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OBESIDADE INFANTIL:

A IMPORTÂNCIA DA ALIMENTAÇÃO

Beatriz Ferreira Cavalheiro, nº 1708131


Clara Denise Barbosa Freitas, nº 1708020
Estudante(s)
Sara Beatriz Costa Silva, nº 1706765
Sara Leonor Vilaça Neto Parracho, nº1708017
Curso Curso de Enfermagem
Unidade curricular Enfermagem em Saúde Pública
Ano letivo 2022 / 2023
Professor Carlos Martins
Docente(s) Professor Ezequiel Carrondo
Professora Inês Fonseca
Data Guarda, 19 de maio de 2023
Obesidade infantil: a importância da alimentação

LISTA DE ABREVIATURAS

cit. Citado

ed. Edição

et al. Et alli, e outros

Kg Quilogramas

Kg/m2 Quilograma por metro quadrado

m2 Metros ao quadrado

Nº ou nº Número

p., pp. Página, páginas

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Obesidade infantil: a importância da alimentação

LISTA DE SIGLAS

ADN Ácido Desoxirribonucleico

APS Atenção Primária à Saúde

DCNT Doenças Crónicas Não Transmissíveis

DGS Direção Geral de Saúde

HAS Hipertensão Arterial Sistémica

IAN-AF Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física

IMC Índice de Massa Corporal

INSA Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge

INSEF Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico

OMS Organização Mundial da Saúde

PA Perímetro Abdominal

SNS Sistema Nacional de Saúde

UE União Europeia

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Obesidade infantil: a importância da alimentação

ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 1
Indicadores na Europa, em crianças do género masculino, com 7 anos (INSA, 2019)
................................................................................................................................... 11

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Obesidade infantil: a importância da alimentação

ÍNDICE GERAL
Página

INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 1
1. OBESIDADE ................................................................................................................... 3
1.1. OBESIDADE INFANTIL ..................................................................................... 4
1.2. PRINCIPAIS CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS ................................................... 5
1.2.1. Principais causas .............................................................................................................. 5
1.2.2. Consequências ................................................................................................................ 10
1.3. INDICADORES DE OBESIDADE EM PORTUGAL (NA EUROPA) ............ 10
2. ALIMENTAÇÃO INFANTIL E A SUA IMPORTÂNCIA ...................................... 13
2.1. A ALIMENTAÇÃO NAS ESCOLAS E EM CASA .......................................... 14
3. O PAPEL DA ENFERMAGEM .................................................................................. 17
CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 19
BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................................... 21
APÊNDICES ............................................................................................................................ 21

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Obesidade infantil: a importância da alimentação

INTRODUÇÃO

Este trabalho foi realizado no âmbito da unidade curricular de Enfermagem em


Saúde Pública, do segundo semestre do primeiro ano do Curso de Enfermagem do
Instituto Politécnico da Guarda no ano letivo 2022/2023 e tem por base o aprofundamento
do tema “Obesidade Infantil: A Importância da Alimentação.”

A obesidade infantil é um dos maiores desafios para a saúde, estando


correlacionada com diversos fatores, como, hábitos alimentares, ambiente, entre outros
(Brown et al., 2015).

É na infância que os hábitos alimentares se formam, e, por conseguinte, é


necessário o entendimento dos seus fatores determinantes para que seja possível propor
processos educativos efetivos para a mudança do padrão alimentar da criança (Stein &
Ramos, 2000). Uma boa alimentação é aquela que mantém o organismo num estado
saudável (Monteiro & Costa, 2004).

Os enfermeiros têm um papel fundamental na prestação de cuidados de saúde


primários. Através da sua formação e do seu trabalho, prestam cuidados seguros e eficazes
na prevenção, diagnóstico, tratamento, entre outros (Ordem dos Enfermeiros, 2020).

O presente trabalho tem como principais objetivos, conhecer os conceitos de


obesidade e obesidade infantil, conhecer as principais causas e consequências da
obesidade infantil, a importância da alimentação infantil e o papel da enfermagem no
combate à mesma.

Para a elaboração deste trabalho foi necessário utilizar metodologias de


investigação específicas como análise documental e recolha bibliográfica. Recorremos à
consulta e recolha de informação via online através de diversas bases de dados.

No decorrer deste, são definidos vários conceitos, como, a obesidade, a obesidade


infantil, bem como, a alimentação infantil e a sua importância. Abordaremos, ainda, no
mesmo, as principais causas e consequências da obesidade. Por fim, abordamos o papel
da enfermagem no combate à obesidade infantil.

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Obesidade infantil: a importância da alimentação

1. OBESIDADE

De acordo com a Direção Geral da Saúde (DGS) a obesidade é uma doença


crónica multifatorial que está associada a outras doenças, e é caracterizada pelo excesso
de gordura acumulada no organismo, sendo esse resultado de um desequilíbrio entre as
calorias, através dos alimentos, e a quantidade de calorias gastas com o exercício físico
e/ou atividades quotidianas.

Podendo assim dizer-se que a obesidade é um mau balanço energético, ou seja,


são ingeridas calorias a mais do que necessário, levando a um aumento de peso e
posteriormente à obesidade.

Pode-se dizer, ainda, que a obesidade esta relacionada com diferentes parâmetros,
como, a quantidade de gordura que armazenamos, a distribuição da gordura no corpo e a
composição corporal.

De acordo com o Sistema Nacional de Saúde (SNS) o diagnóstico da obesidade é


habitualmente medido e classificado através de dois índices: o cálculo do Índice de Massa
Corporal (IMC), dividindo-se o peso pelo quadrado da estatura (IMC = Peso (Kg) / Altura
(m2)) e o perímetro abdominal (PA), através da edição em centímetros da cintura.

Através do IMC são atribuídas as seguintes classificações:

- Baixo peso: ≤ 18,5 kg/m2

- Peso normal: 18,5 > 24,9 kg/m2

- Excesso de peso: = 25 > 29,9 kg/m2

- Obesidade: >30 kg/m2

- Obesidade classe 1: 30 > 34,9 kg/m2

- Obesidade classe 2: 35 > 39,9 kg/m2

- Obesidade classe 3: > 40 kg/m2 (obesidade grave)

Atualmente a obesidade é um problema crescente tanto em Portugal como no


mundo, e revela um grande impacto noutras doenças crónicas (Huang & Qi, 2015).
Segundo Teixeira et al. (2016) a obesidade é também uma doença crónico-degenerativa
que tem como uma das principais características o acumular exacerbado de tecido adiposo
espalhado por todo corpo. Outra característica relevante é a sua associação a fatores

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Obesidade infantil: a importância da alimentação

metabólicos, fisiológicos e sociais, atribuindo-lhe assim a designação de doença


multifatorial.

Segundo o Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física (IAN-AF), 2016,


a pré-obesidade atinge 34,8% da população portuguesa e a obesidade está presente em
22,3% dos portugueses. De acordo com os dados estatísticos de 2003, cerca de 30% dos
adultos e 15% das crianças (2-19 anos de idade) foram classificados globalmente como
obesos (Huang & Qi, 2015).

Segundo Ribeiro et al., (2016) a obesidade é um fator de risco para diversas


comorbidades, tais como, diabetes mellitus do tipo 2, Hipertensão Arterial Sistémica
(HAS), doenças cardiovasculares, entre outras.

1.1. OBESIDADE INFANTIL

A obesidade infantil é um dos maiores desafios para a saúde, estando


correlacionada com diversos fatores, como, hábitos alimentares, ambiente, fatores
genéticos e os hábitos de exercício físico (Brown et al., 2015).

Em 2025, estima-se que 11% das crianças com idade inferior a cinco anos de todo
o mundo terão sobrepeso, devido principalmente aos seus estilos de vida inadequados
(WHO, 2014).

Como referido acima um dos fatores para que a criança tenha obesidade é a
genética. Uma criança com pais obesos tem mais probabilidade de se tornar obesa, pois
além do Ácido Desoxirribonucleico (ADN), as suas rotinas e hábitos são ensinadas pelos
pais, partindo do princípio que o mesmo acontece com as suas escolhas e hábitos
alimentares (Brown et al., 2015).

A doença tem vários riscos associados seja em adultos ou crianças, como, por
exemplo, a hipertensão, o colesterol elevado, as perturbações do sono, as doenças no
fígado, os diabetes mellitus, entre outras (Huang & Qi, 2015). Para além que uma criança
obesa tem uma probabilidade de 80% em se tornar um adulto obeso.

A obesidade tem atingido crianças de forma muito alarmante, começando assim a


ser considerada uma epidemia a nível mundial, e a sua prevalência a nível infantil e as
suas consequências têm levado a uma maior preocupação da necessidade de prestar a
máxima atenção e cuidados a este problema epidémico (Huang & Qi, 2015).

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Obesidade infantil: a importância da alimentação

1.2. PRINCIPAIS CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS

1.2.1. Principais causas

A obesidade é causada por inúmeros fatores, e pode-se incluir os fatores


biológicos, ambientais, psicossociais, económicos e comportamentais, fatores estes
citados por diversos estudos que apontaram algumas influências para a obesidade infantil.

A obesidade é um dos maiores obstáculos para a saúde, devido às consequências


negativas que o excesso de peso pode causar à saúde humana. Há diversos fatores que
levam ao desenvolvimento da obesidade em crianças como a alimentação inadequada,
inatividade física, equipamentos eletrónicos, fatores socioeconómicos, influência
familiar, causas pré-natais e fatores emocionais. Além da família, os profissionais de
saúde e a educação têm um papel fundamental no sentido de evitar o sobrepeso e
obesidade das crianças (Botelho et al., 2019), pois o acompanhamento nutricional é
essencial para a criação de hábitos saudáveis na vida adulta.

O crescimento demográfico e os hábitos da vida moderna estão comumente


interligados à qualidade de saúde populacional, proporcionando uma transição
nutricional, principalmente no meio infantil. Então, os danos resultados desse novo estilo
de vida têm refletido negativamente na saúde das crianças, onde a inatividade física e o
consumo de alimentos impróprios têm sido relatados, como uma das principais causas de
obesidade infantil (Posso et al., 2014).

- Equipamentos eletrónicos:

Na atualidade, a população infantil encontra-se cada vez menos ativa, devido ao


fácil acesso às tecnologias como os telemóveis, computadores, tabletes, entre outros, no
qual permanecem por longos períodos conectados a estes (Mariz et al., 2015). O uso
destes equipamentos e o facto de as crianças não só passarem longos períodos sentados à
frente dos mesmo como levar, por vezes, à falta de sono. O hábito da utilização das
tecnologias acima do tempo recomendado, pode elevar à inatividade física e à motivação
do consumo de alimentos inadequados, impulsionada, muitas vezes, pelos meios de
comunicação. Tendo em conta Bruce et al., (2016), os anúncios alimentares levam com
que às crianças gostem mais dos alimentos, independentemente do seu valor nutricional
ou benefício. Outra questão que se coloca é o consumo destes alimentos em posse destes
equipamentos, proporcionando às crianças uma alimentação inconsciente, pois a

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Obesidade infantil: a importância da alimentação

concentração está direcionada para os equipamentos e não para o alimento (Godinho et


al., 2019).

Segundo Gonçalves (2015), técnicas como o neuromarketing, área da ciência que


tenta compreender os fatores que influenciam o consumidor na decisão de compra, acaba
por influenciar as escolhas alimentares das pessoas, inclusivamente das crianças, pois as
mesmas ficam vulneráveis às propagandas, tendo em conta que o público infantil é
bombardeado com publicidade por toda a parte, na escola, na rua, etc.

- Inatividade física e sedentarismo:

A nutrição e a prática de atividades físicas representam um dos mais importantes


fatores de influência no desenvolvimento das crianças (Paz et al., 2017). A inatividade
física relaciona-se com grande parte da população infantil com excesso de peso. De
acordo com Oliveira e Costa (2016), consciencializar as crianças sobre os benefícios de
um estilo de vida equilibrado e mais saudável é em grande parte função dos responsáveis
legais. O ambiente escolar deve proporcionar à criança a prática de atividades físicas
regulares, orientação acerca de hábitos alimentares apropriados, importância e
necessidade de horas de sono e hidratação adequada. A implementação da atividade física
é importante para que a instituição de ensino desenvolva ações diversificadas,
incentivando a escolha de alimentos essenciais e saudáveis para a criança, considerando,
também, o seu valor nutricional.

A vida sedentária é caracterizada pela falta de horários fixos para as refeições,


excesso de comida, número de refeições diárias, dieta calórica com demasiados produtos
industrializados e tempo passado em frente aos aparelhos eletrónicos. É importante
avaliar o quanto estes conjuntos de elementos influenciam a rotina das crianças, ou seja,
é necessário incluir nestes hábitos e estratégias de superação para ser possível prevenir a
obesidade (Ferreira & França et al., 2021).

Segundo Dias et al., (2017), movimentar o corpo atua de maneira positiva a fim
de evitar comorbidades relacionadas à obesidade, como problemas respiratórios e
problemas cardiovasculares, tendo em vista, por exemplo, que movimentos corporais
contínuos atuam no ganho e manutenção de massa muscular, bem como na melhoria
cardiorrespiratória, pois ajudam no fortalecimento do coração e também dos pulmões.
Além disto, os movimentos aeróbicos atuam diretamente na perda de gordura corporal.

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Obesidade infantil: a importância da alimentação

Segundo Manfre et al., (2016), a atividade corporal é essencial ao combate da


obesidade contribuindo no processo do equilíbrio energético e na redução dos riscos de
doenças associadas a esta condição.

Com isto, conclui-se que os benefícios psicológicos para as crianças com


obesidade com as práticas corporais dizem respeito à melhoria de sensação de bem-estar,
humor, autoestima e contribui, também, para a redução da ansiedade, tensão, depressão,
tendo em conta a melhoria do processo de interação social e a qualidade de vida (Santos
et al., 2016).

- Fatores socioeconómicos e disfunção familiar:

Ter e crescer num meio onde há um baixo nível socioeconómico é, sem dúvida,
um dos fatores de risco mais fortes para o desenvolvimento da obesidade e muitos outros
problemas adversos para a saúde, incluído diabetes, cancro e problemas de saúde mental.
Em muitos países desenvolvidos, as taxas de obesidade infantil estabilizaram ou até
diminuíram em grupos com estatuto socioeconómico alto, enquanto os grupos de estatuto
socioeconómico mais baixo viram um aumento constante da obesidade (Hemmingsson,
2018).

Existem várias consequências principais deste baixo estatuto socioeconómico que


são de particular relevância para a obesidade: saúde mental, baixa autoestima, sentir-se
impotente, insegurança, stresse, sistemas de crenças negativas e emoções negativas. Outra
característica desta condição é a situação da dificuldade financeira, tornando as escolhas
e estilos de vida saudáveis menos acessíveis levando à escolha de um estilo de vida pouco
saudável, como consumir alimentos não saudáveis e geralmente ricos em calorias,
inatividade física e menos oportunidades de crescimento saudável e desenvolvimento,
como a educação. Outro resultado do baixo estatuto socioeconómico é a falta de ensino
superior e pensamento crítico, que promove a vulnerabilidade ao marketing de junk food
(comida de plástico) (Hemmingsson, 2018).

A disfunção familiar também tem um grande impacto ao nível da má alimentação


e obesidade, pois começar uma família é um evento importante que muda drasticamente
a vida, aumentando com as responsabilidades, não só financeiramente, mas, também, no
principal papel de desenvolvimento social, mental e emocional das crianças. Famílias
onde os pais têm um nível socioeconómico baixo são caracterizados não só pela carência
financeira, mas muitas vezes pela falta de coesão, baixa consciencialização, negligência,

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Obesidade infantil: a importância da alimentação

discórdia no relacionamento, entre outros, mas principalmente na priorização de estilos


de vida saudáveis, dando resultado assim a uma vida dura e insegura para as crianças
(Hemmingsson, 2018).

- Alimentação inadequada:

A ingestão de energia varia consoante a idade, sexo, atividade física e


metabolismo, porém, muitas vezes, as pessoas excedem essa ingestão levando, assim, à
obesidade.

Reconhece-se que o aumento de peso é parcialmente causado por ingestão elevada


de energia, que muitas vezes inclui uma quantidade desproporcionada de hidratos de
carbono refinados e/ou alimentos processados (aumentando a libertação de insulina e o
armazenamento de gordura), e diminuição da atividade física (Cesare et al., 2019). O
excesso de peso pode coexistir ainda com outras formas de má nutrição, incluindo
carência de micronutrientes e défice de estatura para a idade (Cardoso et al., 2019). Além
de apresentarem pior qualidade de vida quando comparados com crianças saudáveis da
mesma idade.

Uma série de snacks salgados, doces e sobremesas altamente processados e


embalados, vulgarmente designados por junk food, têm sido associados à obesidade e a
outros efeitos adversos para a saúde. Um dos principais alimentos de junk food consumido
pelas crianças são os produtos de padaria como os doces, salgados, outras sobremesas,
bolachas e barras energéticas.

Um fator com grande responsabilidade na crescente obesidade infantil são


propagandas de alimentos de fast-food. Pode-se atribuir aos meios de comunicação uma
pequena responsabilidade de ocorrência de problemas causados pela má alimentação da
população infantil. Levando às crianças a consumir esses alimentos resultando, assim,
num baixo consumo de alimentos saudáveis (Reis et al., 2011). Além das propagandas
dos alimentos industrializados, é preciso salientar que a alimentação infantil também é
influenciada pelos hábitos alimentares familiares. É nítido que os hábitos alimentares das
crianças estão assentes nos pilares das opções inadequadas dos seus familiares. Neste
sentido, a nutrição precisa ser trabalhada em conjunto com os mesmos, para que todos
adquiram melhores hábitos alimentares (Inge et al., 2013).

O estudo bibliográfico de Silva et al., (2019) cita que é na infância que ocorre a
formação dos hábitos alimentares, afirmando que é nesta fase que as crianças formam

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Obesidade infantil: a importância da alimentação

preferências alimentares que se estenderão para o resto da vida. Os autores investigaram


como os hábitos alimentares dos pais interferem no excesso de peso dos seus filhos e
observaram que os mesmos têm total influência no comportamento alimentar dos filhos
que se espelham nas escolhas alimentar dos pais, que muitas vezes apresentam obesidade
e índice de massa corporal elevada, com isto, conclui-se que os pais são os principais
responsáveis pela escolha alimentar dos seus filhos, podendo contribuir para o excesso
do peso dos mesmos.

Uma abordagem combinada de subsídios para frutas, legumes, frutos secos e


cereais integrais de 15 a 30%, foi considerada a estratégia que produziu a maior redução
das doenças cardiovasculares e das disparidades da mesma (Deal et al., 2020).

Um regime alimentar saudável é muito importante para as crianças, porque a


qualidade do mesmo numa idade precoce influência as preferências alimentares e os
resultados em termos de saúde ao longo da vida (Liu et al., 2021).

- Causas pré-natais:

O aumento de peso é, também, promovido por fatores biológicos e genéticos,


cujas interações conduziram aos atuais níveis de obesidade a nível mundial. O estado de
saúde da mãe durante a gravidez e um ambiente intrauterino obeso são outros fatores que
contribuem para a obesidade nas crianças (Cesare et al., 2019).

Uma mãe que comece a gravidez em sobrepeso, o feto tem um maior risco de
desenvolver obesidade infantil tardia nos seus descendentes. Para o feto em
desenvolvimento no contexto da obesidade materna, a exposição a concentrações
aumentadas de citocinas inflamatórias, hipermetilação do ADN e modificação de histonas
produzem mudanças epigenéticas associadas ao aumento do risco de obesidade tanto na
criança como nas gerações seguintes (Deal et al., 2020).

- Fatores emocionais:

Segundo o artigo de Nunes (2019), que cita no seu estudo de revisão bibliográfica,
que o fator emocional é de grande importância tanto para a causa como para a
consequência da obesidade e foco indispensável no tratamento. A hiper-ativação e hipo-
ativação de regiões cerebrais específicas responsáveis pelo sistema de recompensa e
comportamento inibitório respetivamente, evidenciam a influência dos sentimentos
negativos (insatisfação com a própria imagem) e a presença de deficiência de mecanismos
de regulação das emoções em pacientes obesos com transtorno compulsivo alimentar.

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Obesidade infantil: a importância da alimentação

1.2.2. Consequências

As principais complicações da obesidade são as doenças respiratórias, diabetes


mellitus tipo 2, doenças cardiovasculares, fígado gordo, doença renal, doenças
gastrointestinais, infertilidade, doenças musculoesqueléticas, doenças oncológicas,
alterações psicológicas e neurodegenerativas. Além das condições médicas que envolvem
a obesidade infantil, ela tem sido apresentada como uma das condições mais
estigmatizantes na infância. Crianças com obesidade são frequentemente provocadas e/ou
intimidades pelo seu peso. Enfrentam, também, inúmeras outras dificuldades, incluindo
estereótipos negativos, discriminação e marginalização social (Machado, 2014).

A obesidade na infância traz diversos problemas a nível físico e psicológico. As


crianças em sobrepeso apresentam maior probabilidade de permanecerem obesas até à
idade adulta e desenvolver doenças crónicas não transmissíveis (DCNT). Contudo,
algumas doenças relacionadas à obesidade já estão presentes na infância como a HAS,
dislipidemias, dores articulares, entre outras. Crianças com obesidade sofrem com
consequências a curto, médio e longo prazo (Ginani et al., 2021). A curto prazo, as
crianças com excesso de peso têm maior probabilidade de sofrer com comorbilidades
psicológicas, como depressão, ansiedade, baixa autoestima, uma série de perturbações
emocionais e comportamentais, como, a asma, inflamação sistémica de baixo grau,
complicações hepáticas e problemas músculo-esqueléticos, especialmente nas
extremidades inferiores. A longo prazo, o excesso de peso durante a infância aumenta o
risco de desenvolver doenças cardiovasculares, diabetes, alguns cancros e perturbações
músculo-esqueléticas na idade adulta, podendo levar à incapacidade e morte prematura.

1.3. INDICADORES DE OBESIDADE EM PORTUGAL (NA EUROPA)

A obesidade infantil está a atingir proporções preocupantes em muitos países do


mundo e constitui um desafio urgente para a saúde das crianças, sendo considerado um
dos mais sérios problemas de saúde pública do século XXI. Identificar e analisar a
prevalência de obesidade infantil, em Portugal, permite compreender a necessidade de
implementar programas de prevenção e qual a zona do país onde é necessário priorizar
esta intervenção (Frade et al., 2020).

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Obesidade infantil: a importância da alimentação

Segundo uma pesquisa recente, numa década Portugal passou do segundo país
europeu com maior prevalência de excesso de peso infantil para o décimo quarto, porém,
o sobrepeso continua a afetar uma em cada três crianças.

A prevalência de excesso de peso em Portugal varia entre 20% a 40% e a


obesidade entre 10% a 15%, o que reforça a necessidade urgente de monitorizar e
implementar medidas preventivas. Já a prevalência mundial tem aumentado a um ritmo
preocupante. Em 2016, o número de crianças com menos de 5 anos que tinham excesso
de peso eram cerca de 41 milhões (Frade et al., 2020).

As prevalências de excesso de peso e de obesidade têm por base o cálculo do IMC,


considerando os resultados das medições diretas do peso e da altura obtidos no 1º
Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF 2015).

Dados relativos a 2018-2019 revelam que, na população de crianças e adolescente,


a prevalência de excesso de peso é de 29,6% e a obesidade infantil é de 12%, o que
representa uma prevalência de excesso de peso de 41,6%, incluindo a obesidade.

Foi lançado, em fevereiro de 2014, um Plano de Ação da União Europeia (UE). O


objetivo principal deste plano era contribuir para travar o aumento de excesso de peso e
de obesidade nas crianças e nos jovens até 2020. Este plano é, ainda, composto por 8
áreas de ação, como: a) apoiar um início de vida saudável; b) promover ambientes mais
saudáveis, especialmente nas escolas e nos estabelecimentos de ensino pré-escolar; c)
tonar a opção saudável a opção mais fácil; d) restringir o marketing e a publicidade
dirigido às crianças; e) informar e capacitar as famílias; f) incentivar a atividade física; g)
monitorizar e avaliar e h) aumentar a investigação (Boer et al., 2018).

Contudo, no gráfico seguinte, do Instituto Nacional de Saúde Pública Doutor


Ricardo Jorge (INSA), observa-se os indicadores de obesidade infantil, na Europa:

Gráfico 1 – Indicadores na Europa, em crianças do género masculino, com 7 anos (INSA, 2019)

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Obesidade infantil: a importância da alimentação

2. ALIMENTAÇÃO INFANTIL E A SUA IMPORTÂNCIA

A alimentação é um dos fatores que contribui para o aparecimento de doenças


crónico-degenerativas no ser humano. É na infância que os hábitos alimentares se
formam, e, por conseguinte, é necessário o entendimento dos seus fatores determinantes,
para que seja possível propor processos educativos efetivos para a mudança do padrão
alimentar da criança (Stein & Ramos, 2000). Cabe à família e à escola incentivarem a que
as preferências alimentares dos mais pequenos, sejam as mais saudáveis possíveis, pois
há fatores genéticos e hereditários que interferem nesses mesmos hábitos (Cunha, 2014).

A formação de hábitos alimentares saudáveis é um processo que se inicia desde o


nascimento, com as práticas alimentares introduzidas nos primeiros anos de vida pelos
pais, sendo estes os primeiros responsáveis pela formação dos mesmos (Amaral, 2008,
p.1).

Uma alimentação saudável durante a infância é duplamente benéfica, pois por um


lado facilita o desenvolvimento intelectual e crescimento adequado para a idade, por
outro, previne uma série de patologias relacionadas com uma alimentação incorreta e
desequilibrada, como a anemia, obesidade, entre outras (Rego et al., 2004).

As características do crescimento e desenvolvimento infantil evidenciam a


importância da alimentação nos primeiros cinco anos de vida, requerendo esta cuidados
específicos, nomeadamente em qualidade, quantidade, diversidade e frequência (Pereira
et al., 2012). Estes fatores têm em conta os fatores culturais, económicos e psicossociais
da família, o que por vezes tem um grande impacto nas experiências alimentares da
criança (Stein & Ramos, 2000).

Gerir a alimentação de forma equilibrada, ou seja, fornecer uma alimentação


adequada do ponto de vista nutricional, num ambiente positivo, gerindo a energia que a
criança consome com o desgaste energético, torna-se importante, de modo a evitar
alterações nutricionais, dificuldades na autorregulação do apetite e futuros problemas de
comportamentos alimentares (Plinner & Loewen, 1997; Birch et al., 2001; Faith et al.,
2004; Black & Hurley, 2007).

Uma boa alimentação é aquela que mantém o organismo num estado saudável, ou
seja, com ossos fortes, peso e altura de acordo com a estrutura do individuo, boa

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Obesidade infantil: a importância da alimentação

disposição, forte sistema imunitário, para tal é necessária uma dieta equilibrada que
contenha diversos nutrientes com diversas funções (Monteiro & Costa, 2004).

2.1. A ALIMENTAÇÃO NAS ESCOLAS E EM CASA

A obesidade é, atualmente, considerada um importante problema de saúde


pública, atingindo níveis epidemiológicos nos países desenvolvidos e nos países em
desenvolvimento (Alarcon et al., 2022).

Num estudo realizado numa cidade de São Paulo, Brasil, com pais ou
responsáveis, de crianças e adolescentes portadores de obesidade, que frequentam um
Centro de Atendimento de Obesidade Infantil, observou-se que, a procura por tratamento
só se depreende nos casos extremos. A maioria das crianças que frequentam este local,
encontram-se na faixa etária entre os cinco e os dez anos, estas apresentam obesidade
grave (Alarcon et al., 2022). Num estudo multicêntrico foi demonstrado que, os pais têm
uma perspetiva equivocada sobre a obesidade. Foram avaliadas 2720 crianças e as suas
mães, onde foi encontrado que 89% das crianças apresentavam sobrepeso, e que 52% das
crianças com obesidade foram classificadas com peso normal pelas mães (Alarcon et al.,
2022).

É importante que os pais e direções escolares tenham consciencialização para criar


hábitos de ingerir comidas saudáveis nas crianças (Ramos et al., 2017). A
responsabilidade pela alimentação e estilos de vida de uma criança está diretamente
relacionada com os adultos, sejam eles, familiares, cuidadores ou professores (Piasetzki
et al., 2020).

Em revisão de literatura sobre obesidade, família e transgeracionalidade, retrata-


se que fatores genéticos, como, IMC dos pais e fatores ambientais, como, hábitos de vida,
ambiente familiar e as escolhas compartilhadas dos alimentos estão fortemente associadas
à obesidade da criança ou adolescente (Alarcon et al., 2022).

Segundo Bourdieu, habitus, é definido por perceções, pensamentos, práticas e


ações internalizados. Afirma, ainda que, forma-se, geralmente na família, na primeira
socialização. Este, está, diretamente associado ao pertencer a uma classe social (Piasetzki
et al., 2020).

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Obesidade infantil: a importância da alimentação

Os nossos gostos alimentares, o cheiro que nos traz água na boca, temperos
preferidos, refere-se aos hábitos que adquirimos quando ainda crianças (Piasetzki et al.,
2020). Os pais precisam de se envolver na vida ativa da criança, pois, é um dos fatores
para que não haja ganho de peso, também é importante, estimular a prática de exercício
físico e uma mudança nutricional (Ramos et al., 2017).

Porém, a falta de tempo dos pais para preparar lanches adequados para os seus
filhos também é um fator determinante, e, optam por produtos industrializados, que
dispensam preparação (Ramos et al., 2017).

Quando a criança entra para a escola, parte da responsabilidade passa a ser da


comunidade escolar, visto que a criança, começa a conviver mais socialmente e as ofertas
alimentares aumentam (Piasetzki et al., 2020). Para haver melhores resultados na redução
da obesidade infantil, as atividades educativas nas escolas e os serviços de saúde, serão
um fator de grande importância, como também as estratégias de absorção da informação
(Santos et al., 2014).

Salienta-se ainda, que ter conhecimento não significa praticá-lo. Então, mesmo
que as crianças aprendam o que é uma alimentação saudável e que os cuidadores tenham
conhecimento do mesmo, não significa que o coloquem em prática (Piasetzki et al., 2020).

Nunca é tarde para mudar, no entanto o ideal é começar a comer de forma saudável
desde cedo (Piasetzki et al., 2020).

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Obesidade infantil: a importância da alimentação

3. O PAPEL DA ENFERMAGEM

Os enfermeiros têm um papel fundamental na prestação de cuidados de saúde


primários. Através da sua formação e do seu trabalho, prestam cuidados seguros e eficazes
na prevenção, diagnóstico, tratamento, gestão e reabilitação de doenças inclusive da
obesidade (Ordem dos Enfermeiros, 2020). Uma vez que vêm regularmente os mesmos
doentes e famílias, muitos deles desde o seu nascimento, conseguem aconselhar e
fornecer orientações antecipadamente para alertar sobre as más escolhas, ajudar a
identificar e a modificar os hábitos que podem influenciar a boa nutrição, alimentação e
incentivar à atividade física das famílias (Moraes et al., 2014). As intervenções
nutricionais em tempo hábil, sobretudo na Atenção Primária à Saúde (APS), como os
programas de monitoramento e promoção do crescimento, possibilita às crianças
desenvolver-se de forma saudável e no seu tempo adequado (Pedraza, 2022). Com o
acompanhamento ao longo do crescimento das crianças têm maior probabilidade de
detetar problemas de peso e observar tendências, tais como um aumento rápido do IMC
e conseguem ainda atuar antes das crianças terem sobrepeso (Moraes et al., 2014).

A consulta de enfermagem à criança tem como objetivo prestar uma assistência


sistematizada, de forma global e individualizada, identificando os problemas de saúde-
doença, executando e avaliando os cuidados prestados. A consulta de puericultura é um
recurso fundamental, com foco na promoção e recuperação da saúde e do bem-estar da
criança, possui ainda como propósito o bom crescimento da criança, quanto um
desenvolvimento favorável em relação ao físico, emocional e social de modo a reduzir a
morbimortalidade infantil (Souza Lima et al., 2023). Para tal, é necessário a colaboração
da equipa multidisciplinar, de forma intercalada ou conjunta, para que haja maior oferta
e melhor prestação destes cuidados, seja pela consulta de enfermagem, como pela
consulta médica ou grupos educativos (Campos et al., 2011).

A negligência da vigilância alimentar, nutricional e das consultas de rotina


prejudicam o planeamento de ações de prevenção e acarretam graves consequências
relacionadas à má alimentação e nutrição, à realização de ações educativas e
aconselhamento nas consultas individuais ou em grupos são importantes, pois trazem
benefícios na alimentação da criança (Pedraza, 2022). E com a prevalência da obesidade
em todo mundo o enfermeiro deve informar a família e as crianças sobre as consequências
do sedentarismo e da obesidade, e ainda alertar para o que essas consequências poderão
trazer no futuro da criança (Santos et al., 2014). Os enfermeiros devem atuar na prevenção

17
Obesidade infantil: a importância da alimentação

da obesidade junto da família e da escola, pois os professores têm um papel importante


como educador, promovendo a educação para os bons hábitos alertar os pais sobre os
perigos que a obesidade pode causar (Santos et al., 2014). O estabelecimento de uma boa
relação entre a família e o enfermeiro é um ponto crucial, pois faz com que haja uma
maior efetividade, e a partir dessa interação, ocorrem melhores orientações acerca da
importância da alimentação e uma melhor indicação e da implementação de bons estilos
de nutrição desde o nascimento da criança até à sua idade adulta. Por conseguinte, o
diálogo entre a família da criança e o enfermeiro é primordial para que haja resolubilidade
dos problemas. Devendo este ser visto como uma dimensão central do cuidado, bem
como, uma intervenção responsável por promover a saúde da criança.

A família deve sentir-se à vontade para expor as suas dúvidas, questões e opiniões,
como o enfermeiro deve ser capaz de escutar, esclarecer dúvidas e fornecer informação à
família e à criança e ainda ter como foco o apoio, o conforto, a sensibilidade, a valorização
e compreensão do outro. a comunicação deve ser composta de ações e atividades voltadas
ao utente e com ele compartilhadas (Souza Lima et al., 2023).

Para a promoção de uma assistência integral e holística para as crianças e as suas


famílias, percebe-se ainda que o enfermeiro é um dos maiores apoios da equipa, e
desempenha o cuidado de enfermagem a partir da recetividade, atenção, formação de
vínculo e atendimento integral (Souza Lima et al., 2023).

18
Obesidade infantil: a importância da alimentação

CONCLUSÃO

Este trabalho permitiu-nos, enquanto grupo, aprofundar o tema sobre a obesidade


infantil, compreender as suas principais causas e consequências, comparar
estatisticamente a prevalência de obesidade infantil no mundo e em Portugal, a
importância da alimentação infantil de um modo geral, em casa e na escola e o papel do
enfermeiro nesta doença.

Sendo considerado um dos mais sérios problemas de saúde pública do século XXI,
a obesidade infantil está a atingir proporções preocupantes, em muitos países do mundo.
(Frade et al., 2020).

O enfermeiro deve informar a família e as crianças sobre as consequências da


obesidade (Santos et al., 2014). Os hábitos começam na primeira socialização do
indivíduo, comumente na família (Bourdieu, 2017; cit. por Piasetzki et al., 2020).

Tendo em consideração o estudo realizado pelo grupo, permite-nos fazer uma


reflexão critica, na medida em que, este é um problema de saúde pública grave e que as
pessoas não estão consciencializadas o suficiente. É importante implementar medidas de
prevenção desta doença desde cedo, pois, gera muitas comorbidades. Gerar hábitos de
vida saudáveis é fundamental para prevenção desta doença. Enquanto futuros
enfermeiros/as, é importante estarmos sensibilizados para este problema, para podermos
realizar ensinos desde cedo e de forma que as pessoas retenham as informações
transmitidas e que, acima de tudo, as apliquem no seu cotidiano.

Os nossos objetivos foram cumpridos, pois, conseguimos aprofundar o tema da


obesidade, através de pesquisas e comparações estatísticas. A nossa maior dificuldade,
passou pela pesquisa de informações fiáveis para dar início à elaboração do trabalho.

Este trabalho permitiu-nos considerar que, toda a informação disponibilizada,


todos os ensinos, tanto a nível escolar como clínico, não estão a ser eficazes para alguns.
Possíveis temas de interesse, seriam, estudar as dificuldades que estas pessoas
apresentam, apesar de toda a informação atualmente disponível, para não aderirem a
hábitos de vida saudáveis, ressaltando a alimentação saudável, sendo que o excesso de
peso, incluindo a obesidade, leva a comorbidades e limitações.

19
Obesidade infantil: a importância da alimentação

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23
APÊNDICES
Obesidade infantil: a importância da alimentação

Apêndice A - Plano de Sessão


Tema: Obesidade Infantil: A Importância da Alimentação
Local Escola Superior de Saúde da Guarda
Hora 16 H
Data 26/05/2023 Público-alvo
Alunos do 1º ano da
Turma B, TP 15 e TP 16
do 2º Semestre do Curso
de Enfermagem,
30 minutos
Duração pertencentes à unidade
curricular de
Enfermagem em Saúde
Pública e respetivas
Docentes.
Beatriz Cavalheiro; Clara Freitas; Sara Neto;
Formadores
Sara Silva.
• Conhecer os conceitos de obesidade e
obesidade infantil;
• Conhecer as principais causas e consequências
da obesidade infantil;
Objetivos
• Conhecer a importância da alimentação
infantil;
Plano de Sessão • Conhecer o papel da enfermagem no combate
à obesidade infantil.

Obesidade;

Obesidade infantil;

Principais causas e consequências;
Conteúdos •
Indicadores de obesidade em Portugal (na
Programáticos Europa);
• Alimentação infantil e a sua importância;
• Alimentação nas escolas e em casa;
• Papel da enfermagem.
Exposição – Oral, clara e precisa
Métodos sobre o tema “Obesidade infantil:
a importância da alimentação”.
• Computador;
Estratégias • Vídeo;
• Projetor;
Recursos • Tela/Quadro interativo;
• Sala de aula;
• Colunas.

Avaliação Formativa

i
Obesidade infantil: a importância da alimentação

Apêndice B - Apresentação

i
Obesidade infantil: a importância da alimentação

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Obesidade infantil: a importância da alimentação

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Obesidade infantil: a importância da alimentação

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Obesidade infantil: a importância da alimentação

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