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DIRETRIZ CLÍNICA PARA PROTOCOLO DE SEPSE NA

MULHER NO CICLO GRAVÍDICO PUERPERAL

Guia Clínico
INSTITUIÇÕES ALVO Serviços de atenção à saúde da mulher no ciclo gravídico
puerperal (hospitais, UPAS, UBS, AME, serviços móveis)
PROFISSIONAIS Médicos e enfermeiros
RESPONSABILIDADE Equipe técnica do Projeto Todas as Mães Importam
DO DOCUMENTO
AUTORES DO Brunna Bordenale Noznica¹, Livia Sanches Pedrilio³, Mariana Vitor
DOCUMENTO Peppe², Renata Delphim de Moraes¹, Tatiane Ocon do
Nascimento³, Romulo Negrini¹
TÍTULO PROFISSIONAL 1 - Médico obstetra
DOS AUTORES 2 - Enfermeira obstetra
3 - Enfermeira especialista em melhoria
DESCRITORES Sepse; Gravidez; Complicações infecciosas na gravidez; Período
pós-parto; Choque séptico; Pacotes de assistência ao paciente
APROVADO POR Livia Sanches Pedrilio
DATA DE APROVAÇÃO 30/01/2023
VERSÃO 01

Copyright © 2023 de Todas as Mães Importam. Einstein/MSD


Todos os direitos reservados. Este documento ou qualquer parte dele não pode ser reproduzido ou usado sem
autorização expressa, por escrito, dos autores e aprovadores, exceto pelo uso de citações adequadas e referências
ao documento.
Cite esse documento: DIRETRIZ CLÍNICA PARA PROTOCOLO DE SEPSE NA MULHER NO CICLO GRAVÍDICO PUERPERAL,
DO PROJETO TODAS AS MÃES IMPORTAM, DA SBIB ALBERT EINSTEIN E MSD PARA MÃES (2023).
As publicações do projeto Todas as Mães Importam estão disponíveis no endereço eletrônico
https://www.einstein.br/empresas-hospitais/escritorio-de-excelencia-einstein/projetos-de-melhoria/melhoria-na-
assistencia-ao-parto
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Importam será responsável por danos que surjam em decorrência de seu uso.
Primeira edição, 2023

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DIRETRIZ CLÍNICA PARA PROTOCOLO DE SEPSE NA
MULHER NO CICLO GRAVÍDICO PUERPERAL

Sumário
1. Objetivo..............................................................................................................03
2. Introdução..........................................................................................................03
3. Prevenção...........................................................................................................05
3.1 Abordagem da prevenção pré-hospitalar.....................................................06
3.1.1 Diagrama direcionador de prevenção de sepse para a colaborativa Todas
as mães importam, no âmbito da assistência pré-natal......................................06
3.1.2 Rastreamento e tratamento de doenças infecciosas comuns na gestação
3.1.3 Infecção do trato urinário...........................................................................06
3.1.4 Pneumonia comunitária não complicada...................................................08
3.1.5 Abdome agudo (apendicite/colicistite)......................................................09
3.1.6 Infecção genital por Clamídia e Gonococo.................................................09
3.2 Abordagem da prevenção atenção hospitalar...............................................10
3.2.1 Profilaxia antibiótica...................................................................................10
4. Diagnóstico.........................................................................................................12
4.1 Critérios diagnósticos....................................................................................12
4.2 Identificação precoce....................................................................................15
5. Tratatamento......................................................................................................17
5.1 Protocolos e bundles.....................................................................................17
5.1.1 O Pacote de 1º Hora (hora dourada).......................................................17
5.1.2 Outras medidas – Continuidade do Cuidado Hospitalar..........................22
6 Preparo para alta e continuidade do cuidado pós alta............................................24
6.1 Planejamento individualizado e preparo para alta hospitalar.......................24
7 Conclusão...............................................................................................................26
Referências..............................................................................................................27
Anexos.....................................................................................................................30

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DIRETRIZ CLÍNICA PARA PROTOCOLO DE SEPSE NA
MULHER NO CICLO GRAVÍDICO PUERPERAL

1. Objetivo
Esta diretriz tem como objetivo documentar o processo de estudo, discussão,
validação interna na decisão da aplicação de diretrizes para atendimento às mulheres
com infecção, sepse e choque séptico em obstetrícia, bem como as orientações de como
utilizá-lo na prática em saúde, desde a atenção básica até nível terciário.
Seu escopo envolve inicialmente os serviços participantes da Colaborativa
Todas as Mães Importam, desenvolvido pelo Escritório de Excelência da Sociedade
Israelita Brasileira Einstein em parceria com Programa MSD para Mães de mortalidade
materna da Merck Sharp & Dohme. As recomendações dessas diretrizes não podem
substituir a capacidade de tomada de decisão do médico quando apresentado com as
variáveis clínicas de um paciente único.

2. Introdução
Sepse é uma emergência médica. Definida como uma disfunção orgânica com
risco de vida causada por resposta desregulada e disfuncional do hospedeiro à infecção.
Sepse e choque séptico são problemas importantes em saúde, afetando milhões de
pessoas ao redor do mundo a cada ano e matando de um terço a um sexto daqueles
que afeta.
A sepse é uma condição rapidamente progressiva. No ciclo gravídico puerperal,
pelas adaptações fisiológicas da gestação, a evolução para criticidade pode ser ainda
mais rápida. Estas adaptações aliadas ao esforço físico materno, intervenções clínicas
durante o parto e perdas sanguíneas, podem mascarar o reconhecimento deste agravo.
As infecções causam diretamente 10,7% das mortes maternas além de
contribuírem significativamente para mortes atribuídas a outras condições (associação
com as outras condições potencialmente ameaçadoras à vida - CPAVs). É a terceira causa
isolada mais comum de morte materna em todo o mundo, depois da hemorragia pós-
parto e da pré-eclâmpsia (SAY, et al 2014).
Woodd et al (2019), em uma revisão sistemática da literatura, mostrou que
para cada 1.000 mulheres que dão à luz, uma média de 0,5 desenvolve sepse; a
incidência agrupada de sepse foi de 0,05%.

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No estudo global sobre sepse materna (GLOSS), verificou-se que: para cada
1.000 nascidos vivos, 70 mulheres tinham infecção materna suspeita ou confirmada com
necessidade de hospitalização; 0,38% das mulheres internadas com infecção
apresentaram resultados maternos graves (Near miss ou óbito); Infecção foi a causa
contribuinte em mais de metade das mortes maternas intra-hospitalares (THE WHO
GLOBAL MATERNAL SEPSIS STUDY (GLOSS) RESEARCH GROUP, 2020).
As melhores evidências da estatística global mostram que 8 a 12% das
admissões de pacientes obstétricas em unidades de terapia intensiva (UTI) são por
sepse; 8 e 14% das mulheres em choque séptico morrem (BONET, et al 2017). As
melhores evidências estatísticas de países desenvolvidos (Reino Unido) mostram que
cerca de 19,5% das gestantes com sepse evoluíram para choque séptico e 1,4% das
mulheres em choque séptico morrem (VAN DILLEN, et al 2020).
O diagnóstico oportuno deste agravo na gestação e puerpério é um desafio,
especialmente em ambientes com poucos recursos. A identificação precoce e tomada
de decisão nas horas iniciais do desenvolvimento de sepse melhora o desfecho para a
paciente e salva vidas, modificando o contexto na saúde, na família e na sociedade.
O Projeto Todas as mães importam está alinhado aos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (Estratégia Global da ONU para a Saúde da Mulher, da
Criança e do Adolescente) na busca em reduzir a morte materna evitável.

Objetivo 3. Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar


para todas e todos, em todas as idades
3.1 Até 2030, reduzir a taxa de mortalidade materna global para
menos de 70 mortes por 100.000 nascidos vivos.
As recomendações deste documento são destinadas para fornecer orientação
para a equipe que diagnostica e trata de mulheres no ciclo gravídico puerperal com
sepse ou choque séptico em ambiente pré-hospitalar e hospitalar.

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3. Prevenção
A prevenção das infecções diminui a chance de sepse, choque e óbito. A
Organização Mundial da Saúde (OMS) informa que a infecção materna e a subsequente
sepse podem ser eliminadas com boas práticas de higiene e controle de infecção, bem
como com o reconhecimento e tratamento imediatos dessas condições (WHO, 2017).
A questão preventiva é ampla, incluindo desde infraestrutura e
cultura/educação higiênica da população até cuidados e controle de infeção
relacionados resistência antimicrobiana dos germes, envolvendo:
• Infraestrutura de água, saneamento e higiene
• Higiene das mãos
• Cuidado pré-natal (rastreamento, tratamento)
• Cuidados Hospitalares (rastreamento, tratamento, gestão de controle de
infecção)

O atendimento pré-natal deve envolver uma combinação de atividades de


triagem e medidas preventivas para infecções endêmicas na região (OMS, 2016).

• Diagnóstico precoce da gestação e acesso imediato ao pré-natal;

• Instrumento para identificação do risco clínico para as CPAVs nas consultas;

• Rastreamento e tratamento de doenças endêmicas (DM, HIV, Hepatites B e C,


sífilis, CMV, Toxoplasmose, etc);

• Rastreamento e tratamento de doenças comuns na gestação (DMG, bacteriúria


assintomática, ITU);
• Suplementação ferro oral (40mg de ferro elementar por dia) e de ácido fólico (5
mg por dia).

Os recursos para detecção e tratamento destas infecções devem estar


disponíveis. No pré-natal, as infecções não obstétricas mais incidentes relacionadas ao
potencial de risco para sepse são: infecção do trato urinário, pneumonia, apendicite,
colicistite, malária e HIV.

As infecções do trato genital como gonorreia e clamídia devem ser


investigadas, diagnosticadas e tratadas durante as consultas. Elas estão relacionadas ao

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risco maior de prematuridade, ruptura prematura das membranas e endometrite pós-


parto, além de comprometimentos sistêmicos e fetais. Durante o pré-natal, os exames
de colpocitologia e cultura de secreção vaginal devem ser solicitados sempre que
necessário.

3.1 Abordagem da prevenção pré-hospitalar


Para abordar as oportunidades de prevenção da sepse em diversos aspectos da
atenção pré-hospitalar à saúde, propomos, através de conceitos e ideias de mudança o
pacote de medidas (bundle):
3.1.1 Diagrama direcionador de prevenção de sepse para a colaborativa Todas as mães
importam, no âmbito da assistência pré-natal

Adaptado de: OMS, 2015; ROSSI, et al 2020; BRASIL, 2017.

3.1.2 Rastreamento e tratamento de doenças infecciosas comuns na gestação


3.1.3 Infecção do trato urinário
A Infecção no Trato Urinário (ITU) se manifesta como bacteriúria
assintomática, infecção do trato urinário baixo (cistite) e pielonefrite. Durante o pré-
natal recomenda-se rastreio rotineiro com Urina 1 e urocultura na primeira consulta e
no início do terceiro trimestre. Todos os casos diagnosticados devem ser tratados, sendo
o sucesso do tratamento confirmado com urocultura de controle 1 ou 2 semanas após

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término do tratamento. Quando não tratadas, podem evoluir para sepse materna, além
de morbidades para o concepto como prematuridade (ROSSI, et al 2020).
• Bacteriúria assintomática: Incidência: em 2% a 15% dos casos.
Diagnóstico: Rastreio pré-natal com Urina 1 e
urocultura na primeira consulta e no início do
terceiro trimestre.
Tratamento: Nitrofurantoína 100mg, via oral de
6/6 horas por 5 dias (não recomendada após 37
semanas), ou Cefalexina 500mg, via oral de 6/6
horas por 7 dias.
• ITU baixa (cistite): Incidência: em 2% dos casos.
Diagnóstico: Clínico (disuria, polaciúria, hematúria,
dor suprapúbica) confirmação não obrigatória
laboratorial Urina 1 e urocultura (ideal para manejo
antibiótico). Após o tratamento, urocultura
controle em 1 ou 2 semanas após o tratamento.
Tratamento: Fosfomicina trometamol, 3g via oral
dose única ou Nitrofurantoína 100mg de 6/6 horas
por 5 dias (não recomendada após 37 semanas), ou
Amoxacilina com Clavulanato 500/250mg via oral
de 8/8 horas por 7 dias ou Cefuroxima 250mg via
oral de 12/12horas por 7 dias.
(*Cefalosporinas ou Amoxicilina podem ser usadas,
mas com uma maior chance de falha terapêutica);
(**Fluoroquinolonas (Norfloxacina, Ciprofloxacina,
Levofloxacina) não deve ser utilizado para tratar a
cistite não complicada durante a gravidez).
• ITU alta (pielonefrite): Incidência: em 2% dos casos.
Diagnóstico: Clínico (disuria, polaciúria, hematúria,
dor suprapúbica, dor lombar e/ou febre). Sinal

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clínico: Giordano positivo, confirmação laboratorial


Urina 1 e urocultura. Após o tratamento,
urocultura controle em 1 ou 2 semanas após o
tratamento.
Tratamento: Internação Hospitalar. A melhora
clínica e ausência de febre em 24 – 48 horas é
critério de substituição da medicação venosa por
medicação oral e alta para o domicílio. Melhor
tratamento é o guiado pela sensibilidade do
patógeno no antibiograma da urocultura.
Ceftriaxona 2G IV a cada 24 h por pelo menos 24-
48h (podendo estender a 7 dias). Se melhora
clínica, continuar tratamento domiciliar com
Ceftriaxona IM ou Cefuroxima 250mg de 12/12h
por 7 dias/ ou Ampicilina IV 1-2 g a cada 6 h +
Gentamicina IV 1,5 mg / kg a cada 8 h.
Descalonamento segundo urocultura.
A Infecção recorrente do trato urinário (ITUr) é definida como recorrência de
pelo menos três ITUs em um ano ou pelo menos dois episódios em seis meses. Em cada
episódio a paciente deve ter sintomas iniciais e bacteriúria ≥100 UFC/mL em em exame
de cultura de jato médio urinário. A profilaxia antimicrobiana deve ser tomada até o
parto após o segundo episódio de cistite ou, se houver história de ITUr, após o primeiro
episódio na gestação.
• Nitrofurantoína (100mg/dia, à noite) ou Cefalexina (250 a 500 mg/dia, à
noite), são drogas de escolha para a profilaxia antimicrobiana durante a
gravidez.
3.1.4 Pneumonia comunitária não complicada
Segundo Brasil (2022), Albright et al (2016), a pneumonia comunitária não
complicada, é a pneumonia mais comum na gravidez sendo as bactérias os principais
agentes causadores. Os sintomas característicos são dispneia, febre, dor torácica e

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tosse, embora comumente possa haver retardo no diagnóstico pela interpretação


inadequada de sintomas respiratórios comuns na gestação normal.
Diagnóstico clínico: estertoração, taquipneia e taquicardia, tosse (por vezes
produtivas), febre e dor toráxica.
Diagnóstico complementar: radiografia de tórax com proteção abdominal.
Apesar de conclusivo em apenas 40% dos casos, confirma o diagnóstico. Não há
justificativa para não o realizar, uma vez que a dose de radiação é mínima e inócua ao
feto.
Tratamento: Azitromicina 500mg via oral ou Claritromicina 500mg via oral ou IV
12/12horas.
Casos mais graves (possibilidade de internação): Ceftriaxona IV 1-2 g por dia (+
Azitromicina 500mg) ou Ampicilina-Sulbactam IV 1,5-3g a cada 6 horas +
Azitromicina 500mg. Pode-se considerar tratamento antiviral concomitante:
Oseltamivir 75 mg a cada 12 horas

3.1.5 Abdome agudo (apendicite/colicistite)


Frente a suspeita clínica de abdome agudo, recomenda-se a realização de
exames complementares (Ultrassonografia abdominal e/ou tomografia
computadorizada) e a instituição precoce de tratamento específico (clínico e/ou
cirúrgico).

3.1.6 Infecção genital por Clamídia e Gonococo


Estas infecções podem necessitar de exames complementares como cultura
endocervical em meio específico ou imunofluorescência. Frente à suspeita clínica,
recomendamos o tratamento específico abaixo definido:
- Para tratamento do Gonococo: Ceftriaxona IM na dose única de 500mg
associada a 1g VO Azitromicina. Tratar o parceiro na vigência do tratamento da mulher.
- Para tratamento Clamídia: Azitromicina 1g via oral em dose única, ou Estearato
de Eritromicina 500mg via oral de 6/6 horas por sete dias, ou Amoxicilina 500mg via oral

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8/8 horas por sete dias. Tratar o parceiro na vigência do tratamento da mulher (BRASIL,
2022).

3.2 Abordagem da prevenção atenção hospitalar


A prevenção da infecção nas pacientes hospitalizadas para procedimento parto
ou internação clínica, é contemplada neste diagrama direcionador:

OMS, 2016; BRASIL, 2016; ROSSI, et al 2020; BRASIL, 2017

3.2.1 Profilaxia antibiótica

Durante a gravidez e parto existem oportunidades para prevenção de infecção


e sepse envolvendo profilaxia antibiótica, orientações baseadas em evidências para
reduzir o risco de desfecho grave materno. A tabela a seguir foi traduzida e adaptada de
The Continuous Textbook of Women’s Medicine Series – Obstetrics Module, The Global
Library of Women’s Medicine’s, a plataforma educacional da FIGO:

Recomendação profilaxia antibiótica SIM NÃO


Primeiro trimestre Curetagem X

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Ruptura prematura pré-termo de X


Segundo e terceiro membranas ovulares
trimestre Trabalho de parto prematuro bolsa íntegra X
Ruptura prematura de membranas ovulares X
Primeiro e segundo Colonização vaginal Streptococco do grupo B X
estágio do parto Líquido amniótico meconial X
Parto normal vaginal X
Parto vaginal operatório (fórceps, vácuo) X
Terceiro estágio do Rotura perineal de 3 e 4 graus X
trabalho de parto Remoção manual da placenta X
Episiotomia X
Parto cesariana Parto cesariana (eletivo ou emergência) X
CHESHIRE, et al 2021; LISSAUER, et al 2019; OMS, 2015

A escolha do antibiótico profilático deve ser de cada serviço, baseada em


evidências científicas, microbiota local e disponibilidade de medicamentos. A seguir,
apresentamos nossas recomendações:
a) Parto cesariana:

1ª ESCOLHA ALÉRGICAS A CEFALOSPORINAS

• Cefalosporina de primeira • Clindamicina 900 mg


geração: Cefazolina 2g até 120 kg • ou aminoglicosídeo Gentamicina
e 3g acima de 120 kg. Deve ser 5mg/kg
administrada nos 60 minutos que
antecedem a incisão, em dose
única.

BRASIL, 2016

Em caso de duração da cirurgia maior que 4 horas ou sangramento estimado


maior que 1,5 L, nova dose deve ser administrada.
b) Curetagem Abortamento:
Os antibióticos profiláticos não são necessários para o aborto medicamentoso,
mas devem ser usados para o aborto cirúrgico, uma vez que demonstraram reduzir o
risco de infecção após o aborto (risco < 1%). Guidelines internacionais já evidenciam a

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necessidade desta antibioticoprofilaxia, ainda não abordada pelos cadernos do


Ministério da Saúde.
No entanto, o aborto cirúrgico não deve ser adiado se os antibióticos não
estiverem. O esquema ideal não é conhecido, mas Nitroimidazóis (por exemplo,
Metronidazol), Tetraciclinas (por exemplo, Doxiciclina) e Penicilinas demonstraram ser
eficazes. O seguinte regime pode ser considerado para a profilaxia antibiótica do aborto
cirúrgico (ou incompleto):

1ª ESCOLHA OUTRAS ESCOLHAS

• doxiciclina oral 100mg duas vezes • Metronidazol


ao dia por 3 a 7 dias, começando • ou Azitromicina
dentro de 2 horas após o
procedimento
evidências de que um curso de 3 dias é
• (há

tão eficaz quanto um curso de 7 dias)

RCOG,2022

c) Rutura Perineal 3º 4º Grau: Recomendamos a evidência de profilaxia para


cirurgia colorretal, pelo benefício de antibióticos que oferecem cobertura contra
bactérias aeróbicas e anaeróbicas (NELSON, et al 2014).

d) Profilaxia para transmissão vertical EBG

Fator de risco intraparto A colonização não deve ser tratada.


Realizar a profilaxia intraparto.
• trabalho de parto ou ruptura de membranas
abaixo de 37 semanas • penicilina G por via endovenosa. Dose inicial: 5 milhões UI, e a
• ruptura de membranas com duração ≥ 18 horas dose de manutenção é de 2,5 milhões UI a cada 4 horas até o
nascimento.
• temperatura intraparto ≥ a 38°C
• bacteriúria por EGB na gestação em curso • alternativa: ampicilina via endovenosa. Dose inicial: 2 gramas
seguida por 1 grama a cada 4 horas até o nascimento.
• Cultura positiva pré-natal

BRASIL, 2022

4. Diagnóstico
4.1 Critérios diagnósticos
A OMS define "sepse materna" como disfunção orgânica resultante de infecção
durante a gravidez, parto, pós-aborto ou período pós-parto, que inclui 42 dias após o

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término da gravidez, independentemente da causa. Essa definição atualizada não exige


que a fonte de infecção esteja diretamente relacionada ao estado de gravidez.
As infecções que mais cursam com sepse e desfechos maternos graves no ciclo
gravídico puerperal são: infecção do trato urinário, infecção do trato genital
(endometrite e corioamnionite), infecção de pele e partes moles e pneumonia.

25% 30%

15%
30%

ENDOMETRITE / CORIOAMNIONITE
TRATO URINARIO
PELE E TEC MOLES
OUTROS

WHO, 2020

10%

31%
16%

9%

17%
17%
Trato urinário
Endometrite pós parto
Corioamnionite
Endometrite pós abortamento
Infecção pele e partes moles
Pneumonia

THE WHO GLOBAL MATERNAL SEPSIS STUDY (GLOSS) RESEARCH GROUP ,2020

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O diagnóstico de sepse é feito na presença de infecção (suspeita ou


confirmada), na presença de uma ou mais disfunções orgânicas abaixo descritas:
● Frequência respiratória maior ou igual a 25 respirações/min;
● Nova necessidade de oxigênio para manter as saturações acima de 92%;
● Frequência cardíaca maior ou igual a 130 batimentos/min;
● Pressão arterial sistólica menor que 90 mmHg (ou queda em 40 mmHg do
normal);
● Não urinar em mais de 18 horas (oligúria - menos de 0,5 ml/kg/h se puder ser
mensurado);
● Alteração do nível de consciência, agitação, delirium;
● Lactato sérico maior ou igual a 2 mmol/L (nota: lactato pode aumentar logo após
o parto);
● Rendilhado cutâneo ou livedo reticular.
THE UK SEPSIS TRUST, 2019

Infecção
(gravidez, parto,
Disfunção
pós-aborto ou SEPSE MATERNA
Orgânica
período pós-
parto

Reconhecimento da Sepse. Adaptado de: CHESHIRE et al, 2021

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As 10 principais pérolas para o gerenciamento da sepse materna, segundo


Shield e colaboradores:
Adaptado de: SHIELDS et al, 2021

Na suspeita, sugerimos utilizar uma ferramenta para detectar a deterioração


clínica na rotina de aferição de sinais vitais, como um sistema de alerta precoce.
• O uso de ferramentas de gatilho tem mostrado um aumento no registro de sinais
vitais e melhoria do manejo.
• O uso de ferramentas de melhoria, incluindo pacotes, protocolos, e as listas de
verificação (check-list) contribuem para melhorar as práticas e resultados.
• Pacotes de cuidados estão associados a uma redução na mortalidade de adultos.
• Gestão antimicrobiana e contribuem para minimizar a resistência
antimicrobiana.

4.2 Identificação precoce

Os serviços de atenção à saúde da mulher devem ter um método padrão para


registrar os sinais vitais do paciente durante sua internação. Embora haja uma grande

Reconhecimento é •Suspeite sempre de sepse


fundamental •Implementar uma ferramenta rápida para detecção de deterioração materna

•Implemente pacotes de sepse para facilitar escala de cuidados


•Estudos laboratoriais e radiológicos são chaves para busca de etiologia e controle de
Mova-se rápido fonte.
durante a hora de •Conheça a origem da infecção e Lembre que estreptococo do grupo A pode matar
rapidamente
ouro para salvar •Escolha corretamente antimicrobianos e administre dentro do uma hora da suspeita
vidas de sepse
•A ressuscitação com fluidos deve ser iniciada rapidamente para pacientes com
lactato sanguíneo superior a 4 mmol/Lou pressão arterial média inferior a 65 mmHg.

•Escalone os cuidados (cuidados críticos ) em até 6 horas da suspeita


Além da hora •Após estabilizar a paciente, elimine a fonte da infecção
dourada •Antecipe e previna eventos adversos

variação na sensibilidade e especificidade das ferramentas de triagem de sepse, eles são

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um importante componente de identificação de sepse precoce para intervenção


oportuna. As ferramentas de triagem podem ter como alvo pacientes em vários locais,
como enfermarias de internamento, departamentos de emergência ou unidades de
terapia intensiva (UTI).

Recomendamos escore obstétrico de alerta precoce, nesta colaborativa,


adaptado de Carle e colaboradores, disponível no documento “Diretrizes para o uso da
escore de alerta obstétrico precoce modificado" em detectar a deterioração clínica na
mulher no ciclo gravídico puerperal, associada a ferramenta de tomada de decisão.

RECOMENDAÇÃO SURVIVING SEPSIS CAMPAIGN 2021


Não recomendamos o uso de qSOFA em detrimento de outros escores como SIRS, NEWS ou
MEWS como uma ferramenta única de triagem para sepse ou choque séptico.
Recomendação forte, evidência de qualidade moderada.

Importante para sepse:


Para assertividade dos escores de alerta, todos os sinais vitais relacionados
devem ser mensurados. A literatura científica evidencia baixa adesão (menos de 25%)
na verificação da Frequência Respiratória (FR) e da Saturação de Oxigênio (SATO2),
comparado com alta conformidade na verificação dos outros parâmetros na prestação
de serviços clínicos para infecção materna. A medida da frequência respiratória e
oxímetria de pulso são componentes-chave na gestão de infecção materna na
prevenção, diagnóstico, controle e tratamento.
RECOMENDAÇÃO SURVIVING SEPSIS CAPAIGN 2021
Para hospitais e sistemas de saúde, recomendamos o uso de programa de melhoria de
desempenho para sepse:
4. Triagem para identificação da doença aguda e de pacientes de alto risco (Escores de alerta
e diagnóstico de disfunção orgânica);
5. Operação padrão de procedimentos e tratamento (Bundles e Protocolos).
Recomendação forte, qualidade moderada de evidência para triagem.
Recomendação forte, evidência de qualidade muito baixa para operação padrão
Procedimentos.

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MULHER NO CICLO GRAVÍDICO PUERPERAL

Além do escore de alerta precoce obstétrico, recomendamos um checklist de


identificação das disfunções orgânicas conforme anexo 1.

5. Tratamento
5.1 Protocolos e Bundles
Os protocolos clínicos e bundles são um conjunto de melhores práticas e
evidências científicas que especificam uma resposta preferida a um diagnóstico em
circunstâncias específicas.
Um grande estudo coorte retrospectivo de 1.012.410 internações por sepse
em 509 hospitais nos Estados Unidos examinou a associação entre implementação de
protocolos de sepse exigidos pelo estado, conformidade e mortalidade. A mortalidade
foi menor em hospitais com maior conformidade com o cumprimento os pacotes de
sepse com sucesso. Países em desenvolvimento podem experimentar efeitos variados
na aplicação de protocolos e pacote de boas práticas para sepse.

5.1.1 O Pacote de 1º Hora (hora dourada)


• Acesso venoso (coleta de exames laboratoriais) – importância da coleta e
avaliação do resultado do lactato arterial (quando disponível)
• Coleta das duas hemoculturas em sítios distintos antes da administração de
antibióticos
• Administração de antibióticos em até 1 hora
• Expansão volêmica cristaloides 30 ml/kg para hipotensão ou lactato ≥
𝟒𝒎𝒎𝒐𝒍/𝑳
• Administrar vasopressor durante ou depois da expansão volêmica para manter
PA ≥ 𝟔𝟓𝒎𝒎𝑯𝒈

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MULHER NO CICLO GRAVÍDICO PUERPERAL

Adaptado de: EVANS, et al 2021

Acesso venoso e coleta de exames laboratoriais: Lactato, hemograma,


coagulograma, função renal e hepática.

O lactato é um biomarcador de suporte diagnóstico, prognóstico e avaliador


de sucesso terapêutico. Lactato arterial entre 1,6 e 2,5 mmol / L, tem sensibilidades de
66 a 83%, e especificidades de 80 a 85% para diagnóstico de sepse, a despeito de
controvérsias a respeito de faixa normal aceita durante a gravidez e o período pós-
operatório. No entanto, o lactato sozinho não é sensível nem específico o suficiente para
detectar ou descartar o diagnóstico.
A associação do nível de lactato arterial com mortalidade em pacientes
infecção e sepse está bem estabelecida. Seu controle é recomendado, sendo necessária
uma medição repetida se o lactato inicial for superior a 2 mmol /L.
O teste do lactato arterial de forma isolada não é específico ou sensível
suficientemente para excluir ou concluir o diagnóstico de sepse, além de poder não

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MULHER NO CICLO GRAVÍDICO PUERPERAL

estar prontamente disponível em situações de recursos limitados. Por estes fatos, o


Surviving Sepsis emitiu uma recomendação fraca no potencial diagnóstico deste teste,
priorizando seu uso como ferramenta adjuvante, que modifica definitivamente a
probabilidade pré-teste em pacientes em pacientes com suspeita do agravo.
NOTA: aqui estamos comentando somente o potencial diagnóstico do agravo pelo teste, não sua
importância na condução clínica (cleareance – expansão volêmica) ou a correlação dos altos valores do
lactato com a morbimortalidade do agravo.

RECOMENDAÇÃO
Para adultos com suspeita de sepse, sugerimos medir Lactato no sangue.
Recomendação fraca, evidência de baixa qualidade.

Coleta das duas hemoculturas em sítios distintos antes da


administração de antibióticos

As hemoculturas devem ser colhidas antes da administração de antibióticos e


guiar a continuidade do tratamento.
NOTA: Coleta de hemocultura – Na atual versão do SSC 2021, não há uma recomendação explicita sobre
coleta de culturas. Foi incluída uma recomendação mais abrangente, estimulando a busca contínua pelo
diagnóstico da infecção. No racional, os autores deixam claro que a recomendação anterior de boa prática
clínica para coleta de hemoculturas e demais culturas pertinentes continua válida.

Administração de antibióticos em até 1 h

Antibióticos são a base do manejo da sepse. Administração precoce melhora


desfechos do paciente e reduzi a mortalidade. Cada hora de atraso na administração de
antibióticos, o risco de mortalidade de a sepse aumenta (OR 1,04 por hora; IC 95% 1,03-
1,06; p <0,001).

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MULHER NO CICLO GRAVÍDICO PUERPERAL

O diagnóstico microbiológico do agente causador é crucial para direcionar o


organismo específico e minimizar o potencial resistência a antibióticos. As hemoculturas
devem ser colhidas antes da administração de antibióticos, e o esquema de
continuidade do tratamento revisto após seus resultados (Stewardship).

RECOMENDAÇÃO
Para adultos com possível choque séptico ou alta probabilidade de sepse, nós
recomendar a administração de antimicrobianos imediatamente, de preferência dentro de
1 h de reconhecimento.
Recomendação forte, evidência de baixa qualidade (choque séptico).

Expansão volêmica cristaloides 30 ml / kg em 3 horas

Objetivo é estabilidade hemodinâmica, com meta de evitar hipotensão (PAM≤


65mmhg), administrando bolus intravenoso cristaloides.
BOLUS DE FLUIDO: 500 ML DE CRISTALÓIDE EM 15 MINUTOS.
Reavaliação frequente do estado hemodinâmico do paciente entre os bolus.
A administração mínima recomendada pelo SSC, para ressuscitação inicial é de
30 ml / kg de cristaloides em 3 horas. Este volume fixo da ressuscitação inicial foi
baseado em evidências observacionais.
Uma análise retrospectiva de adultos que se apresentam a um pronto-socorro
com sepse ou choque séptico mostrou que a falha em receber 30 ml / kg de fluidoterapia
com cristaloides dentro de 3 horas do início da sepse foi associado a:
• maiores chances de mortalidade intra-hospitalar,
• resolução retardada da hipotensão e
• aumento de permanência na UTI.
O uso de elevação passiva da perna pode ser usado para determinar a
capacidade de resposta do paciente ao fluido e a necessidade repetição do bolus (não

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MULHER NO CICLO GRAVÍDICO PUERPERAL

no 3 trimestre). O tempo de enchimento capilar (≤3s) é complemento da medida de


perfusão na reanimação.
RECOMENDAÇÃO
Para pacientes com hipotensão induzida por sepse ou choque séptico sugerimos que, pelo
menos 30 ml/kg de cristaloides sejam administrados nas primeiras 3h de ressuscitação.

Recomendação fraca, qualidade de evidência baixa.

Administrar vasopressor durante ou depois da expansão volêmica para


manter a PAM ≥ 65mmHg

RECOMENDAÇÃO
Para adultos com choque séptico, recomendamos o uso de norepinefrina como agente de
primeira linha em relação a outros vasopressores.
Recomendação forte, evidência de qualidade moderada.

RECOMENDAÇÃO
Para adultos com choque séptico em vasopressores, recomendamos um primeiro alvo de
pressão arterial média (PAM) de 65 mm Hg sobre PAM superior alvos.
Recomendação forte, evidência de qualidade moderada.

Não tolerar pressões abaixo de 65 mmHg por períodos superiores a 30-40


minutos – iniciar vasopressor. Hipotensão ameaçadora à vida: iniciar o vasopressor
mesmo antes da reposição volêmica (garantir pressão de perfusão enquanto se continua
a reposição volêmica).
Vasopressor pode ser iniciado em veia periférica: Evitar atrasos na
restauração da PAM (não aguardar um acesso venoso central). Recomendação fraca,
qualidade de evidência muito baixa. Droga de escolha é a noradrenalina, deve-se
providenciar acesso central.

5.1.2 Outras medidas – Continuidade do Cuidado Hospitalar

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MULHER NO CICLO GRAVÍDICO PUERPERAL

Após a Primeira Hora, a equipe deve estabelecer o plano terapêutico da


mulher, incluindo a paciente e seus familiares nas resoluções, o mais rápido possível:
• Reavaliações clínicas e continuidade terapêutica, segundas opiniões
• Checagem / solicitação de exames laboratoriais e imagem
• Planejamento de desfecho de parto (em conjunto com equipe de neonatologia)
• Planejamento de intervenções cirúrgicas
• Transferência para unidade de cuidado crítico (preferencialmente dentro das
primeiras 6 h)
Para abordar as oportunidades da continuidade de cuidados na da sepse após
as intervenções da 1ª hora, propomos, através de conceitos e ideias de mudança o
pacote de medidas:

Realizar cuidado seguro, confiável e equânime para todas as mulheres no ciclo gravídico
puerperal na admissão, pré-parto, pós-parto e alta
Conceito de Mudanças Mudanças
1. Em caso de Sepse ou choque séptico
• Solicitação oportuna de vagas entre setores ou serviços
Segurança Cuidado Paciente Crítico

recomenda-se admissão na UTI dentro


de 6 horas do diagnóstico
• Identificação rápida de diagnóstico anatômico específico de infecção e
implementação de intervenção logo que seja clinicamente possível.
2. Planejamento do cuidado • Planejar conduta obstétrica com time multiprofissional (obstetrícia, neonatologia,
enfermagem, paciente e familiares)
• Avaliação diária para escalonamento / descalonamento do uso de antimicrobianos,
baseado nas hemoculturas (Stewardship).
• Profilaxia de TEV.
3. Continuidade do cuidado crítico • Profilaxia para úlcera de estresse / sangramento gastrointestinal.
• Nutrição enteral de início precoce (72h).
• Acompanhamento clearence lactato.
• Compartilhar objetivos de atendimento e prognóstico com pacientes e famílias.

Recomendamos que a equipe utilize um checklist das condutas e tratamento


da Sepse, a fim de monitorar o tempo das condutas realizadas, a fim de nortear o
monitoramento e tomada de decisão frente ao tratamento da sepse (anexo 2).
a) Controle cirúrgico do foco infeccioso
O controle do foco infeccioso melhora a sobrevida do paciente séptico.
Intervenções para este controle devem ser realizadas o mais rápido possível após a
ressuscitação inicial. Estudos menores sugerem que o controle dentro de 6-12 h da fonte
de infecção, cursa com melhores resultados para o paciente.
Portanto, qualquer intervenção de controle necessária deve ser implementada
assim que possível, após o diagnóstico. Algumas apresentações graves não estabilizarão

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MULHER NO CICLO GRAVÍDICO PUERPERAL

apesar da ressuscitação rápida e fornecimento de antimicrobianos adequados, a não ser


que o foco cirúrgico seja controlado.
RECOMENDAÇÃO
Para adultos com sepse ou choque séptico, recomendamos a identificação rápida ou
excluindo um diagnóstico anatômico específico de infecção que requer controle de fonte
emergente e implementação de qualquer controle de fonte necessário intervenção logo
que seja clinicamente e logisticamente prático.
Declaração de melhores práticas.
KIM, et al 2019; MARTINEZ, et al 2017

b) Conduta obstétrica
A definição da conduta obstétrica deve ser individualizada, baseada na
condição materna, idade gestacional e condição fetal.
Sepse e choque séptico materno sem viabilidade fetal:
o Decisões devem se basear nas melhores evidências científicas para o
tratamento materno. O tratamento materno adequado viabiliza um
melhor desfecho neonatal.
Sepse e choque séptico materno na viabilidade fetal:
o Gestação a termo: o parto deve ser realizado na vigência de quadro
materno estável (nos quadros de instabilidade hemodinâmica, a
realização do parto pode aumentar a morbidade da mão e do concepto).
Quando a tomada de decisão for o parto, parto cesariana e anestesia
geral são as opções mais seguras (ITON, 2015).
o Gestação pré-termo: não há, atualmente, indicação da interrupção nas
gestações pré-termo, a não ser em casos de corioamnionite, cujo
benefício do parto atende o binômio (nestes casos não são
recomendados esteróides pré-natais para maturação pulmonar fetal,
mas os benefícios e danos precisarão ser ponderados no contexto
específico (MRCOG et al, 2012).
A participação da mulher quando possível e de seus familiares nas decisões é
primordial.

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MULHER NO CICLO GRAVÍDICO PUERPERAL

c) Escalonamento do cuidado

RECOMENDAÇÃO
Para adultos com sepse ou choque séptico que requerem admissão na UTI, nós
sugerir a admissão dos pacientes na UTI dentro de 6 horas.
Recomendação fraca, evidência de baixa qualidade.

A paciente deve receber tratamento de sepse com antibióticos e fluidos


enquanto os arranjos de transferência para unidade de cuidado crítico estão sendo
feitos. Planejar cuidados na transferência segura entre unidades. Todas as tentativas
razoáveis devem ser feitas para estabilizar o paciente antes da transferência.
NA UTI, a participação da família no cuidado é fundamental, bem como o
reestabelecimento do vínculo do binômio, assim que possível.
Na alta da UTI, sugerimos descalonamento do cuidado para leito não crítico,
com equipe multidisciplinar, baseada nas necessidades da paciente e sua família.

6. Preparo para alta e continuidade do cuidado pós alta


Os pontos de maior risco assistencial e clínico hospitalares devem ser bem
planejados como as etapas de escalonamento do cuidado (proposição de adaptação do
cuidado não crítico para o crítico), descalonamento do cuidado (proposição de
adaptação do cuidado crítico para o não crítico), transferência do cuidado, registro
seguro, preparo para alta.

6.1 Planejamento individualizado e preparo para alta hospitalar


Para abordar as oportunidades de melhoria nos cuidados nas transições do
cuidado da paciente em sepse, propomos, através de conceitos e ideias de mudança o
pacote de medidas:

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MULHER NO CICLO GRAVÍDICO PUERPERAL

Realizar cuidado seguro, confiável e equânime para todas as mulheres no ciclo gravídico puerperal na admissão,
pré-parto, pós-parto e alta
Conceito de Mudanças Mudanças
1. Planejamento individualizado do cuidado • Implantar Plano Terapêutico Singular
Segurança na Transição do

com previsão de alta e de intervenções


• Realizar transferência segura entre setores (instrumento I PASS/ SBAR).
• Planejar a continuidade do cuidado na transição entre a unidade crítica e unidade de cuidado
2. Planejamento do cuidado não crítico (plano terapêutico). Descalonamento dos cuidados intensivos para cuidados
Cuidado

habituais: rotina de sinais vitais, etc.


• Reconciliar medicamentos nas transferências entre setores e na alta hospitalar.
• Registro seguro: disponibilizar informações necessárias para continuidade do cuidado pos alta
no documento de alta hospitalar.
• Encaminhar para acompanhamento para problemas físicos, cognitivos e emocionais após a alta
3. Alta segura e Continuidade do cuidado hospitalar.
• ncaminhar programa de reabilitação pós-hospitalar pacientes que receberam tratamento
mecânico ventilação por> 48 horas ou uma permanência na UTI> 72 horas. Reabilitação
fisioterápica pulmonar e motora.

ALBERTO, et al 2017; MAKAM, et al 2015; BORTHWICK, 2012; KAHN, et al, 2019; LEVY, et al 2018

Devemos lembrar que sepse e choque séptico podem deixar sequelas, mesmo
se tratados imediatamente com todos os recursos disponíveis. Depois da alta hospitalar,
há elevado risco de morte e frequentes re-internações nos primeiros meses pós-
hospitalização, bem como elevado uso de recursos de saúde.
As sequelas podem ser físicas (gerais ou disfunção permanente de órgão alvo),
cognitivas e mentais. Acarretam problemas para a mulher, família e sociedade.
Sequelas físicas, mentais e cognitivas Disfunção permanente
de órgão alvo
fraqueza, fadiga alteração no sono coração, rins, fígado, entre
falta de ar alteração memória outros.
contraturas musculares, dificuldade de
dores articulares concentração
dificuldade de deglutição alteração da velocidade do
raciocínio
LPP ansiedade, depressão,
estresse pós-traumático
TEIXEIRA, et al 2021

SEQUELAS
MORTALIDADE SEQUELAS OUTRAS
MENTAIS E
PÓS-ALTA FÍSICAS SEQUELAS
COGNITIVAS

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MULHER NO CICLO GRAVÍDICO PUERPERAL

No plano terapêutico da enfermaria englobamos ações para a mitigação destas


sequelas, desde o período de internação até a fase de tratamento ambulatorial e
adaptação domiciliar.
O planejamento da alta hospitalar deve ser feito em equipe multidisciplinar,
paciente (binômio) e família, atentando para o contexto domiciliar e continuidade do
cuidado na rede de saúde. Deve conter: apoio / educação familiar, acompanhamento
fisioterápico, fonoaudiológico, nutricional, psicológico, em ambulatório de
especialidades médicas: cardiologia, nefrologia, pneumologia, neurologia, etc.
O registro de todos os passos do tratamento e das necessidades de tratamento
e acompanhamento na rede devem estar no documento de alta e no caderno da
gestante. A educação da família e paciente é crucial para o melhor resultado.
Parcerias com a rede de saúde também podem facilitar o engajamento da
paciente na continuidade do cuidado como: visita da equipe do cuidado primário ao
hospital, alta hospitalar com consulta agendada na rede etc.

7. Conclusão
Os pacotes de melhores intervenções clínicas na sepse materna podem não ser
consenso na literatura, mas estão largamente disponíveis e acessíveis.
O desafio é a implementação destas práticas em cada contexto de saúde,
dependendo das políticas e estratégias para a qualidade e segurança dos cuidados e do
desdobramento operacional possível, mais seguro e eficaz (WHO, 2020).

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MULHER NO CICLO GRAVÍDICO PUERPERAL

Referências

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BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de Gravidez de Alto risco. Brasília, 2022.
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CHESHIRE, J.; JONES, L. MUNTHALI, L. The FAST-M complex intervention for the
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DIRETRIZ CLÍNICA PARA PROTOCOLO DE SEPSE NA
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LISSAUER, D.; WILSON, A.; HEWITT, C.A. et al. A randomized trial of prophylactic
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TEIXEIRA, C.; ROSA, R.G.; FRIEDMAN, G. Sepse após a alta da UTI: um problema de saúde
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29
DIRETRIZ CLÍNICA PARA PROTOCOLO DE SEPSE NA
MULHER NO CICLO GRAVÍDICO PUERPERAL

Anexo 1
Checklist de Reconhecimento da Disfunção Orgânica

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Anexo 2
Checklist de Tratamento da Sepse – Bundle 1ª hora
(APS / Hospitais)

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MULHER NO CICLO GRAVÍDICO PUERPERAL

Anexo 3
Fluxograma Hospitais

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Anexo 4
Fluxograma APS

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Anexo 5
Equipe Técnica do Projeto Todas as Mães Importam
• Brunna Bordenale Noznica – médica ginecologista e obstetra, especialista em gestação
de alto risco, ex-pesquisadora da startup Canguru e médica especialista da PMSP.
http://lattes.cnpq.br/3859435927598634
• Caio Antonio de Campos Prado – médico ginecologista e obstetra, especialista em
gestação de alto risco, mestre pela USP-RP, médico do Centro de Referência da Saúde
da Mulher de Ribeirão Preto - MATER e do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo – HCFMRP-USP.
http://lattes.cnpq.br/4533899460901108
• Elisângela Martins de Queiroz – enfermeira, mestre pela EEUSP, especialista em saúde
coletiva - saúde da População Negra, Gestão de Emergências em Saúde Pública,
Vigilância em Saúde e Informática em Saúde. Especialista em Melhoria pelo Institute for
Healthcare Improvement-IHI Analista em Saúde. na PMSP.
http://lattes.cnpq.br/5534497442450918
• Jussara Francisca de Assis dos Santos - assistente social, doutora pela UFRJ, especialista
em serviço social e saúde pela UERJ, Professora da Escola de Serviço Social da
Universidade Federal Fluminense (UFF). http://lattes.cnpq.br/6569338074719659
• Livia Sanches Pedrilio - enfermeira, mestre pela EERP-USP, doutoranda pela DTG-
FCM/Unicamp, especialista em qualidade, segurança do paciente e em melhoria pelo
Institute for Healthcare Improvement-IHI, consultora de qualidade e segurança do
paciente do Escritório de Excelência Einstein, da SBIBAE.
http://lattes.cnpq.br/1867171806013403
• Maria Cristina de Camargo – enfermeira obstetra, doutora pela UFBA. Professora
Assistente da Universidade Estadual de Feira de Santana/ UEFS e Presidente da
Associação de Enfermeiros Obstetras e Obstetrizes – secção Bahia.
http://lattes.cnpq.br/5948430676020709
• Mariana Vitor Peppe - enfermeira obstétrica, mestre em ciências e doutoranda do
Departamento de Enfermagem em Saúde Pública da Escola de Enfermagem de Ribeirão
Preto da Universidade de São Paulo - EERP/USP.
https://lattes.cnpq.br/3690819769447036

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MULHER NO CICLO GRAVÍDICO PUERPERAL

• Regiane Morais de Oliveira – enfermeira, especialista em enfermagem obstétrica e


ginecológica, especialista em docência no ensino superior e técnico com ênfase em
enfermagem. http://lattes.cnpq.br/4976536162471423
• Renata Delphim de Moraes – médica ginecologista e obstetra, mestre pela UNIFESP,
especialista em segurança do paciente e especialista em melhoria pelo Institute for
Healthcare Improvement-IHI, gerente de Qualidade e Gestão de Risco do Hospital Geral
de Pirajussara pela OSS da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina-
SPDM. http://lattes.cnpq.br/7506728304786526
• Rodolfo de Carvalho Pacagnella – médico ginecologista e obstetra, Professor livre-
docente do Departamento de Tocoginecologia da Faculdade de Ciências Médicas da
UNICAMP. http://lattes.cnpq.br/5647674022681204
• Rômulo Negrini – médico ginecologista e obstetra, doutor pela Faculdade de Ciências
Médicas da Santa Casa de São Paulo. Coordenador médico da obstetrícia e Medicina
Fetal do Hospital Israelita Albert Einstein. http://lattes.cnpq.br/1021452771279985
• Santiago Nariño – graduado em relações internacionais e economia, especialista em
diversidade, equidade e inclusão no Hospital Israelita Albert Einstein. Mestre em
Resiliência pela Northeastern University. Coach de melhoria pelo Institute For
Healthcare Improvement-IHI.
• Sheyla Guimarães Oliveira - enfermeira, especialista em enfermagem obstétrica e
ginecológica, mestre pela Universidade de São Paulo-USP. Coordenadora do Centro de
Parto do Hospital Municipal Dr. Moysés Deutsch (M'Boi Mirim).
• Tatiane Ocon do Nascimento – enfermeira, especialista em enfermagem obstétrica e
ginecológica, especialista em qualidade, segurança e experiência do paciente. Green
belt em lean six sigma. https://lattes.cnpq.br/9714525941123698
• Tereza Rachel Gomes Alencar – enfermeira, especialista em gestão da clínica, black belt
em lean six sigma e especialista em melhoria pelo Institute For Healthcare
Improvement-IHI. Chefe da Divisão de Gestão do Cuidado HU-UFMA/EBSERH.
http://lattes.cnpq.br/2411841526463698
• Thais Galoppini Felix - enfermeira, especialista em qualidade, black belt em lean six
sigma, gestão de projetos e fellowship em segurança do paciente e improvement advisor
pelo Institute for Healthcare Improvement-IHI.
http://lattes.cnpq.br/3498648510949567

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DIRETRIZ CLÍNICA PARA PROTOCOLO DE SEPSE NA
MULHER NO CICLO GRAVÍDICO PUERPERAL

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