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Resumo
A ocorrência da obesidade e sobrepeso, ocasionada na maioria das vezes pelos
maus hábitos alimentares e estilo de vida sedentário, tem sido considerada uma
epidemia mundial. Dentre as formas de tratamento dessa doença, está a prática regular
do Exercício físico, o que comporta o treinamento de força. Nesse sentido, o objetivo do
presente trabalho foi relatar os benefícios do treinamento de força na prevenção e no
tratamento da obesidade e sobrepeso, além de apresentar também relação importante no
tratamento de demais doenças crônicas não transmissíveis, a fim de relativizar a
importância do treinamento de força na atenuação das alterações metabólicas de
indivíduos com síndromes metabólicas. Trata-se de um estudo sistemático de revisão.
Observou-se que há poucos estudos em relação a prescrição do treino de força para
indivíduos obesos e com sobrepeso e com demais doenças crônicas não transmissíveis.
Entretanto são vários os autores que defendem o treinamento com pesos para perda de
gordura corporal e também para tratamento e prevenção de síndromes metabólicas, no
entanto, evidências sugerem que quando praticado de forma bem orientada, contribui de
maneira significativa para o ganho de massa magra, diminuição da frequência cardíaca,
diminuição dos níveis séricos de hemoglobina glicada e diminuição dos lipídeos
plasmáticos. Podendo assim contribuir de forma eficaz para complementar o tratamento
e prevenção da obesidade e de demais síndromes metabólicas correlacionadas.
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1. Graduado em Licenciatura em Educação Física pela Uniube, Pós-graduando em
Fisiologia do Exercício pela Uninter.
Introdução
A obesidade, doença integrante do grupo de Doenças Crônicas Não-
Transmissíveis, é o acúmulo excessivo de gordura corporal em extensão tal, que
acarreta prejuízos à saúde dos indivíduos e vem crescendo de modo intenso no mundo
todo.
A Organização Mundial de Saúde aponta a obesidade como um dos maiores
problemas de saúde pública no mundo. A projeção é que, em 2025, cerca de 2,3 bilhões
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de adultos estejam com sobrepeso; e mais de 700 milhões, obesos. Assim, a obesidade é
considerada, em países desenvolvidos e em desenvolvimento, um importante problema
de saúde pública, e para a OMS, uma epidemia global.
De acordo com diversas pesquisas muitas doenças contemporâneas estão
associadas ao excesso de gordura corporal, como as doenças cardiovasculares, renais,
digestivas, diabetes, problemas hepáticos e ortopédicos. Nahas, 2001; Pollock e
Wilmore, 1993; Paffenbarger et al, 1986; Heyward e Stolarczyk, 2000; Nieman, 1999
afirmam que a incidência dessas doenças é duas vezes maior entre os homens obesos e
quatro vezes maior entre as mulheres obesas, quando comparados à população não
obesa.
Por esse motivo, o aumento no número de indivíduos com sobrepeso e obesos e
sendo esta condição um fator de risco para patologias importantes, é necessário
considerar a prática do exercício físico como relevante e até fundamental para este
grupo. No entanto ainda hoje a maioria das pesquisas privilegiam o exercício aeróbio
como principal meio de atingir o emagrecimento, porém Fleck e Kraemer (2006), citado
por José Nunes da Silva Filho, confirmam que o treinamento de força vem contribuir de
forma significativa para a redução da porcentagem de gordura corporal, já que há uma
elevação do metabolismo devido aumento da massa muscular, contudo há um aumento
no gasto energético consequente da oxidação de calorias.
Nesse sentido, fundamentou-se na revisão narrativa da literatura cientifica sobre
o tema, com pesquisa realizada em artigos, livros e diretrizes nacionais e internacionais,
objetivando buscar informações sobre os efeitos do treinamento de força para
indivíduos com sobrepeso e obesidade com o intuito de auxiliar no emagrecimento e
consequentemente benefícios à saúde.
Obesidade
A obesidade já é uma realidade para 18,9% dos brasileiros. Já o sobrepeso atinge
mais da metade da população (54%). Os dados são da Pesquisa de Vigilância de Fatores
de Risco e Proteção de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) e foram
divulgados hoje pelo Ministério da Saúde.
Entre os jovens, a obesidade aumentou 110% entre 2007 e 2017. Esse índice foi
quase o dobro da média nas demais faixas etárias (60%). O crescimento foi menor nas
faixas de 45 a 54 anos (45%), 55 a 64 anos (26%) e acima de 65 anos (26%).
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Conclusão
Diversas pesquisas vêm mostrando o benefício da utilização do treinamento de
força para a prevenção, mas sobre tudo para o auxílio no tratamento da obesidade, já
que esta tem afetado, a cada dia, mais indivíduos, além de outras doenças crônicas não
transmissíveis correlacionadas.
As adaptações fisiológicas acarretadas pela prática, bem orientada, do
treinamento com pesos por parte dos indivíduos obesos vem sendo cada dia mais bem
evidenciadas pelos estudos, mostrando que estes contribuem para redução do peso e a
manutenção da taxa metabólica de repouso e o aumento do EPOC.
Além do mais, a prática regular de exercícios atua como uma forma de
prevenção para complicações que a obesidade pode acarretar ao indivíduo como o
aparecimento de doenças cardiovasculares, hipertensão e até diabetes mellitus tipo II,
dentre outras.
Todavia se fazem necessárias mais pesquisas que visem conhecer novos dados
acerca dos efeitos que o treinamento de força pode proporcionar em indivíduos obesos
ou com sobrepeso.
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Referências
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obesidade. Rev. Nutr ;17(4):523-533, out.-dez.2004
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Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2018-06/obesidade-
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