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Obesidade

infantil
Conexão entre alimentação e
desenvolvimento cognitivo

UC - Saúde integral e Ampliação da Consciência

Professor Antenor Neto


Professora Gisele Moraes

Ânima Educação

Produzido por:

Amanda Muzzio, Ana Claudia Molinari, Ana rezende,


Aniarly Bezerra, Fabiana Anjos, Jenifer Valesca, Mariana
Boechat, Mariana Rodrigues.
Introdução…………………………………………………………….….…….…...………...2

Capítulo 1
Obesidade Infantil: Desafios e orientações……………….………..…….4

Capítulo 2
Entendendo a Obesidade Infantil e suas consequências ..…..….8

Capítulo 3
Nutrição na infância e no desenvolvimento cognitivo….….…..….12

Capítulo 4
Nutrição na Prevenção e Combate à Obesidade Infantil ……….18

Capítulo 5
Enfermagem na Prevenção e Combate à Obesidade Infantil..21

Capítulo 6
Recursos e Ferramentas…...............................……….…….…..…...…25

Conclusão……………………………………………….…………..……...….....………..31

Recomendações………………………………………………….…..….……...……….33

Referências…………………………………………….......…….…….………...……….34

1
Segundo estudos da OMS (Organização Mundial da Saúde) , a
obesidade infantil é uma preocupação crescente em todo o
mundo, representando um desafio significativo para a saúde
pública e o bem-estar das crianças.

A doença caracterizada pelo excesso de peso está associada a


uma série de consequências negativas, como o aumento do
risco de doenças crônicas. Além disso, pesquisas da OMS têm
destacado a relação entre a alimentação inadequada e o
desenvolvimento cognitivo comprometido em crianças com
obesidade.

(Como combater a obesidade infantil)


https://blog.drconsulta.com/como-combater-a-obesidade-infantil/

Dados abordados pelo Ministério da Saúde mostram que cerca


de 13,78% de crianças menores que 5 anos, que foram assistidas
pelo Sistema Único de Saúde (SUS), apresentavam peso
inadequado para o desenvolvimento, refletindo em suas
funções cognitivas e físicas, na escola, na interação social, na
linguagem e etc (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2021).

Em relação a isso, Oliveira (2017, p. 9) relata que dietas ricas


em gorduras saturadas, açúcares e alimentos processados têm
sido associadas a déficits cognitivos. Por outro lado, uma
alimentação balanceada, rica em nutrientes essenciais, têm

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mostrado benefícios para o desenvolvimento cognitivo e o
rendimento escolar. Nesse contexto, a atuação dos
profissionais enfermeiros e nutricionistas, é essencial na
prevenção e no tratamento da obesidade infantil.

De acordo com Figueroa (2023), o enfermeiro desempenha


um papel fundamental na identificação precoce de fatores de
risco, na orientação educativa e na conscientização dos pais e
cuidadores sobre a importância de hábitos alimentares
saudáveis desde a infância. Por sua vez, para Alves (2019) o
nutricionista possui um papel central no diagnóstico e
tratamento da obesidade infantil. Ele é responsável por realizar
avaliações nutricionais, prescrever dietas equilibradas e
adaptadas às necessidades individuais das crianças e auxiliar
nas mudanças de comportamento em relação à alimentação.

Portanto, nota-se fundamental a importância de abordar e


discutir sobre os riscos associados à obesidade infantil, para
conscientizar os pais e a sociedade como um todo e garantir
um futuro mais saudável para as gerações futuras.

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4
Obesidade infantil
Desafios e orientações

Para Diez et al (2016), a realidade brasileira


vem passando por uma transição no cenário
alimentar de quadros de desnutrição para a
obesidade em todas as faixas etárias, com
destaque para o público infantil. Além disso,
esse quadro é preocupante para a saúde
populacional de modo geral, uma vez que,
segundo a OMS (Organização Mundial de
Saúde) a obesidade é classificada como
uma doença crônica não transmissível, que é (Obesidade infantil)

uma das principais causas de morte no


https://www.idemais.com.br

Brasil e no mundo.

Segundo Anjos et al (2016), citado no artigo "Obesidade


infantil: Uma problemática da sociedade atual", há uma
crescente preocupação com a obesidade entre crianças, uma
vez que, ela se tornou um problema significativo na sociedade
contemporânea. O mesmo destaca que, a obesidade infantil
está associada a vários fatores, incluindo estilo de vida
sedentário, alimentação inadequada e até mesmo
influências culturais. Além disso, o artigo discute as
consequências negativas da obesidade infantil, como o
aumento do risco de doenças crônicas e baixo desempenho
acadêmico.

Ademais, na visão de Carletti et al (2017), mencionada no


artigo “Incentivo e Promoção da Alimentação
Complementar Saudável na Consulta de Enfermagem à
Criança”, a introdução alimentar dos bebês é uma fase
fundamental para o início de uma vida alimentar saudável,

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a qual começa a partir dos 6 meses de idade, período em
que, as necessidades nutricionais do bebê precisam ser
complementadas com a alimentação, além do leite materno.

Assim, faz- se necessário uma


correta orientação para os pais a fim
de que, sejam ofertados alimentos
nutritivos para a criança, evitando o
consumo de industrializados e
ultraprocessados nessa fase
inicial, onde o corpo está se
desenvolvendo e amadurecendo.

Dessa forma, segundo Brasil (2015), além de orientações


sobre quais alimentos são indicados para oferecer ao bebê
em sua alimentação, o profissional de enfermagem e
nutrição, devem instruir os pais com relação às práticas de
higiene e manuseio das preparações e também, das
quantidades ideias para cada refeição, com o objetivo de
atender às necessidades nutricionais desse público.

Além de orientar gestantes sobre


hábitos alimentares saudáveis, o que
promove a saúde das crianças desde
sua vida intrauterina, refletindo em
bons resultados para seu
desenvolvimento fisiológico e
cognitivo. Como também, colabora
para que essa mãe tenha uma
gestação saudável sem qualquer
tipo de agravo, devido sua
alimentação e estilo de vida.

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“Obesidade infantil: Uma
problemática da sociedade atual“

“Incentivo e Promoção da
Alimentação Complementar Saudável
na Consulta de Enfermagem à
Criança”

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Definição e classificação da
obesidade infantil

A obesidade infantil é caracterizada pelo excesso de acúmulo


de gordura corporal em crianças e é um problema de saúde
pública crescente em todo o mundo. A definição é baseada nos
critérios de índice de massa corporal (IMC) específicos para
cada faixa etária, levando em consideração fatores como idade
e sexo. Geralmente, crianças com um IMC igual ou superior ao
percentil 95 são classificadas como obesas.

Causas e fatores de risco

A obesidade infantil é uma condição multifatorial, influenciada


por uma combinação de fatores genéticos, comportamentais,
ambientais e socioeconômicos. Entre as principais causas e
fatores de risco estão:

• Alimentação inadequada: Excesso de alimentos ricos em


gorduras saturadas e , açúcares, alimentos ultraprocessados,
refrigerantes e fast food.

• Sedentarismo: Não pratica atividades físicas e gasta muito


tempo em atividades sedentárias, como assistir televisão e jogar
videogame.

• Influência familiar: Hábitos alimentares e estilo de vida da


família, incluindo a falta de modelo positivo de alimentação
saudável e prática regular de exercícios.

• Fatores socioeconômicos: Acesso limitado a alimentos


saudáveis devido a barreiras econômicas e disponibilidade de
alimentos ultraprocessados em áreas de baixa renda.

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• Fatores psicossociais: Estresse, ansiedade, baixa
autoestima e problemas emocionais que podem levar a
comportamentos alimentares inadequados e aumento do
consumo de alimentos como forma de conforto emocional.

Impactos da obesidade infantil na


saúde física e emocional
A obesidade infantil possui uma série de impactos negativos na
saúde física e emocional das crianças. Os principais são:

• Problemas de saúde física: Crianças obesas têm maior risco


de desenvolver condições como diabetes tipo 2, hipertensão
arterial, doenças cardíacas, etc.

• Desenvolvimento psicossocial: A obesidade pode afetar a


autoestima e a imagem corporal das crianças, levando a
problemas de baixa autoconfiança, isolamento social,
discriminação e até depressão.

• Impacto na qualidade de vida: A obesidade infantil pode


limitar as atividades diárias das crianças, como brincar, correr e
participar de esportes, diminuindo sua qualidade de vida geral.

• Risco de obesidade na idade adulta: Crianças obesas têm


maior probabilidade de se tornarem adultos obesos, o que
aumenta ainda mais os riscos de doenças crônicas e
complicações de saúde a longo prazo.

É fundamental compreender aspectos da obesidade infantil


para uma abordagem eficaz na prevenção e combate a essa
condição. Segundo J J Reilly et al. (2003, pg 752), o impacto
socioeconômico da obesidade na adolescência e juventude é
considerável, mas pouco conhecido. A obesidade na infância
tende a persistir na vida adulta.

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O vídeo explicativo sobre as consequências da obesidade
infantil conta como foi modificado o modo de identificar uma
criança saudável e não saudável, pela sua aparência
física. Conforme Drauzio (2017) conta, anos atrás, crianças com
aparências mais rechonchudas eram consideradas mais
saudáveis, sendo ao contrário de crianças com aparência
magra, visto que as mesmas eram mais prováveis de contrair
alguma infecção, mas hoje em dia, é ao contrário.

O Doutor também cita a importância do incentivo de


atividades físicas para as crianças, para que gastem
energias se movimentando e brincando, evitando apenas
brincadeiras internas, como vídeo game por exemplo. É
importante lembrar que uma criança que não prática atividade
física e apenas consome fast-food, alimentos embutidos e etc,
tem uma maior chance de ser tornar um adulto com obesidade,
devido aos maus hábitos durante a infância.

De um modo geral, uma criança precisa gastar sua energia com


brincadeiras, e se alimentar, na medida do possível, com
alimentos saudáveis, aumentando o consumo dos naturais, para
que a criança não atinja obesidade e nem mesmo desnutrição e
aproveite sua infância cuidando da saúde e brincando.

Biografia | Dr Drauzio Varella


https://drauziovarella.uol.com.br/biografia/

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Enquanto a obesidade na infância pode vir a acarretar uma
série de doenças ao longo da vida adulta, a falta da Nutrição
adequada também é um fator que atrapalha o desenvolvimento
cognitivo das crianças. Durante os primeiros anos de vida, o
cérebro está em constante crescimento e desenvolvimento, e a
qualidade da alimentação desempenha um papel fundamental
nesse processo. Neste capítulo, discutiremos a relação entre a
nutrição na infância e o desenvolvimento cognitivo, explorando
como uma dieta equilibrada e nutritiva pode impactar
positivamente nas habilidades cognitivas das crianças.

Nutrientes essenciais para o


desenvolvimento cognitivo

• Proteínas: Essenciais para a formação de neurotransmissores,


que são responsáveis pela comunicação entre os neurônios.
Também são necessárias para o crescimento e reparação dos
tecidos cerebrais.

• Ácidos graxos ômega-3: Presentes em peixes, nozes e


sementes, importantes para o desenvolvimento e funcionamento
adequado do cérebro, especialmente na formação de
membranas celulares e no suporte à função cognitiva.

• Ferro: A deficiência de ferro pode afetar negativamente o


desenvolvimento cognitivo. O ferro é necessário para o
transporte de oxigênio para o cérebro e a falta deste pode levar
a problemas de concentração, memória e aprendizagem.

• Vitaminas B: Desempenham um papel importante no


desenvolvimento do sistema nervoso central e na produção de
energia para o cérebro. A deficiência de vitaminas do complexo
B pode resultar em problemas cognitivos e de desenvolvimento.

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Impacto da desnutrição na infância

Atraso no desenvolvimento cognitivo: A desnutrição na


infância pode levar a um atraso no desenvolvimento
cognitivo. A falta de nutrientes essenciais pode prejudicar a
formação e o funcionamento adequado do cérebro,
resultando em dificuldades de aprendizagem, problemas de
memória e menor capacidade de resolução de problemas.

Dificuldades de atenção e concentração: A má nutrição


pode afetar negativamente a capacidade de uma criança
se concentrar e prestar atenção. A falta de nutrientes
necessários para o funcionamento adequado do cérebro
pode resultar em problemas de atenção e hiperatividade.

Muitos estudos mostram que a privação de alimentos


enfrentada pela mãe pode repercutir tanto no crescimento
como no desenvolvimento da criança, pois o sistema neuronal
necessita de eletrólitos, proteínas, vitaminas e outras
substâncias para ser ativado, segundo Machado (2002).

Problemas comportamentais:

A falta da nutrição na infância


também pode acarretar em
problemas comportamentais,
como agressividade, impulsividade e
dificuldades emocionais. A falta de
nutrientes pode afetar o equilíbrio
químico do cérebro, influenciando
negativamente o estado de humor e
o comportamento da criança.

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Importância de uma alimentação
equilibrada na infância:

Crescimento e desenvolvimento adequados: Uma


alimentação equilibrada na infância fornece os nutrientes
essenciais para o crescimento e desenvolvimento
adequados do cérebro. Isso inclui uma variedade de
alimentos ricos em proteínas, gorduras saudáveis, vitaminas
e minerais.

Melhoria das habilidades cognitivas: Uma dieta


adequada pode contribuir para o desenvolvimento de
habilidades cognitivas, como memória, atenção, raciocínio
lógico e capacidade de aprendizagem. Os nutrientes
essenciais presentes em uma alimentação equilibrada
fornecem os blocos de construção necessários para o
funcionamento eficiente do cérebro.

Prevenção de problemas de saúde: Uma nutrição


adequada na infância não apenas promove o
desenvolvimento cognitivo, mas também ajuda a prevenir
problemas de saúde relacionados à falta de nutrientes.
Além disso, uma alimentação saudável desde a infância
estabelece bons hábitos alimentares que podem ser
mantidos ao longo da vida.

(Compreender melhor a alimentação equilibrada)


https://www.mymedfarma.com/pt/blog-da-saude/2017-02-24/62

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Eu ainda sou criança,
Mas preciso de saber
O que é que eu faço
Crescer
Se saudável quero ser.

Devo alimentar-me bem,


saudável
Leite, pão ou cereais,
Não esquecendo nunca a fruta
E todos os vegetais. Praticar um bom desporto,
Brincar muito e até correr,
A carne o peixe e os OVOs, Também é muito importante,
Um pouco em cada dia, Para eu me desenvolver.
Comer tudo com moderação,
Para ter boa energia. Devo cuidar do meu corpo,
Sempre limpo, bem lavado,
Deitar cedo e dormir bem, Lavar muito bem os dentes.
Também é essencial, E ter o cabelo asseado.
Pois se andamos cansados,
Tudo parece correr mal. Mas ser saudável também,
É estudar e aprender,
Ler bons livros conversar,
Ter amigos a valer.

Enfim, tudo faz parte,


Do processo de crescer,
Pois eu quero ser saudável
E muitos anos viver!

Rosarinho (2010).
(Nutrição infantil: Dicas para melhorar a alimentação das criança)
https://images.app.goo.gl/9SX7jA9iHot8dDGZ7

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Neste poema, intitulado "Crescer com Saúde", Rosarinho
busca transmitir a importância de crescer de forma saudável. A
voz poética reconhece a necessidade de adotar hábitos que
promovam o bem-estar físico e mental, como a prática de
esportes, brincadeiras e exercícios, valorizando o
desenvolvimento integral. Além disso, destaca a importância
de uma alimentação equilibrada, incluindo leite, pães,
cereais, frutas e vegetais. Cuidar do corpo, higiene pessoal e ter
bons hábitos de sono também são enfatizados. O poema
ressalta que ser saudável vai além do corpo, envolvendo
estudos, amizades e uma boa qualidade de vida.

Além de cuidar do corpo, o poema


destaca que ser saudável vai além do
aspecto físico. A voz poética ressalta a
importância de estudar, aprender e
buscar conhecimento, estimulando o
desenvolvimento intelectual da criança.
A interação com amigos também é
valorizada, promovendo relações
saudáveis, o compartilhamento de
experiências e momentos de
diversão.

Por fim, o poema destaca que a busca


por uma vida saudável resulta em uma
boa qualidade de vida. Ao adotar todos
esses hábitos desde a infância, a
criança estará construindo bases
sólidas para uma vida adulta
saudável e feliz, cuidando de si mesma
de maneira integral, tanto física quanto
mentalmente.
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Alimentação adequada e
equilibrada na infância

Uma alimentação adequada e equilibrada desempenha um


papel fundamental na prevenção e combate à obesidade
infantil. É essencial oferecer às crianças uma variedade de
alimentos nutritivos para suprir suas necessidades de
crescimento e desenvolvimento. Uma alimentação equilibrada
deve incluir:

• Frutas e vegetais: Fontes ricas de vitaminas, minerais e


fibras. Devem ser oferecidos diariamente, em diferentes cores e
variedades, para garantir uma ingestão adequada de nutrientes.

• Grãos integrais: Pães, massas, cereais e arroz integrais


fornecem fibras e nutrientes essenciais, em contraste com as
versões refinadas.

• Proteínas magras: Carnes magras, peixes, ovos,


leguminosas e laticínios com baixo teor de gordura são fontes
importantes de proteínas, fundamentais para o crescimento e
desenvolvimento das crianças.

• Gorduras saudáveis: As gorduras monoinsaturadas e poli-


insaturadas, presentes em alimentos como abacate, nozes e
azeite de oliva, são benéficas para a saúde e devem ser
incluídas em quantidades adequadas.

• Limitar alimentos ultraprocessados: Alimentos ricos em


gorduras saturadas, açúcares adicionados e aditivos químicos
devem ser evitados ou consumidos com moderação.

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"Heavyweights" é uma comédia dirigida por Steven Brill em
1995. O filme narra a história de um grupo de adolescentes com
sobrepeso que são enviados para um acampamento de
emagrecimento chamado Camp Hope. Lá, eles são submetidos
a um programa rigoroso de exercícios físicos e alimentação
saudável, liderado pelo excêntrico Tony Perkis, interpretado por
Ben Stiller.

Embora seja uma comédia,


"Heavyweights" aborda de
forma caricata e sensível as
lutas emocionais e sociais
enfrentadas por crianças e
adolescentes com obesidade.
O filme transmite mensagens
importantes sobre aceitação,
autoestima e valorização do
indivíduo para além da
aparência física. (Film | Heavyweights)
https://tvtropes.org/pmwiki/pmwiki.php/Film/Heavyweights

No entanto, é necessário refletir sobre o fato de que, na maioria


das vezes, a obesidade é retratada de maneira caricata e
engraçada. É essencial estar consciente das consequências das
doenças e complicações na saúde que as pessoas que sofrem
com a obesidade podem enfrentar ao longo da vida. É
importante destacar a importância da aceitação e da
individualidade das pessoas, ressaltando que a obesidade deve
ser abordada com seriedade e compreensão. (Brill, 1995)

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Avaliação do estado nutricional e
identificação de crianças em risco
A enfermagem desempenha um papel fundamental na
avaliação do estado nutricional das crianças e na
identificação daquelas em risco de desenvolver obesidade.
Isso envolve a coleta de dados antropométricos, como peso,
altura e circunferência da cintura, além da análise do histórico
de crescimento da criança. Essa avaliação ajuda a identificar
possíveis desvios do padrão de crescimento saudável e a
determinar se a criança está acima do peso ou obesa. Com
base nessas informações, a enfermagem pode encaminhar as
crianças e suas famílias para intervenções e cuidados
adequados.

Intervenções de enfermagem para


prevenção e tratamento da obesidade
infantil
A enfermagem desempenha um papel ativo na prevenção e
tratamento da obesidade infantil por meio de intervenções
específicas. Algumas abordagens eficazes incluem:

Educação nutricional: A enfermagem pode fornecer


orientações nutricionais individualizadas para crianças e
famílias, ensinando-os sobre escolhas alimentares saudáveis,
tamanho das porções, leitura de rótulos de alimentos e
planejamento de refeições equilibradas. Isso ajuda a promover
uma alimentação adequada e consciente.

Estímulo à atividade física: A enfermagem pode incentivar a


prática regular de atividade física, adaptada à idade e
capacidade da criança. Isso pode envolver a recomendação
de jogos ativos, esportes, brincadeiras ao ar livre e limitação
do tempo de tela, além de fornecer recursos e informações
sobre atividades físicas adequadas.

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16
Acompanhamento e monitoramento: A enfermagem
desempenha um papel importante no acompanhamento
das crianças com excesso de peso ou obesidade,
realizando avaliações regulares, monitorando o progresso e
fornecendo apoio contínuo. Isso inclui o registro de dados
antropométricos, avaliação de mudanças no estilo de vida
e adaptação das intervenções de acordo com as
necessidades individuais.

Aconselhamento e suporte emocional


para crianças e famílias

A obesidade infantil pode estar associada


a problemas emocionais, baixa autoestima
e estresse. Nesse sentido, a enfermagem
desempenha um papel crucial ao
oferecer aconselhamento e suporte
emocional tanto para as crianças quanto
para suas famílias. Isso pode envolver a
escuta ativa, o fornecimento de
informações sobre o impacto emocional da
obesidade, a promoção de estratégias de
enfrentamento saudáveis e o
encaminhamento para profissionais
especializados quando necessário.

A enfermagem não está sozinha nessa


luta, o maior obstáculo para o progresso
efetivo na redução da obesidade infantil é
a falta de compromisso político e o
fracasso dos governos e outros líderes em
assumir responsabilidade, liderança e
ações necessárias, de acordo com a
Comissão para Acabar com a Obesidade
Infantil, da OMS (2016).

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O papel do Enfermeiro na
prevenção da obesidade infantil
Como vimos ao longo deste e-book, o aumento da obesidade
vem se mostrando preocupante, afetando não somente os
adultos, mas também as crianças. A obesidade infantil está
cada vez mais frequente no país e no mundo, e isso acontece
devido a má alimentação e o sedentarismo, visto que a
maioria delas preferem trocar as brincadeiras de rua pelas telas
de celulares e televisões.

Uma reportagem realizada pelo Centro Universitário de Viçosa


(2013) aborda um pouco sobre o papel do nutricionista,
enfermeiro e também dos pais, no combate à obesidade
infantil. É importante ressaltar principalmente a importância do
profissional da enfermagem em relação a tal problemática,
visto que não é um assunto tão estudaoo no curso superior.

(Excesso de peso em crianças da região do nordeste do Brasil)


https://www.google.com/imgres

Conforme apresentado por Valente (2013) o papel do


enfermeiro é estimular a alimentação saudável na infância e
visar a melhoria da qualidade de vida, já o papel do
nutricionista é o resgate da nutrição e a promoção da saúde
dentro da equipe multiprofissional.

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Muito Além do Peso
"Muito Além do Peso" é um documentário brasileiro que aborda
a questão da obesidade infantil no país. O filme, dirigido por
Estela Renner e lançado em 2012, explora as principais causas
desse problema crescente, como a influência da publicidade
de alimentos não saudáveis, a falta de educação alimentar
nas escolas e a ausência de políticas públicas efetivas
para combater a obesidade.

O documentário apresenta
histórias de crianças e suas
famílias, mostrando como a
má alimentação e o
sedentarismo têm impactos
negativos na saúde e no
bem-estar dos pequenos.
Além disso, são discutidas
as consequências a longo
prazo da obesidade, como
o desenvolvimento de
doenças crônicas, como
diabetes e hipertensão.

(A obesidade tratada em muito além do peso)


https://spdm.org.br/noticias/dica-cultural/

Também, levanta questões sobre a influência da publicidade


de alimentos não saudáveis ​na mídia e como isso afeta as
escolhas alimentares das crianças. Por fim, o documentário
incentiva a conscientização e a ação coletiva para combater a
epidemia de obesidade infantil e melhorar a saúde das
gerações futuras.

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O autor Renner (2012) traz entrevistas com especialistas em
saúde, nutrição e publicidade, que analisam o contexto social e
econômico que contribui para o problema da obesidade
infantil. O documentário levanta questões sobre a
responsabilidade das indústrias alimentícia e publicitária
na promoção de alimentos não saudáveis para crianças e
a necessidade de ações governamentais para proteger a saúde
das futuras gerações. Ao longo do filme, são apresentadas
possíveis soluções e iniciativas bem-sucedidas em outros países
que podem servir de inspiração para enfrentar o desafio da
obesidade infantil no Brasil.

(Muito além do peso)


https://metacolher.wordpress.com/2013/04/03/

Em suma, "Muito Além do


Peso" é um documentário
que busca conscientizar e
provocar reflexão sobre a
obesidade infantil, seus
fatores determinantes e as
medidas necessárias para
combater esse problema de
saúde pública.
(A obesidade infantil e a responsabilidade dos adultos)
https://www.jusbrasil.com.br/artigos/

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Programas e políticas públicas voltadas
para a obesidade infantil

A abordagem da obesidade infantil requer a implementação de


programas e políticas públicas abrangentes que promovam a
saúde e o bem-estar das crianças. Essas iniciativas podem
incluir:

Programas de educação alimentar e nutricional: Esses


programas visam fornecer informações sobre uma
alimentação saudável, ensinar habilidades culinárias
básicas, promover o consumo de frutas e vegetais, e criar
um ambiente favorável para escolhas alimentares saudáveis
nas escolas e comunidades.

Restrições de publicidade de alimentos não saudáveis:


Políticas que limitam a publicidade de alimentos não
saudáveis direcionados às crianças podem desempenhar um
papel importante na redução da exposição a alimentos com
alto teor calórico, açúcar e gordura.

Ambientes escolares saudáveis: A implementação de


políticas que promovam lanches saudáveis nas escolas,
refeitórios com opções equilibradas, promoção da atividade
física e programas de educação nutricional podem
contribuir para a prevenção da obesidade infantil.

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Uso da tecnologia e aplicativos para a
promoção da saúde

O uso da tecnologia e aplicativos móveis pode ser uma


ferramenta eficaz no combate à obesidade infantil. Alguns
recursos e aplicativos podem incluir:

Aplicativos de rastreamento de atividade física: Esses


aplicativos permitem que as crianças monitorem sua
atividade física diária, definindo metas e acompanhando
seu progresso. Eles podem fornecer incentivos e
recompensas virtuais, tornando a atividade física mais
divertida e motivadora.

Jogos e aplicativos educativos:


Existem jogos e aplicativos interativos
que ensinam às crianças sobre
alimentação saudável, nutrição
equilibrada e a importância da
atividade física. Essas ferramentas
podem ser utilizadas tanto em casa
quanto nas escolas, promovendo o
aprendizado e a conscientização.

Plataformas de apoio online:


Comunidades online e plataformas de
suporte podem fornecer informações,
recursos e fóruns de discussão para
pais e cuidadores, permitindo o
compartilhamento de experiências,
dicas e estratégias para enfrentar a
obesidade infantil.

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Estratégias de atividade física para crianças

A promoção da atividade física é essencial no combate e


prevenção da obesidade infantil. Algumas estratégias eficazes
incluem:

Incentivo ao brincar ativo: Estimular brincadeiras ao ar


livre, danças e atividades físicas lúdicas, para tornar o
exercício divertido e prazeroso para as crianças.

Integração da atividade física na rotina escolar: Incluir


aulas de educação física, recreios ativos, campanhas de
incentivo à caminhada ou bicicleta, e a criação de espaços
adequados para atividades físicas nas escolas.

Engajamento da família: Promover a participação da


família em atividades físicas conjuntas, como caminhadas, e
passeios de bicicleta, e incentivar um estilo de vida ativo.

Exemplos de boas práticas e


histórias de sucesso

Para motivar a prevenção e combate à obesidade infantil, é


importante compartilhar exemplos de boas práticas e histórias
de sucesso. Isto incluí, relatos de programas comunitários bem-
sucedidos, histórias de crianças que conseguiram melhorar seu
estado nutricional e adotar um estilo de vida saudável,
depoimentos de profissionais de saúde e educadores que
alcançaram resultados positivos por meio de suas intervenções,
entre outros exemplos inspiradores.

Essas histórias podem servir de estímuulo e encorajamento para


pais, cuidadores, profissionais de saúde e educadores,
reforçando a importância e o impacto positivo das estratégias
de prevenção e combate à obesidade infantil.

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Conclusão
O combate e a prevenção à obesidade infantil são desafios
significativos que requerem ações coordenadas e
multidisciplinares. A nutrição e a enfermagem desempenham
papéis fundamentais nesse processo, trabalhando juntas na
promoção da saúde, educação e apoio às crianças e suas
famílias no desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis e
na adoção de um estilo de vida ativo, evitando patologias
futuras e influenciando em uma qualidade de vida que
trarão resultados positivos em diversas fases do
desenvolvimento dessa criança.

Ao longo deste e-book, exploramos diferentes aspectos da


obesidade infantil e como a nutrição e a enfermagem
desempenham um papel crucial na sua prevenção e
combate. Através da compreensão dos conceitos básicos,
como definição e classificação da obesidade infantil, as causas
e fatores de risco associados e os impactos na saúde física e
emocional, podemos perceber a complexidade desse problema
de saúde pública.

Assim, a abordagem da obesidade infantil requer uma ação


interdisciplinar, com parcerias entre profissionais da saúde,
educadores, pais e comunidade. A colaboração e troca de
conhecimento entre diferentes áreas de atuação são essenciais
para desenvolver estratégias eficazes e sustentáveis de
prevenção e combate à obesidade infantil.

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Para nós, o tratamento precoce e a manutenção de um bom
estado nutricional nessa faixa etária vão muito além do que
garantir uma saúde física, englobando o aproveitamento
de uma infância saudável, com brincadeiras, risadas e tudo
que uma criança deve desfrutar plenamente nesse período,
essencial para sua formação e desenvolvimento.

Diante disso, é notória a necessidade de mais estudos nessa


área, a fim de conhecer sobre a atuação desses
profissionais na nutrição infantil, principalmente do
enfermeiro, bem como formas de melhorar seu preparo desde
a graduação, para que o mesmo possa aplicar seus
conhecimentos na prática do cotidiano, por meio de seus
cuidados com os pacientes.

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recomendações
Normalmente, crianças são sempre cheias de energia e muitas
vezes, na hora da refeição, não querem parar de brincar. Que
tal entreter e tornar esse momento divertido?

Usar brincadeiras nesse momento é uma ótima maneira de


entreter o seu filho(a) na alimentação. Veja alguns exemplos:

Brinque de listar os alimentos com alguma cor específica.


Exemplo: "Vamos falar de alimentos da cor amarela, cada
um fala um alimento por vez." As cores chamam atenção,
principalmente de crianças, e nesse caso ela pode comer
pelo entretenimento feito com o alimento.

Além disso, podemos mesclar alimentação e conhecimento.

Brinquem de listar alimentos com uma letra específica


Exemplo: "Vamos listar alimentos com a Letra M! Valendo!"
Ótimo para crianças em fase de alfabetização.

De forma leve e divertida, a criança passa a ver o alimento


com outros olhos, isto é questão de rotina e prática. É
importante também, que a criança participe dos momentos de
preparação das refeições, assim a vontade de comer será
muito maior.

Criança gosta de brincar! Aproveitar esse momento juntando


com algo importante é uma maneira de se divertir e ajudar para
uma melhor qualidade de vida do seu filho.

33
Referências
OBESIDADE infantil: uma problemática da sociedade atual. Research,
society and development, [S. l.], p. 1-7, 2 jun. 2021. DOI
http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v10i6.16443.
Disponível em:
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