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BENEFÍCIOS DO ALEITAMENTO MATERNO PARA A MULHER E O RECÉM

NASCIDO

ALUNA: Adriana dos Santos


ORIENTADOR: Isabella Amaral

RESUMO
Este estudo tem como objetivo realizar uma revisão bibliográfica acerca dos benefícios do
aleitamento materno para a mulher e para o recém nascido. Trata-se de uma revisão
integrativa de literatura, com abordagem qualitativa, realizada por meio da buscativa de artigos
indexados na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), com o auxílio das seguintes bases de dados:
Scientific Electronic Library Online (SCIELO), National Center for Biotechnology Information
(PUBMED), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). Os
critérios de inclusão compreendem pesquisas de revisão da literatura disponíveis nos bancos
de dados descritos, compreendidos entre os anos de 2015 a 2021. Como critérios de exclusão,
não foram considerados artigos mediante a recompensação monetária, incompletos e não
convergentes com este estudo. Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, restaram
12 artigos cientificos. O resultado constata que, a prática do aleitamento materno é de
fundamental importância para a mãe, a criança e a sociedade, devendo ser sempre incentivada
e protegida. Constitui-se em uma sábia estratégia natural de vínculo, afeto, proteção e nutrição
para a criança, gerando um grandioso impacto na promoção da saúde integral da dupla
mãe/bebê e, consequentemente, na redução da morbimortalidade infantil e materna. Conclui-se
que o leite materno é o alimento adequado para a criança tanto do ponto de vista nutritivo e
imunológico quanto no plano psicológico, pois além de favorecer o vínculo mãe-filho, oferece
os nutrientes que a criança necessita para iniciar uma vida saudável.

Palavras-chave: Aleitamento materno; Saúde da criança; Saúde da mulher; Promoção da


saúde; Benefícios

1. INTRODUÇÃO

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), aleitamento


materno é o processo pelo qual o lactente recebe leite materno
independentemente de consumir outros alimentos. O aleitamento materno
exclusivo é o processo em que o bebê recebe leite materno de sua mãe ou
nutriz ou leite materno extraído, sem receber nenhum outro líquido ou sólido,
exceto vitaminas, complementos minerais ou medicamento (Furtado & Assis,
2018).
A amamentação é uma prática antiga, reconhecida por seu benefício
nutricional, imunológico, cognitivo, econômico e social. Tais benefícios são
aproveitados em sua plenitude quando a amamentação é praticada por pelo
menos dois anos e de forma exclusiva, até o sexto mês de vida (Furtado &
Assis, 2018).
A oferta do seio materno ao bebê é um direito biológico e eticamente
inquestionável da mãe e do filho, além de fundamental para a sobrevivência e a
qualidade de vida infantil nos primeiros anos de vida. Hoje, sabe-se que os
benefícios do aleitamento materno não se limitam à duração da prática, mas se
estendem até a vida adulta e têm repercussões na qualidade de vida a longo
prazo (Ciampo & Ciampo, 2018).
Nos últimos 30 anos, o Brasil tem promovido ações de promoção,
proteção e apoio ao aleitamento materno, tendo em vista aumentar os índices
de aleitamento exclusivo e complementar no país e inibir o desmame precoce
(Azevedo et al., 2015). Em 1981, foi instituído o Programa Nacional de
Incentivo ao Aleitamento Materno (PNIAM), na tentativa de intervir na
mortalidade infantil (Furtado & Assis, 2018).
A Política Nacional de Aleitamento Materno (PNAM) é organizada de
acordo com as seguintes estratégias: Incentivo ao Aleitamento Materno na
Atenção Básica - Rede Amamenta Brasil; Iniciativa Hospital Amigo da Criança
(IHAC) e Método Canguru na atenção hospitalar; Rede Brasileira de Bancos de
Leite Humano; Proteção legal através da Norma Brasileira de Comercialização
de Alimentos para Lactentes (NBCAL); Ações de Mobilização Social através de
campanhas e parcerias; Monitoramento das ações e práticas de aleitamento
materno e, nos últimos anos, implantação da Iniciativa Unidade Básica Amiga
da Amamentação (IUBAAM) (Azevedo et al., 2015).
Amamentar é muito mais do que nutrir a criança. É um processo que
envolve interação profunda entre mãe e filho, com repercussões no estado
nutricional da criança, em sua habilidade de se defender de infecções, em sua
fisiologia e no seu desenvolvimento cognitivo e emocional, e em sua saúde no
longo prazo, além de ter implicações na saúde física e psíquica da mãe (Brasil,
2015).
O leite materno é o alimento com maior quantidade de nutrientes e
agentes imunológicos que protegem o recém nascido de infecções, sendo
estas as principais causas de mortalidade neonatal (Campos, Gouveia, Strada
& Moraes, 2020). Desse modo, o aleitamento materno imediato ao nascimento
é essencial para o recém nascido, e evita que 22% dos neonatos morram por
infecções, além de auxiliar na prevenção de hemorragias nas puérperas, que é
a principal causa de morte materna atualmente. O aleitamento materno ainda
traz benefícios de longo prazo para a criança, como maior rendimento escolar,
maior quociente de inteligência e maior tempo de estudo (Campos, Gouveia,
Strada & Moraes, 2020).
É extremamente importante que os profissionais reconheçam a mulher
como protagonista do seu processo de amamentar, valorizando-a, escutando-a
e empoderando-a (Lima et al., 2019).
Sendo assim, quais são os benefícios do aleitamento materno? A
importância desse estudo consiste em aprimorar o conhecimento acerca da
temática proposta e identificar quais são as estratégias assistenciais do
enfermeiro frente as orientações em saúde quanto ao benefício do aleitamento
materno para a mulher e para o recém nascido.
Este estudo tem como objetivo realizar uma revisão bibliográfica acerca
dos benefícios do aleitamento materno para a mulher e para o recém nascido.

2. METODOLOGIA

Trata-se de um estudo descritivo, do tipo revisão integrativa de


literatura, de caráter qualitativo uma vez que é definida como um tipo de
investigação voltada para o aspecto qualitativo de uma determinada questão,
nesse caso, a importância e benefícios do aleitamento materno.
A revisão de literatura permite aprofundar dentro de diversos autores e
referenciais, sobre os discursos e principais temas abordados (Pereira et al.,
2018). A análise dos dados foi realizado entre setembro de 2020 a janeiro de
2021, mediante a revisão sistemática de artigos indexados e publicados na
Plataforma da Biblioteca Virtual da Saúde (BVS), que compreende as bases de
dados SciELO (Scientific Eletronic Library Online), LILACS (Literatura Latino-
Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), MEDLINE (Literatura
Internacional em Ciências da Saúde), BDENF (Base de Dados de
Enfermagem).
Foram usados os seguintes descritores em base DeCS (Descritores em
Ciências da Saúde): Aleitamento materno; Saúde da Criança; Saúde da
Mulher; Promoção da Saúde; Combinados com o operador booleando “AND”
entre os descritores citados.
Os critérios de inclusão para a seleção dos conteúdos foram, artigos
completos na linguagem portuguesa, inglesa e espanhola. Publicados na
íntegra de acordo com a temática proposta, e artigos científicos publicados nos
referidos bancos de dados compreendendo os anos de 2015 a 2021. Os
critérios de exclusão foram, artigos que não tivessem relevância com a
temática, materiais duplicados, incompletos, resumos, resenhas, debates,
relato de caso, relato de experiência, publicados em anais de eventos e
materiais indisponíveis na íntegra

3. DESENVOLVIMENTO

3.1 ETIOLOGIA DA OBESIDADE

A etiologia da obesidade é multifatorial e envolve fatores endógenos


e exógenos. Os fatores de suscetibilidade, como os fatores genéticos (genes
suscetíveis), desempenham um importante papel e podem ser determinantes
da obesidade.
De acordo com Miranda et al. (2011) os fatores como idade, sexo,
estilo de vida oxidação lipídica, atividade nervosa simpática, metabolismo do
tecido adiposo e do músculo esquelético, tabagismo, e níveis hormonais de
leptina, insulina, esteróides sexuais e cortisol participam das variações da
composição corporal.
Apesar de fatores genéticos apresentarem grande importância na
etiologia da obesidade, a trombeta tem como apontamento que os fatores
ambientais são, sem dúvida, mais importantes para desenvolvimento da
obesidade, além disso, (SABIN e SHIELD, s.d) consideram que a obesidade
na infância é decorrente, na maioria dos casos, do estilo de vida inadequado.
Ainda Miranda et al. (2011) afirmam que os maus hábitos alimentares
e o abuso de sanduíches rápidos e calóricos, são fatores exógenos da
obesidade e que atualmente estão sendo muito influenciados pelas
tecnologias modernas, internet, TV, rádio, propagandas além disso as
crianças estão sendo expostas diariamente por longas horas a tecnologias
como celulares, vídeo games, e não estão praticando exercícios e atividades
físicas, tornando-se sedentárias e favorecendo ao ganho de peso.
Outros fatores de riscos para obesidade infantil encontrados nos
estudos selecionados foram: as relações familiares difíceis e a dificuldade
nas relações pessoais; bem como por exemplo transtornos psicológicos,
possibilitando gerar assim a depressão, ansiedade e dificuldade de ajuste
social, os quais podem ter atuação como o causador da obesidade quanto
como efeito (MIRANDA et al., 2011).
Teixeira, Chiconatto et al. (2017) destacam que os estilos de vida das
pessoas estão mais acelerados, e com menos tempo para preparar comidas
caseiras saudáveis, portanto estão optando por alimentos industrializados,
congelados, enlatados pela facilidade de preparo, e os meios de
comunicação incentivam muito a população a fazer o uso destes tipos de
alimentos.
Segundo Longo; Silva et al (2010), o aumento dos casos de doenças
crônicas como a obesidade, diabetes, hipertensão arterial são causados pelo
consumo dos alimentos com excesso de sal, açúcar, gorduras, colesterol e
carboidratos refinados.
Vita e Pinho (2010), apontam que os hábitos alimentares são fruto de
fatores culturais e sociais que podem ser modificados por meio da
necessidade e da reeducação alimentar. Já Kranz; Findeis e Shrestha (2008)
apontam que uma importante forma de precaução da obesidade infantil é
aprender no estilo de vida infantil fatores que possam ser modificados, como
os padrões alimentares e a falta de atividade físicas que possam
proporcionar o ganho de peso corporal, visto que a identificação dos fatores
de risco para a obesidade é de grande importância para sua prevenção.
Oliveira et al. (2015) ressalta a importância do aleitamento materno
como prevenção da obesidade infantil, o leite materno satisfaz as
necessidades nutricionais de forma adequada e de proteção imunológica,
conferida à criança oportunidade de regular a sua própria ingestão.
De acordo com Friedman (2009) as crianças obesas precisam
receber uma alimentação equilibrada rica em vitaminas, sais minerais e
fibras, para proporcionar a perda de peso. Outros fatores como o diabetes
gestacional, peso ao nascer acima de 4.000g ou menor que 1.500g e
desenvolvimento uterino inadequado, podem desencadear a obesidade
infantil.

3.2 FATORES DE RISCO PARA OBESIDADE INFANTIL

A quantidade total de gordura, o excesso de gordura em tronco ou


região abdominal e o excesso de gordura visceral são três aspectos da
composição corporal associados à 5 ocorrência de doenças crônico-
degenerativas. O aumento do colesterol sérico é um fator de risco para doença
coronariana, e esse risco é ainda maior quando associado à obesidade (Must,
2017).
A obesidade é fator de risco para dislipidemia, promovendo aumento
de colesterol, triglicerídeos e redução da fração HDL colesterol. A perda de
peso melhora o perfil lipídico e diminui o risco de doenças cardiovasculares. A
qualidade da ingestão é um fator de risco para doença coronariana e que a
ingestão da criança está intimamente relacionada com a dos pais (Cole, 2016).
A obesidade, já na infância, está relacionada a várias complicações,
como também a uma maior taxa de mortalidade. E, quanto mais tempo o
indivíduo se mantém obeso, maior é a chance de as complicações ocorrerem,
assim como mais precocemente. A obesidade, já na infância, está relacionada
a várias complicações, como também a uma maior taxa de mortalidade. E,
quanto mais tempo o indivíduo se mantém obeso, maior é a chance de as
complicações ocorrerem, assim como mais precocemente (Klish, 2018).
Vários fatores influenciam o comportamento alimentar, entre eles
fatores externos (unidade familiar e suas características, atitudes de pais e
amigos, valores sociais e culturais, mídia, alimentos rápidos, conhecimentos de
nutrição e manias alimentares) e fatores internos (necessidades e
características psicológicas, imagem corporal, valores e experiências pessoais,
autoestima, preferências alimentares, saúde e desenvolvimento psicológico)
(Toriano, 2018).
Dificuldade em estabelecer um bom controle de saciedade é um fator
de risco para desenvolver obesidade, tanto na infância quanto na vida adulta.
Quando as crianças são obrigadas a comer tudo o que é servido, elas podem
perder o ponto da saciedade. A saciedade se origina após o consumo de
alimentos, suprime a fome e mantém essa inibição por um período de tempo
determinado (Tanner, 2016).
O público infantil é o mais vulnerável aos apelos promocionais. Entre
as diversas formas de influência sobre as práticas alimentares provenientes do
meio, a mídia, nas suas múltiplas formas, está entre aquelas que mais
rapidamente estão assumindo papel central na socialização de crianças e
jovens (Monteiro, 2015).
Publicidade e propaganda são técnicas largamente usadas pelas
empresas para encorajar o consumo de seus produtos. As indústrias investem
pesadamente divulgando fast-food ricos em calorias, bebidas carbonatadas,
cereais açucarados matinais e snacks, alimentos os quais tendem a ser ricos
em gorduras, açúcar e sal, bem como pobre em nutrientes (Tanner, 2016).
As propagandas de alimentos na televisão são aquelas que têm
recebido maior atenção dos pesquisadores na atualidade. Várias pesquisas no
exterior e no Brasil comprovam a relação entre os comerciais de produtos
alimentícios, cuja exposição é feita nos horários de maior audiência da
televisão, e o comportamento alimentar dos consumidores, principalmente das
crianças (Cole, 2016).
3.3 MEDIDAS PREVENTIVAS PARA A OBESIDADE INFANTIL

Orientações Nutricionais Como os programas de intervenção ainda têm


pouco consenso, a prevenção continua sendo o melhor caminho. Os esforços
para a prevenção da obesidade na infância são provavelmente mais eficazes
quando endereçados simultaneamente aos alvos primordial, primário e
secundário, com metas apropriadamente diferentes (Gray, 2019).
A prevenção primordial visa prevenir que as crianças se tornem de
risco para sobrepeso, a prevenção primária objetiva evitar que as crianças de
risco adquiram sobrepeso e a prevenção secundária visa impedir a gravidade
crescente da obesidade e reduzir a comorbidade entre crianças com sobrepeso
e obesidade. Dentro deste cenário, as prioridades básicas de ação podem ser
identificadas, priorizadas e vinculadas às estratégias de intervenção
potencialmente satisfatórias (Diaz, 2016).
As iniciativas de prevenção primordial e primária são as mais eficazes,
provavelmente se forem iniciadas antes da idade escolar e mantidas durante a
infância e a adolescência. Deve haver um esforço significativo no sentido de
direcioná-las à prevenção da obesidade já na primeira década de vida. A
política da escola pode promover ou desencorajar dietas saudáveis e atividade
física (Daniels, 2017).
Em nosso meio, a obesidade infantil é um sério problema de saúde
pública, que vem aumentando em todas as camadas sociais da população
brasileira. É um sério agravo para a saúde atual e futura dos indivíduos.
Prevenir a obesidade infantil significa diminuir, de uma forma racional e menos
onerosa, a incidência de doenças crônico-degenerativas (Oliveira, 2015).
Para alcançar uma alimentação saudável, além de fornecer
informações corretas sobre alimentação e saúde (promoção), é preciso evitar
que informações incorretas e contraditórias alcancem indivíduos (proteção) e,
ao mesmo tempo, propiciar a esses indivíduos condições que tornem factíveis
a adoção das orientações que recebem (apoio) (Fontanive, 2017).
A prevenção do ganho de peso consiste em aumentar o gasto
energético com a diminuição de hábitos sedentários e o aumento de exercícios
físicos, pois esses fatores são determinantes para a perda de peso. Nessa
perspectiva, atentando-se ao avanço tecnológico, o sedentarismo está
relacionado, com a inclusão da TV, o computador e o videogame, como os
únicos meios de diversão das crianças. Consequentemente, as crianças
deixam as práticas saudáveis, como as atividades físicas, em outro plano
(MEDEIROS et al., 2012).
Gomes, Moraes e Motta (2011) pesquisaram as dificuldades
emocionais da criança obesa por meio da investigação do brincar, além deste
objetivo, os autores ponderaram que a principal contribuição do estudo foi
observar que parece haver disponibilidade para “o brincar” de uma maneira que
favoreça a saúde da criança e minimize o problema da obesidade, pois as
crianças expressaram grande interesse por brincadeiras ativas. Deste modo,
sugeriram que é preciso haver mais programas de intervenção que proporcione
um ambiente seguro e espaço para que a criança deixe de ser sedentária, isto
preferencialmente de maneira lúdica.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Analisando as finalidades dos artigos selecionados percebe-se que em sua


maioria estes tiveram em sua essência o objetivo de analisar a ocorrência da obesidade
infantil relacionada com o ambiente familiar, fatores psicológicos e/ou inatividade física
e hábitos alimentares.
Os estudos de Campana, Gomes e Lerner (2014), Coelho e Pires (2014),
Moraes e Dias (2013), Mishima-Gomes, Dezan e Barbiere (2014), Oliveira e Martins
(2012), Mishima e Barbiere (2009), Pereira e Lopes (2012) e Santos e Rabinovich
(2011) buscaram analisar a obesidade infantil a partir do contexto familiar e suas
relações. Foi possível detectar que a criança ou adolescente é influenciado pelos hábitos
alimentares e estilo de vida dos integrantes da família, principalmente dos pais. A
ausência paterna e materna, superproteção e problemas familiares foram apontados
como fatores contribuintes tanto para a ocorrência como agravo da obesidade.
Souza e Oliveira (2012), Andrade; Moraes e Ancona-Lopez (2014), Gomes,
Moraes e Motta (2011), Finger e Potter (2011) e Garcia-Santos (2012) visaram analisar
a influência do fator psicológico que as crianças e adolescentes obesas se deparam tanto
no ambiente familiar quanto na escola. O bullyng foi citado no estudo de Souza e
Oliveira (2012) como um dos principais problemas enfrentados pelas crianças e
adolescentes obesos no ambiente escolar. Gomes, Moraes e Motta (2011) pontuaram
que o “brincar” pode ser uma ferramenta útil para identificar as dificuldades emocionais
que as crianças obesas enfrentam em seu ambiente sociocultural.
Sabe-se que a inatividade física é um dos fatores contribuintes para o acúmulo
de gordura corporal e que cada vez mais, devido às influências da globalização, as
crianças tendem a ficar menos ativas fisicamente, sendo assim, os estudos de Fernandes,
Penha e Braga (2012), Storino et al. (2012), Poeta et al. (2012), Moreira et al (2014) e
Araújo, Teixeira e Coutinho (2009) estudaram a influência e importância da atividade
física no controle da obesidade infantil. O estímulo à atividade física quando trabalhado
na escola foi apontado por Storino et al. (2012) como um ambiente favorável para
intervenções de prevenção e tratamento da obesidade.
O estado nutricional e hábitos alimentares foram outros fatores estuda dos nos
artigos selecionados. Moraes et al (2013), Lourenço, Santos e Carmo (2014), Machado,
Cotta e Silva (2014), Luna et al. (2011) e Freitas, Coelho e Ribeiro (2009) basearam-
se nestes fatores para desenvolver seus estudos, salientando que são fatores
determinantes no quadro de obesidade. Uma vez que, para o tratamento da obesidade é
preciso desenvolver intervenções que visem a mudança destes hábitos.
Os estudos de Azevedo e Brito (2012), Medeiros et al. (2012), Moraes e Dias
(2012) foram de revisão bibliográfica os quais trouxeram conceitos de estudos
publicados referentes a obesidade, nutrição e suas consequências.
Nos artigos apresentados pondera-se ainda que a etiologia da obesidade pode
variar de indivíduo para indivíduo baseado nas influências genéticas ou exógenas do
ambiente ao qual a criança ou adolescente está inserido.
Os estudos de Magalhães et al. (2014), Venâncio, Aguiar e Pinto (2012) e
Costa, Ferreira e Amaral (2011) e Marchi-Alves et al. (2011) apontam a avaliação
antropométrica como uma ferramenta para identificar crianças que apresentam desvios
nutricionais apontados pelo IMC, Relação cintura/estatura e percentagem de massa
gorda. A mensuração e o registro fidedigno contribuem para traçar um perfil
epidemiológico de uma determinada população, que pode determinar alterações
práticas no manejo da obesidade na infância. As intervenções na área da
enfermagem possibilitam a detecção de desvios nutricionais infantis (MARCHI-
ALVES et al., 2011).
Por fim, notou-se que os artigos não mencionaram a amamentação ineficaz
como um fator de risco importante para a obesidade. Visto que esse assunto foi
estudado em publicações anteriores, relacionando a amamentação exclusiva como um
fator preventivo da obesidade e a amamentação ineficaz como um fator de risco para a
introdução de uma alimentação ineficiente e consequentemente para que ocorra a
obesidade.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como foi possível observar no presente estudo a causa da obesidade é
multifatorial e inespecífica, podendo estar associada tanto a fatores genéticos
quanto a fatores externos, principalmente relacionados ao estilo de vida de
cada indivíduo.
Em se tratando de crianças e adolescentes a incidência da obesidade
nos últimos anos tem aumentado significativamente e esta, quando não é
genética, pode depender principalmente de questões ligadas ao ambiente
familiar e aspectos psicológicos.
A maioria dos estudos selecionados para esta pesquisa tiveram como
foco principal analisar o ambiente em que a criança ou adolescente está
inserido, bem como às pressões psicológicas as quais ficam expostas para
assim pontuar de que forma isto influencia na qualidade da saúde destas.
Por unanimidade, quando analisadas questões de intervenção no
tratamento da obesidade, à prática de atividade física e bons hábitos
alimentares foram apontados como imprescindíveis na alteração do quadro
clínico de crianças e adolescentes, que consequentemente poderão repercutir
na saúde destes na vida adulta.
Sendo assim, há a necessidade de intensificar a produção científica e
estratégias de ações que visem intervir nos fatores de riscos que podem ser
modificados, para assim diminuir a incidência e prevalência da obesidade
infantil.

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