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INTRODUÇÃO

O presente trabalho delimita-se em estudar o impacto socioeconómico do desmame


precoce, causas e consequências nas mulheres atendidas nas Consultas de Enfermagem
do Centro Integrado, de Mbanza Kongo.

Situação Problemática
A sua escolha deve-se ao facto da reconhecida importância do aleitamento materno
para a vida do bebé durante os primeiros seis meses de vida. O desmame precoce é um
fenómeno agravante principalmente na camada jovem que dão mais importancia ao aspecto
fisico, e preocupa menos com a questão do aleitamento materno exclusivo contribuindo para
agravar a saúde do bebé. Neste contexto considerou-se pertinente a formulação da seguinte
pergunta de partida: “Quais são causas que levam as mulheres dos 19 à 34 anos, atendidas
nas consultas de enfermagem no Centro Integrado das 15 Casas a realizarem o desmame
precoce?”

Justificativa do Estudo.
O presente estudo justifica-se porque há necessidade de informação referente à
importância do leite materno e os riscos gerados ao lactente que sofre o desmame precoce.
O desmame precoce é uma das maiores causas de mortalidade infantil no bebé devido às
infecções nas quais a criança estará susceptível a contrair, devido a mal-nutrição ocorrida
pela falta da amamentação. Sendo o leite materno considerado o melhor e mais completo
alimento para o bebe, o qual oferece vantagens para o seu crescimento e desenvolvimento
saudável, proporcionando benefícios à criança e a mãe.

Quadro teórico
A pesquisa fundamenta-se em (Galvão, 2010, p. 291) O aleitamento materno faz parte
de uma acção fisiológica normal e surge como consequência após o nascimento do bebé,
destacando que a amamentação é a fonte singular que garante a sobrevivência e o
crescimento saudável do bebé.
(Parizotto & Zorzi, 2008) O desmame precoce é definido como interrupção do
aleitamento materno antes dos seis meses de vida completos do lactente, com introdução
de outros alimentos na dieta da criança; Alguns motivos maternos são: leite fraco ou pouco,
problemas na mama, falta de experiência, trabalho, factores psicológicos e fisiológicos, entre
outros (Ramos & Almeida, 2003).

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Objectivos do Estudo.
- Geral:
Aprimorar os conhecimentos sobre os factores sociais e económicos determinantes
sobre o desmame precoce.
- Específicos
Abordar a importancia do leite materno para o crescimento e desenvolvimento dos
bebes;
Discutir sobre a necessidade do profissional de enfermagem contribuir para a
educação das mães no sentido de prevenir o desmame precoce;
Identificar as consequências do desmame precoce;
Investigar os factores facilitadores do desmame precoce e as estratégias preventivas
e da organização em relação ao conteúdo abordar.

Metodologia
Trata-se de uma investigação descritiva e quantitativa na análise e interpretação dos
dados fez-se importante também a recolha de dados estatísticos que nos permitiram tirar
conclusões de algumas variáveis quantificáveis através de um inquérito a um número
elevado de sujeitos por intermédio das metodologias quantitativas. Dai surge a
necessidades de aplicarmos o método estatístico, como também o método analise que
auxiliou-nos bastante na análise de alguns aspectos importantes que serão observados.
Fez-se uma observação não estruturada da situação, e um enquerito por questionários de
perguntas fechadas como instrumentos de recolha de dados.

Áreas de estudo
Este estudo foi realizado no Centro Integrado de Mbanza Kongo.

População e amostra
A nossa população foi constituida por quatro técnicos de saúde entre (enfermagem e
Diagnóstico e terapeutica) dos quais três do género femenino e um do género masculino; 41
mulheres atendidas nas consultas de enfermagem com idades variáveis entre 19-34 anos
das quais apenas 36 responderam ao questionário.
Foi usado o tipo de amostra aleatória, onde todos os elementos da população têm a
mesma probabilidade de pertencerem à amostra podendo ser escolhido de forma simples,
de acordo com uma fracção amostral previamente elaborada.

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Análises dos dados
Os dados foram inseridos e analisados pelo programa Microsoft Excel 2013 e
organizados em gráficos e tabelas.

Estrutura do trabalho
Contém uma introdução, em seguida o primeiro capítulo, entitulado “Fundamentação
teórica” e o segundo capitulo designado “Caracterização, Análise e Discussão dos
Resultados” e por último, conclusões baseadas das questões que foram aplicadas, além da
Bibliografia e anexos.

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CAPITULO I - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1 - Definições de termos e conceitos


Segundo dicionário Infopedia, impacto e a colisão entre dois corpos, com a existência
de força relativamente grande durante o intervalo de tempo muito pequeno. Ou seja,
influência decisiva dos acontecimentos no decurso da história.
Ferreira, citado por Silva (1994), comenta que aleitamento é sinônimo de
amamentação, os referidos termos ficam revestidos do mesmo significado funcional do
aleitar ou criar o filho com o leite que produz. Considera, também, que nesse ato visualiza-
se, além do efeito da produção do leite e sua oferta, o envolvimento da mulher com seu filho
e todos os efeitos afetivos que o envolvem.
Desmame precoce: e a interrupção do aleitamento materno exclusivo ao peito antes
do lactante haver completado seis meses de vida, independentemente de a decisão ser
materna ou não, e do motivo da tal interrupção (CABRAL & CAMPESTRINI, 2009, p. 217).
Segundo (WELLER, 2004, p. 128), o desmame e a interromper a mamada ou a
alimentação, por biberão, substituindo por outros hábitos alimentares. Ex-comidas sólidas.
“Enfermagem é a arte de cuidar e a essência especificidade e assistência ao cuidado
ao ser humano, individualmente, na família ou na comunidade de modo integral e holístico
desenvolvendo de uma forma autónoma ou a equipa de promoção, protecção; prevenção;
reabilitação e recuperação da saúde” (WELLER, 2004, p. 392).
Segundo (Waller, 2004, p. 154) diz que a enfermagem é a profissão que na área da
saúde tem como objectivo prestar cuidados de enfermagem ao ser humano, são ou doente
ao longo do ciclo vital.

1.2. - Os benefícios do aleitamento materno


A amamentação é fundamental para a saúde das crianças, resultando em benefícios
nutricionais, imunológicos, emocionais e econômico-sociais, com reflexo em seu
desenvolvimento infantil, além de apresentar vantagens para a saúde materna.
Segundo Barbosa et al, (2009) O aleitamento materno é o alimento adequado no
primeiro ano de vida são os principais factores determinantes do crescimento e
desenvolvimento adequado e da condição de saúde da criança.
As altas taxas de mortalidade infantil verificadas seriam menores se essa prática fosse
promovida e apoiada. Múltiplas pesquisas científicas comprovam que o leite materno é
fundamental para combater a desnutrição precoce e a mortalidade infantil. Além disso,
previne alergias, fortalece o vínculo afectivo mãe-filho e proporciona melhor

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desenvolvimento da inteligência. (PROGRAMA NACIONAL DE INCENTIVO AO
ALEITAMENTO MATERNO PNIAM, 1995).
A importância do aleitamento materno para a saúde da mãe e do bebe também para a
situação socioeconómica.
A amamentação é fundamental para o desenvolvimento biopsicossocial do recém-
nascido, tendo em vista que o leite materno possui características bioquímicas e
imunológicas que lhe conferem uma composição ideal e incomparável a qualquer outro tipo
de leite e, além disso, apresenta factores de protecção e de defesa contra infecções.
(BARBOSA ET AL, 2009).
O leite humano é do ponto de vista nutricional capaz de suprir toda a necessidade
alimentar da criança durante os primeiros seis mêses de vida.
Os benefícios psicológicos são de igual importância, na medida em que a
amamentação estabelece um vínculo afectivo entre a mãe e o bebe.
A literatura indica mais detalhadamente como obstáculos do aleitamento materno
exclusivo: o desconhecimento da população sobre as vantagens do aleitamento materno; o
não cumprimento da legislação que determina a existência de creches e horário especial
para amamentação; a necessidade de a mulher retornar precocemente ao trabalho; as
propagandas do substituto do leite humano; os tabus relacionados à amamentação, tais
como: o leite é fraco, o leite não sustenta, o leite secou; a falta de preparo da mulher no
período pré-natal para amamentação e o não suporte no período pós-natal; a opinião de
parentes e outras pessoas da comunidade; a existência de rotinas hospitalares rígidas; a
administração de líquidos nos intervalos das mamadas; as atitudes negativas da mulher em
relação ao aleitamento materno; o aparecimento dos problemas ligados à mama como o
ingurgitamento e fissura mamilar, e a falta de preparo dos profissionais para orientar e
intervir adequadamente nas dificuldades do aleitamento materno, segundo (Santos (1989);
Rezende (1989 1990); Silva (1994); Valdés, Sánchez, Labbok (1996) apud Alves, 2014,
p.54).
Ferreira, citado por Silva (1994), define amamentação como “o acto ou efeito de
amamentar” que significa dar de mamar, criar ao peito, alimentar, aleitar e nutrir. A autora
comenta que aleitamento é sinónimo de amamentação, os referidos termos ficam revestidos
do mesmo significado funcional do aleitar ou criar o filho com o leite que produz.
Conforme enfatizam, (Wong, 1999), o aleitamento materno bem sucedido depende
mais do desejo da mãe de amamentar seu filho do que qualquer outro factor e que,
contrariamente à crença popular, a amamentação não é instintiva, portanto, as mães
necessitam de preparo e assistência a fim de favorecer as oportunidades de sucesso e
satisfação.

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1.3. - O aleitamento no crescimento e desenvolvimento da criança.
O aleitamento materno é fundamental para a saúde das crianças, resultando em
benefícios nutricionais, imunológicos, emocionais e econômico-sociais, com reflexo em seu
desenvolvimento infantil, além de apresentar vantagens para a saúde materna.
Nos últimos anos, o estímulo ao aleitamento materno é preocupação por parte de
todos que norteiam o sistema de saúde, profissionais e serviços de saúde, órgãos
governamentais, no intuito de se promover à saúde materno-infantil. Todavia, ainda é
expressivo o número de desmame precoce pelas nutrizes.
O aleitamento materno é a forma de nutrição mais completa do recém-nascido, pela
visão biológica. Supre as necessidades físicas e psicológicas.
A amamentação é uma atividade básica, constituindo uma das primeiras intervenções
nutricionais e de saúde infantil que a própria mãe pode empreender para assegurar a saúde
do filho. É um modo natural e apropriado que asseguram muitas das necessidades da
criança em desenvolvimento e, na maioria dos lugares, é compatível com o ambiente
ecológico, econômico e sanitário da mãe e do filho (CABRAL & CAMPESTRINI, 2009, pp.
29-30).
Segundo (Barbosa, 2009), Apesar de ser biologicamente determinada, a
amamentação sofre influências socioculturais e por isso deixou de ser praticada
universalmente a partir do século XX. Atualmente, a expectativa biológica se contrapõe às
expectativas culturais. Algumas conseqüências dessa mudança já puderam ser observadas,
como desnutrição e alta mortalidade infantil em áreas menos desenvolvidas.
Apesar de tantas vantagens proporcionadas pelo aleitamento materno, o desmame
precoce ainda é crescente em Angola. O desmame precoce é a interrupção do aleitamento
materno nos primeiros seis meses de vida da criança.
Embora beneficiar mães e filhos e, consequentemente, à sociedade em geral, a
prevalência de aleitamento materno em nosso país está muito aquém do que é preconizado
pela OMS como objetivo dasações em saúde para diminuição da mortalidade infantil, em
todo o mundo.

1.4. - Aleitamento na prevenção de doenças


O aleitamento ajuda na redução de cólica a facilidade na ingestão do leite tão ajuda a
evitar problemas como: Gases e cólicas intestinais alem de conter substâncias responsáveis
por proteger e repor o intestino delicado do recem nascido.
Prevenir anemias: o leite materno contem um tipo de ferro que altamente absorvido
pelos intestinos do bebé, alem de conter vitamina B12 e Acido fólico, importantes para

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produção de glóbulos vermelhos, células responsáveis pelos transportes de oxigénio no
sangue.
Para evitar diarreia: o leite materno e rico em bactérias e povoam o intestino do rescen
nascido e compõem sua flora intestinal, actuando como uma barreira protetora e também
ajuda na ingestão e na regulação do transito intestinal.
Fortalece o sistema imunológico por ser ricos em anti-corpo produzidos pela mãe, o
leite materno e uma forma natural para defesa para o bebe protege a criança contra
problemas como: asma, pneumonia, gripe, dor de ouvido e problemas intestinais. Isso ajuda
a evitar doenças graves no inicio da vida do recém-nascido caso ele fica doente o
organismo da mãe aumenta quantidade de proteínas e células de defesa no leite, facilitando
a recuperação do bebe.
O valor do aleitamento materno na protecção da criança contra infecções pela
existência de factores específicos e inespecíficos e bastante conhecido assim como a
actuação do colostro sobre a mucosa intestinal que auxilia n maturação dos enterocitos
melhora a absorção (ICHSATO & ALVES, 2013, p. 20).
Desde meados dos anos 70 ate os dias actuais houve grande ampliação do
conhecimento cientifico dessa pratica constatando se a importância do aleitamento materno
como meio de protecção contra doenças como alergias diarreias, doenças respiratórias
malformação da arca dentaria (IBIDEM).
Os chamados substitutos do leite materno não protegem a criança contra as doenças
e ainda podem provocar alergias porque as suas proteínas são diferentes das proteínas
humanas (PROGRAMA NACIONAL DE INCENTIVO AO ALEITAMENTO MATERNO
PNIAM, 1995, pp. 23-24).

Segundo o Ministério da Saúde, (Brasil, 1989) o primeiro leite colostro tem um especial
valor nutricional e sanitário para o recém-nascido, dado o seu alto conteúdo em proteínas e
vitaminas lipossolúveis e as suas propriedades anti-infecciosas. Ele e a primeira imunização
da criança. Dai percebe se o quão rico em nutrientes e o leite para a criança, principalmente
na primeira mamada.

1.5. - A importância do aleitamento para a mãe


O aleitamento é tão importante que pode se tornar a base de uma sociedade
saudável, física e emocional ao longo do prazo. O leite faz a diferença na vida mãe e do
bebe, ajuda a melhorar a vida dupla futuramente desde diminuir a incidência do câncer da
mama na mãe como aumentar quociente de inteligência e o quociente emocional no bebé.

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A amamentar aliado a uma alimentação saudável ajuda a mãe a perder o peso,
diminui o sangramento do pós-parto na mãe da uma dupla protecção na mãe contra o
câncer da mama diminua as chances da mãe desenvolver depressão pós-parto amamentar
exclusivamente pode atrasar a ovulação, o que significa também atraso da menstruação ou
férias menstruais a amamentação provoca libertação de prolatina que matem o estrogenio e
a progesterona em pausa de modo que a ovulação pode não ser desencadeada, A
amamentar ajuda a economizar, aumenta a autoestima da mãe, intensifica o vínculo entre a
mãe e o filho.
Uma das vantagens do aleitamento para mulher consiste na ajuda da recuperação do
tamanho normal do útero pós-parto diminuindo os riscos de grandes perdas sanguíneas
(hemorragia) no período pós-parto constitui também um bom método de planeamento
familiar quando o aleitamento foi realizado de forma exclusiva nos 6 primeiros meses após o
parto desde que não surge a menstruação nesses períodos, a falha estima-se nessa forma
de anti-concepção chega a valores inferiores a 0,8%.
A mulher que amamente exclusivamente gasta 704kcl/dia o que ajuda a mãe abortar
mais rápido ao seu peso pré-gestacional, uma vez que ela gasta essas calorias acumuladas
de forma gradual durante esses os 6 primeiros meses já que a mãe que não amamenta
tende a reter parte do peso adquirido durante a gestação. Outro factor importante da
amamentação na mulher consiste na protecção do câncer ovarino, câncer uterino e o
próprio câncer da mama.
Segundo Giugliani, (1989) esclarece que amamentar é muito mais do que alimentar a
criança. Envolve uma interacção complexa, multifactoral entre duas pessoas que interfere
no estado nutricional da criança envolvendo também aspectos relacionados à saúde física e
psíquica da mãe.
O aleitamento permite que as mães fiquem mais saudáveis, permitem uma protecção
contra outra gravidez, corte nos gastos permitindo a compra de melhores alimentos para a
família alem de proporcionar carinho, amor, afecto, interacção mãe-filho.
Também é importante considerar o benefício do aleitamento materno para a mãe do
ponto de vista financeiro, uma vez que, segundo o PNIAM (Programa Nacional de Incentivo
ao Aleitamento Materno), (Brasil, 1989, p. 8) um levantamento realizado em 1983, pelo
Ministério da Saúde, revelou que as despesas com uma criança alimentada com os
substitutos do leite materno pode consumir por mês até 43% do salário mínimo; no caso de
criança amamentada exclusivamente no seio, as despesas representavam apenas 4% deste
salário.

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1.6. - Desmame precoce
(Brasil, 1989, p. 145) a prevalência e a duração do aleitamento materno diminuíram em
muitas partes do mundo, por diversas razões sociais, económicas e culturais, neste sentido,
com a introdução da tecnologia moderna e a adopção de novos estilos de vida, houve em
muitas sociedades uma redução notória na importância atribuída a esta prática tradicional.
Mesmo involuntariamente, os serviços de saúde frequentemente contribuíram para este
declínio seja por não apoiarem e estimularem mães a amamentar seja por introduzirem nas
rotinas e procedimentos que interferem com a iniciação e o estabelecimento normal do
aleitamento.
Para (CARRASCOZA, 2005), a prevalência materna está abaixo das recomendações
oficiais. Nesse sentido, de um modo geral, tem-se reconhecido que o desmame precoce tem
sido uma pratica ainda muito observada na sociedade e salienta-se que a introdução ou a
substituição do leite materno por leite de vaca fresco ou pastalizado podem trazer alguns
transtornos para a saúde da criança. Isto porque a composição do leite de vaca difere do
leite humano, uma vez que o primeiro oferece quantidades excessivas de proteínas e
minerais, interferindo na absorção do ferro.
As consequências negativas do desmame precoce representam um grave problema
de saúde colectiva. É conceituado como a interrupção da amamentação materna antes do
preconizado pelo Ministério de Saúde, que são seis meses de idade. Mesmo comprovada a
importância do aleitamento ao seio, a interrupção do aleitamento prematuro ainda prevalece
em muitas partes do mundo, devido a factores sociais, culturais e econômicos. (Marcondes
& et al, 2003) destacou que nos países desenvolvidos, a prática do aleitamento artificial
levou ao aumento da obesidade e das alergias e, trouxe para os em desenvolvimento, a
desnutrição, e as infecções, especialmente as respiratórias e diarréia.
As condições socioeconômico-culturais inseridas nestes factores estão: nível
socioeconômico-cultural materno; trabalho materno; condições de parto; influência familiar,
sobretudo a do cônjuge; intenção da mãe de amamentar. O meio em que vive a puérpera,
sua condição financeira, nível de escolaridade, idade materna, exerce grande influência na
puérpera em desmamar precocemente seu filho.

1.7. - Factores determinantes do desmame precoce


Para Gimenez (1999, p.412) “as causas do desmame precoce estão ligadas á vários
factores como as mudanças sociais, estilos de vida, urbanização, industrialização e outros.
Partindo desse enfoque, acrescenta-se que o aleitamento materno depende de factores que
podem influir positiva ou negativamente no seu sucesso”.

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Alguns desses factores dizem respeito às condições da mãe, as suas condições de
nascimento e o período pós-parto havendo, também, circunstâncias como o trabalho
materno e as condições habituais de vida Faleiros, (2006, p.421).
França, et al. (2008, p.325-326), “existem outros fatores importantes que favorecem o
desmame precoce, os que estão relacionadas com a mãe, bebé que serão descritos em
seguida.”

1.7.1 - Factores relacionados à mãe:

1.7.1.1 - Idade materna


A idade materna está associada ao fato das lactantes mais velhas e com maior
paridade possuírem maiores habilidades, atenção aos filhos e intenção de amamentar
Castro et al., (2009; p.183).
(CARRASCOZA, 2005, p. 909), “percebe-se que as mães mais novas amamentam os
seus filhos por um menor período de tempo, talvez motivado por algumas dificuldades, tais
como: baixo nível de escolaridade, dificuldades financeiras e muitas vezes o facto de serem
solteiras”.
As adolescentes muitas vezes inseguras e sem autoconfiança encurtam o processo de
amamentação exclusivo, não recebem apoio da família, ao egocentrismo próprio dessa
idade e aos problemas com a autoimagem, alcançando frequentemente, um menor índice
de aleitamento. IBIDEN.

1.7.1.2 - Mitos e crenças


Conforme diz Carvalho (1998, p.23), “sem comprovação científica, “os mitos” acabam
sendo assumidos pela população menos esclarecida como “verdade”, e podem levar ao
desmame”. No entanto o autor esclarece alguns desses mitos como, por exemplo: leite
fraco, leite não suficiente, arrotar ao seio.
Monteiro et al. (2011, p.204), aponta: "como justificativa ao desmame, o conceito do
"leite fraco" que foi adotado no começo do século XX por mães não conseguiam
desempenhar seu papel de nutriz, o que resultava no desmame precoce da criança e ssim,
construía-se o conceito da hipogalactia, que com fundamentação científica da época,
justificava o abandono da amamentação e excluía da mãe a responsabilidade do fracasso
perante a sociedade”.
Afirmando Polido et al. (2011, p.291), “que nos dias de hoje, os conceitos de “leite
insuficiente” e de “leite fraco” estão presentes na conceção das mães acerca do aleitamento
materno, apoiado fortemente pelas crenças socioculturais, sem embasamento biológico e

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cientifico que levam ao abandono do AME”. Ainda, a pressão imposta por pessoas que
participa do círculo cultural da mãe para iniciar o uso de outros líquidos e bicos artificiais,
impacta negativamente nesse abandono.

Diversos autores fazem referências aos vários mitos e tabus que favorecem o
desmame precoce interpretados pelas nutrizes como obstáculos:
1. Não tem leite suficiente - Esse pensamento faz com que muitas mães deixam de
amamentar os seus bebés e começar a oferecer outros alimentos precocemente,
também pode acontecer quando o bebé não ganha peso suficiente devido as
mamadas não frequentes. Por outro lado a mãe pode estar envergonhada ou
insegura em relação a sua capacidade de amamentar, estar fadigada ou doente, ter
uma alimentação pobre e beber poucos líquidos (CURY 2003, p. 219).
2. Arrotar ao Seio - O bebé pode arrotar isso não afeta o peito, ou a mãe esta
produzindo muito leite ou o bebé não esta tendo uma boa pega, isso leva a um
ingurgitamento mamário (CURY, 2003, p.223).
3. Amamentar faz a mãe engordar- “O organismo da gestante acumula energia sob a
forma de gordura, que é usada para alimentar o bebê”. Se a mãe deixa de
amamentar, a gordura vai sobrar no seu corpo (GOUVÊA 2003, p.27).
4. Dar de mamar faz os peitos caírem - afirmam que isso depende dos fatores como
hereditariedade, aumento de peso e idade. (CURY, 2003, p. 300).

O trabalho materno
A entrada da mulher no mercado de trabalho é outro factor determinante para o
desmame precoce. De acordo com Fujimori et al., (2010, p.315), as lactantes que trabalham
e não possuem licença de maternidade tem três vezes mais probabilidade de ofertarem
chupetas e mamadeiras às lactentes comparadas às lactantes que possuem esse benefício.
Para as mulheres que não trabalham e, consequentemente ficam em casa, amamentam o
dobro do tempo comparado àquelas que exercem alguma profissão e permanecem a maior
parte do temo distante do filho (CASTRO et al., 2009, p.301).

1.7.1.3 - Falta de apoio por parte dos profissionais de saúde


Para (Monteiro, Nakano e Gomes, 2011, p.221-221), na maioria das vezes, os
profissionais de saúde restringem-se apenas nos aspetos técnicos contidos nos manuais,
deixando de lado os sentimentos que envolvem a mulher no período da amamentação.
Assim, elas não encontram o apoio que precisam no setor da saúde, podendo resultar em

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insegurança, angustia e preocupação, não prosseguindo com a amamentação até o tempo
esperado.
Parafraseando os mesmos autores, os próprios profissionais de saúde, às vezes,
desvalorizam a prática de amamentar, promovendo práticas hospitalares inadequadas
principalmente no período do puerpério. Facto que reflete contrariamente no que diz respeito
ao incentivo e manutenção da prática da amamentação exclusiva.
Carrascoza et al. (2011, p.198), no contexto de profissionais de saúde, percebe em
seu estudo que há incentivo de alguns profissionais de saúde em introduzir bicos artificiais
em criança para "prepará-la" para o retorno da mãe ao trabalho fora de casa. Porém o
acompanhamento do profissional de saúde durante o pré-natal foi considerado um fator de
relevância para reduzir o desmame precoce, entretanto, não interferindo muito na introdução
de outros tipos de alimentos durante o aleitamento materno exclusivo.

1.7.1.4 - Nível socioeconômico e escolaridade


A escolaridade materna e o nível de escolaridade estão associados ao desmame, pois
quanto menor a escolaridade, menor a informação sobre a importância do aleitamento
materno exclusivo. Os lactentes de mães de baixa renda estão vulneráveis a maior
morbidade e mortalidade na infância, pelas precárias condições de saneamento básico e
baixo acesso aos serviços de saúde (SANTOS et al., 2009, p.247).
Ainda na mesma linha de pensamento, questão da escolaridade com a
descontinuidade da amamentação exclusiva, alega que quanto maior for o tempo de
escolaridade, possivelmente maior será o tempo de aleitamento natural e mais demorado
será a introdução de água e chás no primeiro dia de vida da criança.

1.7.1.5 - Dor e patologias


Para Queluz et al., (2012, p.537) realça que, “o acto de amamentar não gera dor
quando realizado de forma correta, mas muitas vezes, por falta de conhecimento das
técnicas de amamentação, da inexperiência materna, da falta de educação em saúde por
parte dos profissionais, pode se tornar uma prática dolorosa trazendo prejuízos tanto para a
saúde da criança quanto para a mãe”.
Mesmo não sendo esperada, a dor é uma das principais causas e problemas durante
a amamentação interferindo diretamente no reflexo da saída do leite.
Como resultado, há cessão da amamentação comprometendo a nutrição da criança e
desenvolvendo na mãe a sensação de aflição determinando o fracasso da amamentação.
(Araújo 2008, p.213-214).

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Há outras situações que podem trazer dificuldades ao aleitamento materno como, por
exemplo, ingurgitamento mamário, piercings e tatuagens, fissuras, diminuição da produção
de leite, mastite, sucção em má posição, mamilos planos e invertidos, abscessos mamários,
retorno da mãe ao trabalho, entre outros. Nader; Pereira, (2004, p.77).
Conforme Nader e Pereira et al. (2004, p.458), mencionam que além das
características anti-infeciosas do aleitamento natural, as características nutricionais e
psicológicas que fazem do leite materno a melhor opção para o desenvolvimento integral da
criança, existem outros condições maternas que favorecem e podem transformá-lo num
veículo de agentes infecciosos, quando o leite materno pode funcionar como possível fonte
de infeção para o lactente como: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA), sífilis e
hanseníase; Herpes simples e Citomegalovírus; Varicela – Zoster (VVZ); Hepatites A, B, C;
Toxoplasmose; Tuberculose pulmonar; Depressão puerperal; Drogas ilícitas e
medicamentos; Quimioterápicos.

1.7.1.6 - Número de partos


O número de partos correlaciona-se com a interrupção do aleitamento materno, pois a
probabilidade das mães primíparas oferecerem o leite materno exclusivamente é menor do
que as puérperas que tiveram mais de um filho (Victoria et al., 2008, p.152).
Segundo Ramos e Ramos (2007, p.307), “apresentam a primiparidade como factor de
risco ao desmame precoce, ressalta que a questão cultural e os saberes transmitidos
através das gerações e a falta de experiência influem desfavoravelmente na manutenção do
AME”.
Já Polit et al. (2011, p.217), “reforça em seu estudo que a questão da amamentação
com o primeiro filho gera muita insegurança para as mães, relacionada a falta de
experiência e conhecimento desse grupo de mulheres acerca da prática. É dito ainda que a
maneira que elas realizavam o aleitamento era de forma superficial, não agregando o valor
necessário ao aleitamento”. Consideravam a introdução de líquidos e outros alimentos
necessários independente da idade da criança, asseguradas por alguns profissionais de
saúde que estimulavam o uso, segundo a fala das mães.

1.7.2 - Factores relacionados á criança


Vários são os factores que estão relacinada a criança, e isto vão afectar, sobremaneira
a saúde infantil contribuido para o insucesso do seu desenvolvimento. A seguir apresento os
seguintes factores:

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1.7.2.1 - Uso de chupeta
Em estudo realizado por (França et al 2007, p.289), “o uso de chupetas é descrito
como o motivo mais importante da criança não continuar com o AME. Responsabiliza o uso
de chupetas como o indicador de maior destaque para os hábitos de sucção não nutritivo na
criança, afirmando também, que o uso de bicos artificiais esta intimamente associado ao tipo
e a duração do aleitamento materno”.
Conforme Carrascoza et al. (2011, p.216), “faz uma análise do uso de chupetas por
crianças em aleitamento materno e conclui que o seu uso influi negativamente no tempo de
duração do AME. Cita também que, a maneira que a criança chupa os bicos artificiais, pode
atrapalhar a amamentação e que, a inserção da chupeta, seja uma forma que a mãe
insegura encontra para tentar tranquilizar o bebê quando ela tem dificuldade para
amamentar”. Sendo assim, representa um forte indício para a cessação do aleitamento
materno.

1.7.2.2 - O choro da criança


Frota et al. (2009, p.63) “diz que, as mães justificam o desmame, atribuindo a causa a
fatores ligados ao comportamento do recém-nascido, bem como a outros fatores
determinados pela interpretação da experiência de amamentar”.
O choro pode ser a tradução de descontentamento e fome da criança sendo muitas
vezes interpretado pela mãe de forma errada. Elas associam essa reação a elas, com a
questão da qualidade e quantidade do seu leite julgando não ser satisfatório para seu filho, o
que leva a introdução de outros alimentos e até mesmo a total substituição do leite materno
pelo artificial (FROTA et al. 2009, p.67).

1.7.2.3 - A prematuridade
Salustiano et al. (2012, p, 111), “confere ao baixo peso da criança como presunção em
findar a amamentação. Ressalta que o bebê, não consegue fazer o estímulo adequado que
reflete na fabricação do leite materno, pois não tem força succional suficiente”.

1.7.2.4 - Tipo de parto


Salustiano et al. (2012, p.113), “faz menção em seu estudo do tipo de parto que a
criança é concebida refere que a literatura é incerta acerca desse item, com uma linha de
autores que apontam o parto por cesariana como favorável ao desmame precoce”.

14
1.8 - Consequências do desmame precoce
É necessário abordar sobre o desmame precoce porque tem sido detetado, e com
muita frequencia, mesmo sabendo das consequências que isto tem vindo a provocar a nivél
da saúde do infantil (SILVA, 2006, p.61).
O desmame precoce traz várias consequências para a criança. Pode levar à rutura do
desenvolvimento motor-oral adequado, provocando alterações na postura e prejudicando as
funções de mastigação, deglutição, respiração e articulação dos sons da fala. A falta da
sucção fisiológica ao peito pode interferir no desenvolvimento motor-oral, possibilitando a
instalação de má oclusão, respiração e alteração motora (CATTONI; ISSLER; NEIVA;
RAMOS, 2003).
Os mesmos autores afirmam que o aleitamento artificial interfere na realização das
funções de mastigação, sucção e deglutição podendo levar à presença de alterações na
musculatura orofacial, na postura de repouso dos lábios e da língua, alterações na formação
da arcada dentária e alterações no palato (IBIDEM).
De acordo com Ichisato e Shimo (2002, p.579-580), “o desmame precoce é prejudicial
para a mãe e o bebê, ela perde a proteção natural contra a contraceção e o cancro da
mama e do ovário, a criança, por sua vez, a proteção contra as gastroenterites e infeções
respiratórias percebe-se, que crianças desmamadas precocemente apresentam maior índice
de internação hospitalar por infecções respiratórias, gastrointestinais e não comumente a
alergias ao leite artificial, incluindo ainda a sensibilização a outros alimentos”.

1.9. - Intervenção de enfermagem no aconselhamento do aleitamento


A enfermagem tem um papel muito importante no aconcelhamento do aleitamento
materno, sobretudo na consulta do pré-natal no sentido de preparar melhor as mães à fase
da amamentação.
Ventura (2006, p. 121), afirmam: “que para a amamentação tenha sucesso cabe os
profissionais de saúde apoiar nas ações educativas dirigidas à mulher e à criança, deve-se
ressaltar a importância do aleitamento materno exclusivo até os seis meses e
complementado até dois anos ou mais, demonstrando que o leite materno protege o bebê
de infeções e alergias, enumerando as demais vantagens do aleitamento para o bebê e a
mãe”.
O profissional de saúde exerce um papel importante no incentivo ao aleitamento
materno, apoiando e instruindo a nutriz, por meio do acompanhamento pré-natal, formação
de grupos de gestantes e na promoção de campanhas de incentivo ao aleitamento. À
medida que se conhecem os motivos que possam contribuir com o desmame precoce,

15
pode-se desenvolver estratégias de prevenção desses fatores de forma direcionada e,
consequentemente, mais eficaz (PARIZOTTO; ZORZI, 2008, p. 291).
De acordo com (Araújo Cunha, 2008, p.488). “uma das principais estratégias para a
intervenção da enfermagem em relação ao aleitamento materno exclusivo e o desmame
precoce, é a discussão em grupo abordando os mitos e as crenças, além de palestras sobre
as vantagens do aleitamento exclusivo, visitas domiciliares, formações convívios entre os
pais, aos avós, uma vez que os enfermeiros são promotores e facilitadores na propagação
de informações e educação em saúde para a comunidade”.
Para promover, proteger e apoiar a amamentação com eficiência, o profissional de
saúde, além do conhecimento e competência técnica em aleitamento materno, precisa ter
habilidade em se comunicar eficientemente com a mulher-nutriz e sua família. Nesse
sentido, a técnica do aconselhamento em amamentação tem sido recomendada pela OMS,
aconselhar não significa dizer à mulher o que ela deve fazer; significa ajudá-la a tomar
decisões, após ouvi-la, entendê-la e dialogar com ela sobre os prós e contras das opções
para que elas adquiram confiança e se sintam apoiadas e acolhidas (World Health
Organization 1993).
Cabe à enfermagem, a orientação necessária em todos os momentos do ciclo
puerperal, mais especificamente, no puerpério imediato, onde se estabelece o primeiro
contato entre a mãe e o bebé, e onde se pode atuar na prática do aleitamento materno que
se inicia, pois, há os fatores de risco para o desmame precoce, (SILVIA, et al. 2009, p. 222).
Como o enfermeiro é o profissional que mais estreitamente se relaciona com a mãe
durante o ciclo gravídico-puerperal e tem importante papel nos programas de educação em
saúde, durante o pré- natal, ele deve preparar a mãe para o aleitamento materno para que
no período pós-parto o processo de adaptação da mãe ao aleitamento seja facilitado e
tranquilo, evitando assim, duvidas dificuldades e possíveis complicações. Os profissionais
de saúde devem estar ao lado da mãe, orientando-a no início do aleitamento materno e
ajudando-a na busca de soluções para suas dúvidas quanto ao aleitamento materno
(UNICEF 2002, p.197).

Para isso, a OMS aconselha que a amamentação varie de acordo com a época e o
momento em que é feito e devem respeitar as sequências:
 Pré-Natal - As intervenções relativas ao AM devem iniciar-se nos primeiros meses
da gravidez, no entanto, os encontros mais específicos devem ocorrer
preferencialmente no último trimestre. O terceiro trimestre de gravidez é apontado
como a primeira, em que se discute o regime alimentar do bebé e se avalia a
motivação da mãe para amamentar, os conhecimentos, as crenças e os mitos. Deve

16
avaliar a qualidade e a extensão da rede de apoio social e propõe que sejam
abordados assuntos relacionados com princípios básicos da anatomia e da
fisiologia, da composição e do valor nutricional do leite materno, os mitos, as
vantagens, a duração, a técnica, as intercorrências e a compatibilização da
amamentação com o trabalho.
 Na fase inicial da amamentação- nas primeiras horas após o nascimento da criança
são de extrema importância para o sucesso da amamentação, cabem os
profissionais de saúde apoiar e incentivar as mães com a amamentação e deve ser
iniciada logo quanto possível após o parto. Bertini G, Dani C, Tronchin M, Rubaltelli
(2003, p. 107), também é de estrema importância por parte de enfermagem explicar
que a sucção precoce da mama pode reduzir o risco de hemorragia pós-parto, ao
liberar ocitocina, e de icterícia no recém-nascido, por aumentar a motilidade
gastrintestinal.
 Frequência e duração das mamadas - Cabe o enfermeiro aconselhar as mães que o
aleitamento materno sem restrições diminui a perda de peso inicial do recém-
nascido e aumenta o seu ganho de peso e também contribui para a prevenção do
ingurgitamento mamário; diminui a incidência de trauma mamilar e de icterícia
neonatal; estabiliza mais rapidamente os níveis de glicose sérica neonatal; promove
a secreção de leite maduro mais cedo; e aumenta a duração do aleitamento
materno (Marchini G, et al. 1997, p. 671). Bertini G, Dani C, Tronchin M, Rubaltelli
(2003, p. 107), embora a frequência e duração das mamadas variem, em geral as
crianças mamam 8 a 12 vezes em 24 horas, com algumas crianças mamando de
hora em hora por algumas horas e depois dormindo mais prolongadamente, e outras
mamando a cada 2-3 horas, dia e noite. Cada mamada dura, em média, cerca de 20
a 20 minutos em cada mama, mas algumas crianças vão precisar de mais tempo e
outras satisfazem-se com apenas uma mama. Por isso é importante que as mães
saibam reconhecer e atender a criança aos primeiros sinais de que a criança quer
mamar, tais como movimentos e sons de sucção, mão na boca, movimentos rápidos
dos olhos, meiguice suaves e sons de suspiro, e inquietação.
 Choro do Bebé - O choro é um sinal tardio de desejo de ser amamentado e podem
interferir no sucesso do aleitamento materno, sobretudo as primíparas. As mães
frequentemente relacionam choro do bebê com fome e elas devem ser esclarecidas
de que existem muitas razões para esse comportamento do bebê (Giugliani, 2008,
p. 305).
 Suplementação do leite materno e uso de mamadeira/ chupetas - No que toca aos
suplementos do leite materno como água e chás são desnecessários, pois devem

17
informa-las que o leite materno contém toda a água de que a criança necessita e á
introdução de outro leite na alimentação do bebe está associada ao desmame
precoce, além de outros efeitos negativos Giugliani (2008, p.305). É preciso
promover mudanças fundamentais nas atitudes das mães em relação à
amamentação exclusiva e aos cuidados dispensados ao bebé, caso pretende
facilitar a amamentação. “Muitas vezes a própria mãe desconhecem que podem
desempenhar na nutrição infantil e na amamentação e a importantes implicações
desses fatores na saúde do bebé, em sua vida adulta e no desenvolvimento
nacional” (UNICEF 1978, p.11). Em relação a mamadeira, tem sido observado nas
pesquisas feitas que algumas crianças desenvolvem preferência por bicos de
mamadeira, apresentando maior dificuldade para alimentar-se ao seio após terem
experimentado esses bicos e acreditam que a diferença entre as técnicas de sucção
da mama e dos bicos artificiais possa levar à “confusão dos mesmos”. Compete o
enfermeiro demonstrar a mãe que a mamadeira é a principal fonte de contaminação
para o bebe e pode ter efeito negativo sobre o aleitamento materno Aarts (1998,
p.4). “Bebes que usam chupetas”, em geral são amamentadas menos
frequentemente, o que pode prejudicar a produção de leite […] É possível que o uso
da chupeta seja um sinalizador de uma menor disponibilidade da mãe para
amamentar – os bicos reduzem a necessidade do bebê de ser amamentado em vez
de ser o causador da interrupção da amamentação, especialmente em mães com
dificuldades no aleitamento materno e com autoconfiança baixa Victora Barros FC.
(1997, p. 445).
 Técnica da amamentação - Uma boa técnica de amamentação é indispensável para
o seu sucesso, uma vez que previne trauma nos mamilos e garante a retirada
efetiva do leite pela criança. Ensina-la que o posicionamento correto e o conforto
para ambos são importantes e facilita a capacidade de assegurar tecido mamário
suficiente, assim como deglutir e respirar livremente. “Um dos elementos mais
importantes para o sucesso da amamentação é a técnica correta de amamentar”.
Alguns autores como Pereira, (2004, p. 77), Santos, (2005, p.310) relatam passos
para uma boa mamada: antes das mamadas, devem lavar bem as mãos; colocar a
criança ao seio e verificar se a aréola está macia, apreensível e flexível; a roupa da
mãe e do bebê deve ser adequada, sem restringir movimentos; as mamas devem
estar completamente expostas, sempre que possível, e o bebê vestido de maneira
que os braços fiquem livres; […] cabe ao profissional de saúde orientar a mãe a
oferecer a mama de forma correta, pois conseguindo uma pega adequada, a criança
conseguirá retirar o leite que deseja e a mãe não sentirá dor nem desconforto. Com

18
a técnica adequada, há a prevenção de fissuras e ingurgitamento mamário. Aarts C,
Hörnell (1999 p.05) Para as mães que retorno ao trabalho fora do lar pode ser um
obstáculo à amamentação, porém não a impede a manutenção da amamentação e
as suas características são influenciadas pelo tipo de ocupação da mulher. Cabe
aos profissionais de saúde conversar com a mulher e familiares sobre a
possibilidade de a mulher trabalhar fora do lar e continuar amamentando, desde que
receba apoio em casa e no trabalho. Marchini et al. (1997, p.67) afirma que “é
importante estimular desde cedo as pessoas que convivem com a mãe a dividir as
tarefas domésticas com ela e dar informações úteis param a manutenção do
aleitamento materno após o retorno ao trabalho”. Para ter o sucesso da manutenção
do aleitamento materno para mulher trabalhadora os profissionais devem seguir com
as seguintes recomendações:
 Antes do retorno ao trabalho - Ensina-las e estimulá-las a praticar o aleitamento
materno exclusivo; Conhecer as facilidades para a retirada e o armazenamento do
leite no local de trabalho (privacidade, geladeira, horários, disponibilidade de sala de
apoio à amamentação); Ensina-las a praticar a ordenha do leite (manualmente ou
com a ajuda de uma bomba de extração de leite) e congelar o leite para usar quando
estiver ausente. Iniciar o estoque de leite 15 dias antes do retorno ao trabalho.
(IBIDEN)
 Após o retorno ao trabalho - Amamentar com frequência quando estiver em casa,
inclusive à noite; Evitar mamadeiras e ou oferecer a alimentação com copo e/ou
colher; Durante as horas de trabalho, esvaziar as mamas por meio de ordenha e,
sempre que possível, guardar o leite na geladeira, freezer ou congelador para
oferecer à criança em outro momento. (IBIDEN)

Na perspectiva de (Silva, 2002, p.210) educação para a saúde terá que consistir
numa:
“Prática continua que não deverá estar focalizada em dar informação e
mudar comportamentos e que, se apropriada respeita o direito á
diferença em relação às escolhas individuais, realidades culturais,
sociais, familiares, profissionais, formas de comunicar crenças e
expectativas, permitindo a interação dos saberes e representações,
autonomizando indivíduos, grupos e sociedades nas escolhas que
diariamente é necessário fazer, dando-lhes um carácter reflexivo”.
A OMS (1993) realça que além do conhecimento e competência técnica em
aleitamento materno, precisa ter habilidade em se comunicar eficientemente com a mulher-

19
nutriz e sua família, só assim que o profissional de saúde consegue promover, proteger e
apoiar a amamentação com eficiência.

20
CAPITULO II – CARACTERIZAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
OBTIDOS NO CAMPO.

2.1. - Caracterização do Centro Integrado das 15 casas/Mbanza Kongo


Foi a 03 de Maio de 2015 que por força do Despacho do Director da Repartição
Municipal da Saúde, que o Cento Integrado das 15 casas em Mbanza Kongo, criado.
A referida instituição localiza-se na Provincia do Zaire, Municipio de Mbanza Kongo
(comuna Sede) no bairro 11 de Novembro na zona 7, mais conhecido como 15 casas, junto
a Escola do ensino Especial e o Condomínio das 15 Casas.
Ocupa uma superfície de aproximadamente 161,7 m 2, as instalações estão distribuida
em 2 blocos o Bloco A onde funciona o ICCT (Institulo de Controlo e Combate a
Tripanossomiase) que em termos estrutural e funcional depende da Repartição Municipal da
Saúde de Mbanza Kongo, no Bloco B constituido pelo Serviço de Assistência Infantil,
(Puericultura), Serviço de Saúde Reprodutiva (CPN e Planeamento Familiar), Serviço do
PAV (Programa Alargado de Vacinação) e os Serviços Administrativos que integra a
Supervisão da DTN “Doenças Tropicais Negligenciadas”, Supervisão da Malária e da
Promoção da Saúde.
Com 2 Alpendres um serve para o área de espera para os utentes e outro que atende
os Serviços de ICCT. O Laboratorio de Analises Clínicas encontra-se instalado no carro
móvel em anexo.
A chefe do Centro é responsável pela Administração e assistencia clinica do centro.
Tendo no total 4 funcionários, sendo 3 do genero feminino e 1 do genero masculino.

2.2. - Estudo de caso

Resultado do questionário dirigido aos técnicos de saúde no CI das 15 casas de Abril


à Maio de 2018.

Nestes subcapítulos, apresentamos os resultados do trabalho realizado no campo, a


fim de tirarmos conclusões com base nas hipóteses previamente estabelecidas. Com as
respostas dos questionários dirigidos aos Técnicos de Saúde, no Centro Integrado das 15
casas, obtivemos os resultados que adiante são apresentados em tabela correspondentes a
cada pergunta fechada dicotómica do questionário feito, assim como as suas frequências e
percentagens.

21
Quadro nº 01. Caracterização da população e amostra.
Género
Distribuição da População Masculino Feminino Total
Em Estudo Fr. % Fr. % Fr. %
Enfermeiras 0 0 3 7,5 3 7,5
Técnicos de Diagnóstico 1 2,5 0 0 1 2,5
Utentes (Mulheres atendidas) 0 0 36 90 36 90
TOTAL 1 2,5 39 97,5 40 100
Fonte: próprios autores

Para os técnicos de saúde (enfermeiras e técnicos de diagnóstico) foi usada a amostra


probabilística por serem adultos e responsáveis. E para as mulheres foram selecionada a
amostra não probabilística, por serem, na sua maioria, analfabetas.
Para a caracterização dos inquiridos, recorremos à primeira parte do questionário,
destinada à recolha de dados sobre o perfil da nossa amostra (técnicos de enfermagem,
laboratório e utentes). Inquirimos 4 técnicos de saúde entre técnicos de enfermagem e
técnicos de laboratório e 36 mulheres do Centro Integrado das 15 casas, sendo 7,5% são
técnicos de enfermagem, 2,5% são técnicos de laboratório e, por fim 90% mulheres
perfazendo um total de 100% da nossa amostra.

Gráfico nº 01 - Caracterização da amostra por idade dos técnicos de saúde


(enfermagem e laboratório) inqueridos.

Idade
40 - 45 anos 46 - 50 anos

25%

75%

Fonte: Questionário dirigido aos Técnicos de Saúde do CI das 15 casas de Abril à Maio de 2018.

22
No que refere à idade dos profissionais de saúde, constata-se que a faixa etária  varia
entre 40 a 50 anos, onde indivíduos de  46-50 anos representam 75% que são a maioria e
constituindo a minoria 25% estao na faixa dos 40-45 anos de idade.

Gráfico nº 02 - Caracterização da amostra por género dos técnicos de saúde


(enfermagem e laboratório) inqueridos.

Género

Masculino
25%

Femenino
75%

Fonte: Questionário dirigido aos Técnicos de Saúde do CI das 15 casas de Abril à Maio de 2018.

Dos técnicos de saúde (auxiliares de enfermagem e técnicos de Laboratório) que


foram inqueridos, 75% dos quais são do género femenino, 25% deles são do género
masculino e nenhum da nossa amostra não declarou seu género, perfazendo 100%.

Gráfico nº 03 - Caracterização da amostra por grau académico dos técnicos de saúde


(enfermagem e laboratório) inqueridos.

Grau académico

Técnico Su-
perior de En-
fermagem/
Lac Técnico Básico
25% de Enfer-
Técnico Médio magem/Lac
de Enfer- 50%
magem/Lac
25%

Fonte: Questionário dirigido aos Técnicos de Saúde do CI das 15 casas de Abril à Maio de 2018.

23
No que concerne ao grau académico, 50% dos profissionais declararam ser técnicos
básicos de enfermagem/Lac, 25% são técnicos médios de Enfermagem/Lac, 25% são
técnicos superior em enfermagem/Lac, e nenhum não declararam seu grau académico.

Gráfico nº 04 - Caracterização da amostra por tempo de serviço dos técnicos de saúde


inqueridos.

Tempo de serviço
Menos de 5 anos Mais de 5 e menos de 10 anos
Mais de 10 e menos de 15 anos 20 anos

25%

75%

Fonte: Questionário dirigido aos Técnicos de Saúde do CI das 15 casas de Abril à Maio de 2018.

No que tange ao tempo de serviço 75% dos profissionais inqueridos têm mais de 10 e
menos de 15 anos de serviço que representam a maioria, 25% têm mais de 5 e menos de
10 anos de serviço, nenhum têm menos de 5 anos de serviço e por fim nenhum profissional
têm 20 anos de tempo de serviço que perfaz um total de 100%.

Gráfico nº 05 - Caracterização da amostra por idade das gestantes inqueridas.

Idade
19 - 23 anos 24 - 28 anos 29 - 33 anos 34 anos

17%

19% 50%

14%

Fonte: Questionário dirigido aos Técnicos de Saúde do CI das 15 casas de Abril à Maio de 2018.

24
No que se refere ao perfil das gestantes atendidas nas consultas de enfermagem no
Centro Integrado das 15 casas:
100% das gestantes inqueridas têm a idade compreendida entre os 19-34 anos, sendo
que 50% estão na faixa etária dos 19-23 anos o que indica que a maior parte das gestantes
são jovens;  14% que representa a menoria, estão na faixa dos 24-28 anos, 19% estão na
faixa dos 29-33 anos, por último, 17% estão na faixa etária dos 34 anos.
Segundo Carandina, Faleiros e Terezza (2006) a idade materna, nível educacional
baixo, poder aquisitivo menor, muitas vezes o facto de serem solteiras, estão relacionadas
ao desmame precoce.
Carrascoza (2005, p. 909), “percebe-se que as mães mais novas amamentam os seus
filhos por um menor período de tempo, talvez motivado por algumas dificuldades, tais como:
baixo nível de escolaridade, dificuldades financeiras e muitas vezes o facto de serem
solteiras”.
A primeira Escola de Enfermagem foi criada por Nithingale (1820-1910), nascida nos
finais do sec. XIX, em Florença, entra na história da humanidade conhecida como a Dama
da Lanterna, ao revolucionar as estruturas básicas da saúde comunitária a
profissionalização da enfermagem e implicitamente, ao ensino, lançando as bases para o
saber e o saber fazer, próprios e específicos da enfermagem, em relação a outros domínios
das ciências humanas e médicas a medida que a formação se desenvolvia, a pratica de
enfermagem também se expandia. Na década de 1920, a especialização em enfermagem
se desenvolveu (Carvalho, citado por Guilherme, 2010).

Gráfico nº 06 - Caracterização da amostra por nível de instrução das gestantes


inqueridas.

Nível de Instrução
Não sabe ler nem escrever Ensino de base
Ensino médio Ensino superior
3%

17%

19% 61%

Fonte: Questionário dirigido aos Técnicos de Saúde do CI das 15 casas de Abril à Maio de 2018.

25
Nível instrução: 19% das gestantes têm o ensino de base, 17% têm o ensino médio,
3% têm o ensino superior finalmente 61% das gestantes inqueridas não sabem ler nem
escrever constituindo a maior parte, perfaz um total de 100% da nossa amostra.
Segundo Carandina, Faleiros e Terezza (2006) a idade materna, nível educacional
baixo, poder aquisitivo menor, muitas vezes o facto de serem solteiras, estão relacionadas
ao desmame precoce. Em função da realidade encontrada no terreno, percebemos nós que
deve-se fazer um esforço maior para suprir as dificuldades vivenciadas no que concerne ao
nível de escolaridade de outras gestantes. Assim sendo, pressupomos que as gestantes
inquiridas apresentam condições desnecessárias para por fim as situações de desmame
precoce. Por este motivo pensamos que elas não podiam nos oferecer informações
necessárias para a realização do nosso trabalho.

Gráfico nº 07 - Caracterização da amostra por renda familiar das gestantes inqueridas.

Renda
Não declarada
17%

Alta
8% Baixa
44%

Média
31%

Fonte: Questionário dirigido aos Técnicos de Saúde do CI das 15 casas de Abril à Maio de 2018.

No gráfico nº 07 refere a renda familiar das mulheres, foram questionadas 36 das


quais 44% pertencerem a renda familiar baixa, 31% afirmam pertencerem a renda medias,
8% das mulheres pertencem a renda alta de suas familias, e por fim, 17% não declarou sua
renda familiar obtendo a totalidade de 100% dos resultados da pesquisa.
Em Angola, as mulheres de baixa renda são as que menos procuram os serviços de
pré-natal e que tiveram um menor número de consultas, além de iniciá-lo mais tardiamente,
resultando num menor índice de aleitamento materno entre elas. O trabalho materno
também pode ser um factor para o desmame precoce, se não houver condições a puérpera
realizar este.

26
Gráfico nº 08 - Sobre o atendimento de situação de desmame precoce em momento
laboral

Desmame

Não
declarado
25%
Sim
50%

Talves
25%

Fonte: Questionário dirigido aos Técnicos de Saúde do CI das 15 casas de Abril à Maio de 2018.

Falando do gráfico acima referido diz sobre o atendimento de situação de desmame


precoce nos quatro técnicos inqueridos, dos quais dois afirmaram sobre a situação em
analise que resultou 50%, um técnico não declarou o seu ponto de vista sobre a situação
abordada que obtivemos 25%, outros 25% desseram talves perfazendo na totalidade do
gráfico é de 100%.

Gráfico nº 09 - Sobre possiveis sinais notados às mulheres que tem realizado o


desmame precoce em momento laboral.

Sinais notados
Desempenho vários papeis Dificuldades fissuras
8% mamárias
19%
Medo de as mamas fi-
carem flácidas e caírem
11% Ingulgência
8%

Desconhecimento da im-
portancia do aleitamento
22%
Ausência de um modelo
31%
Fonte: Questionário dirigido aos Técnicos de Saúde do CI das 15 casas de Abril à Maio de 2018.

O grafico nº 09 refere sobre possiveis sinais notados as mulheres que tem praticado o
acto de desmame precoce no periodo laboral a estatistica do mesmo diz-nos que: foram

27
analisadas 36 gestantes sendo que 20% apresentaram as dificuldades e fissuras mamarias,
8% das causas aprensentam a ingulgência mamária, 22% das mulheres declararam
Desconhecimento total da importância do aleitamento, 11% das gestantes apresentaram
como motivos o medo das mamas ficarem flacidas e cairem, 8% devido ao desempenho de
vários papeis ao mesmo tempo de mãe de outros filhos; mulher dona de casa, profissional,
estudante e outros e finalmente 31% que representa a maioria declararam a falta de um
modelo a seguir, visto que, muitas delas não ter visto outras mulheres amamentar como
prática benéfica e natural. Perfazendo um total de 100% da nossa amostra.

Gráfico nº 10 - Sobre consequencias de não amamentar exclusivamente seu bebé.

Consequências
Diminuição de in-
teligencia do bebe Criança malnutrida
17% 17%

Diminuição do quo- Mãe com cancro


ciente emocional do 11%
bebe
19% Infecções res-
piratórias
Diarreia 17%
19%

Fonte: Questionário dirigido aos Técnicos de Saúde do CI das 15 casas de Abril à Maio de 2018.

O gráfico nº 10 apresenta-nos os dados obtidos as ocorrêcias consenquências nas


crianças malnutridas com resultados de 17%, consequências de problemas de cancro da
mama com 11%, infecções respiratórias com 17%, doenças diarreicas com 19% o mesmo
percentual para as consequências de diminuição do quociente emocional do bebe e, por fim
17% para diminuição de inteligencia do bebe que no total, o gráfico indica um percentual de
100% dos casos acontecidos.

28
Grafico nº 11 - Sobre as acções em que o centro organiza para prevenir o desmame
precoce.

Actividades
Não declarada
14% Campanhas de sensibi-
Outras Actividades lização
6% 31%

Actividades especiais Palestras


17% 33%

Fonte: Questionário dirigido aos Técnicos de Saúde do CI das 15 casas de Abril à Maio de 2018.

O grafico acima mostra-nos as acções realizadas pelo CI das 15 casas para mitigar
situações de desmame precoces sendo as campanhas de sensibilização com 31% das
respostas, as palestras representando 33%, as actividades especiais com 17%, 14% das
actividades não foram declaradas e, por fim representando a minoria 5% foram para outras
actividades dos exercicios feitos pelo centro. As orientaçoes da amamentaçao exclusiva nas
consultas pre-natais, tem resultado naquelas que afimaram passar a ser atraves de
palestras e outras actividades de sensibilização apesar do centro contar com poucos
especialistas em nutrição dietética e ao longo da nossa pesquisa obteve 100% das
actividades realizadas para por fim ou mesmo reduzir situações de desmame precoce.

Tabela nº 01 - Sobre a amamentação exclusiva na primeira gestação após o parto.

GÉNERO Total geral


Indicadores Masculino Feminino
Fr % Fr % Fr %
Sim 0 0 31 86.1 31 86.1
Não 0 0 5 13.9 5 13.9
Total 0 0 36 100 36 100
Fonte: Questionário dirigido aos Técnicos de Saúde do CI das 15 casas de Abril à Maio de 2018.

A tabela acima estima sobre a amamentação exclusiva na primeira gestação após o


parto, esquemativa que nas 36 mulheres analisadas, 86,1% afirmam da situação tem
ocorrido e 13,9% negaram da situação referida, e o total é de 100% da pesquisza realizada.

29
Referem que o trabalho materno só não é empecilho se houver condições favoráveis à
manutenção do aleitamento, como, por exemplo, respeito à licença gestante, creche ou
condições para o aleitamento no local e horário do trabalho.
Mostram que também é importante o facto de essa mãe ter ou não uma jornada dupla
de trabalho, ou seja, se ocupar de todos os afazeres domésticos, além daqueles que seu
trabalho fora do lar lhe solicita. Nesse caso, mais frequentemente, parece ocorrer o
desmame (BROWN et al, 1991).

Tabela Nº 02 - Se o bebé teve dificuldades na primeira mamada.

GÉNERO Total geral


Indicadores Masculino Feminino
Fr % Fr % Fr %
Sim 0 0 23 63.9 23 63.9
Não 0 0 13 36.1 13 36.1
Total 0 0 36 100 36 100
Fonte: Questionário dirigido aos Técnicos de Saúde do CI das 15 casas de Abril à Maio de 2018.

Na tabela nº 02 refere-se o bebe teve dificuldade na primeira mamada, foram


analizadas 36 mulheres e nos 100%. São 63,9 afirmam a ocorencia da dificuldade e 36,1%
não afirmam do acontecimento. O tipo de parto não é condição decisória para o desmame
precoce, porém aliado a outros transtornos vividos pela nutriz pode ser fator adicional para
que este ocorra; sendo os seus tipos influenciáveis ao início do vínculo mãe-bebê.

Tabela Nº 03 - Se o bebé mamou exclusivamente até aos 6 meses de idade.

GÉNERO Total geral


Indicadores Masculino Feminino
Fr % Fr % Fr %
Sim 0 0 4 11.1 4 11.1
Não 0 0 32 88.9 32 88.9
Total 0 0 36 100 36 100
Fonte: Questionário dirigido aos Técnicos de Saúde do CI das 15 casas de Abril à Maio de 2018.

Nas pesquisas feitas na tabela nº 03, nas analises de 36 mulheres consultadas 11,1%
que estão de acordo com o facto, e 88,9% das quais não afirmam a amamentar
exclusivamente o bebé ate aos 6 meses de idade, que ao total que esquematizou 100% dos
casos da pesquisa.
O acto de amamentar, seja consciente ou inconsciente, é herdado culturalmente e
influenciado pela família e pelo meio social em que as pessoas vivem (estímulos culturais,
costumes, crenças e tabus) (ICHISATO; SHIMO, 2002).

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A determinação sociocultural tende a se sobrepor à determinação biológica, que é
tomada, de forma consciente, por um pequeno número de pessoas. Nesse processo, a
conscientização é insuficiente para se explicar um comportamento colectivo.
Dessa forma, o aleitamento materno ou a recusa raramente é um ato individual e
consciente, estando preso à aprovação do seu grupo social. (SILVA, 1990).

Tabela Nº 04 - Se já teve situação de desmame precoce.

GÉNERO Total geral


Indicadores Masculino Feminino
Fr % Fr % Fr %
Sim 0 0 21 58.3 21 58.3
Não 0 0 15 41.7 15 41.7
Total 0 0 36 100 36 100
Fonte: Questionário dirigido aos Técnicos de Saúde do CI das 15 casas de Abril à Maio de 2018.

De acordo com esta tabela, verifica-se que 58,3% das crianças encontravam-se já em
desmame precoce, quando vieram à primeira consulta de Enfermagem. Este dado
alarmante reforça a necessidade de trabalho conjunto entre pré-natal e Puericultura, no
sentido de realizar uma intervenção precoce, ainda durante a gravidez com vistas ao
aleitamento materno e prevenção do desmame.
Valdés, Sánchez, Labbok (1996) enfatizam a necessidade das orientações e
intervenções relativas ao aleitamento materno serem prestadas tanto durante o controlo de
pré-natal, como durante o parto e puerpério, por toda equipa de saúde.
Acreditamos que tal intervenção constitui-se numa Assistência de Enfermagem em
potencial. Segundo Mahler (1985), na época Diretor Geral da Organização Mundial da
Saúde, as enfermeiras devem assumir o papel que lhes cabe, na promoção da saúde,
tornando-se um educador activo em tais questões.

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CONCLUSÃO

Mediante a pesquisa realizada, pode-se dizer que são várias as causas que levam as
mães a optarem pelo desmame precoce, tais como: inadequada informação da comunidade
sobre a importância da amamentação e sobre os riscos dos leites artificiais, promoções
comerciais que induzem as mães a comprarem fórmulas lácteas, chupetas, mamadeiras; o
não-cumprimento das leis que protegem a mulher trabalhadora que amamenta, falta de
suporte familiar, problema nos mamilos e na pega adequada do bebê ao seio, falta de pré-
natal e falta de preparo dos profissionais de saúde. O desmame precoce acarreta vários
tipos de problemas no lactente como a ruptura do desenvolvimento motor-oral adequado,
interfere na realização das funções de mastigação, sucção e deglutição e nas funções da
defesa orgânica, podendo ocasionar a mortalidade infantil.
O perfil das mães que realizam o desmame precoce é caracterizado por mulheres
muito jovens, dentro desses factores foram encontradas treze mães na faixa etária de 19 á
24 anos primigestas, devido a fissuras mamárias, e uma mãe com outros problemas
manifestando mamilo invertido, pouco leite e leite fraco, disfunção oral e choro do bebé.
Também outro factor que leva a desmame precoce encontrado é facto de a mãe trabalhar
fora de casa.
A maior percentagem encontrada estatisticamente no meu trabalho que influenciou
no maior tempo de aleitamento materno exclusivo foi das mães com menos nível de
escolaridade e com menor poder aquisitivo de amamentaram por mais tempo.
Concluímos que houve uma maior percentagem de mães 86,1% que afirmaram que
o aleitamento materno traz benefícios para a mãe bem como para o bebé e que esse
conhecimento foram obtidos através dos profissionais de saúde bem como outros meios.
Foi detetada pouca diferença das percentagens sobre os conhecimentos das
doenças como HIV, doenças cronicas e debilitaão afectarem a amamentação.
Os principais fatores do desmame precoce encontrados nos estudos foram: idade;
baixa escolaridade materna; estado civil; número de filhos; patologias como fissuras
mamárias, mamilos invertidos entre outros; condições económicas e sociais; regresso ao
trabalho, em que as mães vão a buscam do sustento e outas por desconhecerem os seus
direitos laborais.

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Sugestões
Embora seja indispensável à adopção de acções destinada a mitigar e promover o
aleitamento materno (especialmente nas puérperas de baixa renda), é conveniente que a
direcção do Centro Integrado das 15 Casas intensifica mais as abordagens preventivas a fim
de evitar uma maior incidência do problema: organizar palestras, as que as campanhas de
prevenção fossem permanente como sublinha (Oliveira, 2013), estabelecendo assim
calendário abordando situações relacionadas as consequências do desmame precoce tanto
para a mãe como para o bebe.
As gerações vindouras desta instituição que continue a desenvolver esta temática.
Que se contam, principalmente, com o apoio de enfermeiros, por serem promotores e
facilitadores na propagação de informações e educação em saúde à toda comunidade.

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