozóide se
funde com o óvulo, célula que representa o início do novo ser. Está fase termina
com o nascimento.
Período embrionário: é o período caracterizado pela formação de todos os
órgãos, se da por volta da 8ª semana.
Período fetal: é período que se da a partir da 8ª semana até o final da gestação,
fase em que ocorre o crescimento e amadurecimento de tecidos, órgãos e do
feto.
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1- Anexos do embrião e do feto


Denomina-se anexo fetal tudo que envolve diretamente o embrião e o feto
e que se origina das células iniciais do ovo.
Os anexos do embrião e do feto são a placenta, o cordão umbilical, o
sistema amniótico e as membranas (cório e âmnio). Estes são essenciais para a
formação e validade do feto na vida intrauterina.
Placenta: suas principais funções são produção de hormônios, troca gasosa,
troca de nutrientes e metabólicos. Ela é formada completamente entre o 4º e o
5º mês de gestação. Ela tem duplo papel, (manutenção da gravidez) e o fetal
(sobrevivência e crescimento).
Sua inserção normal se da na região fúndica, parte anterior ou posterior
do útero; as regiões tidas como anormais são a cornual e a próxima ao orifício
do colo (placenta prévia).
Observação: dentre os hormônios produzidos pela placenta, destacam-se a
gonadotrofina coreônica humana (HCG) e a progesterona, responsáveis por
manter a gestação e evitar que se desencadeie processo de separação materno-
fetal. O HCG é o hormônio que serve de base para os testes imunológicos de
gravidez.
Face fetal: parte interna, que é voltada para o feto e entra em contato com o
líquido amniótico e o feto.
Face materna: parte que adere ao útero.
Cordão umbilical: é formado por tecido conjuntivo indiferenciado (geléia de
Warthon), tendo aproximadamente 60 cm de comprimento. O cordão umbilical
tem duas artérias (para circulação de CO²) e uma veia (para circulação de O²).
é a linha de ligação entre a placenta e o feto.
Sistema amniótico: é composto pelo líquido amniótico, cório e âmnio. Estes se
definem da seguinte forma:
Líquido amniótico: líquido que protege contra traumas, amortecendo choques
mecânicos, favorece o crescimento e desenvolvimento de músculo esquelético,
pulmões e o sistema gastrointestinal, favorecendo o equilíbrio térmico. O líquido
amniótico funciona como barreira contra infecções. É esbranquiçado ou
amarelado, e quanto ao volume normal está entre 500 e 1000 ml. Importante
fonte de hidratação oral.
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Cório: membrana externa que reveste a placenta.


Âmnio: fina membrana que reveste todo o interior da cavidade onde se encontra
o feto.
Observação: Todos esses anexos do feto são expulsos pelo organismo, logo
após o nascimento do feto.

2- A sequência do desenvolvimento embrionário é a seguinte:


❖ 6º ou 7º dia: ocorre a nidação na parede uterina e, após esse fenômeno,
inicia-se a formação da placenta;
❖ 7º ao 14º dia: surgimento dos folhetos embrionários ecto e endoblasto –
embrião bilaminar;
28

❖ 15º ao 18º dia: aparecimento do folheto embrionário mesodoblasto –


embrião trilaminar;
❖ 18º ao 21º dia: esboço auditivo, início da inervação, esboço cardíaco e
primeiras ilhotas vasculares;
❖ 14º ao 26º dia: individualização do tubo digestivo e brotação dos
membros;
❖ 28º dia: esboço óptico e circulação embrionária;
❖ 31º dia: migração das primeiras células sexuais;
❖ 33º dia: formação definida dos rins;
❖ 45º dia: diferenciação genital e gônadas;
❖ 49º dia: definição das quatro cavidades cardíacas;
❖ 56º dia: separação dos dedos;
❖ 60º dia: início da diferenciação das vias genitais masculinas e femininas.

3- Principais características do desenvolvimento no período fetal


a) 8 semanas
• Todas as principais estruturas internas e externas já começaram a se
desenvolver. O coração pulsa. Os caracteres faciais tornam-se distintos.
• As mãos e os pés estão formando-se;
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• Os olhos estão abertos;


• Cabeça de tamanho aproximado ao resto do corpo;
• Peso: 5 gramas;
• Comprimento: 30 milímetros.
b) 12 semanas
• Cabeça e corpo são mais proporcionais;
• Braços já de comprimento final relativo
• Pernas pequenas;
• Sexo visivelmente determinado;
• Unhas, dedos e dentes desenvolvendo-se;
• Aparecem reflexos de deglutição e sucção;
• Os rins produzem urina;
• Novas células nervosas constituem-se rapidamente;
• Peso: 45 gramas;
• Comprimento: 8 a 9 centímetros.
c) 16 semanas
• Cabeça ereta e pequena;
• Pernas bem desenvolvidas;
• Esqueleto aparente em raio X, mecônio aparece nos intestinos;
• Peso: 200 gramas / Comprimento: 14 centímetros.
d) 20 semanas
• Pele completamente coberta com lanugo e vernix caseosa;
• Sobrancelhas e cabelos visíveis;
• A mãe sente os movimentos fetais;
• Crescimento rápido do encéfalo;
• O reflexo de apreensão está presente, mas não é vigoroso;
• Peso: 450 gramas / Comprimento: 19 centímetros.
e) 24 semanas
• Pele enrugada e rosada;
• Início de depósito de gordura sob a pele;
• Início de substância surfactante e movimentos respiratórios bem
desenvolvidos;
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• O feto deglute líquido amniótico;


• É capaz de chorar;
• Peso: 800 gramas / Comprimento: 34 centímetros.
f) 28 semanas
• Pele enrugada;
• Cílios presentes;
• Cabelos bem desenvolvidos;
• Começo da descida dos testículos para a bolsa escrotal;
• Reação a estímulos auditivos;
• A sobrevivência é possível, já que os pulmões bem desenvolvidos
permitem trocas gasosas;
• Peso: 1.100 gramas / Comprimento: 37 centímetros.
g) 30 semanas
• Aumento da deposição de gordura subcutânea;
• Peso: 1.300 gramas / Comprimento: 39 centímetros.
h) 32 semanas
• Pele rosada e lisa;
• O lanugo começa a desaparecer;
• As unhas alcançam a extremidade dos dedos;
• A sucção e a deglutição podem ser coordenadas pelo feto;
• Brotos dos mamilos visíveis;
• Peso: 1.600 gramas / Comprimento: 42 a 45 centímetros.
i) 34 semanas
• Reflexo de apreensão desenvolvido;
• Produção da substância surfactante já é regular nos pulmões;
• Pregas plantares são delicadas e pouco distintas;
• Peso: 2.050 gramas / Comprimento: 45 centímetros.

j) 36 semanas
• Perda de quase todo o lanugo ou lanugem;
• Reflexo de apreensão vigoroso;
• Pregas plantares aprofundadas;
31

• Aréola mamária com 1 a 2 mm de diâmetro;


• Grandes lábios bem afastados;
• Bolsa escrotal pequena com poucas pregas.
l) 38 a 40 semanas
• Corpo roliço;
• Pele clara e rosada;
• Orelhas aparecem firmes e eretas;
• Tórax proeminente;
• Glândulas mamárias protusas, aréola com 4 mm ou mais de diâmetro;
• Grandes lábios cobrindo os pequenos lábios;
• Bolsa escrotal cheia, com muitas rugas;
• Os testículos estão na bolsa ou no canal inguinal;
• Peso: 2.950-3.200 gramas / Comprimento: 49 centímetros.

CAPÍTULO XI- GESTAÇÃO


1- Conceito:
É uma modificação fisiológica que ocorre no organismo feminino, quando
está traz consigo o produto da fecundação. É o período que vai da concepção
até a expulsão do feto.
32

2- Localização
Tópica: é a fixação do ovo na parede lateral superior na cavidade uterina;
Heterotópica: é a fixação do ovo em outro local da cavidade uterina;
Ectópica: é a fixação do ovo em outro órgão. Pode ser
• Tubária: na trompa
• Ovariana: no ovário
• Abdominal: na cavidade abdominal.

CAUSAS
DA
GRAVIDEZ
ECTÓPICA

3- Duração:
A gestação dura em média, 37 a 40 semanas.
33

4- Diagnóstico da gravidez
O diagnóstico de gravidez pode ser feito por métodos clínicos,
laboratoriais e ultrassonográficos. Os sinais e sintomas podem ser classificados
como presuntivos, de probabilidade, certeza e positivos de gravidez.

5- Sinais de presunção de gravidez:


São os sinais e sintomas, a partir dos quais surge a suspeita de gravidez.
Sinais:
➢ Amenorreia – ausência da menstruação
➢ Náuseas;
➢ Vômitos matutinos (enjôo matinal);
➢ Ptialismo (secreção abundante de saliva);
➢ Aumento ou diminuição do apetite;
➢ Aversão a odores (cigarros, alimentos, perfumes);
➢ Polaciúria (desejo de urinar com freqüência – comum nos três ou quatro
primeiros meses e nos finais da gravidez);
➢ Alterações das mamas (aumento de tamanho, consistência e
sensibilidade. Os mamilos e aréolas ficam maiores, mais escuros e a rede
venosa mais evidente. tubérculos de Montgomery tornam-se maiores.
Presença de colostro);
➢ Aumento da pigmentação da linha Alba estrias recentes;
➢ Sinal de Chadwick (aspecto arroxeado ou azul escuro da mucosa vulvar
e vaginal.
6- Sinais de probabilidade:
Conceito:
São os sinais e sintomas que atestam modificações físicas características
de gravidez.
Sinais:
➢ Aumento do abdome: (por volta do terceiro ao quinto mês de gestação,
em conseqüência do aumento uterino);
➢ Amolecimento do colo uterino já no início do segundo mês de gestação;
➢ Modificações e aumento das mamas;
34

➢ Alterações observadas na genitália da mulher pelo examinador, mucosa


vaginal com coloração arroxeada;
➢ Provas biológicas positivas (teste de gravidez). Teste imunológico,
pesquisa de gonadotrofina coriônica na urina ou sangue.

7- Sinais de certeza de gravidez:


Conceito:
São sinais que caracterizam a presença do feto.
Sinais:
➢ Confirmada através dos batimentos cardiofetais (BCF), percebidos pela
ausculta com estetoscópio de Pinard ou outros aparelhos;
➢ Movimentação fetal;
Presença do feto pela palpação fetal ou imagem radiológica (ultrassom).
Observação: a ultrassonografia permite observar todas as estruturas do útero
gravídico, como o líquido amniótico, a placenta e o feto, além de calcular a idade
gestacional. Não se conhecem efeitos adversos do ultrassom para o concepto.
8- Modificações do organismo materno:
Modificações sistêmicas
a) Modificações na deambulação (marcha Anserina).
b) Sistema cardiovascular (diminuição da pressão arterial), tendência a
hipotensão e a lipotimia.
c) Circulação cutânea
Aumento da sudorese e do calor.
d) Pressão venosa (nos membros inferiores)
Predisposição a varizes pela sobrecarga circulatória.
e) Volume sanguíneo
Devido o aumento de volume de glóbulos (hemácias), serem maior do que o
volume de plasma sanguíneo, o sangue da gestante apresenta-se “diluído”
determinando a chamada “anemia fisiológica da gestação”.

f) Sistema sanguíneo
Aumento na produção de hemácias, daí a necessidade de suplementação de
ferro e ácido fólico, previne doenças (anomalias e parto prematuro).
35

g) Sistema urinário
Alterações anatômicas e funcionais predispõem a gestante à alta incidência de
infecção urinária.
h) Sistema respiratório
Devido ao maior volume de sangue oxigenado nos pulmões para suprir as
necessidades do feto, e o aumento nas taxas hormonais próprio da gestação,
causa dispnéia na gestante.
i) Sistema digestivo
Aumento do apetite e da sede, náuseas e vômitos, tendência a sangramento
gengival, ao ptialismo e a cáries dentárias.
j) Sistema nervoso
Manifestações como psiquismo, hiperemese, depressão, enxaqueca,
modificações de personalidade, reações maníacas.
k) Pele e fâneros
Aumento na pigmentação da pele: face, cloasmas gravídicos (mancha escura no
rosto). Lanugem e pigmentação geral, vulva e períneo, nariz e linha nigra na
região do abdome, aréola mamária;
Estrias: aparecem após o sexto mês no abdome, nas mamas, nos flancos e na
região sacral e lombar;
Aumento no crescimento nos cabelos e unhas;
l) Ganho de peso
Entre 10 e 12, 5 kg

9- Atividade sexual: o sexo durante a gravidez é permitido, desde que não haja
contraindicão do médico obstetra e a mulher se sinta confortável para ter
relações sexuais. O contato íntimo não machuca o bebê, que está abrigado
dentro do útero.

CAPÍTULO XII- PRÉ - NATAL


Assistência pré - natal
1- Conceito:
36

Pré - natal é a assistência prestada à gestante com o objetivo de atender


as suas necessidades, obtendo, assim, melhores efeitos sobre a saúde da mãe
e do filho.
Observação: a mulher deve procurar o serviço médico caso suspeite de estar
grávida ou se o diagnóstico de gravidez já estiver confirmado para começar a
realização do pré-natal.

2- Objetivo da assistência pré-natal:


Conforme o Ministério da Saúde (BRASIL, 2005, p.8), a assistência pré-
natal tem como objetivo: “acolher a mulher desde o início da gravidez,
assegurando, no fim da gestação, o nascimento de uma criança saudável e a
garantia do bem-estar materno e neonatal”. Diminuir a taxa de mortalidade
materno-infantil; Orientar a gestante em todos os aspectos referentes à
gestação, parto e cuidados com o recém nascido. Exemplos:
• Diagnosticar doenças pré-existentes;
• Encaminhar as gestantes de alto risco para os centros especializados;
• Fornecer apoio social e psicológico;
• Orientações para diferentes tipos de partos (parto normal, parto cesárea
ou parto fórceps);
• Estimular o aleitamento materno;
• Educar para os cuidados com a criança;
• Fazer prevenção e tratamento de doença específica da gestação;
• Acolher a mulher e a família.

Observação: foi criado pela Datasus um software chamado de Sisprenatal, um


sistema de informação, que possibilita o cadastramento e o acompanhamento
de gestantes inseridas no Programa de Humanização do Pré-natal e Nascimento
(PHPN), para melhor monitorar e avaliar as ações.

3- Calendário de consultas no pré - natal


O Ministério da Saúde preconiza no mínimo 6 consultas de pré – natal. A
primeira no primeiro trimestre, a segunda no segundo trimestre e a terceira no
37

terceiro trimestre. Após a 36ª semana, a gestante deverá ser acompanhada


semanalmente, a fim de um acompanhamento para avaliação dos batimentos
cardíacos fetais, altura uterina, pressão arterial e movimentos fetais.
A primeira consulta pré-natal é precedida por história clínica, com atenção
especial para os antecedentes obstétricos, exame físico detalhado e solicitação
de exames laboratoriais de rotina e de imagem, que são:
❖ Tipagem sanguínea;
❖ Papanicolau;
❖ Exame parasitológico;
❖ Hemograma;
❖ Sorologia para sífilis (VDRL);
❖ Urina tipo I (hematúria, piúria);
❖ Teste de tolerância à glicose;
❖ Coombs Indireto;
❖ Sorologia para toxoplasmose;
❖ Anti HIV;
❖ Ultrassonografia (USG).
4- Vacinação antitetânica
Objetivo:
❖ Prevenir o tétano neonatal;
❖ Proteger a mulher contra o tétano acidental.
Uma gestante sem vacinação ou com esquema vacinal incompleto será
considerada imunizada após receber duas doses da vacina antitetânica. (dT –
contra a difteria e o tétano). No mínimo com a segunda dose realizada até 20
dias antes do parto.
Observação: a gestante que não sabe informar se não é vacinada (passado
vacinal), deve fazer esquema completo de três doses, preferencialmente feitas
no 4º, 6º e 8º mês de gestação.
Gestante com vacinação incompleta (fez apenas uma ou duas doses),
completar o total de três doses.
Gestante com vacinação completa e última dose feita há mais de cinco
anos, aplicar uma dose de reforço, tão logo seja possível.
38

Gestante com vacinação completa, sendo que a última dose foi aplicada
há menos de cinco anos, será considerada imunizada, com nenhuma dose a
aplicar.
Para uma gestante de baixo risco, recomenda-se que pelo menos duas
consultas sejam realizadas pelo médico, uma no início da gestação e outra entre
a 29ª e a 32ª semana de gestação. Caso o nascimento não ocorra até 7 dias
após a data provável do parto, a gestante deverá ter uma outra consulta médica.
5- Consultas e roteiro de atendimento
A história clínica deverá incluir:
❖ Recepção e identificação da paciente: nome, cor, estado civil,
profissão, procedência, primigesta adolescente ou idosa;
❖ Multípara: possui outros filhos, não é a primeira gestação;
❖ Dados socioeconômicos e culturais: motivo da consulta? O que foi
fazer no hospital? O que está sentindo? Sintomas objetivos e subjetivos.
Antecedentes familiares (diabetes, hipertensão, sífilis, hemofilia, má
formação congênita, presença de gemilares), doenças infantil já
adquirida, quedas, transfusões, alergias;
❖ Antecedentes ginecológicos: ciclo menstrual, métodos contraceptivos,
doenças sexualmente transmissíveis, cirurgias ginecológicas, mamas,
último preventivo de mama realizado;
❖ Sexualidade: início da atividade sexual, desejo sexual, orgasmo,
dispareunia (dor na relação), sexualidade na gestação atual, (deve ser
normal, desde que não aja contra-indicação médica);
❖ Antecedentes obstétricos: números de gestações, números de parto,
números de abortamentos, números de filhos vivos, idade da primeira
gestação, intervalo entre gestações, número de recém - nascidos pré-
termos e pós - termos, de baixo peso (menos de 2.500g), com mais de
4.00 g, com icterícia, complicações em gestações e puerpério anteriores,
data da última menstruação (DUM - qtid. / duração), data provável do
parto (DPP) e idade gestacional (IG).
6- Cálculo da idade gestacional (IG)
É o cálculo realizado para descobrir a idade do embrião ou do feto em
semanas, contadas a partir da data do início do último período de menstruação.
39

A partir da data informada pela gestante, contam-se os dias para


completar o mês. Depois, contam-se os meses até chegar os meses até a data
atual. Veja o exemplo:
Data atual: (31/07/2016)
Data da última (menstruação (DUM): 07/01/2016
• 24 dias → Janeiro
• 29 dias → Fevereiro
• 31 dias → Março
• 30 dias → Abril
• 31 dias → Maio
• 30 dias → Junho
• 31 dias → Julho
Com os meses contados, somam-se todos os dias e divide-se por 7, que
representa uma semana.
• 24 dias → Janeiro
• 29 dias → Fevereiro
• 31 dias → Março 206 7

• 30 dias → Abril 29,4

• 31 dias → Maio 30

• 30 dias → Junho 2

• 31 dias → Julho A idade gestacional é 29 semanas é 4/7.

7- Cálculo da Data provável do Parto (PPP)


Para se obter a data provável do parto (DPP), é utilizada a regra de
Naegele, em que se juntam 7 dias ao primeiro dia da última menstruação. Nos
meses de janeiro e março somam-se 9 meses. No estante dos meses, subtraem-
se 3 meses. Exemplo:
07/01/2016
+7+9
DPP: 14/10/2016

8- Idade Gestacional (IG)


40

A idade gestacional é o tempo, medido em semanas e em dias, decorrido


desde o início da última menstruação (DUM).

9- Classificação da IG
Essa classificação possibilita a avaliação do crescimento intra uterino,
uma vez que de acordo com a relação entre o peso e a IG os bebês são
classificados como:

▪ Adequados para a Idade Gestacional (AIG): em nosso meio, 90 a 95% do


total de nascimentos são bebês adequados para a IG;
▪ Pequenos para a Idade Gestacional (PIG): esses bebês sofreram
desnutrição intra uterina importante, em geral como consequência de
doenças ou desnutrição maternas;
▪ Grandes para a Idade Gestacional (GIG): frequentemente os bebês
grandes para a IG são filhos de mães diabéticas ou mãe Rh negativo
sensibilizadas.
10- Exame físico:
Geral: peso e estado nutricional, estatura, frequência do pulso arterial,
temperatura, pressão arterial, inspeção da pele e das mucosas, palpação da
tireóide, consulta cardiopulmonar, exame do abdome e dos membros
inferiores – pesquisa de edema;
Ginecológico: medida da altura uterina (AU), ausculta dos batimentos
cardiofetais (BCF, após 20ª semana), inspeção dos órgãos genitais externos,
coleta de material para exame, colpocitológico (preventivo de câncer) e toque
vaginal.

11- Avaliação do estado nutricional - (fatores nutricionais)


O objetivo principal da avaliação nutricional da gestante é identificar os
casos de risco. O ganho de peso normal durante a gestação é de 10 a 12, 5 kg.
12- Os grupos de risco são:
❖ As que estão abaixo do seu peso ideal (risco de desnutrição para a mãe
e o feto);
41

❖ As mulheres obesas, (que podem estar mal nutridas e necessitar de


orientação para comer alimentos de qualidade ao invés de quantidade
exageradas de calorias;
❖ As que não ganham peso ou as que ganham peso igual ou inferior a 1 kg
por mês;
❖ As que ganham mais de 3 kg por mês;
❖ As vegetarianas;
❖ As adolescentes, pois necessitam de alimentos para seu próprio
crescimento e para o do feto;
❖ As múltigrávidas com gestações espaçadas;
❖ As de baixa renda;
❖ As mulheres sadias, mas mal informadas sobre a alimentação correta.

13- Necessidades alimentares


❖ Alimentos indicados
❖ Carne, leite, ovos, queijos, legumes, vegetais e frutas, ricos em proteínas.
❖ Alimentos contra-indicados
❖ Massas, doces, condimentos e sal.

14- Cuidados com a mama e tipos de mamilos na gravidez

14.1- Cuidados com a mama:


Logo no primeiro trimestre da gravidez, uma das transformações mais
visíveis no corpo da gestante consiste no aumento do tamanho dos seios
preparando-se para o período de amamentação.
Para evitar que o maior volume dos seios cause desconforto, aconselha-se o uso
de um sutiã adequado e confortável, com alças largas e sem armação. Com o
peito melhor sustentado, evita-se a pressão excessiva sobre os ombros,
prevenindo ainda a flacidez e as estrias.
Durante a gestação, a aréola do peito já se modifica para receber a boca do
bebê. Ela fica mais escura e a pele dessa região um pouco mais grossa e menos
sensível. Para ajudar a gestante, orientá-la a tomar sol na região durante 15
minutos por dia, evitando o sol das 10h da manhã até as 16h.
42

Massagear os seios regularmente, sobretudo durante ou após o banho, com


movimentos circulares suaves, é outro dos contributos para aliviar a tensão do
peito.
Já a prevenção das estrias e a hidratação da pele dos seios podem ainda ser
alcançadas com recurso a cremes especificamente indicados para a gravidez.

14.2- Tipos de mamilos:


• Mamilo NORMAL
• Mamilo COMPRIDO
• Mamilo PLANO
• Mamilo INVERTIDO

15- Assistência de enfermagem no pré-natal


43

❖ Valorizar as necessidades da cliente, vendo-a como um todo (sob o


aspecto emocional, físico, social e espiritual);
❖ Desenvolver atividades educativas individuais e coletivas, abordando os
seguintes temas:
❖ Importância do controle pré-natal (conscientizar a gestante da importância
da assiduidade as consultas;
❖ Orientação higiênico-dietética;
❖ Sinais e sintomas do parto;
❖ Desenvolvimento da gestação;
❖ Preparação para o parto;
❖ Aleitamento materno;
❖ Alojamento conjunto.
❖ Cuidado com o recém nascido.
16- Cuidados de enfermagem no pré-natal
16.1- Fazer matrícula da gestante:
▪ Através de uma atitude simpática e compreensiva, conseguir dados
precisos;
▪ Conscientizar a gestante da importância da assiduidade às consultas;
▪ Orientar a gestante sobre o serviço pré-natal, dias de consulta e horários;
▪ As consultas pré-natais são geralmente mensais até o 7º mês; e
quinzenais do 7º ao 8º mês, e sempre que se fizerem necessárias
▪ Verificar os sinais, verificação de peso, de estatura e principalmente da
pressão arterial que deve ser rigorosamente acompanhada durante a
gestação;
▪ Tarar a balança;
▪ Pedir à gestante que retire os sapatos;
▪ Ajudá-la a subir na balança;
▪ Marcar o cartão de aprazamento, chamando a atenção da gestante para
a próxima consulta;
▪ Encaminhar a gestante para o exame, orientando-a sobre o que será feito;
▪ Preparo da gestante para exame físico, solicitando que esvazie a bexiga;
▪ Colocar a gestante na posição para o exame, tendo o cuidado de não
deixá-la exposta;
44

▪ Atender as solicitações do médico ou do enfermeiro;


▪ Ajudar a gestante a subir e descer da mesa obstétrica, dando-lhe apoio
físico para evitar quedas;
▪ Manter em ordem o material necessário para os exames (estetoscópio de
Pinard, fita métrica, luvas de toque, esfigmomanómetro e estetoscópio,
espéculos, lâminas para citologia, espátulas de Ayres, lençóis limpos
etc.);
▪ Limpar, desinfetar, arrumar e completar a sala de exame;
▪ A mesa obstétrica deve ser forrada convenientemente com material
individual.
16.2- Outros cuidados que a gestante deve ter no pré-natal
• Evitar fazer viagens longas. Caso sejam inevitáveis, peça orientação e
autorização ao seu médico. No caso afirmativo, procure ir devagar e faça
paradas para descansar.
• Não fumar em hipótese alguma. O fumo na gravidez é danoso ao bebê.
• Repousar sempre que possível.
• Manter uma atividade normal, sem fazer esforços excessivos. A prática
de esportes leves é permitida. Evite uma vida muito sedentária.
• Colocar os pés para cima e descansar sempre que possível, evitar o
estresse.
17- Sinais de alarme durante a gravidez
• Perda de sangue vaginal, em qualquer momento da gravidez, mesmo que
ligeira.
• Perda de líquido amniótico (ruptura da bolsa de água).
• Corrimento vaginal com prurido ou ardor.
• Dores abdominais persistentes (dor ou cãibras na parte inferior do
abdome).
• Arrepios, febre ou vertigens.
• Aumento ou diminuição na produção de urina ou ardor quando urina.
• Náuseas, vômitos e/ou diarréia em excesso e frequêntes.
• Dores de cabeça fortes ou contínuas.
• Perturbações da visão.
• Qualquer doença ou infecção.
45

• Diminuição dos movimentos fetais – a partir da 35ª semana da gravidez,


deverá estar atenta aos movimentos fetais devendo registrá-los no
seu Boletim de Saúde da Grávida. Deve sentir o seu bebê a mexer pelo
menos 10 vezes durante o período de 12 horas, a contar das 9 da manhã.
• Contrações – se sentir contrações, antes da 37ª semana da gravidez,
poderá ser um sinal de que o seu bebê pode nascer antes do tempo. No
final da gravidez, as contrações são regulares, com intervalos de 10
minutos ou menos.

CAPÍTULO XIII- COMPLICAÇÕES MAIS COMUNS NA GRAVIDEZ E NO


PARTO
1- Abortamento:
Conceito:
É a expulsão do produto da concepção antes de 22 semanas de gestação.
Causas:
➢ Fatores ovulares;
➢ Ginecopatias; • drogas
➢ Placentopatias; Outros fatores • alcoolismo
➢ Anemias graves; • tabagismo
➢ Infecções crônicas;
➢ Desnutrição;
➢ Processos neoplásicos;
➢ Fatores hormonais.
Sinais e sintomas: hemorragias; contrações uterinas.

2- Tipos de abortos
❖ Espontâneo: acontece sem qualquer interferência externa;

❖ Provocado ou induzido: ocorre em decorrência da destruição (por meio


de sucção, de injeção de substâncias tóxicas na cavidade uterina, de
curetagem etc.) do ovo sadio e normalmente implantado pode ser:
• Terapêutico – no caso de estupro e de risco de vida materna;
• Criminoso – não existe indicação legal.
46

3- Assistência de enfermagem:
• Manter a paciente em repouso e aquecida;
• Verificar e registrar os sinais vitais;
• Observar e registrar o sangramento vaginal (quantidade, aspecto, cor e
odor);
• Observar e comunicar á enfermeira ou ao médico, caso a paciente
apresente sinais de choque;
• Administrar medicação prescrita;
• Fazer a tricotomia pubiana;
• Fazer balanço hídrico;
• Prestar cuidados na transfusão de sangue;
• Observar, anotar e guardar o material expelido, par mostrar ao médico;
• Preparar a sala para a curetagem;
• Preparar a paciente, dando-lhe apoio emocional;
• Encaminhar a paciente para a sala de curetagem.
Observação: Curetagem é a limpeza da cavidade uterina com a cureta, para
retirar restos ovulares. Quando feita com a mão, chama-se curagem.

4- Fatores de risco na gravidez:


• Mulher de estatura baixa (menos de 1,5 m);
• Com menos de 16 ou mais de 40 anos de idade;
• De classe socioeconômica baixa;
• Com hábitos tabágicos ou alcoólicos;
• Com consumo de drogas ilícitas;
• Obesa;
• Com Rh negativo;
• Sofrendo de diabetes;
• Cardiopatia;
• Hipertensão arterial crônica ou infertilidade prévia;
• História de gravidez gemelar;
• Morte fetal ou parto pré-termo nos antecedentes;
• Cesariana anterior;
47

• Hemorragia durante a gravidez;


• Sorologia positiva para sífilis ou HIV;
• Hidrâmnios (Quantidade exagerada de líquido amniótico);
• Atraso de crescimento do feto;
• Placenta mal (baixamente) inserida;
• Malformações fetais nos antecedentes;
• Falta de vigilância pré-natal...

5- Doença hipertensiva específica na gravidez (DHEG)


É o desenvolvimento de hipertensão com ou sem proteinúria e edema,
que se instala após a 20ª semana de gestação, ou antes, (na doença
trofoblástica gestacional) e no puerpério.
Observação: em 50% dos casos de hipertensão são sintomas de toxemia
gravídica.

5.1- Toxemia gravídica:


Conceito:
É a doença hipertensiva específica da gravidez, causada pelo espasmo
arteriolar que provoca distúrbios circulatórios da parede vascular, reduzindo a
irrigação dos tecidos. Ocorre após a 20ª semana de gestação.

5.2- Formas clínicas da Toxemia Gravídica: (Pré-Eclampsia e Eclampsia)


Sintomas da pré eclampsia e da eclampsia
Na Pré-Eclampsia, a paciente apresenta hipertensão, proteinúria e em alguns
casos, edema. (PA 114 x 90 mmHg).
Na eclampsia, a paciente apresenta:

Perturbações cerebrais: obnubilação, torpor, confusão mental, convulsões e


coma.
Perturbações visuais: escotomas cintilantes, fotofobia, diplopia.
48

Perturbações gastrointestinais: vômitos, diarréia, cefaléia, náusea,


irritabilidade.
Perturbações renais: oligúria, podendo chegar à anúria e à anasarca.
• Diastólica igual ou superior a 110 mmHg.
• Pulso superior a 120 bpm

5.3- Assistência de enfermagem


➢ Observar repouso, de preferência em DLE;
➢ Manter vigilância constante;
➢ Controle dos sinais vitais, principalmente PA e BCF;
➢ Manter ambiente calmo e em penumbra;
➢ Medir diurese
➢ Em caso de convulsão ou coma:
➢ Retirar prótese;
➢ Proteger a língua;
➢ Fazer balanço hídrico rigoroso, com diurese de hora em hora;
➢ Cateterismo vesical, sob prescrição médica;
➢ Colocar grades em cama;
➢ Fazer contenção;
➢ Preparar a sala de parto ou centro cirúrgico, de acordo com as ordens
médicas;
➢ Preparar a paciente para o parto;
➢ Administrar medicação, segundo prescrição médica.
OBS: caso uma gestante com 30 semanas, queixar-se de tontura, dispnéia e
pele pálida, a primeira ação do técnico de enfermagem é colocá-la em decúbito
lateral esquerdo e solicitar a presença do enfermeiro.

5.4- Placenta Prévia –(PP)


49

Conceito:
É a implantação baixa da placenta na cavidade uterina.
Causas:
• Endometrite, peristaltismo exagerado da trompa uterina;
• Lesões uterinas etc.
Sintomas:
• Pequenas hemorragias frequêntes (sangue vivo);
• Sofrimento fetal: BCF abaixo de 120 bpm.
Assistência de enfermagem:
• Observar repouso;
• Observar e anotar as perdas sanguíneas (quantidade, aspectos, cor e
odor);
• Controlar sinais vitais e BCF;
• Prestar cuidados na transfusão de sangue;
• Preparar a sala de parto ou centro cirúrgico, de acordo com as ordens
médicas;
• Preparar a paciente para o parto;
• Prestar apoio emocional à pacientes e familiares.

5.5- Deslocamento Prematuro da Placenta – (DPP)


50

Conceito:
É o deslocamento da placenta normalmente implantada, antes do parto.
Pode ser parcial ou total.
Causas:
Manobra do feto intra-útero;
Acidentes;
Eclâmpsia etc.
Sintomas:
• Hemorragia (sangue vivo);
• BCF imperceptível.
Assistência de enfermagem:
• Observar repouso, para evitar estímulos uterinos que causariam
contrações e levariam a um deslocamento total;
• Observar e anotar as perdas sanguíneas (quantidade, aspectos, cor e
odor);
• Verificar sinais vitais e BCF;
• Preparar a sala de parto;
• Administrar a medicação prescrita.
5.6- Amniorexe prematura:
51

Consiste na rotura das membranas antes do início do trabalho de parto. É


responsável pela maioria dos casos de infecção puerperal, está situação
aumenta a mortalidade materna e perinatal, advinda da possibilidade de infecção
da cavidade uterina.
Assistência de enfermagem:
• Atenção às queixas da paciente;
• Tranquilizar a paciente;
• Manter roupas de cama sempre limpas;
• Administrar medicação conforme prescrição;
• Anotar eliminações por via vaginal;
• Verificar os sinais vitais;
• Controle da temperatura.
5.7- Outras:
Diabetes Gestacional
A mulher desenvolve a diabetes, somente no período de gestação. Não
há uma causa específica. É uma doença do sistema endócrino causada por
diversos fatores, um deles é a gravidez. Podendo desaparecer ou continuar após
o parto. Alguns fatores contribuem para o aparecimento da doença, como:
obesidade, hereditariedade, traumatismo, dentre outros.
Hiperêmese Gravídica:
A mulher apresenta vômitos incontroláveis, principalmente no 1º trimestre
de gestação e desidratação, devido a distúrbios metabólicos. Ocorre quando as
náuseas e vômitos na gravidez intensificam-se, tornando-se uma sintomatologia
grave, o que requer hospitalização. É atribuído à fatores alérgicos e endócrinos.
A primiparidade é fator predisponente.
Sinais e sintomas:
• Náusea e vômitos persistentes, impossibilitando, muitas vezes, qualquer
ingesta;
• Epigastralgia;
• Soluços;
• Pirose gástrica;
• Sede intensa;
• Perda de peso;
52

• Desidratação;
• Deficiência nutricional.
Observação: em casos não tratados, instala-se Cetose, icterícia, febre e neurite
periférica, levando a gestante à morte hepatorrenal.
Tratamento:
• Combate ao enjôo matinal;
• Hospitalização;
• Repouso;
• Alimentação parenteral;
• Combate à desidratação;
• Vitaminoterapia;
• Uso de tranqüilizantes, sedativos, anti-histamínicos, conforme prescrição
médica;
• Balanço hídrico rigoroso;
• Acompanhamento psicológico.
Assistência de enfermagem:
• Manter a paciente em repouso;
• Observar as infusões venosas;
• Controlar as náuseas e os vômitos;
• Anotar líquidos ingeridos e os eliminados;
• Observar a aceitação da dieta, que deve ser conforme a prescrição
médica;
• Providenciar material para a higiene oral, sempre que necessário;
• Verificar os sinais vitais.
Psicose Puerperal:
A mulher, após o parto, pode descompensar-se emocionalmente e
psiquicamente e apresentar um quadro psicótico.
Mola Hidatiforme: também conhecida por gravidez molar, é uma complicação
gestacional que pode levar problemas graves para a mãe se não for tratada
adequadamente. (degeneração cística, semelhantes a um cacho de uva).
Causas: desconhecida.
Sinais e sintomas:
• Náuseas e vômitos frequêntes;
53

• Útero de consistência mole;


• Hipertensão, edema, proteinúria, antes das 24 semanas;
• Ausência de BCF, esqueleto e movimentos fetais, entre outros.

Tratamento:
• Acompanhamento clínico;
• Esvaziamento uterino;
• Quimioterapia.
Assistência de enfermagem:
• Apoio psicológico;
• Observar e registrar as perdas vaginais;
• Observar os sinais de choque e comunicá-los imediatamente à enfermeira
ou ao médico;
• Verificar e registrar os sinais vitais.

CAPÍTULO XIV- PATOLOGIAS AMNIÓTICAS (ALTERAÇÕES NO VOLUME


DO LÍQUIDO AMNIÓTICO)
1- Conceito: é uma patologia do líquido amniótico caracterizada pela
alteração da quantidade normal de líquido amniótico, essa quantidade varia
entre 500 a 1700 ml. Causa desconhecida, associada a malformações fetais e a
gestações complicadas. São elas:

1.2- Polihidrâmnio: é o volume excessivo de líquido amniótico;

Diagnóstico: observação clínica

✓ Desconforto respiratório;

✓ Dificuldade na ausculta;

✓ Atonia uterina e outras.

Tratamento: faz-se a retirada do excesso de líquido pela amniocentese, quando


as condições maternas exigirem e é um procedimento realizado pelo médico.

1.3- Oligoâmnio: é a redução do volume do líquido amniótico.


54

Diagnóstico: raramente determinado.


• Observa-se um volume uterino pequeno;

• Certifica-se pelo pequeno escoamento de líquido configurando-se o


chamado parto seco.

2- Gestação múltipla: a gestação múltipla, gestação ou gemelar é aquela em


que ocorre a formação de mais de um feto simultaneamente. A incidência de
gravidez gemelar é de 1 para cada 80 gestações. O aumento das chances de
gravidez gemelar está associado a histórico familiar, alimentação e tratamento
para a infertilidade.

3- Trabalho de parto prematuro


É aquele desencadeado antes da 37ª semana de gestação, entre a 22ª e
36ª, ou seja, com menos de 259 dias contados a partir do primeiro dia do último
período menstrual. Causas multifatoriais e fatores predisponentes como:
➢ Condições sociais;

➢ Não realização de pré-natal ou assistência precária;

➢ Processos infecciosos.
55

3.1- Manifestações clínicas:


➢ Contrações uterinas regulares;

➢ Alterações progressivas no colo uterino;

➢ A amniorexe pode estar ou não presente.

3.2- Assistência de enfermagem:


➢ Manter repouso, preferencialmente em DLE;

➢ Administrar as medicações prescritas;

➢ Verificar a dinâmica uterina e BCF regularmente;

➢ Observar e registrar as eliminações por via vaginal.

4- Aspectos psicológicos da gestação


A mulher gestante, durante o ciclo gravídico-puerperal (época
considerada de transição, devido a mudanças que a atingem nos aspectos
fisiológico, psicológico e social), enfrenta uma crise caracterizada pela
reativação de seus conflitos com suas figuras parentais.
Nesse período da vida da mulher, é comum a presença de sentimentos
de angústia e conflitos ligados à sexualidade, à identidade sexual e ao ego. A
gestante apresenta uma ampla variedade de emoções, como introversão e
passividade, mudanças bruscas de humor, inquietação, preocupação e
depressão, que são reflexos da ansiedade que sente.

CAPÍTULO XV- PUERPÉRIO


1- Conceito: o puerpério tem início após o 4º período do parto, ou seja,
40 dias após o parto e é destinado à regressão do organismo materno às
condições pré-gestacionais.
Segundo o Ministério da Saúde (MS), o puerpério é o período gravídico-
puerperal em que as modificações locais e sistêmicas, provocadas pela gravidez
e parto no organismo da mulher, retornam à situação do estado pré-gravídico.

2- Assistência de enfermagem no puerpério: Cabe à equipe de enfermagem


receber a paciente em leito e ambiente adequadamente preparados:
56

❖ Desinfecção geral da unidade;


❖ Cama de operado;
❖ Suporte para soro;
❖ Verificação e registro dos sinais vitais (PA, P, T);
❖ Ruídos minimizados ao máximo.
2.1- Dar atenção especial quanto:
❖ Aos lóquios: são secreções eliminadas pelo útero no pós parto, tem
aspecto sanguinolento no início, passando a serossanguinolento e,
depois, seroso. É importante avaliar as quantidades eliminadas, bem
como aspecto e odor.
2.2- Características dos lóquios:
3º / 4º dia – vermelho vivo (hemáticos) e em quantidade abundante;
5º / 10º dia – rosados/acastanhados (sero-hemáticos) e em quantidade
moderada;
10º dia – pasta esbranquiçada (serosos) e o fluído é escasso.

❖ Às mamas: encontram-se semitúrgicas e secretam um líquido amarelo,


o colostro, que o recém nascido poderá sugar logo após o parto. A
secreção do leite inicia-se pelo 2º ou 3º dia.
❖ À vagina: a vagina após o parto, gradativamente, o edema desaparece e
a mucosa vai tornando uma coloração rósea. Observar sangramento.
❖ Ao útero: após o parto o útero toma uma consistência firme (denominada
globo de segurança de Pinard) e começa a involuir.
❖ À involução uterina: no 1º dia pós-parto ele deve se encontrar perto do
umbigo. Depois diminui dois dedos por dia, até que, por volta, do 10º dia
encontra-se escondido.
❖ Ao períneo: para se evitar ruturas perineais, faz-se a episiotomia para
aumentar o orifício. Terminando o 2º e o 3º períodos do parto é feita a
ráfia no lugar da incisão.
Observação: verificar se houve episiorrafia, em caso positivo fazer curativo com
antisséptico após a devida higienização. Registrar e comunicar qualquer
anormalidade.
57

❖ À dieta: devem ser oferecidos alimentos à paciente, assim que ela


manifeste desejo de ingeri-los.
❖ À deambulação: o repouso é importante no pós-parto, porém, a paciente
deve ser incentivada a movimentar-se, inicialmente, no leito e,
posteriormente, fora dele (conforme suas condições gerais).
❖ Aos membros inferiores: observar e registrar a presença de varizes e/ou
de edema.
❖ Ao intestino: a paciente evacua normalmente 1 a 2 dias após o parto,
variando em função da realização ou não de clister, bem como de seu
efeito.
❖ À volta da menstruação: o restabelecimento do ciclo menstrual é
variável, estando relacionado com a amamentação.

3- Classificação do puerpério, de acordo com o Ministério da Saúde


É dividido em: Puerpério imediato (1º ao 10º dia);
Puerpério mediato (11º ao 42º dia);
Puerpério tardio (a partir do 11º ao 45º dia).

4- Cuidados imediatos: São prestados durante as duas primeiras horas após o


parto.

❖ Verificar sinais vitais, para detectar sinais de choque;

❖ Observar sinais de hemorragia: pressão arterial, mal estar, sudorese


abundante, náuseas, vômitos, lipotimia,
calafrios, agitação, útero amolecido
acima da cicatriz umbilical;
❖ Verificar a presença de sangramento com grande intensidade por via
vaginal, inspecionar o globo de segurança de Pinard, estar atento a
ocorrência de hipotensão e sudorese intensa.
❖ Chamar o médico ou enfermeira obstétrica, caso haja alguma
anormalidade;
58

❖ Observar as eliminações;
❖ Observar o comportamento psicológico (psicose puerperal);
❖ Manter o ambiente tranqüilo para que a puérpera possa repousar;
❖ Verificar a prescrição médica e administrar os medicamentos e
tratamentos prescritos e de rotina.
4.1- Cuidados mediatos: São prestados, durante a permanência da puérpera
no hospital.

❖ Verificar sinais vitais;


❖ Ajudar a puérpera a levantar-se, pois, ao fazê-lo, pela primeira vez, após
o parto, poderá apresentar lipotimia;
❖ Auxiliar a puérpera no banho e lavagem dos cabelos;
❖ Na puérpera episiotomizada, fazer lavagem externa após o banho e
sempre que ela urinar ou evacuar, aplicar antisséptico no local da
episiotomia;
❖ Observar os lóquios, que são secreções uterinas que se apresentam
sanguinolentas nos dois primeiros dias, sero-sanguíneas entre os 3º e 5º
dias, e serosas até o 8º dia;
❖ Medir diariamente o fundo do útero. Após o parto, a puérpera continua a
ter contrações que ajudam na involução do útero;
❖ Observar a alimentação, que deve ser normal.

5- Cuidados com a puérpera de parto cesárea


❖ Prestar cuidados pós-operatórios imediatos;
❖ Posicionar a mulher em decúbito dorsal horizontal;
❖ Observar sangramento pós-parto, tanto da genitália quando da incisão
cirúrgica;
❖ Após a retirada do feto, colocar o recém-nascido em contato com a mãe,
pele a pele;
❖ Clampear cordão umbilical;
❖ Verificar diurese. A puérpera com sonda vesical, no mínimo, por 6 horas;
❖ Estimular a deambulação precoce. A puérpera poderá levantar-se 12
horas após o parto, se auxiliada, com encaminhamento para o banho de
aspersão e uso do sanitário. Sempre antes de propiciar a deambulação,
é recomendado colocar a paciente sentada e aguardar aproximadamente
59

5 minutos, pedindo que ela respire lentamente, tentando evitar a


hipotensão postural;
❖ Iniciar antibioticoterapia conforme prescrição médica;
❖ Proteger curativo com impermeável na hora do banho;
❖ Providenciar alimentação líquida, variando de 6 á 12 horas após o parto;
❖ Estimular e orientar a amamentação, elas devem oferecer as mamas ao
recém nascido, de forma alternada, garantindo, assim o seu bom
esvaziamento.
6- Complicações no puerpério:
A puérpera deve receber atenção continuada, a fim de se detectar,
precocemente, qualquer uma das complicações abaixo descritas.
6.1- Hemorragia puerperal: é a perda superior a 500 ml de sangue durante ou
após a dequitação. A prevenção é feita antes do parto, como por exemplo,
tratamento de doenças como a anemia.
Assistência de enfermagem: no geral, este atendimento é feito ainda na sala
de parto, por meio de orientação e prescrição médica. O profissional de
enfermagem deve:
• Monitorar os sinais vitais (PA e P);
• Sangramento da paciente (quantidade de sangue eliminado;
• As transfusões realizadas;
• As infusões venosas;
• Higienização.
6.2- Ingurgitamento mamário: é o acúmulo de líquidos nas mamas,
deixando-as edemaciadas, quentes, sensíveis e latejantes. As orientações
de enfermagem são:
• Orientar para utilizar sutiã de amamentação com boa estrutura de
sustentação;
• Orientar e questionar diariamente: se o RN está sugando bem, se as
mamas estão túrgidas, endurecidas e sensíveis;
• Orientar para realizar, se necessário a ordenha manualmente.
Tratamento: compressas quentes antes das mamadas e no esvaziamento
depois delas;
• Compressas frias, após esvaziamento;
60

• Manter as mamas elevadas, por meio de sutiã ajustado.


6.3- Fissuras do mamilo: são ferimentos que surgem nos mamilos
decorrentes de sucção pelo bebê, em geral, devido à pega inadequada.
Tratamento: preparar o mamilo para a amamentação:
• Massagens para a formação do bico nos casos de mamilos planos ou
umbilicados;
• Exposição diária ao sol, durante a gravidez;
• Após a instalação do quadro, manter os mamilos secos e expô-los ao sol.

Assistência de enfermagem:
• Incentivar a amamentação e o banho de sol de 8:00 às 10:00 e após as
16:00 hs, (mamilo com fissura);
• Orientar par não utilização de produtos que retirem a proteção natural do
mamilo;
• Orientar para evitar protetores intermediários de mamilo (bico de silicone);
• Orientar para iniciar a mamada sempre pela mama menos afetada.
6.4- Mastites: são afecções inflamatórias das mamas. A mastite puerperal é a
que acomete a glândula mamária no período da lactação.
A paciente apresenta ingurgitamento mamário, sinais de inflamação e dor
intensa na mama acometida, febre e, às vezes, calafrios.
Tratamento: aplicação de compressa, analgésicos e antibióticos, quando
prescritos.
Orientação da enfermagem:
• Incentivar a amamentação;
• Ordenha manual, se necessário.
6.5- Infecção puerperal: é qualquer infecção que se instale no aparelho
reprodutor feminino no período pós- parto. Pode ser atribuída a falta de assepsia
na técnica e/ou no instrumental utilizado, ou, ainda pode estar relacionada a
qualquer foco infeccioso preexistente.
Sinais e sintomas:
• Febre, calafrios, anorexia;
• Lóquios purulentos e com odor fétido;
• Cefaléia e mal-estar geral.
61

Tratamento: é à base de antibióticos, analgésicos e antitérmicos.


Assistência de enfermagem:
• Verificar e anotar a temperatura da puérpera a cada duas horas;
• Administrar os medicamentos prescritos;
• Estimular a mobilização e deambulação;
• Anotar presença de secreção;
• Aspecto do lóquios, odor e quantidade do líquido drenado;
• Dar atenção;
• Auxiliar na higiene íntima da puérpera, orientá-la a não utilizar papéis
higiênicos após as eliminações vesico-intestinais e sim higienizando com
água e sabão evitando aumento da lesão local.

6.6- Flebite: é o processo inflamatório da parede dos vasos.


Essa complicação pode ser evitada mediante a mobilização dos membros
inferiores e a deambulação precoce no pós-parto.
Sinais e sintomas:
• Elevação da temperatura;
• Câimbras ou dores na panturrilha;
• Taquisfigmia;
Assistência de enfermagem:
• Incentivar e auxiliar, caso necessário na deambulação e esta atenta às
queixas da paciente.

6.7- Deiscência de sutura: é a abertura dos pontos da sutura. Pode ocorrer


tanto nos pontos superficiais como nos profundos.
É importante observar, diariamente, se as condições da ráfia e, ao constatar-se
o quadro acima descrito, comunicar ao médico.
Assistência de enfermagem:
• Incentivar a higienização perineal;
• Orientar quanto ao repouso;
• Fazer curativo perineal.
62

6.8- Depressão pós-parto: caracterizada por: tristeza, irritabilidade, tensão,


isolamento, dificuldades de concentração, auto-depreciação e pessimismo.
Inicia-se normalmente entre o 2º e o 3º mês pó-parto e perdura durante meses
(geralmente 3 ou 4 meses).
É uma situação que necessita de ajuda especializada, e surge devido à
vários fatores, como: imagem corporal alterada, dor, mudanças de rotinas e
consequente falta de tempo para cuidar de si, mudanças de papéis (passa de
grávida para mãe), e cansaço.
Assistência de enfermagem:
• Manter a observação direta e constante, atentar aos relatos verbais sobre
pensamentos suicidas ou obsessivos;
• Acolher a mãe, esclarecendo suas dúvidas sobre como cuidar do recém-
nascido;
• Estabelecer e manter condições de tranqüilidade e de sono para a mãe;
• Encorajar a expressão de sentimentos e pensamentos.

CAPÍTULO XVI- AMAMENTAÇÃO


1- Conceito: A amamentação é definida como o ato de o bebê receber o
leite materno (da mãe ou de outra pessoa) diretamente da mama ou extraído
dela.
A amamentação exclusiva é definida como ato de o bebê receber o leite
materno (da mãe ou de outra pessoa) diretamente ou extraído dela, e nenhum
outro líquido ou sólido à exceção de suplementos vitamínicos ou medicamentos
que tenham prescrição médica.
Observação: A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que os bebês
recebam o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade. Após 6
meses, a criança deverá receber alimentação complementar, juntamente com o
leite materno, com a finalidade de suprir as necessidades nutricionais da criança.
A amamentação traz benefícios não só nutricionais para o bebê, mas
também para a mulher que amamenta. Dentre os benefícios para o bebê estão:
• Redução da mortalidade infantil;
• Redução do número de diarreias, infecções respiratórias, alergias;
63

• Redução da probabilidade de problemas futuros como o Diabetes,


Obesidade, colesterol alto e hipertensão.
Já os benefícios maternos são:
• Proteção contra o câncer de mama;
• Proporciona menor custo financeiro com a alimentação da criança;
• Reduz a perda de sangue pós-parto;
• Redução de peso e realização pessoal.
-Um dos mais importantes benefícios para ambos é o vínculo afetivo criado
durante as amamentações.
OBS: existem raras situações que contraindicam a amamentação, tais como:
mulheres portadoras de HIV, com neoplasias mamárias e distúrbios psiquiátricos
graves.
2- Orientações de enfermagem na técnica para a boa amamentação
2.1- Posição da mãe: a mãe deve escolher a posição para amamentar seu filho,
de acordo com o conforto e a preferência. Dentre as posições, temos: deitada,
sentada ou em pé;
2.2- Posição do bebê: o corpo do bebê deve estar inteiramente de frente para
a mãe (barriga com barriga), devendo estar alinhado à cabeça e à coluna em
linha reta;
2.3- Boa pega: a boca do bebê deve estar de frente para o bico do peito. A mãe
deve apoiar com o braço e a mão o corpo e o bumbum do bebê, aproximando
assim a boca do bebê ao peito para que ele possa abocanhar. O queixo do bebê
deve tocar o peito da mãe durante a amamentação. A pega adequada da boca
do bebê na mama da mãe requer que o bebê abra a boca suficientemente para
abocanhar o mamilo e parte da aréola.

CAPÍTULO XVII- PERÍODOS CLÍNICOS DO PARTO


Composto por 4 fases: Dilatação, Expulsão, Dequitação/Secundamento e
Greenberg.

1- Dilatação: inicia-se com as contrações uterinas até a dilatação completa.

Assistência de enfermagem:
64

➢ Orientar a parturiente;
➢ Orientar sobre a posição que ela deve assumir, sendo a que mais lhe
agrade durante as contrações;
➢ Orientar quanto às técnicas de respiração, massagens e banhos,
favorecendo assim um trabalho de parto mais eficaz;
➢ Esclarecer qualquer dúvida da mulher e/ou do acompanhante.
2- Expulsão: fase entre a dilatação e a completa do colo do útero e a completa
expulsão do feto.

Assistência de enfermagem:
• Prestar assistência mantendo o ambiente calmo e encorajar a parturiente.
3- Dequitação ou Secundamento: é o deslocamento, descida e expulsão da
placenta.

Assistência de enfermagem:
Nesse período, a equipe de enfermagem deve estar atenta, pois nessa fase não
deve ocorrer o tracionamento do cordão umbilical. A enfermagem deve:
• Revisar as faces maternas e fetais da placenta e revisar o canal de parto.
4- Greenberg: é a primeira uma hora após a saída da placenta.

Assistência de enfermagem:
• Revisão do canal de parto;
• Observação da contração do útero;
• Atenção para alterações que possam evidenciar presença de lesões
ocorridas para seu reparo imediato;
• Verificar pressão arterial a cada 2 horas;
• Observar, anotar volume, aspecto do sangramento vaginal.

CAPÍTULO XVIII- MECANISMOS E TIPOS DE PARTO


1- Conceito: fenômenos passivos e ativos que o feto apresenta durante
a sua passagem pelo canal de parto, como: Descida, Rotação interna da cabeça,
Desprendimento da cabeça, Rotação externa da cabeça, Desprendimento das
espáduas (ombro).
65

2- Parto normal: diferença entre o parto natural e o parto normal. O parto natural
é aquele realizado sem intervenções. Já o parto normal é a saída do feto pelo
canal vaginal, porém, com algumas intervenções médicas.

A gestante é avaliada pela equipe de saúde, verifica os sinais vitais,


palpação obstétrica, realização do toque vaginal, entre outros cuidados. E o feto
é avaliado através da ausculta dos batimentos cardíacos fetais (BCF).
Assistência de enfermagem na sala de parto normal:
➢ Posicionar corretamente a gestante;
➢ Após a retirada do feto, colocar o recém–nascido em contato com a mãe,
pele a pele;
➢ Avaliar o períneo, verificando se houve lacerações.

2.1- Parto Cesárea: É um procedimento cirúrgico realizado pelo médico.


A enfermagem deve estar atenta aos sinais vitais materno-fetais antes e após a
anestesia, pois podem sofrer alterações.
Assistência de enfermagem na sala de parto cesárea:
➢ Posicionar a mulher em decúbito dorsal horizontal;
➢ Realizar a antissepsia abdominal
➢ Depois da retirada fetal, aguardar a dequitação da placenta, que ocorrerá
de forma espontânea;
➢ Inspecionar a placenta;
➢ Orientar a puérpera sobre a retirada dos pontos, que deve ocorrer entre o
7º e o 10º dia do pós-operatório conforme prescrição médica.
66

2.2- Parto Fórceps: é uma técnica importante na realização do parto vaginal,


sua principal função é a apreensão, tração, ocasionalmente a rotação do polo
cefálico fetal e correção de assinclitismo (assimetria do crânio do feto com a
bacia da mãe).

Sinais de fórceps
A evolução natural do trabalho de parto pode exigir uma intervenção do
médico para auxiliar o período expulsivo, geralmente em casos de sofrimento
fetal ou exaustão da mãe.
Assistência de enfermagem:
➢ Monitorar sinais vitais da mãe e do feto;
➢ Inspecionar o períneo em seguida, verificando se houver rupturas;
➢ Após a retirada do feto, colocar o recém-nascido em contato com a mãe,
pele a pele;
67

➢ Observar sangramentos.

2.3- Parto com distócias- Distócia significa mal parto; parto anormal; parto
difícil. Em geral são anormalidades do mecanismo de parto que interferem na
evolução fisiológica do mesmo. A distócia pode ser do trajeto, do objeto (feto) ou
do motor (contração uterina).

Assistência de enfermagem na sala de parto com Distócias:


➢ Solicitar o médico, uma vez que o enfermeiro só pode conduzir o parto
normal sem distócias;
➢ Acalmar a paciente e acompanhante, encorajando-a;
➢ Monitorar os sinais vitais maternos e fetais.

CAPÍTULO XIX- A ADMISSÃO DA PARTURIENTE E ASSISTÊNCIA DE


ENFERMAGEM
1- Conceito: a parturiente é admitida na maternidade, quando está em
trabalho de parto ou apresenta alguma anormalidade.

2- Acolhimento: implica a recepção da mulher, desde sua chegada na


unidade de saúde, responsabilizando-se por ela, ouvindo suas queixas,
permitindo que ela expresse suas preocupações, angústias, garantindo
atenção resolutiva e articulação com os outros serviços de saúde para a
continuidade da assistência, quando necessário. Avaliar o trabalho de parto
verdadeiro ou falso.

• Reunir impressos: Folha de relatório de enfermagem, Folha de relatório


• Médico, Folha de prescrição, Partograma, Folha do recém-nascido,
Exames Laboratoriais, Cartão da Gestante, Carteira de Identidade, CPF
e Cartão do SUS.
• Realizar anamnese e exame obstétrico/clínico - História Obstétrica.
• Tricotomia e enteroclisma: Se for rotina da unidade e dependendo do
caso.
• Encaminhar para a sala de pré-parto.
68

• Aconselhar sobre rotinas da unidade, vestuário, posições adequadas para


acomodação, dieta.

3- Sinais de trabalho de parto:


3.1- Apagamento do colo: é a diminuição da parede do colo uterino. Na
multípara, acontece ao mesmo tempo em que a dilatação uterina.
3.2- Dilatação uterina: é o aumento de diâmetro do orifício do colo uterino para
a saída do feto. Atinge 10 cm de diâmetro e é acompanhada pelo toque vaginal.
3.3- Coordenações das contrações uterinas: durante a gravidez, ocorrem
contrações que não são percebidas pela gestante. Quando se aproxima o parto,
as contrações tornam-se perceptíveis, ritmadas e o intervalo entre as mesmas
diminuem gradativamente. As contrações promovem a dilatação uterina,
propiciam a descida do feto e ruptura de bolsa d’água.
3.4- Perda do tampão mucoso: quando a mulher engravida, forma-se uma
mucosidade que tampona o orifício uterino. Ao iniciar o trabalho de parto, o
tampão sai em forma de secreção muco-sanguinolenta.
3.5- Ruptura da bolsa d’água: é a perda de pequena quantidade de líquido
amniótico que envolve o feto.
4- Assistência de enfermagem:
➢ Chamar o médico ou a enfermeira para o exame, receber bem a gestante,
esclarecendo-a sobre os cuidados que lhe serão prestados, dando,
principalmente, apoio emocional;
➢ Preparar a gestante para o exame obstétrico;
➢ Verificar os sinais vitais e BCF;
➢ Auxiliar no exame e providenciar o material necessário;
➢ Fazer a tricotomia (se prescrita) deverá ser ampla, abrangendo todo o
abdome, a região pubiana, os grandes lábios, até o ânus e raiz das coxas.
Deve-se ter o cuidado de não ferir a parturiente;
➢ Fazer a lavagem intestinal, para que a gestante fique com o intestino
vazio, facilitando o parto e evitando a contaminação de fezes, durante o
mesmo. Se o trabalho do parto estiver adiantado, ou a parturiente
apresentar perda sanguínea, a lavagem intestinal não deverá ser feita;
69

➢ Fazer anotações sobre o que foi realizado e observado, de forma clara e


precisa, acrescentando informações sobre anormalidades durante a
gestação, número de gestações e partos, queixas e sinais de trabalho de
parto;
➢ Encaminhar a parturiente ao setor indicado;
➢ Pedir para limpar e desinfetar a sala e o material utilizado, arrumar e
completar a unidade.
5- Controle e evolução do trabalho de parto
➢ Avaliar dinâmica uterina. Controle do BCF a cada 20 ou 30 minutos.
➢ Posição materna.
➢ Apoio psicológico/aconselhamento.
➢ Toque vaginal – preferencialmente de 2 em 2 horas.
➢ Orientar a cliente as técnicas de alívio da dor. Registro dos procedimentos
no partograma e prontuário.
5.1- Assistência ao Período Expulsivo Avaliar controle da dinâmica uterina.
➢ Toque vaginal (se necessário).
➢ Conduzir a parturiente para a sala de parto.
➢ Posicioná-la na mesa ou posição escolhida.
➢ Fazer antissepsia da região perineal – clorexidine degermante ou soro
fisiológico de acordo com a rotina.
➢ Paramentar-se (uso de avental, máscara, óculos/ protetor facial, gorro,
luvas esterilizadas). Material necessário preparado.
➢ Realização de episiotomia – se necessário.
➢ Assistir ao desprendimento do concepto.
6- Episiotomia e Episiorrafia
6.1- Episiotomia: é um corte cirúrgico feito no períneo, que é a região entre a
vagina e o ânus, formada por músculos. Ocorre durante o parto normal, com a
intenção de facilitar a passagem do bebê.
6.2- Episiorrafia: procedimento cirúrgico que consiste na sutura dos grandes
lábios vaginais impedindo o prolapso (saída de um órgão de sua localização
normal) do útero.
7- Evolução de enfermagem no trabalho de parto
70

12/03/2017. 15h45min h. Parto normal, após amniotomia, médio, lateral D, feto


único, vivo, do sexo masculino, chorou ao nascer, realizado aspiração,
aquecimento, kanakion, nitrato de prata, curativo do coto umbilical, PC, PT, E, P
e Apgar 1’ e 5’. Dequitação placentária espontânea e completa sob a face fetal,
feito revisão do canal de parto, episiorrafia, útero contraído, lóquios normais;
estimulado amamentação na sala de parto. Enf. Fulano. -------------------------------
------------------------------------------------------------
8- Arrumação da sala de parto:
É atribuição do auxiliar e do técnico de enfermagem preparar a sala de
parto, equipar e testar todos os materiais, inclusive: focos, balão de oxigênio,
manômetro, tomadas, aspirador, etc. A sala de parto deve estar sempre limpa,
desinfetada arrumada e equipada para um novo parto. Todo o material deve ser
esterilizado.
8.1- Material da sala de parto:
4 campos

Pacote de roupa 1 cobertor


2 capotes
5 compressas

4 pinças de Kocher
1 pinça dente-de-pato
1 pinça anatômica
1 tesoura reta

Caixa de instrumental 1 porta-agulhas


2 agulhas prismáticas
1 cubacilíndrica
3 agulhas rim
1 fio1categute
pinça de Kocher
Material de antissepsia gaze

1 cuba redonda
1 seringa de 20 ml
2 agulhas longas
2 agulhas curtas
71

Material para anestesia

aspirador
sonda nasogástrica números 4
soro fisiológico
balão de oxigênio
material para ligadura do coto
Material para recém-nascido umbilical
nitrato de prata 1% ou argirol a 2%
material de identificação

Outros: luva estéril, mesa obstétrica, aparelho de pressão, antisséptico,


anestésico, medicação de emergência e de rotina.

9- Assistência de enfermagem
• Preparar a sala de parto;
• Chamar o obstetra ou a enfermeira obstétrica;
• Colocar a parturiente em posição ginecológica;
• Auxiliar o parto, dando apoio físico e emocional à parturiente;
• Orientar a parturiente para que respire fundo nos intervalos das
contrações e, que durante as mesmas, retenha a respiração
concentrando suas forças na região do períneo;
• Prestar ao recém-nascido os cuidados que lhe forem necessários e
encaminhá-lo ao berçário;
• Verificar os sinais vitais da puérpera e aplicar 1 ampola I M de Methergin,
após a saída da placenta;
• Encaminhá-la à enfermaria;
• Fazer anotações sobre o parto no relatório de enfermagem;
• Limpar, desinfetar, arrumar e completar a sala de parto.
72

10- Nomenclatura obstétrica

CAPÍTULO XX- LACTAÇÃO


A lactação se dá com o início da produção do leite, que ocorre nos
alvéolos das glândulas mamárias. O leite sai dos alvéolos e caminha até o
mamilo, através dos ductos lactíferos.
1- Fisiologia da lactação:
Mamogênese: significa o desenvolvimento da mama
Lactogênese: significa o início da produção láctea, pelos elementos glandulares.

Nuligesta: mulher que nunca engravidou (Gesta 0)


Primigesta: 1ª gestação (Gesta I)
Números de gestações (gesta) Secundigesta: (Gesta II)
Multigesta: mulher que teve várias gestações

Nulípara: mulher que nunca pariu (Para 0)


Números de partos (Para) Primípara: pariu 1 vez (Para I)
Secundípara: pariu 2 vezes (Para II)
Multípara: mulher que teve vários partos

Parturiente: gestante em trabalho de parto


Puérpera: mulher que deu à luz
Nutriz: mulher que amamenta
Natimorto: criança que nasceu morta
Neomorto: criança que morreu logo após o parto
Neonatal: recém-nascido vivo até 28 dias de vida
Perinatal: período após o feto ter atingido 1.000 g, até o sétimo dia de vida
Lactopoese: significa a manutenção da secreção láctea. Tendo como ponto de
partida a sucção do mamilo pelo lactente.
2- Como aumentar o leite materno: As necessidades fisiológicas do período
de lactação são maiores do que as da gravidez demandam um suporte
73

nutricional apropriado, incluindo acréscimo de proteínas, energias, vitaminas e


minerais, sendo a maioria delas em quantidade maior que na gestação. É uma
condição justificada pela alto demanda da lactante, para a produção de leite.
❖ A pega precisa estar correta: para aumentar a produção do leite materno,
é preciso que as mamas sejam estimuladas corretamente pelo bebê.
❖ Ter uma boa alimentação, (frutas, verduras e legumes, grãos – arroz,
feijão, lentilha etc.) Carnes ou similares, produtos lácteos, óleos vegetais
e beber bastante água;
❖ Dar o peito sempre que o bebê quiser;
❖ Dar o peito à noite;
❖ Dar o peito mesmo que o bebê não peça;
❖ Oferecer os dois seios em cada mamada.
Deve evitar: chocolate, refrigerantes, café e chás com cafeína em excesso (caso
não consiga, excluir totalmente).
3- As vantagens do aleitamento materno
❖ Imunização: previne infecções;
❖ É rico em mecanismo de defesa, (anticorpos maternos);
❖ A relação mãe e filho é mais rica e profunda (no futuro representará maior
saúde mental e física para a criança);
❖ Preenche todas as necessidades nutricionais da criança nos 6 primeiros
meses de vida, pois é adequado para a espécie humana;
❖ É econômico e sem custo;
❖ Alimenta a criança de forma prática;
❖ O leite materno está sempre pronto, não exige preparo;
❖ Sua temperatura é adequada, ele é fresco e livre de contaminação;
❖ Há ainda a vantagem da proteção contraceptiva (relativa), para a mãe que
está alimentando seu filho “exclusivamente” ao seio;
❖ Protege a mãe contra o câncer de mama.
4- Término da lactação
Não existe um momento ideal. A recomendação do Ministério da Saúde,
assim como da Organização Mundial da Saúde, da Sociedade Brasileira de
Pediatria e da Academia Americana de Pediatria, é de que a amamentação seja
exclusiva até os 6 meses de vida e complementar até os 2 anos.
74

CAPÍTULO XXI- ALOJAMENTO CONJUNTO


Segundo a Portaria nº 1.016, de 26 de agosto de 1993, o Ministério da
Saúde aprova as normas básicas para a implantação do sistema “Alojamento
Conjunto”
1- Área física do alojamento conjunto: é a unidade hospitalar destinada ao
recém-nascido e a mãe.

❖ Os quartos e/ou enfermarias devem obedecer a certo padrão, com


tamanho adequado para acomodar a dupla mãe-filho, sendo a área
convencionalmente estabelecida de 5m2 para cada conjunto leito
materno/berço.
❖ De acordo com as disponibilidades locais, poderá haver modificação
dessa metragem no sentido de dar prioridade ao alojamento conjunto.
❖ O berço deve ficar com separação mínima de 2 m do outro berço.
❖ Objetivando melhor funcionamento, o número de duplas mãe-filho por
enfermaria deverá ser de no máximo 6.
❖ As acomodações sanitárias serão estabelecidas de acordo com as
normas de construção hospitalar do Ministério da Saúde.
❖ Deve existir ainda, uma sala para exames e um posto de enfermagem.
2- Características: a área física deve ser revestida de material não absorvente
e pintada com tinta a óleo, devendo ser lavada periodicamente. Deve haver:

• Um berço normal para cada leito obstétrico;


• Berço aquecido;
• Incubadoras;
• Aparelho para fototerapia;
• Aspirador;
• Balança;
• Termômetros;
• Monitor de PA;
• Fonte de oxigênio e ar comprimido;
• Foco;
• Estetoscópio pediátrico;
75

• Equipamento para entubação;


• Ventilação mecânica;
• Material para punção venosa;
• Bomba de infusão neonatal.
3- Equipe de enfermagem:
• Enfermeiros;
• Técnicos em enfermagem.
Observação: faz parte, também, o neonatologista.
O exame clínico do recém-nascido deve ser feito em seu próprio berço ou no
leito materno.
4- Atribuições do técnico de enfermagem:
• Preparar o berço para receber o recém-nascido;
• Auxiliar a mãe durante os cuidados coma criança (após a demonstração
e orientações feitas pelo enfermeiro);
• Assistir o recém-nascido enquanto a mãe toma banho, dorme ou sente-
se insegura para fazê-lo;
• Verificar os sinais vitais do RN;
• Acompanhar as primeiras amamentações, (orientar a técnica adequada);
• Indagar sobre as eliminações: quantidade e aspecto;
• Pesar o RN conforme a rotina da unidade;
• Curativo do coto umbilical com álcool à 70% no sentido do centro para a
extremidade final;
• Orientar posição, duração e término da mamada, favorecendo a
efetivação da amamentação.
• Estimular estabelecimento mãe e filho;
• Conferir a pulseira e dados de identificação do RN no momento da
admissão e sempre que entregar ou recepcionar este RN na Unidade do
alojamento conjunto.
5- A mãe no alojamento conjunto deve ser orientada quanto à higiene do
RN.
• Fazê-la em ambiente livre de correntes de ar, com água a uma
temperatura de mais ou menos 36ºC, em bacia ou banheira própria;
76

• Os demais materiais (sabonete, material para curativo, toalha), deverão


estar dispostos de modo a facilitarem o procedimento;
• As roupas serão separadas conforme o clima;
• O banho será dado com movimentos firmes e sem perda de tempo;
• Após secar bem a criança;
• Fazer o curativo do coto umbilical e vesti-la.
Observações: • durante o repouso e o sono, o decúbito do RN deverá ser lateral
direito ou esquerdo (para evitar aspirações); •Deve-se dar importância ao
aleitamento materno e à forma correta de fazê-lo; • Deve-se acompanhar o
crescimento e o desenvolvimento da criança, bem como o esquema de
vacinação.
6- Balanço negativo
Os recém - nascidos pré-termo com idade gestacional inferior a 34
semanas e idade gestacional inferior a 14 dias apresentam excreção urinária
elevada de Na, devido á imaturidade renal. Se a oferta de Na for insuficiente,
poderá haver balanço negativo de íon, com o aparecimento de hiponatremia.
(é a situação onde a concentração de sódio no plasma sanguíneo é menor do
que a recomendada. Trata-se de um desequilíbrio de eletrólitos, causando um
transtorno dos sais presentes no sangue. Pode resultar rapidamente na
dilatação, ou seja, no inchaço do cérebro (edema cerebral), desencadeando
sintomas neurológicos.

CAPÍTULO XXIV- TERMINOLOGIAS RELACIONADAS À ENFERMAGEM


OBSTÉTRICA

❖ Amenorreia: ausência ou cessação da menstruação em mulheres em


idade fértil;
❖ Náuseas: sensação de mal-estar, podendo ser seguida ou não de vômito;
❖ Vômitos: expulsão do conteúdo gástrico pela boca e/ou nariz;
❖ Fadiga: sensação de cansaço; fadigado;
❖ Polaciúria: aumento da freqüência urinária;
❖ Cloasma: manchas que surgem na pele do rosto durante a gestação;
77

❖ Linha nigra: linha de pigmentação um pouco mais escurecida da


pigmentação normal, na área em que a musculatura abdominal se
distende pra acomodar o bebê;
❖ Aréola secundária: pigmentação menor do que a aréola primária, de
limites imprecisos;
❖ Colostro: é o primeiro leite que sai das mamas, geralmente de cor
amarelada;
❖ Puérpera: mulher no período pós-parto.
❖ Menarca: primeira menstruação.
❖ Telarca: desenvolvimento das mamas.
❖ Pubarca: desenvolvimento dos pelos pubianos.
❖ Coitarca: primeira relação sexual.
❖ Dispareunia: dor na relação sexual.
❖ Oligomenorréia: é o sangramento menstrual que ocorre em intervalos
maiores que 34 dias.
❖ Menometrorragia: é o sangramento intenso e irregular.
❖ Amenorréia primária: é a ausência de menstruações até os 18 anos de
idade.
❖ Amenorréia secundária: é a ausência de fluxos menstruais por pelo
menos 3 meses.
❖ Diamenorréia: é dor às menstruações.

CAPÍTULO XXVII- QUESTÕES DE CONCURSO:


1-Com relação aos períodos clínicos do parto assinale a alternativa correta.
A) O período de Greenberg corresponde à saída da placenta pelo mecanismo de
Baudelocque Duncan e contração uterina até 01 hora pós-parto.
B) O período de secundamento consiste na formação do globo de segurança de Pinard,
miotamponagem, trombotamponagem e contração uterina fixa.
C) O período de dilatação está situado entre o início das contrações uterinas regulares,
dilatação progressiva cervical até completar 10 cm.
78

D) O período de expulsão consiste na saída do concepto e suas páreas e anexos, além da


formação do globo de segurança de Pinard.
E) O período de pós-parto imediato consiste na saída da placenta pelo mecanismo de
Baudelocque Shultze e contração uterina ixa com globo de segurança.
2) Segundo a Portaria nº 1.016, de 26 de agosto de 1993, o Ministério da Saúde
aprova as normas básicas para a implantação do sistema “Alojamento Conjunto”,
que constam, dentre outras, de:
A) as visitas serão em dias alternados e a presença do pai deve ser estimulada, com horário
prefixado de meia hora no período da tarde.
B) a adoção do “Alojamento Conjunto” representa a extinção do berçário, pois este não
será mais necessário para prestar assistência aos recém-nascidos
C) os cuidados higiênicos do recém-nascido devem ser realizados fora do “Alojamento
Conjunto”.
D) o exame clínico do recém-nascido deve ser feito em seu próprio berço ou no leito
materno.
E) é um método de assistência utilizado para economizar pessoal de enfermagem, pois,
estimula o autocuidado.
3) Uma gestante com 30 semanas está sentada para a verificação de sua pressão
arterial e demais sinais vitais. Ela começa a queixar-se de tontura e dispnéia e sua
coloração de pele torna-se pálida. A primeira ação do técnico em enfermagem é:
A) providenciar um recipiente para o caso dela vomitar e elevar a cabeceira.
B) verificar a frequência respiratória da gestante e solicitar a presença do médico.
C) deitar a gestante e elevar os membros inferiores da mesma.
D) colocá-la em decúbito lateral esquerdo e solicitar a presença do enfermeiro.
E) verificar a existência de contrações uterinas e instalar oxigênio.
4) O Ministério da Saúde, considerando que a saúde da mulher é uma prioridade,
em 2004 elaborou o documento “Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da
Mulher – Princípios e Diretrizes”, em parceria com diversos setores da sociedade.
Nesse sentido reflete o compromisso com a implementação de ações de saúde que
contribuam para a garantia dos direitos humanos das mulheres e reduzam a
morbimortalidade por causas preveníveis e evitáveis. Assinale a alternativa que
demonstra o que incorpora esse documento.
79

A) O Ministério da Saúde criou o Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher e o


Programa de Atenção Integral à Saúde da Criança, desvinculando a atenção prestada à
mulher da atenção à criança, garantindo assim o acesso a essa população aos serviços.
B) Incorpora iniciativas públicas a partir do movimento de mulheres dado as demandas
das mesmas pelos serviços que contemplem suas necessidades específicas e de seus filhos
com ações de acompanhamento ao crescimento e desenvolvimento infantil.
C) A política foi criada com a finalidade de reduzir a morbidade e mortalidade materno-
infantil, com ênfase na assistência à mulher no seu processo de reprodução,
principalmente mediante ações voltadas ao pré-natal, parto e puerpério.
D) Trabalha principalmente as questões trabalhistas femininas no enfrentamento da
violência de gênero frente aos acontecimentos de importantes conferências internacionais
que culminaram na definição de direitos sexuais e reprodutivos e saúde da mulher e da
criança.
E) Incorpora, de fato e de direito, o enfoque de gênero, integralidade, promoção da saúde,
direitos sexuais e reprodutivos. Ampliam-se as ações voltadas às mulheres rurais, do
campo e floresta, com deficiências, negras, indígenas, presidiárias, lésbicas, moradoras
de rua, mulheres ciganas, entre outras.
5) Durante a admissão de uma parturiente de 22 anos, ao aferir os sinais vitais os
valores encontrados foram: TAX = 37,9ºC; FC = 127 bpm; FR = 25 rpm e PA =
100X60mmhg. Quando realizar suas anotações o técnico em enfermagem deverá
utilizar os seguintes termos técnicos para descrever os achados clínicos:
A) estado febril, taquicárdica, taquipneica e hipotensa.
B) afebril, taquicárdica, eupneica e hipotensa.
C) afebril, bradicárdica, taquipneica e hipertensa.
D) estado febril, bradicárdica, taquipneica e normotensa
E) afebril, normocárdica, eupneica e hipotensa.
6) Tendo em vista que o parto é composto por uma sucessão de períodos clínicos,
assinale a sequência correta:
A) secundamento, expulsão, período de Greenberg, dilatação
B) período de Greenberg, dilatação, expulsão, secundamento
C) dilatação, expulsão, secundamento, período de Greenberg
D) expulsão, secundamento, dilatação, período de Greenberg
E) secundamento, período de Greenberg, dilatação e expulsão
80

7) O conhecimento do técnico em enfermagem sobre as etapas do parto é de extrema


relevância para prestar um cuidado seguro e qualitativo à mulher, sendo assim, no
pós-parto imediato para detectar e evitar possíveis complicações, é importante o
profissional ficar atento a:
A) Questionar sobre fome e sede, incentivar a deambulação com apoio, estimular
exercícios ativos e passivos no leito, além de medir a diurese horária da puérpera.
B) Inspecionar o tamanho do útero, das mamas, verificar a frequência cardíaca e
respiratória de hora em hora, incentivar o banho de aspersão e promover repouso.
C) Encaminhar a paciente ao banho de aspersão, verificar a frequência respiratória e
cardíaca de hora em hora e a possibilidade de deambulação precoce.
D) Verificar a presença de sangramento com grande intensidade por via vaginal,
inspecionar o globo de segurança de Pinard, estar atento a ocorrência de hipotensão e
sudorese intensa.
E) Orientar quanto à pega correta na mama para prevenir complicações no aleitamento
materno, estimular a deambulação e medir diurese horária.
8) Ao final e em seguida ao segundo parto, a mulher passa a ser denominada, a fim
de registro no prontuário, pela seguinte terminologia técnica:
A) Secundigesta.
B) Multípara.
C) Secundípara.
D) Multigesta
E) Paucípara
9) O puerpério é dividido em períodos, cada período tem características próprias e
os cuidados de enfermagem devem ser direcionados para cada um deles. É
importante para o técnico em enfermagem entender esta ordem cronológica visando
prestar um cuidado qualificado. Nesse sentido, o período compreendido entre o 11º
dia e o 45º dia após o parto é denominado:
A) Puerpério imediato.
B) Puerpério mediato.
C) Puerpério remoto.
D) Puerpério tardio.
E) Puerpério fisiológico.
81

10) A amamentação deve ser exclusiva até os seis meses de idade da criança; traz
benefícios incontestáveis para mãe e filho; e reduz índices de mortalidade infantil.
Entretanto, existem raras situações que contraindicam a amamentação.
Considerando as de origem materna, assinale a alternativa correta.
A) mulheres com displasia mamária em tratamento, com baixo peso e portadoras de HIV
B) mulheres portadoras de HIV, com neoplasias mamárias e distúrbios psiquiátricos
graves
C) mamas ingurgitadas, mastites e em uso de anticoncepcionais hormonais orais e
injetáveis
D) portadoras de tuberculose, hanseníase, brucelose, HIV, hepatite B e com baixo peso
E) portadoras de tuberculose, HIV e hepatite B e C e com história prévia de mamoplastia
11) A ocorrência de sífilis em gestantes evidencia falhas dos serviços de saúde,
particularmente da atenção ao pré-natal, pois o diagnóstico precoce e o tratamento
da gestante são medidas relativamente simples e bastante eficazes na prevenção da
doença. Sendo assim, o técnico em enfermagem precisa compreender que a sífilis
congênita é uma infecção materno-fetal de transmissão:
A) via canal vaginal
B) transplacentária hematogênica
C) transamniótica ascendente
D) transplacentária ascendente
E) placentoamniótica descendente
12) O Boletim de Apgar é um parâmetro utilizado para avaliação do recém-nascido
na sala de parto. Sobre este índice, assinale a alternativa INCORRETA
A) A avaliação deve ser feita no 1º e 5º minutos de vida, podendo ser repetida se
necessário.
B) Avalia a frequência cardíaca, o esforço respiratório, o tono muscular, a irritabilidade
reflexa e a cor.
C) O boletim de Apgar deve ser usado como forma de avaliar a necessidade de
ressuscitação.
D) Cada um dos itens avaliados pode ser pontuado de 0 a 2, sendo a maior pontuação
igual 10.
E) Quando é menor que 7 no 5º minuto, deve ser aplicado a cada 5 minutos, até 20 minutos
de vida.
82

13) O ambiente térmico neutro é aquele em que a produção de calor é igual a perda,
permitindo que o recém-nascido mantenha a temperatura corporal estável,
utilizando uma quantidade mínima de calorias. São cuidados de enfermagem
importantes para regulação térmica no recém-nascido e prevenção dos respectivos
mecanismos de perda de calor:
A) aquecer o estetoscópio antes de auscultar a frequência cardíaca do recém-nascido para
evitar perda de calor por convecção.
B) evitar a abertura das portinholas das incubadoras com frequência e agrupar cuidados
para evitar a perda de calor por condução.
C) após o parto secar o recém-nascido e trocar fraldas quando necessário para evitar a
perda de calor por radiação.
D) manter o recém-nascido com peso <1.500g em incubadoras de parede dupla para evitar
perda de calor por radiação
E) forrar as balanças de peso com lençol ou coberta antes de pesar o recém-nascido para
evitar a perda de calor por evaporação
14) A hipoglicemia neonatal é uma complicação frequente em recém-nascidos filhos
de mães diabéticas. No Alojamento Conjunto é essencial o conhecimento dos sinais
e sintomas da hipoglicemia neonatal para uma adequada intervenção. São
manifestações clínicas deste quadro:
A) diaforese, bradipneia e hipertermia
B) tremores, recusa alimentar e letargia
C) recusa alimentar, irritabilidade e agitação
D) hipotermia, taquipneia e icterícia
E) hipertonia, hipotermia e tremores
15) Segundo o “Ministério da Saúde (2011)”, fazem parte das orientações que devem
ser dadas às mães no Alojamento Conjunto, EXCETO:
A) o recém-nascido deve dormir sempre em decúbito ventral.
B) a mãe deve saber a importância e os benefícios do aleitamento materno.
C) atualmente, a chupeta e a mamadeira tem sido desaconselhadas.
D) o bebê deve sair da maternidade com a primeira consulta agendada.
E) os pais devem saber da importância do teste do pezinho e vacinação.
16) Considerando as medidas para prevenção das infecções hospitalares em recém-
nascidos, segundo o Ministério da Saúde (2011), é correto afirmar que :
83

A) a higienização das mãos com solução de álcool com glicerina a 2% ou álcool em gel
não pode substituir a lavagem das mãos com água e sabão nos procedimentos.
B) pessoas com infecções respiratórias, cutâneas ou diarréia não devem ter contato direto
com o RN e, preferencialmente, não devem entrar nas unidades neonatais na fase aguda
da doença.
C) é recomendado o uso de álcool a 70% para procedimentos invasivos como cateterismo
umbilical, cirurgias e implantação de cateter central de inserção periférica (PICC).
D) a solução de povedine-iodo (PVPI) é uma ótima opção de antisséptico, seu uso na pele
dos recém-nascidos e dos profissionais da saúde deve ser estimulado.
E) é recomendada a desinfecção da conexão (Hub) do cateter vascular central ou
periférico com clorexidina alcoólica 0,5% antes da administração de medicações
17) Sobre o aleitamento materno, considere as afirmativas a seguir.
I. Recomenda-se que a criança seja amamentada sem restrições de horários e de
tempo de permanência na mama.
II. A pega adequada da boca do bebê na mama da mãe requer que o bebê abra a
boca suficientemente para abocanhar o mamilo e parte da aréola.
III. Em caso de ingurgitamento mamário e o bebê não sugar, a mama deve ser
ordenhada manualmente ou com bomba de sucção.
IV. O uso de complementos ao recém-nascido, como água, chás e outros leites, faz
parte das medidas eficazes na prevenção do ingurgitamento mamário. Assinale a
alternativa correta.
A) Somente as afirmativas I e II são corretas.
B) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
C) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
D) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
18) O aleitamento materno tem sido considerado um importante aliado e se revelado
como importante estratégia para reduzir a morbimortalidade infantil. Sobre esse
tema, coloque V nas afirmativas Verdadeiras e F nas Falsas.
( ) O aleitamento materno exclusivo ocorre quando a criança recebe somente leite
materno, direto da mama ou ordenhado, ou leite humano de outra fonte.
( ) O aleitamento materno exclusivo deve ser oferecido ao bebê até os dois anos de
idade.
84

( ) Os hormônios responsáveis pela ejeção e produção do leite materno são,


respectivamente, prolactina e ocitocina.
( ) Os principais fatores relacionados à criança, refletindo um ganho de peso
inadequado durante o aleitamento materno são: sucção débil; mamadas curtas e ou
infrequentes; baixo rendimento do leite ingerido; aumento das necessidades
energéticas.
( ) O colostro começa a ser secretado no terceiro trimestre da gestação até 29 dias
após o parto. Não há diferença na composição do colostro para o recém-nascido a
termo e pré-termo
Assinale a alternativa que contém a sequência CORRETA.
A) F-F-F-V-V
B) V-F-F-V-F
C) F-V-F-V-V
D) F-F-V-F-F
E) V-V-F-F-V
19) Sobre os sinais e sintomas da infecção puerperal, assinale a alternativa
CORRETA.
A) Febre, cefaléia, dor na região uterina, taquicardia e agitação.
B) Febre, lóquios fétidos, anorexia, taquicardia e cefaléia.
C) Febre, lóquios fétidos, dor na região uterina, taquicardia e agitação.
D) Febre, anorexia, lóquios fétidos, diarréia e taquicardia.
E) Febre, dor abdominal, diarréia e taquicardia.
20) Sobre os principais sintomas ginecológicos que levam as mulheres a buscar
atendimento, observe os itens abaixo:
I. Dor
II. Modificações dos ciclos menstruais
III. Hemorragias
IV. Corrimento vaginal
Está CORRETO o que se afirma em:
A) IV, apenas.
B) I, II, III e IV.
C) I, II e IV, apenas.
D) II e IV, apenas.
85

E) I, apenas.
21) As doenças sexualmente transmissíveis (DST) continuam sendo um problema de
saúde pública e de difícil abordagem entre idosos, adultos e jovens. Acerca dessas
patologias, assinale a alternativa CORRETA.
A) A revolução sexual e o uso dos métodos anticoncepcionais foram os principais fatores
responsáveis pelo aumento dos índices das DSTs em idosos.
B) Todas as DSTs podem ser transmitidas durante a gravidez, porém a Sífilis, a
Gonorréia, o Herpes e a AIDS raramente são transmitidos no momento do parto.
C) A transmissão do vírus é realizada através das vias sexual e sanguínea, da transmissão
via vertical, dos objetos perfurocortantes contaminados e da amamentação.
D) A Sífilis pode ser diagnosticada como congênita, quando transmitida da mãe para o
feto, no último trimestre da gestação.
E) As DSTs contaminam o indivíduo uma única vez, fato explicado pela presença de
anticorpos contra os microrganismos após a primeira infecção.

GABARITO:
1C 6C 11 B 17 D
2D 7D 12 C 18 B
3D 8C 13 D 19 C
4E 9D 14 B 20 B
5A 10 B 15 A 21 C

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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da Silva e Sandra Regina L. do P. Tardelli / São Paulo: Martinari, 2004.
Manual do Técnico em Enfermagem / Coordenação de Idelmina Lopes de Lima...
[et al.]. – 9 ed. ver. e ampl. – Goiânia: AB, 2010.
Apostila: ENFERMAGEM: Materno Infantil
Brasil. Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, Área Técnica de
Saúde da Mulher,
86

Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada à mulher / Ministério da


Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, Área Técnica da Mulher. – Brasília:
Ministério da Saúde, 2001.
1. Saúde – Mulher – Assistência humanizada. 2. Parto – Assistência
humanizada. 3. Aborto – Assistência humanizada. I. Federação Brasileira das
Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia. II. Associação Brasileira de
Obstetrizes e Enfermeiras Obstetras. III. Título.
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