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FATORES QUE INTERFEREM NO ALEITAMENTO MATERNO DE


PREMATUROS: REVISÃO INTEGRATIVA

FACTORS INTERFERING BREASTFEEDING IN PREMATURES: INTEGRATIVE


REVIEW

Ivana Pereira da SILVA1


Michele Thais MIGOTO2

RESUMO
O objetivo deste estudo foi identificar fatores que influenciam na promoção do aleitamento materno e
no desmame precoce de recém-nascidos com idade gestacional inferior a 37 semanas. O estudo se
desenvolveu a partir de uma revisão integrativa. Os resultados obtidos na análise dos artigos
selecionado mostraram as seguintes categorias: aleitamento materno em prematuros; manutenção do
aleitamento materno exclusivo em prematuros e fatores de sucesso no aleitamento materno exclusivo
em prematuros. Observou-se que existe consenso nos artigos analisados acerca dos benefícios
comprovados associados ao aleitamento materno na diminuição da morbimortalidade desta população
e progressos em termos do desenvolvimento físico e neurológico. Pode-se concluir que para que seja
alcançado o sucesso da amamentação, a mãe deve ser estimulada a desejar amamentar, mas ter acesso
ao conhecimento e receber apoio da equipe de saúde e da família, também é necessário, para
minimizar as dificuldades enfrentadas pelas puérperas durante a amamentação que incluem os
problemas característicos do recém-nascido prematuro na pega e sucção, e assim, reduzindo-se as
taxas de desmame precoce.

PALAVRAS-CHAVE: aleitamento materno, recém–nascido prematuro.

ABSTRACT
The aim of this study was to identify factors that influence the promotion of breastfeeding and early
weaning of newborns under 37 weeks of gestation. The study developed from an integrative review.
The results obtained in the analysis of the selected articles showed the following categories:
breastfeeding in preterm infants; maintenance of exclusive breastfeeding in preterm infants and
success factors in exclusive breastfeeding in preterm infants. There was consensus in the articles
analyzed about the proven benefits associated with breastfeeding in decreasing morbidity and
mortality in this population and progress in terms of physical and neurological development. It can be
concluded that for breastfeeding success to be achieved, the mother must be encouraged to want to
breastfeed, but having access to knowledge and support from the health team and family is also
necessary to minimize the difficulties faced by the mothers during breastfeeding that include the
characteristic problems of premature newborns in catching and sucking, thereby reducing the rates of
early weaning.

KEYWORDS: reastfeeding, premature newborn.

1
Acadêmica do Curso de Enfermagem da Faculdade Herrero – Curitiba – PR.
2
Professora do Curso de Enfermagem da Faculdade Herrero – Curitiba – PR.
* ivanasilva37@gmail.com
2

1 INTRODUÇÃO

O aleitamento materno (AM) sem dúvida é a principal fonte de alimentos capaz de


atender as necessidades fisiológicas do metabolismo das crianças menores de seis meses, pois
oferecem um crescimento e desenvolvimento saudável.1
Em termos globais, a Organização Pan Americana de Saúde (OPAS) desenvolveu no
ano de 2008 uma pesquisa abordando as práticas alimentares usuais ao longo do primeiro ano
de vida do recém-nascido, a partir da qual verificaram que 39,1% das famílias mantem a
prevalência de aleitamento materno exclusivo (AME) e 14,9% mantem o aleitamento materno
(AM). Estes índices têm aumentado nas últimas décadas, contudo esta prevalência do AM
ainda se encontra abaixo do nível recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).1
No Brasil houve na década de 1970 um crescimento expressivo do desmame precoce
proveniente da intensificação do processo de urbanização; do incremento da entrada da
mulher no mercado de trabalho; e a proliferação de propagandas comerciais sem
regulamentação para leites industrializados, sendo que este último fator também imperou em
todo o mundo.2 Os autores ainda dizem que entre as ações brasileiras, visando o
enfrentamento desta realidade, observa-se a criação do Programa Nacional de Aleitamento
Materno (PNAM) que previa uma grande diversidade de ações, como por exemplo, a
regulamentação da comercialização dos alimentos para bebês em fase de lactação; a
implementação da Iniciativa Hospital Amigo da Criança; a instituição da Rede Brasileira de
Bancos de Leite Humano; a adoção de estratégias como o programa Amamenta e Alimenta
Brasil; e a inclusão do Método Canguru como política pública, entre outras. 2 Os resultados
mostraram que, a partir de 1975, tem havido um aumento da prática da amamentação
exclusiva de crianças entre zero e seis meses de vida e do tempo de duração médio da
amamentação materna o que aproximou o Brasil das recomendações da OMS.2
A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) desenvolvida em 2013 foi o último estudo
realizado no país abordando a saúde da população envolvida na prática da amamentação. Seus
resultados mostraram que a prevalência do AME de lactentes menores de seis meses
aumentaram em 34,2%, entre 1986 e 2006, mostrando ganhos expressivos estatísticos de
2,9% para 37,1% em cada década, estabilizando-se em 2013. Os índices relacionados com a
AM obtiveram padrão similar, aumentando 18,9% no mesmo período e atingindo prevalência
de 56,3% em 2006, contudo houve uma regressão pequena em 2013 para 52,1%.2
Analisando a importância da prevenção de doenças propiciadas pelo aleitamento
materno, descreve-se que grande parte dos óbitos na infância estão concentrado no primeiro
ano de vida, especialmente no primeiro mês. Existe neste contexto uma grande participação
de causas perinatais tais como a prematuridade que podem ser prevenidas por meio do
aleitamento materno e boa assistência de saúde ao recém-nascido. 3 O leite humano é
comprovadamente um elemento capaz de reduzir e até controlar o surgimento de doenças nos
primeiros anos de vida que podem repercutir sobre a vida adulta dos indivíduos, assim trata-se
de alimento com capacidade de proteção anti-infecciosa. 4,5,6 O potencial do aleitamento
materno para aumentar a imunidade da criança, de proteger de infecções como a diarreia, a
pneumonia, a enterocolite necrosante e alergias. Ainda, protege a mulher contra o câncer de
mama e de ovário. Também enfatizam que iniciar esta prática na primeira hora de vida ajuda
na diminuição das taxas de mortalidade materno-infantil.5,7
O principal elemento que compõe a taxa de mortalidade infantil é o nascimento pré-
termo e apontam que 25% das mortes recém-nascidos prematuros sobrevêm no primeiro dia
de vida. Desta forma, destacam que as principais causas de mortes consistem na
3

prematuridade (30,3%), malformações congênitas (22,8%), infecções perinatais (18,5%),


fatores relacionados à mãe (10,4%) e a asfixia intraparto (7,0%).8
Diante disso, a prematuridade como tema de grande importância em nível global e
uma prioridade de saúde pública porque se refere a causa mais recorrente de morte de
nascidos pré-termo devido ao seu desenvolvimento incompleto e suscetibilidade a infecções. 9
Reforça-se que a mortalidade neonatal está presente no Brasil em níveis elevados, desde a
década de 1990, apresentando taxa de 11,2 óbitos por mil nascidos vivos, em 2010.8
As taxas de nascimento pré-termo têm apresentado crescimento, sendo avaliada
como problema de saúde pública em diversos países. 10 Descreve-se m Guimarães et al. (2017)
que um estudo desenvolvido em 184 países em 2010 sobre a prematuridade mostrou o
nascimento de cerca de 14,9 milhões de recém-nascidos prematuros, cerca de 11,1% dos
nascidos vivos em todo o mundo. No Brasil, a Pesquisa Nascer no Brasil de 2011 identificou
uma prevalência de prematuridade de 11,3%, contudo as informações de estudo de correção
da prevalência de nascimentos pré-termo demonstraram que existe uma variação de 11,7 a
11,8% no período compreendido entre 2009-2011.9
Atualmente, a mortalidade neonatal precoce tem crescido, correspondendo a
aproximadamente 70% da mortalidade infantil, isto se deve a diversos fatores como pequeno
intervalo entre as gestações, falta de pré-natal, fatores relacionados à mãe, prematuridade;
presença de infecções; malformações congênitas; fatores relacionados à gravidez, além de alta
indicação eletiva de cesarianas. Muitas mães, especialmente às de prematuros não tem o
conhecimento necessário sobre a importância do aleitamento materno que pode ser associado
a diminuição das mortes de prematuros. Conhecer os fatores que promovem a manutenção do
aleitamento materno contribuíram para a saúde do neonato, sobretudo dos prematuros.
O leite materno e defendido pelas propriedades nutricionais e imunológica que ajuda
na maturação gastrintestinais, evitando enterocolite necrozante em recém-nascidos pré termo
(RNPT), favorecem na proteção de infecções como sepse, meningite, alergia, diarreia e
outros. Além da formação do vinculo mãe/filho, há melhor no desempenho
neurocomportamentais.
Amamentar RNPT ainda e um desafio, pós eles apresentam imaturidade fisiológica,
neurológica, hipotonia muscular, hiper-reatividade aos estímulos do meio ambiente,
permanece pouco tempo em alerta e dificuldade no controle de sucção/deglutição/respiração.
Entretanto o RNPT e capaz de suga no seio na hora certa desde que a mãe receba orientações,
apoio e auxilio, começando como manter a lactação no período em que seu bebê está
impossibilitado de alimentação por via oral.
Diante deste cenário, emergiu o seguinte objetivo desta pesquisa: identificar fatores
que influenciam na promoção do aleitamento materno e no desmame precoce de recém-
nascidos com idade gestacional inferior a 37 semanas.

2 METODOLOGIA

Trata-se de um revisão integrativa desenvolvida em seis etapas, à saber: 1) Identificar


o tema e selecionar a hipótese ou questão de pesquisa para o desenvolvimento da revisão; 2)
Estabelecer os critérios para inclusão e exclusão de estudos com a concomitante busca nos
mecanismos de busca; 3) Definir as informações que deverão ser selecionadas e retiradas dos
estudos; 4) Avaliar os estudos para inclusão na revisão integrativa; 5) Interpretar os resultados
dos artigos selecionados; 6) Apresentar a síntese do conhecimento.11
A elaboração do problema de pesquisa foi fundamentada nos índices de aleitamento
materno exclusivo para recém-nascidos prematuros, que ainda se mostram muito abaixo dos
que se apresentam entre os recém-nascidos a termo. Diante disso, os fatores de promoção e
4

desmame influenciam neste cenário, do qual emergiu a seguinte pergunta de pesquisa: Quais
os fatores evidenciados pela literatura científica que influenciam no aleitamento materno e no
aleitamento materno exclusivo de recém-nascidos prematuros, com idade gestacional inferior
a 37 semanas?
Esta pergunta foi estruturada com o auxílio do minemônico PCC que contribui para a
construção da pergunta utilizando a definição de P de População; C de Conceito e o outro C
de Contexto, apresentados no quadro 1.12

Quadro 1 – Definição da pergunta de pesquisa conforme o minemônico PCC que define


população, conceito e contexto, segundo o Joanna Briggs Institute (JBI), Curitiba-PR, 2019.
População Conceito Contexto
Recém-nascidos Aleitamento Materno Nascimento prematuro
Aleitamento Materno Exclusivo
- nascidos vivos até o 28º – quando a criança recebe leite materno - Interrupção da gestação
dia de vida. (direto da mama ou ordenhado), inferior a 37 semanas
independentemente de receber ou não
outros alimentos.13
- Quando a criança recebe somente leite
materno, direto da mama ou ordenhado, ou
leite humano de outra fonte, sem outros
líquidos ou sólidos, com exceção de gotas
ou xaropes contendo vitaminas, sais de
reidratação oral, suplementos minerais ou
medicamentos.13
Fonte: autores.

A partir dos expostos, para desenvolver a busca dos artigos foram utilizados os
descritores aleitamento materno e recém-nascido prematuro, conectados pelo operador
boleano AND, apresentados na seguinte estratégia de busca: "aleitamento materno" AND
"recém-nascido prematuro"). Estes descritores estão incluídos no Descritores em Ciências da
Saúde (DECS) e no Medical Subject Headings (MESH) apresentados no quadro 2.

Quadro 2 – Definição dos descritores selecionados para a elaboração desta revisão segundo o
DECS e MESH. Curitiba-PR, 2019.
Descritor Mesh Decs
Aleitamento Materno Amamentação de um lactente no
peito da mãe.
Recém-nascido prematuro Lactente humano nascido antes
de 37 semanas de gestação.
Breast Feeding The nursing of an infant at the breast.
Premature Birth Childbirth before 37 weeks of
pregnancy (259 days from the first day
of the mother's last menstrual period, or
245 days after fertilization).
Fonte: autores

Foram utilizadas as bases de dados on line: Health Science Literature Data Base
(LILACS), a Scientific Eletronic Library On Line (SCIELO) e a PUBMED, nas quais
emergiram 349 artigos científicos. Foi aplicado como critérios os publicados em português,
espanhol e inglês; ano de publicação entre 2014 a 2019 para contemplar informações atuais;
disponíveis na integra; e que artigos que responderam à pergunta de pesquisa. Para critério de
exclusão foi considerado que após a leitura completa do artigo fosse identificado á ausência
5

de resultados que respondessem à pergunta de pesquisa. Após a aplicação destes critérios


foram selecionados 16 artigos para a extração dos resultados.
A extração dos resultados ocorreu após a leitura completa de cada artigo, retirando os
dados referentes as seguintes variáveis: ano de publicação, país de publicação, base dados,
idioma, periódico, scopo da revista, fator de impacto (SJR) e qualis CAPES (Quadro 3). E
ainda, o objetivo do estudo, o tipo do estudo, os principais resultados, as limitações e
sugestões (Quadro 4).
Para a elaboração desta pesquisa e redação deste artigo foram consideradas as
recomendações do checklist proposto pela metodologia Principais Itens para Relatar
Revisões sistemáticas e Meta-análises (PRISMA) que consta de 27 itens (Anexo1) e um
fluxograma de quatro etapas que apresentam como objetivo principal prover auxílio aos
autores na melhoria dos relatos de revisões sistemáticas e meta-análises com foco na
avaliação crítica destas revisões publicadas.14

3 RESULTADOS

A busca inicial das bases de dados identificou 349 artigos primários que foram
submetidos a triagem inicial por meio de aplicação de filtro de inclusão (2014 a 2019), sendo
excluídos 245 artigos. Posteriormente, a leitura de 104 estudos, onde foram excluído mais 26
artigos, 3 por duplicidade, 5 devido serem documento em formato de dissertações e teses, 1
revisão e 17 por não terem acesso livre. Pré-selecionados 78, onde 62 excluídos por não
responderem a pergunta de pesquisa. A amostra do presente estudo se constituiu por 16
estudos primários que foram destinados ao desenvolvimento desta revisão. Na Figura 1,
apresenta-se o fluxograma da seleção da amostra de artigos científicos para esta revisão. 14

Figura 1 – Fluxograma do processo de seleção dos estudos primários para esta revisão
integrativa, elaborado com base nas recomendações Principais Itens para Relatar Revisões
sistemáticas e Meta-análises (PRISMA). Curitiba-PR, 2019.
Estudos identificados através de Estudos excluídos após aplicação de
Identifi

cação

pesquisas em bases de dados (N = filtro do de inclusão (2014 a 2019) (N


-

349) =245)

Estudos excluídos por duplicidade


Estudos selecionados para a (N =3)
Seleç

triagem (N =104)
ão

Documentos excluídos em formato de


Estudos selecionados para a dissertações e teses (N=5)
triagem (N=101) Artigos excluídos de revisão (N=1)
Elegibil
i-dade

Artigos excluídos por serem pagos


Artigos (textos completos) para (n=17)
avaliação de elegibilidade (N=78)
Estudos excluídos por não
responderem a pergunta de pesquisa
Inclus
ão

Estudos incluídos na análise (N=62)


qualitativa (N=16)
Fonte: Moher et al. (2009), adaptado de pelos autores.14
6

Após a leitura dos artigos selecionados nesta revisão, foram sintetizados os seguintes
aspectos de cada um em quadro demonstrativo: ano de publicação, autores, título, objetivo e
conclusões do estudo. Depois destes procedimentos se procederá à discussão dos temas
destacados na revisão de literatura para a construção de um conhecimento em enfermagem,
baseado e uniforme para que os profissionais de enfermagem possam realizar uma prática
clínica de qualidade, porque a revisão integrativa se constitui em ferramenta relevante no
processo de comunicação dos resultados de pesquisas que facilita a utilização dos mesmos na
prática clínica devido sintetizar o conhecimento já produzido e fornecendo subsídios para
melhorar a assistência prestada.

Quadro 3 – Artigos selecionados para esta revisão integrativa segundo identificação, ano país,
idioma, base de dados, periódico, scopo e fator de impacto ou Qualis CAPES de publicação.
Curitiba-PR, 2019.
ID Ano País Idioma Base Periódico Scopo Fator de Qualis
de Impaco CAPES
dados
A26 2018 Brasil Português Lilacs Revista Enfermagem 1,223 B2
Eletrônica de e
Enfermagem enfermagem
em Saúde
Pública
B23 2017 Brasil Português Lilacs Revista de Enfermagem 0,730 B5
Enfermagem e saúde da
do Centro- criança
Oeste
Mineiro
C19 2016 Brasil Português Liliacs Revista Enfermagem 0,304
online de
pesquisa
Cuidado é
fundamental
D22 2016 Brasil Português Liliacs Revista Saúde da 0.4113 B2
Paulista criança e
Pediátrica adolescente
E27 2016 Brasil Português Liliacs Revista Saúde da 0.4113 B2
Paulista criança e
Pediátrica adolescente
F215 2015 Brasil Portugues Liliacs Escola Anna Enferma- 0,175 B1
Nery gem
G23 2015 Brasil Português Lilacs Semina: Ciência B4
Ciências biológica e
Biológicas e da saúde
da Saúde
H28 2015 Brasil Portugues Scielo Texto Enferma- 2.407 B2
Contexto gem
Enfermagem
I18 2015 Brasil Português Lilacs Semina: Ciência B4
Ciências biológica e da
Biológicas e saúde
da Saúde
J 16 2015 Brasil Português Lilacs Revista Fonoaudi- B2
7

Distúrbios da ologia
Comunicação
K25 2015 Brasil Português Liliacs Revista Enferma- 1.233 B2
Eletrônica de gem e
Enferma- Enferma
Gem gem em
Saúde
Pública
L29 2015 Brasil Portugues liliacs Revista Enfer-magem B4
Brasileira
Promoção
Saúde
M30 2014 Brasil Português Lilacs Revista Saúde da 0.4113 B2
Paulista criança e
Pediatrica adoles-cente
N5 2014 Brasil Portugues Lilias Distúrbio da Fonoau- B2
Comunicação diologia
O1 2014 Brasil Portugues Lilias Distúrbio da Fonoau- B2
Comunicação diologia
P24 2014 Brasil Português Scielo Revista Pediatria e 0,3742 B1
CEFAC fonoau-
Saúde e diologia
Educação

Fonte: autores.

Com base nos critérios de elegibilidade para este estudo são apresentados nos
Quadros 3 e 4 as variáveis relativas às 16 produções científicas selecionadas para esta revisão
integrativa. No Quadro 3 foi apresentada a ID, ano, pais, idioma, base de dados, periódico,
escopo, fator de impacto e qualis capes. Identificaram-se 16 (100%) pesquisas brasileiras, em
idioma português, sendo quatro publicadas em 2014 (25%), sete em 2015 (43,75%), três em
2016 (18,7%), uma de 2017 (6,3%) e uma em 2018 (6,3%). Deste material, 14 (87,4%) foram
encontrados na base de dados Lilacs, dois (12,5%) na base de dados Scielo e 0 (%) no
Pubmed. Em relação ao periódico, observou-se que os 16 artigos são de revistas brasileiras,
sendo uma (6,3%) da Escola Ana Nery; uma (6,3%) da Revista de Enfermagem do Centro-
Oeste Mineiro; uma (6,3%) da Revista CEFAC; uma (6,3%) da Revista Brasileira de
Promoção em Saúde; uma (6,3%) do J. Revista online de pesquisa cuidado é fundamental;
três (18,8%) da Revista Distúrbios da Comunitário; dois (12,5%) Semina: Ciência Biológica
e da saúde; três (18,8%) da Revista Paulista de Pediatria; uma (6,3%) da Revista Texto e
Contexto Enfermagem e dois (12,5%) da Revista Eletrônica de Enfermagem. Quanto ao
escopo das publicações, quatro (25%) adentram a área de enfermagem, uma (6,3%) na área de
enfermagem saúde da criança, uma (6,3% ) pediatria e fonoaudiologia, três (18,8%)
fonoaudiologia, duas (12,5%) na área de ciência biológica e da saúde, três (18,8%) em saúde
da criança e adolescente e duas (12,5%) na área de enfermagem e enfermagem em saúde
8

pública. Analisando o fator impacto, 10 (62,5%) publicações apresentavam fator de impacto


variando de 0,175 até 2,407 e duas (12,5 %) não apresentavam esta nota de avaliação,
possivelmente por veicularem apenas publicações nacionais e não internacionais. Já com
relação ao sistema de qualificação qualis/capes, 15 (93,8%) publicações apresentam extrato B
(1, 2, 4, 5) e uma (6,3%) publicação não está incluída neste ranking de avaliação.

Quadro 4 – Artigos selecionados para esta revisão integrativa segundo objetivo, método,
principais resultados, limitações ou sugestões. Curitiba-PR, 2019.
ID A26
Objetivo Descrever a prevalência de aleitamento materno exclusivo (AME) e os fatores associados
na alta hospitalar, no primeiro mês pós-alta e aos seis meses de prematuros assistidos em
dois hospitais Amigos da Criança do sudeste brasileiro.
Método Estudo descritivo, prospectivo e com abordagem quantitativa.
Principais As taxas de AME em prematuros, na alta, no primeiro mês, pós-alta e aos seis meses de
Resultados vida, estão aquém das recomendações nacionais e internacionais.
Limitações Possiblidade de superestimação de alguns indicadores na coleta das práticas do
aleitamento no pós-alta e aos seis meses de vida baseado no recordatório materno de 24
horas. Número amostral de prematuros insuficiente para realizar associações mais
robustas acerca de fatores que influenciam e determinam o AME.
Sugestões Necessidade de haver maior capacitação das equipes de saúde para intervenção e
acompanhamento adequado, pautada nas diretrizes da IHAC-Neo e socialização do
conhecimento e conscientização da importância do AM para mães/família de prematuros.
ID B23
Objetivo Analisar aspectos da vida cotidiana relacionados ao aleitamento materno exclusivo de
recém-nascidos prematuros após a alta hospitalar.
Método Pesquisa com abordagem qualitativa pautada no referencial da dialética.
Principais Evidenciou que o aleitamento materno de recém-nascidos prematuros é singular para
Resultados cada mulher em seu cotidiano; a rede social atuou na forma de mediadora do processo
incentivando e desencorajando sua a continuidade da amamentação. O período de
internação de seus filhos se apresentou como uma possibilidade de aprendizado com a
equipe de saúde.
Limitações O desenho escolhido para este estudo não permitiu generalizações sobre a manutenção do
aleitamento materno de prematuros após a alta hospitalar.
Sugestões Devido á limitação do estudo sugerem estudos sobre a continuidade do cuidado ao recém-
nascido prematuro, sua mãe e família no que se refere ao aleitamento materno exclusivo.
ID C19
Objetivo Identificar os saberes e práticas de mães de recém-nascidos prematuros perante a
manutenção do aleitamento materno.
Método Estudo qualitativo com delineamento exploratório.
Principais Os resultados trouxeram duas categorias: A consistência do conhecimento apresentado
Resultados pelas mães; Impacto da orientação profissional sobre a prática de ordenha do leite
materno.
ID D22
Objetivo Identificar e analisar as variáveis associadas à menor duração do aleitamento materno em
prematuros.
Método Coorte retrospectiva de prematuros acompanhados em centro de referência secundária, de
2010 a 2015.
Principais A duração média do aleitamento materno entre os prematuros foi de cinco meses. O risco
Resultados de interrupção do aleitamento materno entre prematuros de idade gestacional inferior a 32
semanas foi 2,6 vezes maior em relação aos que nasceram com 32 semanas ou mais.
Limitações O desenho de coorte retrospectiva está sujeito a vieses de informações e modificações do
tamanho amostral ao longo do tempo.
Sugestões Adoção de estratégias que visem a estabelecer e aumentar a duração do aleitamento
materno exclusivo, especialmente entre os prematuros com idade gestacional inferior a 32
semanas.
9

ID E27
Objetivo Identificar mães com risco de não amamentar e que tiveram crianças de muito baixo peso
e extremo baixo peso para programar visitas domiciliares e às unidades básicas de saúde
(UBS), principalmente nas primeiras semanas após a alta hospitalar.
Método Estudo observacional com prematuros após alta da Unidade Intensiva Neonatal.
Principais Os resultados mostraram que é necessário apoio pelas equipes de saúde das UBS para
Resultados manutenção do aleitamento.
Sugestões São necessárias estratégias para que o aleitamento seja bem-sucedido na atenção
primária.
ID F15
Objetivo Compreender a vivência da mãe de recém-nascido pré-termo internado na Unidade de
Terapia Intensiva Neonatal diante da manutenção da lactação.
Método Estudo de abordagem fenomenológica, de natureza qualitativa, pautado no referencial
teórico-filosófico-metodológico de Martin Heidegger.
Principais Observaram que a mãe que opta pela manutenção da lactação, apresenta preocupações
Resultados com a saúde do filho e pelo leite secar.
ID G21
Objetivo Compreender o significado que as mães de prematuros atribuíram à sua vivência com a
utilização da técnica da translactação.
Método Estudo de abordagem qualitativa com método de análise baseado na temática proposto por
Bardin.
Principais Duas categorias resultaram: o leite materno para o prematuro é essencial para o
Resultados desenvolvimento e crescimento saudável; a translactação é um recurso para alcançar o
sucesso na amamentação.
Sugestões Implementação de um serviço de saúde para prover apoio multiprofissional e
interdisciplinar para o manejo e incentivo do aleitamento materno no âmbito da unidade
de cuidados neonatais.
ID H28
Objetivo Analisar a experiência da mãe acerca do aleitamento materno do recém-nascido
prematuro ao longo do primeiro mês após a alta da unidade de cuidados intensivos
neonatal.
Método Referencial teórico do Interacionismo Simbólico (IS) com análise de conteúdo
qualitativa.
Principais Os resultados revelam ser o aleitamento misto a forma como as mães alimentam o filho
Resultados prematuro em domicílio, dada a insegurança e incerteza da suficiência do leite materno.
Sugestões Explorar a perspectiva dos profissionais da UTINs acerca da
intencionalidade de atos para promover, apoiar e incentivar a AM ao RNP.

ID I18
Objetivo Desvelar as experiências de profissionais de saúde de uma Unidade de Terapia Intensiva
Neonatal frente a situações de insucesso na amamentação do recém-nascido pré-termo.
Método Pesquisa de abordagem qualitativa a partir de roteiro semiestruturado, c seguido de
análise de conteúdo.
Principais Foram identificadas quatro categorias: Frustração proveniente do insucesso do processo
Resultados de aleitamento materno; sentimento de “dever cumprido”; fatores maternos influenciam o
desfecho da amamentação; Fatores físicos e externos influenciam negativamente o
processo da amamentação.
Limitações Verificaram a existência de poucos estudos sobre os sentimentos dos profissionais de
saúde em relação ao aleitamento materno do bebê prematuro.
Sugestões Realização de grupos de apoio para discussões sobre amamentação com familiares e
profissionais, além de novos estudos sobre o tema.
ID J16
Objetivo Analisar conhecimentos, sentimentos e vivências de mães de bebês prematuros em
relação à amamentação.
Método Estudo transversal, de caráter qualitativo com coleta de dados a partir de entrevista
semiestruturada.
Principais Os resultados mostraram os benefícios da prática; presença frequente de sentimentos
Resultados positivos; a amamentação no lar ocorreu com maior tranquilidade.
10

ID K25
Objetivo Compreender o processo de amamentação a partir do relato das mães de prematuros e
identificar fatores que facilitaram ou dificultaram esse processo.
Método Estudo descritivo de abordagem qualitativa.
Principais Surgiram quatro categorias de análise: A experiência prévia em aleitamento materno;
Resultados contexto emocional versus processo de amamentação; domínio do manejo da
amamentação do prematuro e Sucessos e fracassos.
ID L29
Objetivo Analisar a amamentação em prematuros relacionando as características do
binômio mãe-filho e a autoeficácia materna.
Método Estudo do tipo transversal, descritivo, exploratório, com abordagem quantitativa.
Principais As mães do estudo mostraram-se com alta eficaz em amamentar seus filhos prematuros.
Resultados Porém ao se observa a técnica da mamada apresenta ineficaz (com posicionamento
desorganizado)
ID M30
Objetivo Avaliar a evolução clínica, o crescimento e a taxa de aleitamento materno exclusivo de
recém-nascidos prematuros assistidos pelo Método Canguru, ao nascimento, na alta e aos
seis meses de idade.
Método Estudo prospectivo de uma coorte de prematuros atendidos pelo Método Canguru, em uma
maternidade pública de nível terciário do Nordeste do Brasil.
Principais A amostra analisada mostrou que dois terços das crianças assistidas com seis meses de
Resultados idade cronológica apresentavam percentis 15 e 85 da curva de peso corporal da OMS. A
frequência de aleitamento exclusivo foi baixa.
Limitações A falta de um grupo controle devido a fatores externos: maioria das mães desejar
antecipadamente participar do MC; local apresentar um número de leitos que atende à
demanda.
ID N5
Objetivo Verificar por meio de revisão bibliográfica se o uso do copo ou mamadeira influência a
prevalência do aleitamento.
Método Revisão de literatura.
Principais Observaram que o uso do copo é sugerido como um mecanismo de alimentação alternativo
Resultados que não invade a cavidade oral, evitando a confusão de bicos e diminuindo o índice de
desmame precoce.
Sugestões A associação entre o uso do copo e ou da mamadeira como métodos alternativos de
alimentação e a duração do aleitamento materno ainda não está bem estabelecida, sendo
necessários outros estudos para a indicação de copo ou da mamadeira.
ID O1
Objetivo Caracterizar como se dá a prática do aleitamento materno em lactentes prematuros
internados em Unidade de Cuidados Intermediários.
Método Estudo de caráter observacional, descritivo e qualitativo.
Principais Os resultados mostraram que todos os participantes apresentaram algum sinal indicativo
Resultados de problema durante a mamada.
ID P24
Objetivo Analisar os efeitos da estimulação da sucção não nutritiva com a técnica do dedo
enluvado, sobre o início e a transição alimentar da via gástrica para a via oral em
prematuros de muito baixo peso.
Método Estudo aleatório, prospectivo, longitudinal, experimental e controlado.
Principais Quando comparado o grupo experimental em relação ao grupo controle observou-se um
Resultados escore significantemente maior na avaliação da prontidão para início da alimentação via
oral, uma menor frequência de sinais de estresse durante a sucção nutritiva e um menor
tempo de transição alimentar da via gástrica para via oral.
Fonte: autores

O Quadro 4 traz o objetivo, método, principais resultados, limitações e sugestões.


Partindo-se para uma análise do material selecionado pode-se observar que dois (12,5%)
estudos focaram na categoria do aleitamento materno; dois (12,5%) focaram na manutenção
11

da lactação; três (18,8%) abordaram a categoria do aleitamento materno exclusivo; quatro


(25%) estudaram a amamentação em prematuros e cinco (31,3%) abordaram assuntos
correlatos como transição alimentar, translactação, utilização de instrumentos como copo ou
mamadeira influenciando o processo de aleitamento materno, insucesso na amamentação do
recém-nascido pré-termo e abandono do aleitamento materno. Quanto ao método de análise,
nove (56,3%) estudos adotaram a abordagem qualitativa, seis (37,5%) utilizaram a pesquisa
quantitativa e um (6,3%) desenvolveu uma revisão de literatura. No âmbito dos estudos
quantitativos pode-se observar um delineamento da população pesquisada reduzido ou
ampliado no contexto hospitalar e residencial regionais com utilização de grupos
experimentais analisados em relação a grupos controles. Entre as pesquisas de cunho
quantitativo, três (50%) declararam o recorte temporal retrospectivo, dois (33,3%) prospectivo
e um (16,7%) apresentando caráter transversal. Os estudos qualitativos se pautaram pela
abordagem fenomenológica, dialética, exploratória, método de análise baseado na temática
proposto por Bardin, observacional e descritivo, transversal e baseado no Referencial teórico
do Interacionismo Simbólico (IS).

4 DISCUSSÃO

Foram avaliados neste estudo, as seguintes categorias apuradas na análise dos artigos
selecionados que podem explicitar o objetivo proposto: aleitamento materno em prematuros;
manutenção do aleitamento materno exclusivo em prematuros e Fatores que dificultam ou
facilitam o aleitamento materno exclusivo em prematuros.

4.1 Aleitamento materno em prematuros

Estudos desenvolvidos15,16 sobre a importância do aleitamento materno para


prematuros, enfatizam que esta relevância está respaldada nas propriedades imunológicas que
o leite humano apresenta que atuam na maturação gastrointestinal, no estabelecimento do
vínculo entre mãe e filho e no incremento promovido no desenvolvimento neuropsicomotor
desses bebês.17,18,19,20,21,22
O aleitamento materno traz efeito positivo no crescimento e desenvolvimento
craniofacial, motor oral e estímulos neurais que beneficia um apropriado crescimento e
desenvolvimento facial favorecendo as estrutura e funções estomatognaticas, prevenindo
maloclusões por hipodesenvolvimento.
12

Os recém-nascidos prematuros apresentam imaturidade fisiológica e neurológica e


também dificuldades em coordenar a sucção, deglutição e respiração, dificuldade na pega que
se constituem em entraves que podem tornar a amamentação mais difícil no início de sua
vida.223,24,19,21,25,9
O leite da própria mãe e o mais indicado para os prematuros devido possui alta
concentração de nitrogênio, proteínas com função imunológica, lipídios totais, acido graxos,
vitaminas A, D e E, cálcio e energia na primeira quatro semanas se comparado com os de
mães de recém-nascido a termo.18,13
Corroboram alguns autores que a amamentação é considerada a melhor fonte de
nutrição para os recém-nascidos que possibilita, além da proteção contra inúmeras doenças
agudas e crônicas. O leite humano fornece nutrientes e elementos de proteção contra
infecções27, auxiliando de maneira positiva no desenvolvimento psicológico da criança, além
de se constituir em fonte nutritiva ideal para alimentação do recém-nascido, e devido a isto
sua manutenção exclusiva até os seis meses de vida está indicada.20,26
Estudos estimas que o aleitamento materno, poderia evitar 13% das mortes em
crianças menores de 5 anos em todo mundo por causas prevenível, sendo que no mundo em
desenvolvimento poderia salvar 1,47 milhões de vidas por anos se a recomendação de
aleitamento exclusivo por seis meses e complementado por dois anos ou mais fosse
comprida.13
As orientações e o aconselhamento recebidos pelos profissionais de saúde na unidade
intensiva neonato, favorece o alcance dos conhecimentos dos procedimentos, das estratégias e
das técnicas acerca do aleitamento materno, dando mais confiança e fortalecimento nesse
processo.28
As mães de prematuro necessitam de apoio dos profissionais de saúde da unidade
básica, após a alta da unidade intensiva neonato, para manutenção do aleitamento materno,
pois medidas de incentivo e o acompanhamento do lactente, reduz o desmame precoce.27
O aleitamento materno em prematuros está permeado por um processo que pode
originar alguns problemas para sua constituição, bem como a falta de conhecimento a respeito
do manejo da amamentação por parte da mãe. Quando estas dificuldades não são
solucionadas, tão logo, podem determinar o surgimento de complicações e conduzir ao
desmame precoce21. Inicialmente, pela realização da ordenha manual com apoio do Banco de
Leite Humano e o estoque do leite para oferta no ambiente da UTI e posteriormente, a
adaptação da transição da sonda ao peito, que em muitos casos está relacionada a baixa
produção láctea pela carência de ordenha. 21
13

4.2 Manutenção do aleitamento materno exclusivo em prematuros

A manutenção da amamentação exclusiva de prematuros, anterior e posteriormente à


alta hospitalar, deve ser uma meta que precisa ser focada desde o pré-natal, bem como no
nascimento da criança considerando o impacto de seus benefícios, não atingidos por outros
tipos de leite.4,16,23
A relação entre a menor idade gestacional do recém-nascido prematuro é
inversamente proporcional a imaturidade fisiológica do mesmo 20, que quando é somada a
imaturidade neurológica, hipotonia muscular, reflexos orais diminuídos, dificuldade na
autorregulação e distúrbios respiratórios atuam na diminuição das habilidades motoras e orais
do mesmo, prejudicando sua alimentação e trazendo dificuldade para iniciar precocemente a
amamentação e, por conseguinte, causando uma baixa incidência de sucesso na amamentação
de prematuros.29,24 Por isso, a alimentação é feita via sonda gástrica até que este seja capaz de
iniciar a alimentação por via oral.15 Neste contexto a estimulação da sucção não nutritiva
(SNN) pode minimizar a privação sensorial e habilitar o recém-nascido prematuro para uma
alimentação via oral precocemente.24
Tronco15 e Vargas18 concordam que a maneira de maior adequação para a
estimulação do desenvolvimento das estruturas do sistema estomatognático é a alimentação
por via oral, e que, por isso, a utilização prolongada de sonda para alimentação pode se tornar
prejudicial para o recém-nascido prematuro.15,18
O processo de transição para a alimentação oral deve ser acompanhado e avaliado
pela equipe multidisciplinar de maneira contínua. Sobretudo, a observação da coordenação da
sucção, da deglutição e da respiração do recém-nascido prematuro, até que seja obtida a
ingestão nutricional adequada que permita seu desenvolvimento. A estabilidade fisiológica e
melhoria significativa da função de alimentação, pode ser estimulada por processos como a
realização da sucção não-nutritiva onde se observa a canulação da língua em repouso, em
movimentação e a força de sucção que realiza para a extração do leite.24,18,20
Contudo os recém- nascidos que ainda esta em processo de adaptação para suga no
peito é ofertado o leite no copo, e para isso e usado uma técnica, onde o recém–nascido e
acomodado no colo desperto e tranquilo, na posição sentada ou semi-sentada, de forma que a
cabeça forma um ângulo de 90° com o pescoço; também deve encostar a borda do copo no
lábio inferior do recém-nascido e deixar o leite materno tocar o lábio. Assim o RN fara
14

movimentos de lambidas do leite, seguindo de deglutição; importante que não despeje o leite
na boca do RN.13, 18,10
A translactação é um processo utilizado para transição da alimentação por via sonda
para seio materno. A técnica consiste em fixar uma fita adesiva na roupa da mãe, na altura do
ombro, usando uma seringa de 10 ou 20ml, sem o êmbolo e conectar a uma sonda gástrica de
n°4, com a extremidade com furos colocado ao nível do mamilo, e coloca o recém-nascido
no seio materno, certificando que o RN abocanhou a aréola e a sonda.10,21
A técnica de amamentação faz toda diferença para dupla mãe/bebê, pois o
posicionamento para amamenta e a pega incorreta do recém-nascido, dificulta a retirada do
leita da mama e machuca os mamilos. 13 A organização mundial de saúde recomenda quatro
pontos chaves que diferencia o posicionamento e a pega correta. Posicionar rosto do bebê de
frente para mama, com nariz na altura do mamilo; corpo do bebê com cabeça e troco alinhado
(pescoço não torcido); bebê bem apoiado. Logo na pega adequada deve haver mais aréola
visível acima da boca do bebê; boca bem aberta; lábio inferior virado para fora e queixo
tocando a mama.13 Sendo que as chupetas e desaconselháveis, já que interfere negativamente
na duração do aleitamento materno, uma vez que bebês chupa chupetas são amamentados
com menos frequência, e isso diminui a produção do leite, ocorrendo desmame precoce, além
de esta associado a ocorrência de candidíase oral, otite media e de alteração do palado. 13
Também a evidencia que a mamadeira é uma fonte de contaminação, além de influenciar
negativamente na amamentação, o seu uso causa confusão de bico levando a desmame
precoce.13,18,10

4.3 Fatores que dificultam ou facilitam o aleitamento materno exclusivo em prematuros

O aleitamento materno de recém-nascidos prematuros oferece particularidades que


dificultam a instalação do processo e por isso o desmame precoce é comum, especialmente,
por fatores como retardo da sucção direta do seio materno, hospitalização do recém-nascido;
estresse da mãe e dos familiares, percepção da mãe em relação ao leite ser fraco e lacunas no
incentivo e apoio do processo no contexto hospitalar 1,6,18 e posteriormente à alta
hospitalar.28,26,30
Devido as intercorrências e dificuldades específicas que o recém-nascido prematuro
apresenta, o aleitamento materno pode ser comprometido logo ao nascer, acarretando em
dificuldade no manejo do aleitamento materno exclusivo. Expõe ao desmame precoce, como
Silva; Tavares; Gomes21 corroborados por Cruz e Sebastião16 e Uema et al17 destacam esta
15

dificuldade especialmente em ambientes de UTI neonatal. A dificuldade de amamentação em


recém-nascidos prematuros tem relação direta com os reflexos diminuídos ou ausentes,
porque são estes que promovem a pega correta e o desenvolvimento da amamentação. 18
Outros desafios experimentados por mães de recém-nascido prematuro consistem na
impossibilidade de estabelecer contato precoce e continuado; falta de amamentação na
primeira meia hora de vida; afastamento prolongado entre mãe e filho pela permanência
deste em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN); problemas associados com as
especificidades da assistência ao prematuro e com a condição de saúde destes.16,21,17,18
O desmame precoce, que está diretamente relacionado a introdução de alimentos
distintos do leite materno para o bebê antes dos seis meses de idade, se conserva ainda
como uma realidade negativa no Brasil. Mesmo diante de todos os esforços empreendidos
para que a mãe retome a amamentação exclusiva como prática alimentar predominante. 26,27
Os fatores que interferem na amamentação exclusiva podem incluir elementos emocionais,
familiares e sociais. Medidas visando incentivar o aleitamento materno posteriormente à
alta da maternidade e o seguimento apropriado e atenção integral aos recém-nascidos
prematuros diminuem o desmame precoce.26,27
No caso dos recém-nascidos prematuros o desmame precoce se constitui em uma
situação que se coloca ainda mais nociva diante das informações reconhecidas e disseminadas
pela comunidade científica acerca dos inúmeros e incisivos benefícios do aleitamento
materno. Benefícios que tange os aspectos nutricionais, imunológicos, econômicos,
endocrinológicos, neurocomportamentais e emocionais.26,29,21Alertando ainda para a
diminuição dos quadros álgicos e concomitantemente, na maior tolerância a procedimentos
potencialmente dolorosos pelos quais estes podem passar.26,29,21 O sucesso da amamentação
está diretamente relacionado com adoção de medidas favoráveis que possam influenciar os
envolvidos no processo de maneira satisfatória, sempre considerando os fatores que se
referem de forma direta com as mães e aos situacionais das condições de vida.19,29,23
Quanto ao sucesso da manutenção do aleitamento materno a necessidade de que
sejam adotadas estratégias que tenham como objetivo o estabelecimento e aumento da
duração do aleitamento materno exclusivo, de maneira especial, entre os recém-nascidos
prematuros com menos de 32 semanas.22 Para alcançar o sucesso do aleitamento materno
posterior à alta hospitalar, é de grande importância que o recém-nascido prematuro esteja em
aleitamento materno exclusivo na ocasião da alta. O apoio e suporte dos profissionais da
saúde no período de internamento às mães contribuir com a manutenção da amamentação
16

após a alta hospitalar, desde que haja o apoio e conhecimento dos pontos positivos para a
saúde do bebê por parte da mãe e dos familiares ao processo.28,26,25
Para que seja alcançado o sucesso da amamentação, a mãe deve ser estimulada a
desejar amamentar, mas ter acesso ao conhecimento e receber apoio da equipe de saúde e da
família. O acompanhamento do pre-natal e um excelente ocasião para motivar a mulher a
amamentar, sendo importante que o companheiro e a mãe da gestante participe desse
aconselhamentos.13
Diante dos benefícios que o aleitamento materno proporciona, vários incentivo tem
sido oferecido pela organização mundial da saúde e uma dela e atenção humanizada ao
binômio criança/ mãe e família. Esse processo de atenção humanizada precisa esta presente
no pre-natal, no nascimento, pós-parto, durante a internação e após alta.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O processo de amamentação do recém-nascido prematuro se constitui em grande


desafio aos indivíduos envolvidos no mesmo, devido às particularidades associadas com a
prematuridade que estão diretamente ligados com a pega, a sucção, a coordenação entre
sucção, deglutição e respiração, o padrão de sucção, a postura da mãe e do recém-nascido. Os
estudos analisados mostraram que existem evidências de que mães de bebês prematuros
apresentam taxas de sucesso no aleitamento materno em menores quando comparadas as mães
de termo, por isso, adotar práticas que tenham como meta o estabelecimento e manutenção da
oferta de leite materno como primeira escolha na alimentação de prematuros, vulneráveis
devido a sua própria condição, precisa ser reforçada e enfatizada de maneira continua.
Existe consenso nos artigos analisados acerca dos benefícios comprovados
associados ao aleitamento materno se referirem a diminuição da morbimortalidade desta
população e progressos em termos do desenvolvimento neurológico. Acredita-se que é
imprescindível que as equipes de saúde, e de maneira especial a equipe de enfermagem,
esteja habilitadas para a promoção, apoio e proteção da alimentação ideal para estes recém-
nascidos prematuros, o aleitamento materno.
Contudo, os estudos mostraram que o desmame precoce ainda está presente e tem
relação direta com fatores emocionais, familiares e, sobretudo, sociais, como a inserção da
mulher no mercado de trabalho e a consequente falta de tempo para prosseguir com a
amamentação exclusiva, que foi o fator mais citado nas pesquisas. A informação sobre a
introdução de outros alimentos antes dos seis meses de vida atrapalhar a amamentação deve
ser passada desde o pré-natal, pois é essencial para as mães, igualmente a utilização de
chupeta e mamadeira que levam a confusão de bicos no recém-nascido, interferindo
diretamente na manutenção do aleitamento materno.
Ao analisar os artigos concluiu-se que existem fatores que facilitam e dificultam o
ato de amamentar, portanto, a equipe de enfermagem tem papel fundamental no fornecimento
de apoio e informações necessárias para que a mãe se sinta confiante em relação ao
aleitamento materno exclusivo, beneficiando os bebês e a própria mãe. Este processo é
incentivado quando se direciona a prática educativa a fim de minimizar as dificuldades
17

enfrentadas pelas puérperas durante a amamentação, pois através dessas ações, poderá dar
continuidade na redução de taxas de desmame precoce. Portanto, Fortalecendo os fatores que
facilitam a amamentação e minimizando aqueles que dificultam, contribuindo para a evolução
desse índice, que atualmente se encontra abaixo do esperado.

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ANEXO 1 - Tabela 1 – Itens do checklist a serem incluídos no relato de revisão sistemática


ou meta-análise.
Sction/Topic # Check list Item Reporte d
on page
TITLE 1 Identify the report as a systematic review, meta-analysis, or bot 1
ABSTRACT 2 Provide a structured summary including, as applicable: 1
Structured background; objectives; data sources; study eligibility criteria,
Summry participants, and interventions; study appraisal and synthesis
methods; results; limitations; conclusions and implications of key
findings; systematic review registration number.
INTRODUCTION 3 Describe the rationale for the review in the context of what is 2,3
Rationale already known.

Objectives 4 Provide an explicit statement of questions being addressed with 3


reference to participants, interventions, comparisons, outcomes,
and study design (PICOS).
(METHODS) 5 Indicate if a review protocol exists, if and where it can be 3
Protocol and accessed (e.g., Web address), and, if available, provide
registration registration information including registration number.
Eligibility criteria 6 Specify study characteristics (e.g., PICOS, length of follow-up) 4
and report characteristics (e.g., years considered, language,
publication status) used as criteria for eligibility, giving rationale.
Information 7 Describe all information sources (e.g., databases with dates of 4
sources coverage, contact with study authors to identify additional
studies) in the search and date last searched.
Search 8 Present full electronic search strategy for at least one database, 5
including any limits used, such that it could be repeated.
Study selection 9 State the process for selecting studies (i.e., screening, eligibility, 5
included in systematic review, and, if applicable, included in the
meta-analysis).
Data collection 10 Describe method of data extraction from reports (e.g., piloted 5
process forms, independently, in duplicate) and any processes for
obtaining and confirming data from investigators.
Data items 11 List and define all variables for which data were sought (e.g., 6
PICOS, funding sources) and any assumptions and simplifications
made.
Risk of bias in 12 Describe methods used for assessing risk of bias of individual X
individual studies studies (including specification of whether this was done at the
study or outcome level), and how this information is to be used in
any data synthesis.
20

Summary measures 13 State the principal summary measures (e.g., risk ratio, difference X
in means).
Synthesis of results 14 Describe the methods of handling data and combining results of X
studies, if done, including measures of consistency (e.g., I 2) for
each meta-analysis.
Risk of bias across 15 pecify any assessment of risk of bias that may affect the X
studies cumulative evidence (e.g., publication bias, selective reporting
within studies).
Additional analyses 16 Describe methods of additional analyses (e.g., sensitivity or X
subgroup analyses, meta-regression), if done, indicating which
were pre-specified.
RESULS 17 Give numbers of studies screened, assessed for eligibility, and 5,6
Study included in the review, with reasons for exclusions at each stage,
ideally with a flow diagram.
selection
Study 18 For each study, present characteristics for which data were 7
characteristics extracted (e.g., study size, PICOS, follow-up period) and provide
the citations.
Risk of bias within 19 ent data on risk of bias of each study and, if available, any X
studies outcome level assessment (see item 12).

Results of 20 For all outcomes considered (benefits or harms), present, for each 8
individual studies study: (a) simple summary data for each intervention group (b)
effect estimates and confidence intervals, ideally with a forest
plot.
Synthesis of results 21 Present results of each meta-analysis done, including confidence 9, 10
intervals and measures of consistency.

Risk of bias across 22 Present results of any assessment of risk of bias across studies X
studies (see Item 15).

Additional analysis 23 Give results of additional analyses, if done (e.g., sensitivity or 11


subgroup analyses, meta-regression [see Item 16]).

DISCUSION 24 Summarize the main findings including the strength of evidence 11,12,13
Summary of for each main outcome; consider their relevance to key groups
evidence (e.g., healthcare providers, users, and policy makers).
Limitations 25 Discuss limitations at study and outcome level (e.g., risk of bias), 14,15
and at review-level (e.g., incomplete retrieval of identified
research, reporting bias).
Conclusions 26 Provide a general interpretation of the results in the context of 16,17
other evidence, and implications for future research

FUNDIG 27 Describe sources of funding for the systematic review and other X
Funding support (e.g., supply of data); role of funders for the systematic
review.
Fonte: Moher et al. (2009, p. 337).

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