O profissional de Enfermagem tem atribuições que envolvem todo o ciclo de
vida feminino, atuando na prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção da saúde. Entre os serviços prestados podemos citar as consultas de enfermagem em ginecologia, com foco na prevenção de câncer de colo uterino e de mamas, bem como na prevenção e na detecção de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), no planejamento familiar, na assistência ao climatério e na menopausa. Relevantes também são os atendimentos de pré-natal de baixo risco, assistência no puerpério e no aleitamento materno e nas ações educativas, e isso será destacado neste resumo. A detecção precoce dos carcinomas ginecológicos tem fundamental importância, uma vez que o seu diagnóstico tardio é um fator que ainda determina o grande número de óbitos de mulheres no Brasil e no mundo. As equipes, em seu processo de planejamento, devem contemplar estratégias de educação, informação e de busca ativa, visando ao rastreamento de carcinomas. Os eixos norteadores centrais devem pautar-se no conhecimento dos indicadores de morbi-mortalidade, que são a base para o planejamento do cotidiano das ações, contribuindo para reduzir doenças e agravos presentes nos ciclos de vida da população feminina atendida. Desse modo, é essencial o reconhecimento da procura pelo cuidado da equipe de saúde como oportunidade para promoção, prevenção, diagnóstico, investigação e tratamento amplo e contínuo, contemplando todos os aspectos que possibilitem melhoria à saúde da mulher. Outro fator relevante são as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), elas podem se manifestar por meio de feridas, corrimentos e verrugas anogenitais, entre outros possíveis sintomas, como dor pélvica, ardência ao urinar, lesões de pele e aumento de ínguas. São alguns exemplos de IST: herpes genital, sífilis, gonorreia, tricomoníase, infecção pelo HIV, infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV), hepatites virais B e C. As IST aparecem, principalmente, no órgão genital, mas podem surgir também em outras partes do corpo (ex.: palma das mãos, olhos, língua). O corpo deve ser observado durante a higiene pessoal, o que pode ajudar a identificar uma IST no estágio inicial. Todas essas doenças podem ser evitadas com o uso de métodos contraceptivos. No Brasil, a prevalência do uso de contraceptivo é elevada, no entanto, ainda há um percentual significativo de gravidezes indesejadas, abortos provocados e mulheres que não querem mais ter filhos ou querem tê-los mais tarde, porém não estão usando métodos contraceptivos. Na pesquisa do Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS), os métodos mais referidos espontaneamente pelas mulheres foram a pílula anticoncepcional (87,4%), o preservativo (53,1%), métodos de abstinência periódica (34,8%) e o dispositivo intra- uterino - DIU (34%). Mediante estimulação, referiram-se principalmente à pílula (99,3%), ao preservativo (98,6%), à esterilização feminina (97,6%) e à abstinência periódica (88,5%) (VIANNA, et al., 2005). Ressaltamos também o diagnóstico gestacional e acompanhamento pré-natal para as mulheres que estão gerando. O diagnóstico de gravidez envolve, a identificação dos sinais e sintomas típicos da gestação, bem como a realização de testes laboratoriais para confirmar a presença do hormônio gonadotrofina coriônica humana (Beta-hCG), sendo produzido durante a gravidez. Já o acompanhamento gestacional ou pré-natal como é popularmente conhecido, trata-se do acompanhamento que a mulher faz com o ginecologista e obstetra, a partir do momento em que se descobre uma gestação. O papel do enfermeiro nesta fase é buscar integralmente a saúde destas mulheres, seja prescrevendo cuidados de enfermagem e medicamentos previstos em programas de saúde e protocolos das instituições de saúde, mantendo esquemas terapêuticos, solicitando exames complementares e fortalecendo o vínculo entre a gestante e sua equipe. A gestação, o parto e o nascimento ainda que represente um processo que pode se desenvolver dentro da normalidade, No entanto, a cada ano centenas de milhares de mulheres morrem devido a intercorrências durante a gestação e parto. As intercorrências que estão relacionadas ao quadro das hemorragias obstétricas são: aborto, gravidez ectópica, neoplasia trofoblástica gestacional, descolamento prematuro da placenta, placenta prévia, ruptura uterina e vasa prévia. A assistência de enfermagem em situações de urgência e emergência em quadros hemorrágicos obstétricos é indispensável, pois com os conhecimentos que possui, o profissional enfermeiro contribui para a redução de agravos e da mortalidade materna. Durante a gravidez as gestantes adquirem algumas queixas que vale ressaltar aqui, tais como: náuseas, vômitos e tonturas; Pierose (AZIA) fraquezas e desmaios; Dor abdominal, cólicas, flatulência e obstipação intestinal; hemorroidas; corrimento vaginal; queixas urinárias; dor lombar (dores nas costas); cefaleia (dor de cabeça). Um procedimento que também é super relevante é a avaliação da vitalidade fetal, pois ela tem como objetivo a detecção precoce do comprometimento da oxigenação fetal, evitando as lesões neurológicas causadas pela hipoxemia e as decorrentes da realização do parto prematuro desnecessário. Já a preparação para o tão esperado parto deve ser o mais leve possível com exercícios preparatórios, trazendo a mãe um pouco mais de tranquilidade e segurança. A assistência de enfermagem no trabalho de parto e parto refere-se ao período em que a gestante apresenta contrações uterinas em intervalos regulares, que aumentam progressivamente em termos de frequência e intensidade, com o passar do tempo são concomitantes ao apagamento (esvaecimento) e dilatação progressiva do colo uterino. Durante o parto pode ocorrer complicações, as mais comuns são as hemorrágicas, devido a problemas na contração uterina. Complicações relacionadas a alterações da vitalidade do bebê e à adequada passagem do mesmo pelo canal de parto também se destacam. Temos também ao que chamamos de distocia, e ela pode ser qualquer perturbação no bom andamento do parto em que estejam implicadas alterações em um dos três fatores fundamentais que participam do parto: Força motriz ou contratilidade uterina – caracteriza a distocia funcional; Objeto – caracteriza a distocia fetal e Trajeto (bacia e partes moles) – caracteriza a distocia do trajeto. E para finalizar a assistência à mulher no pós-parto imediato e nas primeiras semanas após o parto é de fundamental importância para a saúde materna e neonatal torna-se essencial a assistência de enfermagem qualificada, tendo como base a prevenção de complicações, o conforto emocional e físico do binômio mãe- filho. E com isso fecha esse ciclo com o aleitamento materno, pois o mesmo é uma prática fundamental para o desenvolvimento da criança. Ele envolve muito mais do que apenas o ato de nutrir, envolve uma grande interação entre mãe e filho com repercussões importantes sobre o desenvolvimento cognitivo, estado nutricional e emocional da criança. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento
de Ações Programáticas Estratégicas. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher: princípios e diretrizes. Brasília; p.33. 2004.
BRASIL. Ministério da Saúde. Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada à
mulher. Brasília: Ministério da Saúde; 2001.
VIANNA, AS, OSIS MJD, CECATTI JG. Conhecimento e uso de métodos
anticoncepcionais em uma coorte de mulheres de Campinas, São Paulo, Brasil. In: Anais da 23ª Reunião da Associação Latino-Americana de Investigadores em Reprodução Humana; Cuzco-Peru. p. 144, 2005.