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SEGURANÇA DO PACIENTE

NO CENTRO OBSTÉTRICO E
ALOJAMENTO CONJUNTO

Enfª Profª Drª Stela Maris de Mello Padoin


Enfª Profª Drª Tassiane Ferreira Langendorf
Enfª Profª Dra. Jaqueline Arboit

Santa Maria, abril de 2020


 Conhecer os conceitos fundamentais
que envolvem a segurança do
OBJETIVOS paciente no Centro Obstétrico e
Alojamento Conjunto;
 Elencar estratégias que promovam a
segurança do paciente nestes espaços

Apresentação dos conceitos fundamentais relacionados


à segurança do paciente no centro obstétrico e
alojamento conjunto.

Finalização da aula, atividade complementar e


exercício de reflexão.
 Por quê estudar a
segurança do
paciente no Centro
Obstétrico e
Alojamento Conjunto?
 Dos mais de 130 milhões de nascimentos ocorridos a cada
ano, cerca de 303. 000 resultam na morte da mãe, 2,6
milhões em natimortos e 2,7 milhões em uma morte de
recém-nascidos nos primeiros 28 dias de vida;

 No Brasil ocorrem aproximadamente 3 milhões de


nascimentos por ano, ou seja, 6 milhões de pacientes:
parturientes e os seus filhos ou filhas;

 Cerca de 98% dos partos acontecem em estabelecimentos


hospitalares, sejam públicos ou privados;

 Com esses números, a diversidade de locais de assistência e


profissionais envolvidos a atenção materna e neonatal é
uma das áreas prioritárias na segurança do paciente.
(OMS, 2015; BRASIL, 2014)
 Alguns autores tem alertado para o fato de a
mortalidade materna ser apenas a ponta de um
Iceberg;

 Entre a gestação saudável e a morte materna há


inúmeros resultados não fatais que também são muito
importantes;

 A morbidade materna grave é 50 vezes mais comum


que a morte materna por exemplo, podendo provocar
danos permanentes.

(BRASIL, 2014)
 Embora a gravidez e o nascimento, na maioria das
vezes, ocorram sem intercorrências para a mãe e/ou
seu filho ou filha, sabe-se que em muitos casos podem
surgir complicações;

 Tais complicações, em sua maioria, têm a sua origem


tanto no próprio processo de gravidez e parto como
por condições clínicas preexistentes.

 Em outras situações entretanto, podem surgir em


decorrência da própria assistência oferecida, seja em
relação à estrutura dos locais de nascimento, assim
como em consequência de erros no processo de
trabalho.
(BRASIL, 2014)
EXEMPLOS DE EVENTOS ADVERSOS NO CENTRO
OBSTÉTRICO E ALOJAMENTO CONJUNTO
 Quedas, erros na administração de medicamentos,
transfusão de sangue e hemocomponentes são
incidentes comuns a vários serviços de saúde;

 Também há um conjunto de incidentes com lesão –


eventos adversos – típicos, dos serviços obstétricos.
Podem ser graves: morte materna, hemorragia pós-
parto, eclâmpsia, ruptura uterina e infecções
puerperais;

 Podem ser também eventos adversos de menor


gravidade: lacerações de períneo, cefaléia pós-
raquianestesia e fístulas vaginais.
(BRASIL, 2014)
 Adicionalmente, o modelo obstétrico contemporâneo,
principalmente no Brasil, expõe as mulheres e recém-
nascidos a altas taxas de intervenções com grande
potencial de provocar danos;

 Tais intervenções, como a episiotomia, o uso de ocitocina e


a cesariana, além de outras, que deveriam ser utilizadas
apenas em situações de necessidade, hoje são rotineiras e
atingem quase a totalidade das mulheres que dão à luz em
hospitais no país;

 Mesmo nas situações onde as complicações já existam,


uma assistência inadequada não é capaz de reduzir os
agravos delas resultantes, além de potencializá-los
resultando, muitas vezes, na morte evitável de mulheres e
crianças ou em lesões e sequelas permanentes.
(BRASIL, 2014)
O QUE A MÍDIA PUBLICA
O QUE A MÍDIA PUBLICA
O QUE A MÍDIA PUBLICA
O QUE A MÍDIA PUBLICA
FATORES HUMANOS QUE CONTRIBUEM PARA A
OCORRÊNCIA DE EVENTOS ADVERSOS

(MENDES et al, 2013)


PRINCIPAIS EVENTOS ADVERSOS EVITÁVEIS

 Complicações cirúrgicas e/ou anestésicas;

 Danos decorrentes do atraso ou falha no


diagnóstico/tratamento;

 Lesão por pressão;

 Danos por complicações de punção venosa;

 Danos devido a quedas;

 Danos devido ao uso de medicamentos.


(MENDES et al, 2013)
 Devem incluir todas aquelas
voltadas à assistência aos
pacientes em geral assim
como estratégias específicas
para o binômio mãe-bebê.

(BRASIL, 2014)
ESTRATÉGIAS IMPLEMENTADAS NO CENTRO OBSTÉTRICO E
UNIDADE TOCOGINECOLÓGICA DO HUSM

 Placa de identificação da gestante/puérpera fixada


na parede acima do leito – preenchimento realizado
pela secretária da unidade;

 Pulseira de identificação na gestante/puérpera no


membro superior direito, contendo as seguintes
informações (Nome, SAME,.....);

 Pulseira de identificação no RN no membro superior e


inferior esquerdo, contendo as seguintes informações
(RN de (Nome da mãe), SAME, Data do nascimento).
(HUSM, 2016)
 Registrar de maneira adequada todas as atividades
desenvolvidas;

 Comunicação entre a equipe.

(HUSM, 2016)
 Quantidade de medicamento de acordo com a
prescrição, de maneira que não haja medicação na
Unidade além daquela necessária;

 Medicamentos controlados armazenados em local de


acesso restrito (misoprostol);

 Cuidados na administração de medicamentos a fim de


evitar eventos adversos já ocorridos, como administrar
a medicação da puérpera no RN e medicação do RN
na puérpera.

(HUSM, 2016)
 Check list cirurgia segura

(HUSM, 2016)
 Check list cirurgia segura

(HUSM, 2016)
 Protocolo de higienização das mãos

(HUSM, 2016)
 Protocolo de higienização das mãos

(HUSM, 2016)
 Evitar utilização de macas, pois sua largura é menor e
sua altura é maior do que a cama (pode ocorrer
quando a demanda excede a capacidade da
Unidade);
 Orientar manter o RN no berço enquanto puérpera ou
acompanhante descansam (evitar queda do RN do
colo enquanto o adulto dorme);
 Orientar que a puérpera tenha cuidado ao levantar
do leito para evitar síncope/desmaio (sentar na cama,
sentar com as pernas para fora da cama, levantar
com apoio, sentar na poltrona, somente depois
levantar para caminhar).
(HUSM, 2016)
ESTRATÉGIAS PARA A PROMOÇÃO DA QUALIDADE
NA ATENÇÃO MATERNA E NEONATAL

 Treinamento individual e da equipe multiprofissional;


 Simulações e discussões coletivas do processo de trabalho;
 Melhoria das instalações físicas de modo a garantirem a
privacidade, uso de técnicas não farmacológicas para alívio
da dor e a presença do acompanhante;
 Desenvolvimento de protocolos e diretrizes com base em
evidências científicas;
 Compartilhar com a mulher e a família as informações sobre a
evolução do trabalho de parto;
 Discutir as condutas, tornando claros os benefícios e riscos,
permitindo que a mulher faça suas escolhas de modo
responsável, sem colocar em risco sua vida ou a do bebê.
(BRASIL, 2014)
ESTRATÉGIAS PARA A PROMOÇÃO DA QUALIDADE
NA ATENÇÃO MATERNA E NEONATAL

 Verificação da pressão arterial repetidamente durante toda a


internação e registro da medida;
 Avaliação e registro da evolução do trabalho de parto a
intervalos adequados por meio de toque vaginal com uso de
luvas;
 Lavagem e higienização das mãos antes e depois de cada
procedimento;
 Acompanhamento cuidadoso e permanente da parturiente.

(BRASIL, 2014)
ESTRATÉGIAS PARA
A PROMOÇÃO DA
QUALIDADE
NA ATENÇÃO
MATERNA E
NEONATAL

 Acolhimento e
classificação de
risco no CO
ESTRATÉGIAS PARA A PROMOÇÃO DA QUALIDADE
NA ATENÇÃO MATERNA E NEONATAL

 A OMS lançou, recentemente, uma lista de verificação


(checklist) para melhorar a segurança no parto e nascimento.
Esse instrumento sintetiza as recomendações baseadas em
sólidas evidências científicas para a atenção ao parto e
pretende auxiliar na adesão as boas práticas;

 Ele contém 29 itens voltados as principais causas de morte


materna (hemorragia, infecção, transtornos hipertensivos e
parto obstruído), natimorto intraparto (cuidado intraparto
inadequado) e de morte neonatal (asfixia, infecção e
complicações relacionadas a prematuridade).

(OMS, 2015)
(OMS, 2015)
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Qual o modelo de atenção ao parto


em sua região? Informe-se a
respeito da composição das equipes,
o local preferencial de parto e suas
opções, sobre a presença de
acompanhantes.

Procure saber a taxa de cesariana de


sua região. Que fatores contribuem
para o valor observado para essa
taxa?

(BRASIL, 2014)
REFERÊNCIAS

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Serviços de atenção


materna e neonatal: segurança e qualidade/Agência Nacional de
Vigilância Sanitária. Brasília: ANVISA, 2014. 103 p.

MENDES, Walter et al . Características de eventos adversos evitáveis em


hospitais do Rio de Janeiro. Rev. Assoc. Med. Bras., São Paulo , v. 59, n. 5, p.
421-428, 2013. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
42302013000500006&lng=en&nrm=iso>. access
on 06 Mar. 2017. http://dx.doi.org/10.1016/j.ramb.2013.03.002.

Organización Mundial de la Salud. Lista OMS de verificación de la seguridad


del parto Guía de aplicación. Disponível em:
http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/207480/1/9789243549453_spa.pdf

SOUSA, Paulo (Org.) Segurança do paciente: conhecendo os riscos nas


organizações de saúde. Organizado por Paulo Sousa e Walter Mendes. Rio
de Janeiro, EaD/ENSP, 2014. 452 p.
A QUALIDADE DA ASSISTÊNCIA E A
ADOÇÃO DE PRÁTICAS SEGURAS
DEPENDE DE NÓS
SEGURANÇA DO PACIENTE
NO CENTRO OBSTÉTRICO E
ALOJAMENTO CONJUNTO

Enfª Profª Drª Stela Maris de Mello Padoin


Enfª Profª Drª Tassiane Ferreira Langendorf
Enfª Dda. Jaqueline Arboit

Santa Maria, 9 de março de 2017

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