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BÁRBARA DE PAULA
Santos
2021
BÁRBARA DE PAULA
Santos
2021
RESUMO
1. Referencial teórico 6
1.1. Panorama e etiologia da obesidade 6
1.2. Padrão alimentar da população brasileira 6
1.3. O ambiente obesogênico como fator determinante da obesidade 6
1.4. Medidas de prevenção e controle da obesidade no Brasil 7
1.5. Comportamento alimentar 8
1.5.1.Mudança do comportamento alimentar 8
1.6. Modelo transteórico e estágios de mudança de comportamento 9
1.6.1. Estágios de prontidão para mudança 10
2. Materiais e métodos 14
2.1. Delineamento, protocolo e população do estudo 14
2.1.1. Avaliações e exames 14
2.2. Aplicação de questionários 15
2.3. Terapia interdisciplinar 15
2.4. Análise estatística 15
3. Resultados e discussão 16
4. Conclusão 20
5. Referências Bibliográficas 21
1. Referencial teórico
Estágio de
Significado Estratégia de ação
mudança
Não está pronto para mudar, Estabelecer vínculo, envolver e
negação sobre a necessidade de acolher. Evitar confrontos.
mudar. Pode ser Avaliar e estimular a motivação
Pré-contemplação
resistente/defensivo para (intrínseca e extrínseca).
reconhecer ou modificar seus Incentivar maior consciência
comportamentos e minimizar o sobre a decisão de mudar.
problema. Ampliar o foco. Aumentar a
percepção do paciente sobre os
riscos e problemas do
comportamento atual.
Identificar os problemas, começar
a pensar em pequenas metas,
empoderamento, encorajamento.
Reduzir os “contras” da mudança.
Aconselhamento baseado nas
Sabe que precisa fazer mudanças,
vantagens e desvantagens de
Contemplação mas tem sentimentos ambivalentes
mudar e no encorajamento.
sobre como mudar.
Conectar os pacientes com seus
pontos positivos, explorar as
melhores experiências com
mudanças no passado. Encorajar a
pensar na pessoa que quer ser.
Construir e reforçar a autoeficácia
do paciente. Estruturar um plano
para mudança, considerar
adequação, viabilidade e
dificuldades do planejamento,
explorar dificuldades em assumir
Paciente expressa o desejo de novos comportamentos. Oferecer
mudar no período próximo e está ajuda para que a pessoa encontre
Decisão comprometido/decidido e uma estratégia de mudança ou um
confiante com essa mudança objetivo que seja aceitável,
(“cliente ideal”). apropriado e realizável -
proporcionar treino e assistência,
administrar expectativas.
Identificar passos e habilidades
necessárias para mudança
gradual; discutir situações que
podem ser problemáticas
Tem alterações de comportamento Prática do plano de ação e
- de entusiasmo e mudança. compromisso de mudança:
Ação
Requer mais comprometimento do assistir, reforçar, encorajar,
paciente para colocar em ação o trabalhar a solução de problemas.
Provocar uma mudança na área
do problema. Se necessário,
revisar o planejamento.
Consolidar ganhos e aumentar a
autoeficácia. Ter plano de
que planejou (pode ter impulso de enfrentamento para os momentos
voltar a antigos comportamentos). difíceis; estabelecer rede de
suporte e compartilhar suas
mudanças com os outros, planos
de continuidade, suporte e
fortalecimento, criar novos
desafios.
Evitar recaídas e consolidar
ganhos obtidos durante a fase de
ação. Reforçar o novo
comportamento. Esclarecer que
lapsos e recaídas são normais,
reforçar os benefícios e
Mantém as mudanças por tempo
Manutenção conquistas, manter o desafio, não
considerável.
julgar (especialmente na recaída -
identificar o que o fez retomar os
comportamentos de risco). Propor
um plano de seguimento, suporte
e fortalecimento. Explorar
estratégias de superação.
Fonte: DUNKER et al., 2019.
Tabela 2 - Classificação do estado nutricional segundo o Índice de Massa Corporal (IMC) e o risco de
doenças segundo o grau ou classe da obesidade.
III) para dados normalmente distribuídos, verificar as diferenças entre os momentos pré e
pós-intervenção através do teste t-student para amostras pareadas;
IV) para dados que não são normalmente distribuídos, verificar as diferenças entre os
momentos pré e pós-intervenção através do teste de Wilcoxon para amostras pareadas;
3. Resultados e discussão
Diante dos elevados índices de sobrepeso e obesidade em nossa população e dos
diversos impactos negativos na saúde e qualidade de vida, verifica-se a importância do seu
tratamento e, principalmente, prevenção e controle (WHO, 2000). Neste contexto, este
estudo analisou o comportamento alimentar e a utilização do modelo transteórico como
ferramenta avaliativa dos estágios de mudança dos voluntários, bem como para melhor
entender e direcionar de maneira mais assertiva as intervenções voltadas para a mudança
do comportamento.
A maior parte da amostra é composta por mulheres (92%) e a média de idade foi de
41 anos. As características demográficas, socioeconômicas, comportamentais e
antropométricas dos participantes estão ilustradas na Tabela 3.
Tabela 3 - Características demográficas, socioeconômicas, comportamentais e antropométricas dos
participantes (N=24).
Características N %
Participantes 24 100
Demográficas
Idade (anos)
30-39 9 38
40-50 15 62
Socioeconômicas
Escolaridade
Médio 11 46
Superior 13 54
Trabalho
Não 5 21
Sim 19 79
Comportamentais
Atividade física
Não 14 58
Sim 10 42
Antropométricas
IMC (kg/m²)
25-29,9 1 4
30-34,9 11 46
35-39,9 10 42
> 40 2 8
4. Conclusão
Tendo em vista a prevalência mundial da obesidade e as inúmeras pesquisas
existentes que buscam entender e tratá-la efetivamente, as terapias interdisciplinares têm
sido estudadas como estratégias mais eficazes para tal.
O presente estudo verificou a aplicação do Modelo Transteórico em intervenções
interdisciplinares como uma estratégia eficaz para auxiliar na mudança do comportamento
alimentar de adultos com sobrepeso e obesidade. Os resultados apresentados foram
satisfatórios, uma vez que a terapia multidisciplinar alterou positivamente a composição
corporal dos participantes, os estágios de mudança de comportamento, bem como o
comportamento alimentar. Por conseguinte, sugere-se que a utilização deste modelo como
ferramenta para a mudança do comportamento alimentar pode ser eficaz no tratamento da
obesidade, bem como a adesão a este, visto que está pautado na motivação e intervenção
direcionada à cada estágio de prontidão para a mudança.
5. Referências Bibliográficas
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288–298 (2019). https://doi.org/10.1038/s41574-019-0176-8
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