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A CONTRIBUIÇÃO DO EXERCÍCIO FÍSICO PARA O EMAGRECIMENTO.

O aumento contínuo de pessoas com excesso de peso, de acordo com a Agência IBGE
Notícias e os dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2019, a proporção da população adulta
com excesso de peso passou de 43,3% para 61,7% representando quase dois terços dos
brasileiros. Em 2019, a obesidade atinge a 29,5% das mulheres e 21,8% dos homens,
enquanto o sobrepeso afetava 62,6% das mulheres e 57,5% dos homens.
O excesso de peso e a obesidade, é considerado quando o índice de massa corporal IMC
da pessoa é maior que 25, esse resultado é obtido através do peso (kg) do indivíduo
dividido pela sua altura ao quadrado (m2). É o resultado do IMC que determina se a pessoa
está com peso normal ou acima do normal que dependendo do resultado poderá ser
classificado como sobrepeso, obesidade e suas classificações em graus, doenças graves
de saúde que tem crescido na sociedade.
Para evitar que a prevalência da obesidade continue crescendo, surge a necessidade de
adotar-se medidas de prevenção podendo ser através do aumento do gasto calórico pelo
exercício físico, seja ele resistido e aeróbico ou pela diminuição na ingestão calórica.
De acordo com a OPAS (2022), a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que até
2025, aproximadamente 167 milhões de pessoas - adultos e crianças - ficarão menos
saudáveis por estar acima do peso ou obesos.
Levando em consideração o aumento progressivo de pessoas que se encontram com
excesso de gordura corporal, ou sobrepeso, sendo estes, fatores de risco para as diversas
doenças, além de prejudicar o desempenho físico, com a limitação dos movimentos, Souza
e Virtuoso, (2005) em seus estudos analisados, demonstraram que o exercício físico é um
mecanismo eficiente que contribui na redução do peso corporal, aliados a outros hábitos
positivos à saúde. Além disso, o autor relata que os exercícios físicos terão a função de
aumentar o gasto energético levando ao desequilíbrio calórico negativo, ou, a manutenção
do metabolismo basal, o que contribui para a perda de peso corporal. E de acordo com
Varela et al (2007), a intensidade do exercício pode influenciar na redução do IMC,
elevando a taxa metabólica pós-exercício mais que a sua duração.
Diante de tais informações, sabemos que a prática regular do exercício físico traz vários
benefícios para o praticante.
Existem prováveis mecanismos através dos quais o exercício pode auxiliar na perda e
manutenção do peso, alguns deles seriam o aumento do gasto diário de energia, a redução
do apetite, o aumento da taxa metabólica de repouso, o aumento da massa muscular, o
aumento do efeito térmico de uma refeição, a elevação do consumo de oxigênio, a
otimização dos índices de mobilização e utilização de gordura, bem como a sensação de
auto satisfação e bem-estar. Além disso os exercícios físicos que favorecem a perda de
peso são os de resistência muscular, combinados com o exercício aeróbio por auxiliar no
aumento da taxa metabólica de repouso, manter e/ou aumentar a massa muscular e
otimizar os índices de mobilização e utilização de gordura durante o emagrecimento
(HAUSER ET AL. 2004).
A participação regular em programa de exercício é uma das mais indicadas formas para
manutenção de perda de peso a longo prazo, além de provocar impacto quanto à demanda
energética.
Segundo Francischi, Pereira e Lancha Júnior (2001), quando se trata de programas com o
objetivo de redução do peso corporal, parece que há um consenso com relação à
prescrição do treinamento aeróbico regular para intensificar a perda de gordura corporal,
porém esse tipo de treinamento não impede a perda de massa magra, o que é minimizada
com treinamento resistido. Já o treinamento com pesos promove alguns benefícios ao ser
incorporado em um programa, possibilita o aumento e manutenção da massa muscular,
promovendo o aumento do metabolismo basal, levando a um maior gasto calórico,
favorecendo o processo de emagrecimento.(FLECK E KRAEMER, 2006).
Grahl et al (2013), afirma que a prática regular de treinamento de força proporciona
melhoras tanto na aptidão física do praticante, bem como a redução dos fatores de risco
relacionados à saúde, como o excesso de gordura corporal, sendo então, uma boa
alternativa para a prevenção, controle e tratamento do sobrepeso e da obesidade.
Atualmente é crescente a recomendação do treinamento concorrente, ou seja, utilização do
treinamento de força juntamente com o aeróbio, como a forma efetiva de associar
resistência aeróbica com o fortalecimento muscular em um único programa de treinamento,
garantindo concomitantemente a perda da gordura corporal bem com a manutenção da
massa magra (FRANCISCHI, PEREIRA E LANCHA JÚNIOR (2001).
Como alternativa para perda de peso, segundo Hauser Et Al. (2004) seria a utilização de
exercícios intermitentes como interrupções a uma alta intensidade. Afirma-se que quando o
exercício intermitente é executado a 70% do volume máximo de oxigênio, esse tem um
maior efeito sobre a composição corporal (perda de peso) que um exercício aeróbico
contínuo executado de 60 a 85% do VO2 máximo. Ainda de acordo com o autor, não é
possível uma grande variação nos exercícios de intensidade moderada, para o típico
sedentário que está acima do peso, ao menos que seja estabelecido o nível básico de
condicionamento físico, pois, quando o nível de condicionamento é baixo, é necessário
reduzir a intensidade, a medida que os níveis de condicionamento físico melhoram é
possível exercitar-se a uma intensidade um pouco mais alta e obter o maior gasto calórico
no total.
Portanto, diante das informações acima, podemos perceber que a efetiva participação em
um programa de treinamento de força e aeróbio podem ser importantes mecanismos para a
perda ou controle do peso corporal. Porém, manter a perda de peso é um dos maiores
desafios do programa de emagrecimento, as pessoas com frequência perdem a motivação
e acabam desistindo do processo.
É necessário trazer para esse tipo de programa projetos com metas alcançáveis em cada
etapa, para que se tenha uma motivação melhor no alcance do emagrecimento pelos
praticantes.

REFERÊNCIAS

Agência IBGE notícias, Pesquisa Nacional de Saúde, Editoria: Estatísticas Sociais |


Umberlândia Cabral | Arte: Jessica Cândido
https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/292
04-um-em-cada-quatro-adultos-do-pais-estava-obeso-em-2019#:~:text=Em%202019%2C%
20a%20obesidade%20atingia,com%2060%20anos%20ou%20mais

Fleck, S.J.; Kraemer, W.J. Fundamentos do Treinamento de Força Muscular: Princípios


Básicos do Treinamento de Força Muscular. Porto Alegre. Editora Artmed. 2006.

Francischi, R.P.; Pereira, L.O.; Lancha Junior, A.H. Exercício, Comportamento Alimentar e
Obesidade: Revisão dos Efeitos sobre a Composição Corporal e Parâmetros Metabólicos.
Rev. Paul. Educ. Fís. São Paulo. Vol. 15. Num. 2. 2001. p. 117-40
Grahl, G.; Noamman, J. T.; Nunes, R. H.; Flores, L. J. F. Efeitos do Treinamento Resistido
na redução do percentual de gordura corporal em adultos: Uma revisão de literatura.
Caderno de Educação Física e Esporte, Marechal Cândido Rondon. Vol. 11. Num. 2.
p.69-77. 2013.

HAUSER, C. et al. Estratégias para o Emagrecimento. Revista Brasileira de


Cineantropometria & Desempenho Humano. Florianópolis. Vol. 6. Num. 1. 2004. p. 73-81.

OPAS, Organização Pan-Americana da Saúde – Organização Mundial da Saúde


Dia Mundial da Obesidade 2022: acelerar ação para acabar com a obesidade, 4 Mar 2022
https://www.paho.org/pt/noticias/4-3-2022-dia-mundial-da-obesidade-2022-acelerar-acao-pa
ra-acabar-com-obesidade

SOUSA, L.M.; VIRTUOSO JR. A efetividade de programas de exercício físico no controle do


peso corporal. Revista Saúde. Com. v. 1, n. 1, p. 71-78, 2005.

VARELA, Aldenir Leite et al. Programa de emagrecimento para mulheres obesas


envolvendo variáveis nutricionais, psicológicas e exercício físico. RBONE-Revista Brasileira
de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, v. 1, n. 6, 2007.

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