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UNIVERSIDADE DO VALE DO SAPUCAÍ-UNIVÁS

V PERÍODO

NUTRIÇÃO ESPORTIVA: OBESIDADE X EXERCICIO

POUSO ALEGRE-MG
2023
INRTRODUÇÃO

OBESIDADE Dara
A obesidade é uma doença crônica, definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS)
como o acúmulo anormal ou excessivo de gordura no corpo. A prevalência de obesidade tem
aumentado de maneira epidêmica em todas as faixas etárias nas últimas quatro décadas e,
atualmente, representa um grande problema de saúde pública no mundo.

A obesidade é de origem multifatorial que engloba diferentes dimensões: biológica, social,


cultural, comportamental, de saúde pública e política. O desenvolvimento da obesidade
decorre de interações entre o perfil genético de maior risco, fatores sociais e ambientais, por
exemplo, inatividade física, consumo excessivo de calorias e de alimentos ultraprocessados,
sono insuficiente, disruptores endócrinos, ambiente intrauterino, uso de medicamentos
obesogênicos e status socioeconômico, dentre outros. Fatores genéticos, hormonais e
relacionados ao ambiente em que estamos inseridos são exemplos de fatores que não estão
sob nosso controle, o que faz ser um desafio perder peso para pessoas que vivem com
excesso.

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2020), atualmente mais da metade dos
adultos apresenta excesso de peso (60,3%, o que representa 96 milhões de pessoas), com
prevalência maior no público feminino (62,6%) do que no masculino (57,5%). Já a condição
de obesidade atinge 25,9% da população, alcançando 41,2 milhões de adultos. E, em 2020,
das crianças acompanhadas na Atenção Primária à Saúde (APS) do SUS, 15,9% dos menores
de 5 anos e 31,7% das crianças entre 5 e 9 anos tinham excesso de peso, e dessas, 7,4% e
15,8%, respectivamente, apresentavam obesidade segundo Índice de Massa Corporal (IMC)
para idade. Quanto aos adolescentes acompanhados na APS em 2020, 31,8% e 11,9%
apresentavam excesso de peso e obesidade, respectivamente. Considerando todas as crianças
brasileiras menores de 10 anos, estima-se que cerca de 6,4 milhões tenham excesso de peso e
3,1 milhões tenham obesidade. E considerando todos os adolescentes brasileiros, estima-se
que cerca de 11,0 milhões tenham excesso de peso e 4,1 milhões tenham obesidade.

A obesidade está relacionada ao aumento do risco para outras doenças como as do coração,
diabetes, hipertensão arterial sistêmica, doença do fígado e diversos tipos de câncer (como o
de cólon, de reto e de mama), problemas renais, asma, agravamento da covid, dores nas
articulações, entre outras, reduzindo a qualidade e a expectativa de vida. Além disso, as
evidências apontam a obesidade como importante fator de risco para a forma grave e letal da
Covid-19.

Dado que a obesidade é influenciada por fatores biológicos e contextuais, são necessárias
ações estruturantes e políticas públicas que visem a promoção da saúde, implementação de
medidas de prevenção do ganho de peso excessivo, diagnóstico precoce e cuidado adequado
às pessoas com excesso de peso, bem como, o estabelecimento de políticas intersetoriais e
outras que promovam ambientes e cidades saudáveis.

Para tratar e cuidar dessas pessoas, sugere-se um cuidado multidisciplinar adequado, integral
e longitudinal, por meio de abordagens individuais, coletivas e transversais. No processo de
cuidado, devem ser considerados os determinantes e condicionantes do sobrepeso e da
obesidade, sem culpabilização, estigmatização e discriminação da pessoa ou sua família.

Nesse contexto, considera-se que uma perda e manutenção de peso entre 5 e 10% do peso
inicial já é suficiente para melhorias significativas nos parâmetros cardiovasculares e
metabólicos, como risco cardiovascular, diminuição da pressão arterial, do colesterol e da
glicemia, por exemplo. No entanto, é reconhecida a dificuldade dessa manutenção da perda de
peso a longo prazo.

E no processo de cuidado de crianças e adolescentes com excesso de peso, busca-se reverter o


ganho excessivo de peso e promover um crescimento e desenvolvimento adequado da criança,
promoção do bem-estar mental e melhora da qualidade de vida.
Dados nacionais
Em 2020, das crianças acompanhadas na Atenção Primária à Saúde (APS) do Sistema Único
de Saúde (SUS), 15,9% dos menores de 5 anos e 31,7% das crianças entre 5 e 9 anos tinham
excesso de peso. Dessas, 7,4% e 15,8%, respectivamente, apresentavam obesidade, segundo o
Índice de Massa Corpórea (IMC) para a idade. Considerando todas as crianças brasileiras
menores de 10 anos, estima-se que cerca de 6,4 milhões tenham excesso de peso e 3,1 milhões
tenham obesidade.
Quanto aos adolescentes acompanhados na APS no ano passado, 31,9% e 12% apresentavam
excesso de peso e obesidade, respectivamente. É possível estimar que hoje há cerca de 7,2
milhões de crianças e adolescentes com obesidade. Já o Estudo de Riscos Cardiovasculares
em Adolescentes (ERICA), realizado com estudantes de 12 a 17 anos de 1.247 escolas
brasileiras, mostrou que o refrigerante é um dos alimentos mais consumidos por essa faixa
etária. Além disso, 56,6% dos jovens fazem refeições “sempre ou quase sempre” na frente da
TV.
O hábito também é um problema entre os mais novos. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde
(PNS, 2013), revelam que entre as crianças menores de dois anos, 60,8% consomem
biscoitos, bolachas e bolos e 32,3% tomam refrigerante ou suco artificial. 
Além da má alimentação, outra causa de obesidade infantil é o comportamento sedentário. No
Brasil, entre as crianças de 6 a 10 anos, de 70,8% a 81,1% delas são consideradas inativas
fisicamente (ou seja, com menos de 60 minutos diários ou 300 minutos/semana de atividades
físicas). Dos 10 aos 19 anos, a prevalência de inatividade física varia de 7,7% a 91,7%. Cerca
de 32% a 90,6% das crianças e dos adolescentes (até 19 anos de idade) passam mais de duas
horas por dia em frente às telas (televisão, computador e celular, por exemplo). Quando
considerado somente o tempo em frente à TV, 76% das crianças e dos adolescentes (3 a 19
anos de idade) passam mais de duas horas por dia nessa atividade.
A obesidade infantil está associada a maior chance de morte prematura, manutenção da
obesidade e incapacidade na idade adulta. Além de aumentar os riscos futuros, crianças e
adolescentes com obesidade podem apresentar dificuldades respiratórias, aumento do risco de
fraturas e outros agravos osteoarticulares, hipertensão arterial sistêmica, marcadores precoces
de doenças cardiovasculares, resistência à insulina, câncer e efeitos psicológicos, como baixa
autoestima, isolamento social e transtornos alimentares, entre outros.  
Ações do MS felipe
O Ministério da Saúde reconhece que a obesidade infantil é uma prioridade de saúde pública.
Isso significa atuar na indução e coordenação de ações efetivas que articulem setores para
além da saúde e, na APS, reforçar o cuidado integral.
Entre os principais marcos políticos estão o Plano de Enfrentamento das Doenças Crônicas
Não Transmissíveis; a Estratégia Intersetorial de Prevenção e Controle da Obesidade; o Guia
Alimentar para a População Brasileira, o Guia Alimentar para Crianças Brasileiras
Menores de Dois Anos e o Guia de Atividade Física para a População Brasileira; e o Plano
Nacional de Saúde. No âmbito internacional, destaca-se o Plano de Ação para Prevenção da
Obesidade em Crianças e Adolescentes, proposto pela Opas/OMS para a Região das
Américas; ¿a Década de Ação para a Nutrição; e acordos do Mercosul que visam impulsionar
e estabelecer políticas e medidas para prevenção e controle da obesidade infantil.
Em 2020 e 2021, diversos investimentos foram realizados pela Secretaria de Atenção Primária
à Saúde (Saps) para conter o avanço da obesidade infantil. No contexto emergencial, foi
publicada Portaria GM/MS 2994, de 29 de outubro de 2020, que instituiu, em caráter
excepcional e temporário, incentivo financeiro federal para atenção às pessoas com obesidade,
diabetes mellitus ou hipertensão arterial sistêmica. Já a Portaria GM/MS nº 894, de 11 de
maio de 2021, instituiu, em caráter excepcional, incentivos financeiros federais de custeio a
serem transferidos aos municípios e Distrito Federal, com destaque para as ações de
enfrentamento à má nutrição (desnutrição e obesidade infantil), com foco em crianças e
gestantes do Programa Bolsa Família (PBF). O investimento das duas portarias soma um
valor de mais de R$ 550 milhões.
A Estratégia de Prevenção e Atenção à Obesidade Infantil (Proteja), lançada pelo Ministério
da Saúde, visa apoiar gestores na implementação de ações efetivas para a reversão do quadro
de obesidade infantil no âmbito municipal. Outras estratégias federais também vêm sendo
empreendidas de maneira contínua, como o Programa Crescer Saudável, que, com o Programa
Saúde na Escola (PSE), fomenta a promoção da alimentação adequada e saudável para escolas
no País. Também são destaques o curso “Obesidade Infantil: Uma visão global da prevenção e
controle na atenção primária”, desenvolvido em parceria com a SGETS/MS, lançado neste
mês na plataforma AVASUS; e o Instrutivo de Cuidado às Crianças e Adolescentes com
Obesidade, que traz orientações para o tratamento na APS.

EXERCICIO
ADULTOS E IDOSOS COM CONDIÇÕES CRÔNICAS (18 anos ou mais) Eve
A atividade física pode proporcionar benefícios para a saúde de adultos e idosos que vivem
com a seguintes condições crônicas: para sobreviventes de câncer – a atividade física diminui
a mortalidade por todas as causas, mortalidade específica por câncer e o risco de recorrência
ou câncer secundário; para as pessoas que vivem com hipertensão – a atividade física diminui
a mortalidade por doença cardiovascular, a progressão da doença, melhora a função física e a
qualidade de vida relacionada à saúde; para pessoas que vivem com diabetes tipo 2 – a
atividade física reduz as taxas de mortalidade por doença cardiovascular e os indicadores de
progressão da doença; e para pessoas que vivem com HIV – a atividade física pode melhorar
o condicionamento físico e a saúde mental (reduz os sintomas de ansiedade e depressão) e não
afeta adversamente a progressão da doença (Contagem de CD4 e carga viral) ou a composição
corporal.
Todos os adultos e idosos com estas condições crônicas devem fazer pelo menos 150 a 300
minutos de atividade física aeróbica de moderada intensidade; ou pelo menos 75 a 150
minutos de atividade física aeróbica de vigorosa intensidade; ou uma combinação equivalente
de atividades físicas de moderada e vigorosa intensidade ao longo da semana para benefícios
substanciais à saúde.
Adultos e idosos com estas condições crônicas devem, também fazer atividades de
fortalecimento muscular com moderada intensidade ou maior que envolvam os principais
grupos musculares em dois ou mais dias por semana, pois estas proporcionam benefícios
adicionais.
Como parte da atividade física semanal, idosos com condições crônicas devem fazer atividade
física variada multicomponentes que enfatizem equilíbrio funcional e treinamento de força
com moderada intensidade ou maior em 3 ou mais dias da semana para aumentar a capacidade
funcional e prevenir quedas.
Quando não contraindicado, adultos e idosos com estas condições crônicas podem aumentar a
atividade física aeróbica de moderada intensidade para mais de 300 minutos; ou fazer mais do
que 150 minutos de atividade física aeróbica de vigorosa intensidade; ou uma combinação
equivalente de atividades físicas de moderada e vigorosa intensidade ao longo da semana para
benefícios adicionais à saúde.
ADULTOS E IDOSOS COM CONDIÇÕES CRÔNICAS (18 anos ou mais) Eve
A atividade física pode proporcionar benefícios para a saúde de adultos e idosos que vivem
com a seguintes condições crônicas: para sobreviventes de câncer – a atividade física diminui
a mortalidade por todas as causas, mortalidade específica por câncer e o risco de recorrência
ou câncer secundário; para as pessoas que vivem com hipertensão – a atividade física diminui
a mortalidade por doença cardiovascular, a progressão da doença, melhora a função física e a
qualidade de vida relacionada à saúde; para pessoas que vivem com diabetes tipo 2 – a
atividade física reduz as taxas de mortalidade por doença cardiovascular e os indicadores de
progressão da doença; e para pessoas que vivem com HIV – a atividade física pode melhorar
o condicionamento físico e a saúde mental (reduz os sintomas de ansiedade e depressão) e não
afeta adversamente a progressão da doença (Contagem de CD4 e carga viral) ou a composição
corporal.
Todos os adultos e idosos com estas condições crônicas devem fazer pelo menos 150 a 300
minutos de atividade física aeróbica de moderada intensidade; ou pelo menos 75 a 150
minutos de atividade física aeróbica de vigorosa intensidade; ou uma combinação equivalente
de atividades físicas de moderada e vigorosa intensidade ao longo da semana para benefícios
substanciais à saúde.
Adultos e idosos com estas condições crônicas devem, também fazer atividades de
fortalecimento muscular com moderada intensidade ou maior que envolvam os principais
grupos musculares em dois ou mais dias por semana, pois estas proporcionam benefícios
adicionais.
Como parte da atividade física semanal, idosos com condições crônicas devem fazer atividade
física variada multicomponentes que enfatizem equilíbrio funcional e treinamento de força
com moderada intensidade ou maior em 3 ou mais dias da semana para aumentar a capacidade
funcional e prevenir quedas.
Quando não contraindicado, adultos e idosos com estas condições crônicas podem aumentar a
atividade física aeróbica de moderada intensidade para mais de 300 minutos; ou fazer mais do
que 150 minutos de atividade física aeróbica de vigorosa intensidade; ou uma combinação
equivalente de atividades físicas de moderada e vigorosa intensidade ao longo da semana para
benefícios adicionais à saúde.

ADULTOS (18–64 anos) Eve


Em adultos, a atividade física proporciona benefícios para os seguintes desfechos de saúde:
diminui a mortalidade por todas as causas, mortalidade por doenças cardiovasculares,
incidência de hipertensão, incidência de alguns tipos de cânceres*, incidência do diabetes tipo
2; melhora a saúde mental (redução dos sintomas de ansiedade e depressão), a saúde cognitiva
e o sono. A adiposidade corporal também pode melhorar.
Adultos devem realizar pelo menos 150 a 300 minutos de atividade física aeróbica de
moderada intensidade; ou pelo menos 75 a 150 minutos de atividade física aeróbica de
vigorosa intensidade; ou uma combinação equivalente de atividade física de moderada e
vigorosa intensidade ao longo da semana para benefícios substanciais à saúde.
Adultos devem realizar também atividades de fortalecimento muscular de moderada
intensidade ou maior que envolvam os principais grupos musculares dois ou mais dias por
semana pois estes proporcionam benefícios adicionais à saúde.

ADULTOS (18–64 anos) Eve


Em adultos, a atividade física proporciona benefícios para os seguintes desfechos de saúde:
diminui a mortalidade por todas as causas, mortalidade por doenças cardiovasculares,
incidência de hipertensão, incidência de alguns tipos de cânceres*, incidência do diabetes tipo
2; melhora a saúde mental (redução dos sintomas de ansiedade e depressão), a saúde cognitiva
e o sono. A adiposidade corporal também pode melhorar.
Adultos devem realizar pelo menos 150 a 300 minutos de atividade física aeróbica de
moderada intensidade; ou pelo menos 75 a 150 minutos de atividade física aeróbica de
vigorosa intensidade; ou uma combinação equivalente de atividade física de moderada e
vigorosa intensidade ao longo da semana para benefícios substanciais à saúde.
Adultos devem realizar também atividades de fortalecimento muscular de moderada
intensidade ou maior que envolvam os principais grupos musculares dois ou mais dias por
semana pois estes proporcionam benefícios adicionais à saúde.

OBESIDADE X EXERCICIO André


De acordo com a Organização Mundial de Saúde (2009), aproximadamente 25% de todas as
causas de mortes são atribuídas a cinco fatores de riscos, entre estes: hipertensão, uso do
cigarro, hiperglicemia, sedentarismo e obesidade. Além disso, verificou-se que das 59 milhões
de mortes ao ano, aproximadamente 65% são decorrentes de doenças crônicas não
transmissíveis, como as cardiovasculares, diabetes mellitus do tipo 2, câncer e doenças
respiratórias (WHO, 2009). Nos Estados Unidos da América, o segundo fator de risco na
abreviação do tempo de vida é o sedentarismo, perdendo no ranking apenas para o uso do
cigarro. No total, 20% das causas de morte são atribuídas à obesidade e ao sedentarismo,
sendo que o baixo nível de atividade física apresentou-se associado a 16% das mortes (Blair,
2009). Assim, considerando que o sedentarismo apresenta tanto efeitos diretos quanto
indiretos sobre a morbi/mortalidade, o estilo de vida inativo passa a ser então um dos mais
significantes problemas de saúde pública do século 21. Além disso, o profundo declínio no
nível de atividade física diária observado nas últimas décadas torna-se preocupante, pois
estratégias para inversão dos maus hábitos da vida diária são cada vez mais onerosas e difíceis
de mudanças, considerando o estilo de vida da sociedade moderna. Integrando o
Aconselhamento do Exercício Físico na Prática Clínica Para melhor entender e/ou intervir
com a prescrição do exercício físico, visando o controle das consequências do sedentarismo,
elencamos algumas reflexões, a partir do estudo do Dr. Steven Blair e seus colaboradores
(2012): o risco associado à inatividade física se inicia durante a infância e se perpetua no
decorrer da vida; o sedentarismo apresenta-se associado a outros fatores de risco, contribuindo
com o aparecimento de várias doenças que coexistem, aumentando, assim, os problemas e
custos com a saúde; os diagnósticos epidemiológicos sobre o nível de atividade física muitas
vezes são imprecisos, ou subestimados, levando a erros no entendimento Prescrição do
exercício físico na prática clínica *Serviço de Endocrinologia e Centro de Obesidade e
Síndrome Metabólica do Hospital São Lucas da PUCRS Ana Dâmaso* Raquel M. S.
Campos* Aline de Piano Ganen* arquivo pessoal arquivo pessoal arquivo pessoal Efeitos
sobre o controle da Síndrome Metabólica e da Esteatose Hepática Não Alcoólica em
Adolescentes Obesos 11 julho/agosto 2013 Artigo dos efeitos reais do sedentarismo sobre a
saúde da população; Desta forma, a prescrição individualizada dos exercícios físicos na
prática clínica, visando o controle de doenças metabólicas requer (Sanches et al., 2010):
avaliação adequada do nível de atividade física diária; avaliação da condição
cardiorrespiratória; avaliação de sinais clínicos, perfil metabólico e inflamatório; avaliação da
composição corporal; avaliação da adiposidade central, visceral e periférica; avaliação
nutricional e dos transtornos alimentares; avaliação dos transtornos do humor. prescrição
individualizada dos exercícios físicos de acordo com: → diagnóstico das comorbidades →
possíveis limitações fisiopatológicas → metas de tratamento e controle das doenças em curto,
médio e longo prazo → prazer de se exercitar, ou seja, escolhas possíveis para adesão ao
longo da vida A prescrição do exercício físico em nível populacional pode ser acompanhada,
de acordo com o Dr. Blair e seus colaboradores (2012) de uma sequência de sugestões às
quais eles denominaram de FITT, ou seja: F: frequência de cinco ou mais vezes por semana; I:
intensidade, de 50 a 70% da frequência cardíaca máxima predita, correspondente a 220-idade;
T: tipo de exercício físico, considerando aqueles que ativam grandes grupos musculares; T:
tempo recomendado de pelo menos 30 minutos por sessão de exercícios físicos. Exercício
Físico como Remédio na Prática Clínica em Escala Global Vários países, entre esses os EUA,
têm realizado nas últimas décadas campanhas visando maior adesão populacional aos
exercícios físicos (Everybody Walk!; www. everybodywalk.org), o mesmo vem sendo
realizado no Brasil pelo Ministério da Saúde em parceria com a Abeso
(www.ministeriodasaude.gov.br; www.abeso.org). Neste sentido, sabe-se que o profissional
de educação física vem sendo integrado às equipes de saúde do SUS, assim como no
treinamento de equipes interdisciplinares para atuação plena em nível populacional.
Entretanto, um marco histórico iniciado nos EUA em 2007 (Exercise is MedicineR ),
coordenado pelo Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACSM), tem sustentado novas
iniciativas em todo o mundo, incluindo o Brasil, na expectativa de melhor integrar o mesmo
como estratégia terapêutica não medicamentosa na prática clínica. Estas iniciativas,
juntamente com campanhas de educação em saúde são extremamente importantes, visando à
redução de riscos à saúde e seus custos públicos e privados. Além disso, outros exemplos
podem ser mencionados, entre estes: Global Strategy on Diet, Physical Activity and Health
(World Organization Health); Toronto Charter for Physical Activity: A Global Call for Action
(Global Advocacy Council for Physical Activity, 2010), Karolinska Institute in Sweden
(Kallings et al., 2008, 2009), entre outros, incluindo a Alemanha, África do Sul, Austrália,
Colômbia e Nova Zelândia. Neste sentido, esforços têm sido envidados para a inclusão do
sedentarismo no Código de Doenças (ICD-10-CM) (WHO), e o nível de atividade física em
bancos de dados do sistema de saúde público norte-americano. No Brasil, o Centro de Estudos
e Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul (CELAFISCS), realizou um simpósio
internacional, tendo também, neste evento, sinalizado, junto à Secretaria do Estado de São
Paulo, a importância de estratégias nesse contexto, incluindo a formação de pessoal
qualificado. Além disso, o Conselho Regional de Educação Física (CREF-SP) está finalizando
a elaboração de seu consenso, sendo, em breve, divulgadas suas recomendações para a
prescrição adequada dos exercícios físicos no controle da obesidade e suas comorbidades.
Exercício Físico como Remédio na Prática Clínica Personalizada em Obesidade, Síndrome
Metabólica e Esteatose Hepática Não Alcoólica A prescrição individualizada do exercício
físico na prática clínica requer um olhar mais específico sobre a condição fisiopatológica do
indivíduo, e possíveis metas em A prescrição individualizada do exercício físico na prática
clínica requer um olhar mais específico sobre a condição fisiopatológica do indivíduo, e
possíveis metas em curto e longo prazo 12 Evidências em Obesidade Artigo curto e longo
prazo e, desse modo, estudos recentes do nosso grupo, realizados com enfoque clínico
interdisciplinar, tem sido efetivos na redução de comorbidades associadas à obesidade, entre
esses, os achados de De Mello, MT. e seus colaboradores (2011) e De Piano, A. e
colaboradores (2012), os quais demonstraram que, embora o exercício físico aeróbio tenha
sido efetivo no controle de vários fatores de risco, apenas os exercícios físicos concorrentes,
incluindo os aeróbios e os de resistência física foram eficazes no controle, tanto da síndrome
metabólica quanto da esteatose hepática não alcoólica. Especificamente, decorrente dos
exercícios físicos concorrentes houve aumento da adiponectina e controle de alterações
metabólicas e hepáticas, associado à melhora do perfil inflamatório e redução de
neuropeptídeos orexígenos, entre estes MCH (Hormônio Concentrador de Melanina) e AgRP
(Proteína Relacionada a Agouti). Outros achados importantes foram a associação negativa
entre as concentrações do neuropeptídeo Y (NPY) e as concentrações de adiponectina; e o
efeito prejudicial da alta ingestão de gordura saturada na regulação neuroendócrina do
balanço energético e no perfil inflamatório de adolescentes com obesidade com EHNA (de
Piano et al., 2010). Nesse sentido, observamos recentemente (Dâmaso et al., 2011) que
somente após a redução ponderal de aproximadamente 10% do peso corporal inicial, a
interação dos fatores orexígenos/anorexígenos é melhorada, incluindo o aumento de alfa-
MSH (alpha hormônio estimulador de melanócito), observado somente após redução
substancial da hiperleptinemia. Verificamos ainda que o estado de hiperleptinemia dificulta o
processo de emagrecimento, assim como se apresenta associado a alterações na íntima média
carotídea, aumentando o risco cardiovascular
Perspectivas Futuras Vimos que o sedentarismo e baixos níveis de atividade física aumentam
a morbidade e mortalidade, mesmo nas populações mais jovens. Por outro lado, o exercício
físico apresenta-se como uma importante estratégia terapêutica não medicamentosa
coadjuvante no controle de doenças metabólicas, as quais apresentam alta prevalência na
população mundial e brasileira. Dessa forma, não devemos ignorar a sua utilidade na prática
clínica, na saúde pública e nos processos e campanhas educativas. Assim, sugerimos
iniciativas para a promoção da atividade física para todos os indivíduos, visando à prevenção,
a promoção e a reabilitação da saúde.
TECIDO ADIPOSO Gabi
Quando o adipócito atinge sua capacidade máxima de estocar triglicerídeos, ocorre
extravasamento lipídico e deposição de gordura ectópica em outros tecidos levando a
lipotoxicidade e aumento de inflamação local. Desta forma, considerando as particularidades
de cada depósito de gordura corporal, acredita-se que vários mecanismos atuam de forma
conjunta refletindo em um estado metabólico mais ou menos favorável de indivíduos obesos.
No entanto, novos estudos direcionados ao aprofundamento desses mecanismos deverão ser
realizados com a finalidade de aprimorar e validar esses mecanismos e modelos propostos
ANEXO
REFERENCIA
https://aps.saude.gov.br/ape/promocaosaude/excesso
https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/337001/9789240014886-por.pdf
https://abeso.org.br/wp-content/uploads/2019/12/64.pdf
https://abeso.org.br/wp-content/uploads/2019/12/64.pdf
DOI 10.20396/conex.v17i0.8653471 Artigo de Revisão Particularidades dos diferentes tecidos
adiposos: implicações metabólicas na obesidade

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