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Amamentar é um ato inerente ao ser humano que promove a díade mãe-bebê com
o fortalecimento de afeto a essa relação, contribui para a nutrição adequada da criança e
uma das estratégias mais econômica e eficaz para a redução das taxas de
morbimortalidade na primeira infância, além de contribuir também para a saúde da
genitora (ALEIXO, et. al. 2019).
Sabe-se que o leite materno é fundamental para o desenvolvimento do bebê,
sendo o alimento mais completo para a criança durante os seus seis primeiros meses de
vida. Dessa forma, o aleitamento materno deve ser realizado de modo exclusivo durante
tal período contribuindo para o crescimento saudável, favorecendo uma nutrição correta
do lactente, além de promover o desenvolvimento craniofacial adequado e o
fortalecimento do sistema imunológico. (CASIMIRO, et. al. 2019; BARTOLI, POPLASK,
BARTOLI, 2019).
Dessarte, o Ministério da Saúde do Brasil (MS,2015; MS, 2007) recomenda a
prática do aleitamento materno pelos seis primeiros meses de vida do recém-nascido por
considerar esse método de alimentação o mais indicado no que tange o desenvolvimento
anatômico, fisiológico, psicológico e social da criança. Orienta também que durante os
dois anos de vida o aleitamento materno ocorra de modo complementar a dieta do sujeito.
Entretanto, mesmo com todos os benefícios acima citados as taxas de aleitamento
materno no Brasil possuem baixos índices. Alguns fatores como: necessidade de retorno
ao trabalho pela genitora, uso de mamadeiras e chupetas, dificuldades na amamentação
após alta hospitalar, traumas mamilares e outros associados ao ato de amamentar,
ansiedade e insegurança ao amamentar são fatores que predispõe a redução do tempo
e/ou a não prática do aleitamento materno (OLIVEIRA, et. al. 2020; MELO, et. al. 2021;
MONTEIRO, et. al. 2020).
No entanto, durante o período pandêmico causada pelo vírus da SARS- -CoV-2
com a disseminação do coronavírus, o qual é caracterizado por alterações principalmente
no sistema respiratório, acarretou em diversas incertezas referente ao contexto de saúde
mundial, dentre elas, a indicação ou não de amamentação pela possibilidade de
transmissão vertical da genitora para o bebê (SILVA, 2021; MARTINS et. Al, 2021). Na
literatura ainda não há um consenso sobre as repercussões do coronavírus em relação a
mãe/bebe durante a amamentação, bem como a indicação da manutenção da
amamentação durante o período de infecção da genitora (SILVA, 2021, MOCELIN,
PRIMO, LAGNIER, 2021).
Tais dúvidas e por vezes orientações de afastamento da mãe e bebe no momento
da infecção devido à carência de evidencia cientifica podem afetar a segurança da
genitora ao amamentar e ocasionar a redução no tempo de amamentação ou desmame
precoce do aleitamento materno, além da diminuição da eficácia na amamentação
(PRATA, et. Al, 2020; FAVRE, et. al 2020; WANG et. Al 2019).
Atualmente a literatura afirma que não há infecção vertical do vírus da SARS- -
CoV-2 da genitora para o bebê no ato de amamentar, bem como no período intrauterino,
visto que não há registros da presença do vírus no leite materno, líquido amniótico e no
cordão umbilical. Sendo assim, o ato de amamentar pode contribuir de modo positivo nos
aspectos sociais, econômicos, nutricionais e psicológicos para o enfretamento da
pandemia. (CHEN, et. Al 2020; SILVEIRA et al., 2020; SOCIEDADE BRASILEIRA DE
PEDIATRIA, 2020).
Desse modo, há a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2020)
que mulheres que amamentam que estão infectadas com o coronavírus não interrompam
o aleitamento materno, pois é sabido que o leito materno possui anticorpos que são
capazes de proteger o bebê de prováveis infecções, acreditando-se que existe maiores
benefícios na continuidade da amamentação com a ingesta do leite materno (LIMA, et al,
2020; ROSADO et. al. 2021).
Vale ressaltar, que a OMS (2020) recomenda durante a amamentação faz se
necessário cuidados como a lavagem de mãos antes e após a amamentação, o uso de
máscara facial para a proteção de gotículas e a higienização frequente de lugares e
objetos que a mãe e o bebe tiverem contato, objetivando a segurança e a redução dos
riscos de infecção ao amamentar, promovendo assim um melhor bem-estar no binômino
mãe-bebe.
Diante do exposto, tal pesquisa visa identificar a presença de fadiga em mulheres
que amamentaram no período da Pandemia de SARS-CoV-2 e sua relação com os
aspectos sócio demográficos, econômicos, culturais. Além disso, busca contribuir para
obtenção de um panorama da eficácia da amamentação associado a presença de fadiga.
JUSTIFICATIVA
Diante do novo cenário na saúde mundial após a disseminação do coronavírus,
percebe-se que é de suma relevância a realização desta pesquisa visando compreender a
percepção das mães em relação à amamentação durante a pandemia, bem como a
associação entre a fadiga com os aspectos sociodemográficos, econômicos e culturais,
para que por meio dessas análises, possam ser criadas medidas que fortaleçam o
estímulo ao aleitamento materno.
Faz-se necessário conhecer o perfil das nutrizes para que possibilite uma atuação
eficaz dos profissionais de saúde na promoção do aleitamento materno e na prevenção
da fadiga, além da criação de estratégias que favoreçam a saúde materno infantil
adequada.
Dessa forma, através do produto deste estudo possa ser identificado os principais
fatores que favorecem a fadiga durante a amamentação possibilitando a criação de
estratégias que visem a redução da fadiga, auxilio a genitora no processo de
amamentação e o incentivo ao aleitamento materno exclusivo.
AMAMENTAÇÃO