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1 INTRODUÇÃO

A obesidade infantil é considerada um excesso de gordura inadequada


no corpo da criança provocando distúrbios na sua saúde. É caracterizada pela
presença de excesso de peso, no qual a distribuição de gordura é mais
prenunciadora de saúde. Se desenvolve principalmente porque a ingestão de
energia supera o gasto de energia, e seu desenvolvimento é favorecido pela
interação de fatores ambientais e do hospedeiro de formas complexas
(MAMELLI; MAZZANTINI; ZUCCOTTI, 2016; ABESO, 2016; TRANDAFIR;
TEMNEANU, 2016).
Suas consequências estão classificadas como médicas e psicossociais.
Dentre elas estão diabetes mellitus tipo 2, síndrome metabólica, resistência à
insulina, hipertensão, obesidade adulta, dislipidemia, síndrome da apneia
obstrutiva do sono, distúrbios alimentares, menarca e puberdade precoce e
distúrbios ortopédicos. (UWAEZUOKE; ENEH; NDU, 2017). As consequências
de suas complicações geram preocupação, pois acarreta perda na qualidade
de vida e aumento na taxa de mortalidade (RUPEREZ et al., 2021).
Entre as consequências psicossociais estão ansiedade, depressão,
baixa autoestima, estigmação social, exposição ao bullying entre outras. As
estimativas vêm mostrando aumento significativo com predominância maior de
casos na classe socioeconômica baixa e uma pré-disposição na queda em
países desenvolvidos como os Estados Unidos. (UWAEZUOKE; ENEH; NDU,
2017).
O período da vida de uma criança que vai desde a concepção até os
dois anos de idade é considerado imprescindível na redução do
desenvolvimento da obesidade infantil, pois é nesse período que são
oferecidos através do aleitamento materno os nutrientes fundamentais para sua
imunidade, maturação cerebral e um saudável crescimento. (MAMELLI;
MAZZANTINI; ZUCCOTTII, 2016). A recomendação da OMS, é que o recém-
nascido a partir do nascimento seja alimentado somente por leite materno
(MORAES, et al, 2021).
Nesse contexto, foi observado uma relação entre a obesidade infantil e o
comportamento alimentar, definido pela regulação do apetite diferenciada,
constatando que bebês que tem uma influência maior na ingestão alimentar
são os que recebem aleitamento materno. Esses bebês desenvolvem uma
maior influência na sua ingestão alimentar, pois são estimulados por sua
sensação de saciedade e fome, assim eles conseguem regular a quantidade de
suas mamadas, assim como o tempo e frequência delas (MAMELLI;
MAZZANTINI; ZUCCOTTII, 2016).
A leptina presente no leite materno aparece como um componente de
efeito protetor contra a obesidade, pois diminui a vontade de comer e estabiliza
o metabolismo calórico. O nível de leptina está associado diretamente ao nível
do Índice de Massa Corporal (IMC) e nível plasmático materno (UWAEZUOKE;
ENEH; NDU, 2017). Em mães com peso normal, esse nível de leptina nos
primeiros meses de vida pode interferir no peso do lactente no primeiro e
segundo ano de vida (MIRALES et al., 2006).
A composição da microflora intestinal diferenciada também está
relacionada a um maior risco de obesidade infantil. Quando comparada em
bebês alimentados com fórmula e bebês amamentados, o que diferencia essa
associação entre a amamentação e a trajetória de peso é a presença ou
ausência de maior população de bifidobactérias. Presentes no leite materno, as
bifidobactérias definem a microflora intestinal dos bebês amamentados e
saudáveis (UWAEZUOKE; ENEH; NDU, 2017).
Atualmente é pré-requisito a prevenção da obesidade infantil quando se
trata da diminuição da prevalência de doenças crônicas não transmissíveis.
Desse modo, o aleitamento materno exclusivo relacionado com o menor risco
de obesidade nas crianças vem instigando estudos científicos, visto que está se
tornando uma epidemia global de longo impacto na saúde das crianças. Nessa
perspectiva, esse estudo tem como objetivo analisar os benefícios do
aleitamento materno na prevenção da obesidade em crianças, o que pode
auxiliar no planejamento e elaboração de ações voltadas para redução da
prevalência dessa doença.
Diante disso, qual a relação entre o aleitamento materno exclusivo e a
obesidade infantil? É consenso que o aleitamento materno exclusivo tem um
efeito protetor contra a obesidade infantil. Como visto, sua fonte proporciona
nutrientes nas quantidades adequadas para um organismo em fase de
desenvolvimento. E além da nutrição adequada, o leite materno ainda protege
contra infecções, reduzindo morbidades e ainda protegendo contra o excesso
de peso e obesidade. A obesidade hoje vem ocupando números alarmantes,
tendo sida vista como um problema associado a saúde pública principalmente
em países desenvolvidos. No Brasil são mais de 40 milhões de crianças com
obesidade, demonstrando mais possibilidades de desenvolverem obesidade na
fase adulta. É fator que impacta no surgimento de outras doenças associadas,
como diabetes mellitus e hipertensão. Nessa perspectiva, a prática do
aleitamento materno pode proporcionar um efeito protetor na saúde da criança
e pode auxiliar no planejamento e elaboração de ações voltadas para redução
da prevalência dessa doença. A obesidade infantil se mostrando como uma
epidemia, levanta a procura por estratégias de prevenção, sendo o aleitamento
materno exclusivo a pratica mais bem orientada e adotada quando se trata da
relação obesidade e aleitamento exclusivo, dando relevância as suas
consequências de maneira geral, as individualidades e bem estar das crianças.

METODOLOGIA
Tratou-se de um estudo de revisão narrativa, onde a pesquisa foi extraída de
artigos científicos de revisão e originais que apresentaram a relação entre o
aleitamento materno e a obesidade infantil, a partir de três bases de dados
disdintas: Medline, Lilacs e Pubmed, em um período entre 2015 à 2021, nos
idiomas português e inglês. Combinando os descritores em português:
(aleitamento materno OU amamentação OU alimentação ao peito) E
(obesidade pediátrica OU obesidade infantil OU adiposidade) no Sistema de
Descritores em Ciência da Saúde (DeCS). Os artigos publicados em inglês
terão como descritores: onde serão cruzados pelos operadores OR e AND.

onde foi adotado como método de pesquisa específica ao levantamento


para uso no PubMed, adaptando-se em seguida para as outras bases de
dados, conforme segue:
Sendo que, foram excluídos artigos realizados em animais, estudos não
relacionados ao tema abordado, não disponíveis na íntegra, estudos que
apresentaram pouca clareza, mal relatados ou inadequados e que não
abrangeram um período mínimo de cinco anos aos dias atuais (2016 – 2021),
priorizou-se esse período de publicação com o intuito de se obter dados mais
recentes acerca do tema. Considerando o objetivo dessa pesquisa, a pergunta
norteadora foi: Qual a relação entre aleitamento materno exclusivo e obesidade
infantil?
Os estudos selecionados foram lidos de maneira minuciosa e precisa
com o intuito de avaliar a correlação entre aleitamento materno e obesidade
infantil, onde duas etapas foram estabelecidas, a primeira etapa foi baseada
em seus títulos e resumos e a segunda etapa a avaliação deu-se a partir da
interpretação dos textos por completo, comparando resultados, obedecendo os
critérios de inclusão e exclusão e dando relevância aos pontos mais
importantes que a literatura retrata sobre o tema.

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