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REVISÃO DE LITERATURA
BARIÁTRICA
OB
ESIDADE
A obesidade tem sido foco de muitos estudos nos últimos anos, pois tem
se tornado uma epidemia mundial, segundo a OMS, Organização Mundial da
Saúde, com dados alarmantes, podendo ser influenciada por fatores biológicos,
psicológicos, ambientais e outros, sendo assim, um fator de risco para uma
série de doenças, não só físicas, como diabetes, hipertensão, entre outras,
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mas também, psicológicas, como depressão, ansiedade, compulsão alimentar,
etc.
TRANSTORNO ALIMENTAR
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e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10)3 são os sistemas
classificatórios atuais que definem a bulimia nervosa (BN) e o
transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP)”.
PRÉ REQUISITOS
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A obesidade não está relacionada apenas com sintomas físicos, ela está
associada, também, a muitos sintomas psicológicos.
A imagem corporal é algo que o próprio indivíduo constrói a seu respeito,
em termos de sentimentos, atitudes e comportamentos com seu corpo. A
obesidade não está relacionada apenas com sintomas físicos, ela está
associada, também, a sintomas psicológicos, em muitos casos, não são todos
os pacientes que se sentem satisfeitos com o corpo após o procedimento,
muitos tem uma grande insatisfação, sendo ela pela mudança rápida, excesso
de pele, entre outros, causando um efeito negativo nas emoções, sem contar o
sofrimento psicológico, desencadeando uma depressão, pensamento
obsessivo compulsivo pela busca de uma imagem ideal irrealista.
Essa alteração nas emoções, podem vir a prejudicar o processo pós
operatório do paciente, levando o a não adesão do tratamento, onde inclui um
cuidado com alimentação, rotina de atividade física, acompanhamento
psicológico, etc. (Pineda-Garcia at. al, 2022).
A motivação tem um papel muito positivo no tratamento, faz com que o
indivíduo se sinta bem, aquela sensação de bem-estar, e se sentir bem,
acrescenta de várias formas, sendo ela em forma de auto cuidado, dedicação
consigo mesmo, e assim, proporcionando uma adesão positiva ao tratamento.
H
ISTÓRICO DA OBESIDADE
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2006). O início das cirurgias bariátricas, datam 1953, atribuídos ao cirurgião
sueco Viktor Henrikson.
Em 2013, foram propostas linhas de cuidado para obesidade, oferecidas
pelo Ministério da Saúde, onde o objetivo era buscar organizar de um modo
geral, a atenção e os serviços oferecidos nas Redes de Atenção à Saúde
(RAS) do Sistema de Saúde, trazendo as melhores evidências clínicas
científicas e terapêuticas disponíveis. (Reis, 2022).
TERAPIA E OBESIDADE
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Dessa forma, o trabalho do psicólogo é poder investigar mais sobre o
paciente, possíveis contra indicações como vícios, presença de algum
transtorno psiquiátrico grave, moderado ou descontrolado, sendo que, não é
adequado a realização da mesma se algum desses e outros fatores forem
apresentados.
Ajudar o paciente a identificar os desafios que podem virem a surgir no
pós-cirúrgico é outro fator bem importante, junto com isso, criar estratégias
comportamentais a longo prazo. O tempo de acompanhamento é de pelo
menos um ano, mas isso vai depender da particularidade de cada paciente,
segundo o senso de psicologia bariátrica. (Rios, et. al, 2010).
A terapia-cognitivo-comportamental é uma técnica muito eficaz no
tratamento de pacientes bariátricos e pré bariátricos, onde comportamentos
alimentares são regidos por estímulos internos e externos associados a
ingestão de determinados tipos de alimentos.
Algumas técnicas, como a controle de estímulos, que consiste em
modificar os estímulos que desencadeiam a alimentação posteriormente, saber
como modifica-los, modificando de forma geral, o ambiente do paciente, uma
pessoa sedentária, limitar o uso do automóvel, por exemplo. (Van Dorsten,
2008).
Ajudar o paciente na resolução de problemas, ensinando a identifica
barreiras nas mudanças de seu novo estilo de vida, e criando estratégia para
elas, técnicas de relaxamento servem para ajudar a diminuir a tensão e
ansiedade.
Pacientes com obesidade tendem a apresentar crenças disfuncionais
relacionadas a imagem corporal, bem como crenças mau- adaptativas
referente a sua alimentação. Na maioria das vezes, os pacientes que buscam
realizar a cirurgia bariátrica, apresentam pensamentos negativos relacionados
a sua capacidade de conseguir algo, como manter a dieta, por exemplo, esses
tipos de pensamentos devem ser modificados, para que seja possível, um
sucesso no procedimento. (Werrij et. al, 2009).
O trabalho do psicólogo é fundamental e se faz presente em diferentes
momentos da vida de seus pacientes, desde a prevenção, diagnóstico de uma
determinada doença mental, buscando intervir da melhor forma e com melhor
tratamento.
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Estudos mostram o aumento no número de pessoas obesas e com elas,
o número de cirurgias bariátricas sendo realizadas, junto com uma equipe
multidisciplinar, e atuação ativa do psicólogo para um melhor prognóstico da
cirurgia. (Murguia, 2013).
MÉTODO
CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
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CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
RESULTADOS
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ATUAIS Unidos. recursos para todos os
utilizados, e candidatos à
verificar a cirurgia
importância bariátrica.
dessa prática. Conclui se que
há consenso
sobre os
principais
fatores
psicológicos a
serem
investigados
durante a
avaliação pré-
operatória, e
sobre a maior
parte das
contraindicaçõ
es para o
procedimento
cirúrgico.
O papel do Mariana Buscou mostrar a Revisão de Declarada
psicólogo na Alejandra importância da literatura. pela OMS, a
cirurgia Sierra equipe obesidade foi
bariátrica Murguia. multidisciplinar no declarada
Equipe 2013 processo como como uma
interdisciplinar um todo, e o epidemia,
quão crescente é sendo ela, um
a busca pela fator de risco
cirurgia bariátrica. para muitas
doenças.
Conclui se,
que, a cirurgia
bariátrica vem
sendo o
tratamento de
melhor
eficácia,
quando se
trata de
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obesidade,
junto com um
amplo
acompanhame
nto
psicológico.
Características Ronis Sujeitos que Tem como Relato de Grande
psicológicas de Magdaleno foram objetivo principal pesquisa número de
pacientes Jr., Elinton submetidos a situar os empírica. pacientes,
submetidos a Adami cirurgia pacientes na sua apresentam
cirurgia Chaim, bariátrica no nova condição de complicações
bariátrica Egberto Serviço de vida e, com isso, psicológicas e
Ribeiro Cirurgia melhorar a psiquiátricas
Turato. Bariátrica do adesão ao no pós-
2008. Hospital das tratamento e operatório.
Clínicas da instrumentalizá- Conclui se
Universidade los para manter a que,
Estadual de perda de peso. estabelecer
Campinas Identificando categorias
(UNICAMP), estruturas de psicológicas
Cam pinas personalidade classifi
(SP). que possam catórias pode
orientar no ser crucial
acompanhamento para que se
pós operatório. proponham
condutas no
pós-
operatório.
Características Erika A população Objetivo: Método: Predominaram
de adultos com Cardoso dos do estudo foi Descrever Estudo de mulheres
obesidade Reis, Sonia de 319 clientela, Coorte (76,3%),
grave em Regina adultos, de atendimento e retrospectivo. negros
tratamento Lambert ambos os fatores (69,5%), com
ambulatorial no Passos, sexos, ≥ 18 associados à média de 44,6
Rio de Janeiro Maria anos, perda de peso anos (DP
e fatores Angélica selecionados em Centros de 11,9),
associados à Borges dos aleatoriamente Referência em tratamento
perda de peso Santos, de um total de Obesidade prévio para
Leticia 1.000 usuários (CRO), na cidade obesidade
Machado dos CRO pelo do Rio de (62,1%),
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Lima e Silva, software Janeiro. história
Raquel de WinPEPI, familiar de
Vasconcellos versão 11.53. obesidade
Carvalhaes (42,6%) e 2 ou
de Oliveira, mais
Anderson comorbidades
Paixão Silva (52%). Os
Camara, resultados do
Juliana tratamento
Zidirich sugerem
Goulart. necessidade
2022 de readequar
práticas
terapêuticas
às indicadas
para
indivíduos com
superobesidad
e, inclusive
maior acesso
à cirurgia
bariátrica
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Modelo de Gisela 102 Medir suas Estudo Foi obtido um
autocuidado e Pineda- participantes. capacidades de transversal modelo
imagem García, autocuidado, correlacional significativo
corporal em Aracely autoeficácia realizado com bons
adultos pós Serrano- geral, sintomas entre agosto indicadores de
cirurgia Medina, psicopatológicos, e dezembro bondade de
bariátrica José Manuel e percepção e de 2020. ajuste,
Cornejo- satisfação com a demonstraram
Bravo, Víctor imagem corporal. ter um efeito
Hugo sobre as
Andrade- capacidades
Soto, Efraín de
Armenta- autocuidado,
Rojas, enquanto os
Daniela sintomas
Lilian psicopatológic
González- os influenciam
Sánchez. a insatisfação
2022 corporal.
Concluindo
assim, níveis
adequados de
autoeficácia e
satisfação
corporal
predizem uma
alta
capacidade de
autocuidado.
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2014. todos
avaliaram a
qualidade de
vida e
satisfação com
a saúde como
boa ou muito
boa. Concluiu
se que, a
qualidade de
vida, saúde,
sentimentos,
satisfação e
capacidade de
realizar coisas
melhoraram
após a cirurgia
bariátrica.
Fonte: Autoria própria, 2023.
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protocolo padrão, para nortear a conduta dos profissionais de saúde mental
que atuam nessa área.
Segundo Murguia (2013), o presente estudo, tem o objetivo de descrever
a atuação do psicólogo em uma equipe interdisciplinar de cirurgia bariátrica.
Onde o estudo mostra que, nem odos pacientes submetidos à cirurgia, se
beneficiam com a mesma, pessoas que não conseguiram modificar seu estilo
de vida, por exemplo, fazem com que o resultado não venha a ser o esperado,
obtendo resultados indesejáveis como recuperação do peso perdido,
desnutrição, depressão e ansiedade. Concluindo assim, com a importância da
pratica interdisciplinar, e o quão fundamental a atuação do psicólogo, uma vez
que a obesidade grave está associada a um aumento da prevalência de
psicopatologia.
Ronis et. al (2008), traz em seu estudo, as características psicológicas
dos pacientes submetidos à cirurgia bariátrica, procurando assim, identificar
estruturas de personalidade que possam orientar o acompanhamento pós
operatório, bem como critérios auxiliares de inclusão/exclusão do procedimento
cirúrgico.
O estudo identifica três categorias estruturais psicológicas: estrutura
melancólica, cujos pacientes parecem ter maior possibilidade de desenvolver
outras condutas aditivas no pós-operatório, sobretudo alimentares, por não
suportarem a frustração pela perda; estrutura desmentalizada, na qual, por
faltar uma capacidade elaborativa, o paciente não consegue reorganizar-se
frente ao desafio de permanecer com peso controlado; e, finalmente, a
estrutura perversa, cujos sujeitos mantêm a programada perda de peso, porém
a custas de comportamentos que levam desconfortos à equipe de saúde.
Conclui-se assim, que, estabelecer categorias psicológicas
classificatórias pode ser crucial para que se proponham condutas no pós-
operatório, inclusive indicação de psicoterapia com especialista, visando
individualizar o atendimento, incrementando sucesso terapêutico específico.
Conforme a pesquisa de Reis et.al. (2022), buscou-se, descrever as
características dos indivíduos, atendimento e fatores associados à perda de
peso, com auxílio do centro de referência de obesidade (CRO), do SUS, onde o
protocolo de tratamento prevê comparecimentos mensais aos CRO, contando
com consultas com vários profissionais, facilitando a adesão do indivíduo.
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Foi possível concluir que, o manejo dispensado à população com
obesidade grave atendida nos CRO, mostrou amplo predomínio de práticas
indicadas a populações com obesidade em menor gravidade, e também, baixa
utilização de medicamentos antiobesidade e o mínimo acesso à cirurgia
bariátrica pelo SUS. Algumas recomendações são interessantes, como,
aumentar a intensidade do cuidado ofertado e corrigir as deficiências na
implementação da linha de cuidado do sobrepeso e obesidade, viabilizando
maior acesso aos outros componentes da rede de atenção à saúde, bem como
à cirurgia bariátrica para os indivíduos que possuem critério clínico e desejo de
realização da mesma, para que todos possam ter um maior acesso a cirurgia
bariátrica.
García et.al (2022), propõe no seu estudo, testar um modelo de auto
cuidado, explicado pela relação autoeficácia, imagem corporal, transtorno
depressivo-compulsivo, e depressão em pessoas com cirurgia bariátrica.
Estudo este, que mediu a capacidade de autocuidado, autoeficácia geral,
sintomas psicopatológicos, a percepção e a satisfação com a imagem corporal.
Os níveis de autoeficácia, apresentam uma grande importância no
contexto, podendo eles, aumentar ou diminuir a motivação, sendo assim,
pacientes com uma maior autoeficácia, tem maior capacidade de autocuidado,
permitem adquirir novos comportamentos quando são identificados
desequilíbrios em seu estilo de vida que não levam a um nível ideal de
autocuidado.
Concluiu-se resultados relevantes na pesquisa realizada, onde o
conhecimento da interação entre sintomas psicopatológicos (TOC e
depressão), IMC e autoeficácia na explicação do autocuidado na população
bariátrica, irá ajudar na orientação do desenvolvimento de intervenções
focadas na promoção da saúde física e mental, através de mudanças positivas
no comportamento do paciente, com o objetivo de melhorar a autopercepção
da IMC, a autoestima e a capacidade de autocuidado.
O estudo de Moraes (2014), buscou-se através desta pesquisa conhecer
e compreender a qualidade de vida dos obesos, antes e depois da cirurgia
bariátrica.
O estudo contou com o preenchimento de um questionário, onde foi
possível identificar que, 25% dos pacientes antes da cirurgia, consideraram a
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qualidade de vida ruim ou muito ruim, mostrando se assim, insatisfeitos,
anteriormente, depois da cirurgia, todos avaliaram a qualidade de vida e
satisfação com a saúde como boa ou muito boa, 62,5% disseram não sentir
mais ou apenas algumas vezes sentimentos negativos, como mau humor,
desespero, ansiedade e depressão após a cirurgia.
Essa pesquisa mostrou quem, os pacientes estavam satisfeitos após a
realização da cirurgia bariátrica, lembrando que, outras pesquisas feitas, já
mostraram se diferentes em resultados.
Concluiu se, nesta pesquisa, que a qualidade de vida, saúde,
sentimentos, satisfação e capacidade de realização, como realizar coisas no
seu cotidiano, melhoraram após a cirurgia bariátrica.
DISCUSSÃO
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os candidatos são aptos a realiza-la. Flores, 2014 afirma que, o psicólogo deve
estar preparado para investigar aspectos emocionais, psiquiátricos e cognitivos
que podem influenciar no resultado da operação. Sendo assim, o psicólogo
saberá ajudar o paciente a passar pelo processo, preocupações com o corpo e
baixa autoestima são fatores de uma busca pelo procedimento cirúrgico. Werrjj
et. al (2021).
A psicoeducação ajudara o paciente a identificar os desafios que podem
vir a surgir durante o processo a no pós-operatório, a TCC, Terapia Cognitivo
Comportamental é muito eficaz no tratamento, técnicas de relaxamento, assim
como técnicas de enfrentamento para saber lidar com a vontade de comida em
momentos de estresse, por exemplo, são trabalhadas, assim como outras que
serão trabalhadas junto com o paciente conforme necessário para uma melhor
adesão ao tratamento. Bauchowitz et. al (2005).
Pode-se compreender com o presente estudo, a importância e a
efetividade da psicoterapia em pacientes bariátricos, mas, levando em conta, o
conhecimento de que, a obesidade está associada a muitos fatores e que
devem ser trabalhados junto com a equipe interdisciplinar, caso contrário,
estudos mostram que, nem todos pacientes sentem se realizados e felizes com
o procedimento, obtendo uma não adesão ao tratamento, desencadeando um
ganho de peso significativo, associado a problemas psicológicos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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clínica aos profissionais que trabalham em equipe com foco em pacientes
bariátricos, tema este, tão relevante e atual os dias de hoje.
REFERÊNCIAS
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Reis EC, Passos SRL, Santos MAB, Silva LML, Oliveira RVC, Camara
APS, et al. Características de adultos com obesidade grave em tratamento
ambulatorial no Rio de Janeiro e fatores associados à perda de peso. Cad
Saúde Colet, 2022;30(2)201-214. https://doi.org/10.1590/1414
462X202230020235
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