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CICLO MENSTRUAL E SUA RELAÇÃO COM A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO

Article in Centro de Pesquisas Avançadas em Qualidade de Vida · January 2020


DOI: 10.36692/v12n3-24r

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5 authors, including:

Lucas Rissetti Delbim Marcelo Studart Hunger

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Anderson Martelli

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ARTIGO DE REVISÃO
CICLO MENSTRUAL E SUA RELAÇÃO COM A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO

Menstrual cycle and its relation to physical exercise practice

ISSN: 2178-7514 Júlia Karine Mathias1, Thainá Cristina Antoniolli1, Lucas Rissetti Delbim2,
Marcelo Studart Hunger3, Anderson Martelli4
Vol. 12| Nº. 3| Ano 2020

RESUMO
Introdução: Atualmente observa-se um aumento de praticantes de exercício físico pelos inúmeros benefícios à
saúde e melhora na qualidade de vida. Porém, há uma intensa discussão entre a prática de exercícios físicos e o
ciclo menstrual (CM), o qual pode interferir na performance física e nos resultados a serem obtidos a partir dessa
prática. Objetivo: Realizar uma revisão bibliográfica versando sobre um delineamento em relação ao ciclo menstrual
(CM) e sua relação com a prática de exercícios físicos. Métodos: A pesquisa foi realizada a partir de uma revisão
da literatura especializada, sendo consultados artigos científicos publicados entre os anos de 2002 até o mais atual
2019 utilizando como descritores isolados ou em combinação: Ciclo menstrual, exercícios físicos, saúde da mulher,
treinamento. Resultados: Os resultados demostraram uma influência negativa de algumas fases do CM na execução do
exercício, estando associado às alterações hormonais. Conclusão: O período pós-menstrual é marcado por alterações
fisiológicas alterando os resultados esperados da prática de exercícios físicos. Assim, a periodização, individualidade e
o planejamento de um treinamento para mulheres devem atentar para um alinhamento com as limitações que podem
ocorrer durante o período menstrual.

Palavras-chave: Ciclo menstrual, Exercícios físicos, Saúde da mulher, Treinamento.

ABSTRACT

Introduction: Currently, an increase in the number of physical exercise practitioners is observed due to the numerous
health benefits and improvement in the quality of life. However, there is an intense discussion between the practice
of physical exercises and the menstrual cycle (CM), which can interfere with physical performance and the results to
be obtained from this practice. Objective: To carry out a bibliographic review dealing with an outline in relation to the
menstrual cycle (CM) and its relationship with the practice of physical exercises. Methods: The research was carried
out from a review of the specialized literature, with scientific articles published between the years 2002 and the most
recent 2019 being consulted using as descriptors alone or in combination: Menstrual cycle, physical exercises, women’s
health, training. Results: The results showed a negative influence of some phases of the CM in the execution of the
exercise, being associated with hormonal changes. Conclusion: The post-menstrual period is marked by physiological
changes, changing the expected results of physical exercise. Thus, the periodization, individuality and the planning
of a training for women must pay attention to an alignment with the limitations that can occur during the menstrual
period.

Keywords: Menstrual cycle, Physical exercises, Women’s health, Training.

1. Discente do curso de Bacharelado em Educação Física da faculdade UNIMOGI, Mogi Guaçu-SP.


2. Mestre em Sustentabilidade e Qualidade de Vida (UNIFAE). Docente UNIMOGI/UNIFAJ.
3. Mestre em Performance Humana pela Universidade Metodista de Piracicaba. Docente do Curso de Educação Física da
UNIMOGI, Mogi Guaçu –SP.
4. Mestre Ciências Biomédicas, Centro Universitário Hermínio Ometto, Araras, SP; Especialização em Laboratório Clínico
Faculdades Ciências Médicas, UNICAMP. Docente na UNIMOGI, Mogi Guaçu-SP.

Autor de correspondência
Anderson Martelli
martellibio@hotmail.com
Ciclo menstrual e sua relação com a prática de exercício físico

INTRODUÇÃO com isso algumas modalidades esportivas vêm se


A população vem se tornando cada vez destacando. Com passar dos anos as academias
mais debilitada para as práticas esportivas e para apresentaram um crescimento expressivo de
o controle de suas rotinas alimentares, devido a práticas destinadas à população feminina.4
carga de compromissos e obrigações cotidianas Sabe-se também, que uma das principais
que sobrecarregam sua saúde mental e condições razões que motivam as mulheres pela procura dos
físicas. No entanto, mesmo diante desses motivos exercícios é a eventual melhora observada nos
concorrentes a procura pela prática de exercício aspectos estéticos, utilizando como uma forma
físico vem crescendo através de orientações de tratamento para questões psicológicas (baixa
clínicas, como forma de contribuir para a melhoria autoestima por exemplo) e, em alguns casos, a
da qualidade de vida de forma genérica1, figurando busca pela prevenção de doenças degenerativas
como intervenção consensual amplamente ou até mesmo por orientação médica. De forma
recomendada pelas autoridades em saúde em complementar, as mulheres vêm demonstrando
função da já extensamente estabelecida relação maior interesse por práticas físicas mais intensas
entre prática de exercícios físicos e aumento e, consequentemente catalizadoras de maiores
substancial da reserva funcional individual. níveis performáticos. O treinamento de força,
Observa-se um aumento progressivo de uma das práticas bastante difundidas entre o
praticantes de exercício físico pelos inúmeros público feminino, gerado por uma sobrecarga
benefícios que apresentam e por promover pontual que exige da musculatura alvo maior
melhora na qualidade de vida.2 De acordo com tesão, promove aumento de massa muscular e
Laurenzano e Loch3 asseguram-se a importante pode auxiliar na redução do percentual de gordura
compatibilidade da atividade física e da saúde corporal e no aumento da taxa metabólica basal
para o combate de doenças advindas da falta (TMB) importante fator protetor contra o ganho
de exercícios, e outros tipos de doenças cujos de peso corporal. 3,4,5
fatores de causam são variados. Além disso Porém, um assunto muito discutido nos
a atividade física oferece benefícios como espaços destinados à prática de exercícios físicos
melhoria no desempenho de suas atividades da é a relação do ciclo menstrual (CM) e exercício
diária (AVDs), diminuição do estresse, melhora físico. Há uma crença de que o CM pode interferir
no sistema circulatório e cardiovascular e uma na performance física e, consequentemente nos
maior perspectiva de vida 2 por impactar direto resultados a serem obtidos a partir de práticas
na variável longevidade. O crescimento visível sistematizadas de exercícios físicos. Outro ponto
do apelo estético, observado nas redes sociais e em questão centra-se na relação entre a síndrome
pelo público, vem sendo um ponto-chave para pré-menstrual e os exercícios como fator de
a procura de práticas físico esportivas, sendo amenização sintomatológica.
utilizada como uma ferramenta para auxílio na O CM geralmente apresenta uma duração
autoestima, sensação de bem-estar e amor próprio, média de 28 dias e divide-se em três fases, sendo

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elas: fase folicular que começa no primeiro dia do LH, depois da ovulação, o hipotálamo atua sob
fluxo menstrual e tem duração de até quatorze esses hormônios diminuindo a sua concentração
dias, em seguida a fase ovulatória que tem e após a liberação do óvulo, fecha o folículo,
duração de até três dias e a fase lútea que dura então, forma-se o corpo lúteo, gerando alta
desde a ovulação até começar o fluxo menstrual, concentração de progesterona. Se não houver
esse ciclo se inicia na menarca e se encerra na fecundação do óvulo, ocorre a degeneração do
menopausa.6,7 corpo lúteo, o que faz com que os níveis de
As alterações hormonais que acontecem progesterona e estrogênio diminuam e se inicia
neste período, são decorrentes de oscilações assim um novo ciclo.5,8,9
nos níveis de estrogênio e progesterona, quando Ao se tratar de exercício físico e CM,
a progesterona se encontra em baixo nível, deve-se incluir também a menopausa na
ocorrem contrações uterinas mediadas pelas discussão, figurando como período em que
prostaglandinas produzidas pelo endométrio. O ocorre a diminuição da produção de estrogênio
excesso de produção dessas prostaglandinas é um e a descontinuação do ciclo por pelo menos
dos principais fatores determinantes das cólicas um ano, e consequentemente leva ao fim da
menstruais, assim como, dos demais sintomas sua função ovariana.10 Além disso, de acordo
apresentados na síndrome pré-menstrual que, são com Ramezani et al. 11, a menopausa pode ser
muito comuns de serem relatados pelas mulheres um fator causador de alterações expressivas na
neste período (náuseas, cefaleias, dor nas mamas, composição corporal, pois após essa ocorrência,
dor na região abdominal, irritabilidade, ansiedade, muitas mulheres passam a ganhar peso de forma
entre outras alterações físicas, emocionais e significativa em um curto período, por este
comportamentais) ciclo. 5,8,9 motivo, são pré-dispostas a desenvolver doenças
Esses sintomas se encaixam no período cardiovasculares e um perfil lipídico aterogênico.
que antecede o início da menstruação e são Em estudo conduzido por Lima et al.12
conhecidos como sintomas da tensão pré- ficou evidente que além do citado anteriormente
menstrual (TPM), intensificando pouco antes esse período específico da vida feminina pode
de iniciar o fluxo sanguíneo e vai diminuindo causar ondas de calor, atrofia urogenital,
progressivamente logo após o seu início. Cada distúrbios do sono e favorecer o surgimento
fase do ciclo é caracterizada pela variação do da osteoporose. Neste período também ocorre
fluxo dos hormônios folículo estimulante (FSH) e agravamento de doenças, como a hipertensão
luteinizante (LH) e pela secreção do estrogênio e arterial (HA), atingindo até 44% da população
progesterona pelos ovários. Entre o fim do fluxo adulta e 40% dos aposentados por conta da
menstrual e o início da ovulação, o endométrio mesma doença, causando alterações estrogênicas,
se restaura através da ação do estrogênio, onde se lipídicas, estresse oxidativo, ganho de peso e,
prepara para receber o óvulo. Durante a ovulação, frequentemente, sedentarismo. Segundos os
há o aumento nos níveis dos hormônios FSH e autores supracitados os treinamentos destinados

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a mulheres (não atletas) devem seguir em média menstrual, Exercícios físicos, Saúde da mulher,
de três a cinco vezes na semana por pelo menos Treinamento.
30 a 60 minutos por sessão numa intensidade Para seleção do material, efetuaram-
baixa a moderada. Estudos que analisaram a se três etapas. A primeira foi caracterizada pela
pressão arterial depois da atividade, apresentou pesquisa do material que compreendeu entre
uma redução de 14,7 mmHg diante a sistólica e os meses de março a setembro de 2020 com a
em 89% das mulheres 10,5 mmHg a diastólica. seleção de 38 trabalhos. A segunda, leitura dos
Os exercícios físicos atuam na manutenção da títulos e resumos dos trabalhos, visando uma
qualidade de vida das mulheres e principalmente maior aproximação e conhecimento, sendo
no climatério devido à perda de massa magra, excluídos os que não tivessem relação e relevância
aumento de gordura, redução da estatura que com o tema. Após essa seleção, buscaram-se os
consequentemente elevação do índice de massa textos que se encontravam disponíveis na íntegra
corporal.12 totalizando 28 artigos.
Dias et al.13 relatam em seu experimento Como critérios de elegibilidade e inclusão
que na fase folicular observou-se uma redução dos artigos, analisaram-se a procedência da
na força motora durante o treinamento realizado revista e indexação, estudos que apresentassem
através do teste de 10 repetições máximas(RM). dados referentes a prática de exercícios físicos
Entretanto, a literatura aponta resultados e ciclo menstrual. Como critério de exclusão
controversos. Enquanto alguns indícios utilizou-se referência incompleta e informações
demonstram não existir diferenças significativas presentemente desacreditadas.
em aspectos fisiológicos nas três fases do CM,
outros estudos apresentaram diferenças nas RESULTADOS E DISCUSSÃO
concentrações hormonais, com alteração na
Foi realizada uma investigação focada
força muscular, assim, o objetivo deste estudo foi
em apresentar e discutir os achados da literatura
realizar um delineamento em relação ao CM e sua
referentes ao CM e exercícios físicos. Mulheres
relação com a prática de exercícios físicos.
praticantes de diferentes modalidades de exercício
físico, dizem que não há a mesma disposição para
MATERIAIS E MÉTODO
a realização da prática em certos períodos do
Para a composição da presente revisão ciclo, o que pode ser um fator motivador para
foi realizado um levantamento bibliográfico nas diminuição no rendimento, na performance ou
bases de dados Scielo, Portal de Periódicos da até mesmo podendo ocorrer a interrupção da
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal prática neste período. De acordo com um estudo
de Nível Superior (CAPES), Pubmed e a busca realizado por Pedregal et al. 9 foi observado uma
de dados no Google Acadêmico de artigos diferença significativa na força muscular para o
científicos publicados até 2019 utilizando como teste de 1RM, sendo constatado que na terceira
descritores isolados ou em combinação: Ciclo fase do ciclo a força relativa foi maior. Ainda

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mostraram que a maior parte das mulheres que fase ovulatória.


participaram do teste se queixaram de sintomas Portanto, o CM, pelo fato de secretar
pré-menstruais, e a maioria apresentaram hormônios em níveis elevados e causar sintomas
sintomas múltiplos. expressivos, é símbolo de incomodo na prática
Há diversos estudos que apontam a do exercício, e é inevitável para a maioria das
influência negativa do CM na execução do mulheres. Bezerra et al., 15 retratam que o excesso
exercício. Neste sentido, Fortes et al. 14 utilizaram de hormônio afeta o sistema cardiovascular,
o método de Percepção Subjetiva do Esforço termorregulador e renal dificultando o treinamento.
(PSE) responsável por identificar quanto o Sendo assim, o profissional de Educação Física
indivíduo se esforça no treinamento, segundo sua deve considerar a individualidade feminina e
própria percepção, mesmo sobre a influência das adaptar o treinamento se preocupando com as
alterações hormonais do CM, em sua pesquisa suas limitações, acompanhando o desempenho
com 10 atletas de natação onde foram utilizados durante a execução das sessões de treinamento.
exercícios para diferentes grupos musculares, Na Tabela 1 pode-se observar que o valor total da
na análise dos testes realizados, houve diferença carga se apresenta de forma significativa menor
significativa de PSE no treinamento entre a fase na fase ovulatória, em comparação com a fase
ovulatória e lútea, onde foi observada maior lútea, a qual se sobressaiu em relação a força
força muscular na fase lútea e menor força na muscular em relação às demais fases.16

Um estudo realizado por Celestino et Grupo Controle, quanto no Grupo treinado não
al.17 em que foram analisadas mulheres com foram encontradas diferenças significativas de
idade entre 18 e 30 anos, selecionadas justamente força muscular entre as três fases, demonstraram
por se tratar do intervalo de idade em que apenas um pequeno aumento da força muscular
estão em período fértil, excluindo mulheres no período pós-menstrual. Os autores do estudo
que possam estar começando a apresentar acreditam que essa diferença no período pós-
alterações hormonais e utilizando o protocolo menstrual se dá pelo aumento nos níveis de
de teste de 10 RM em membros inferiores, em estrogênio e noradrenalina, apresentando efeitos
que realizaram o teste nas três fases do CM, foi positivos no desempenho.
aplicado por três ciclos completos. Tanto no Fischetto e Sax 18 relatam sobre a inclusão

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das mulheres nos esportes olímpicos e em suas durante o exercício também não é significativo.18
competições, abordaram questões relacionadas Segundo Andrade et al. 19
em estudo
com o desempenho das mulheres no esporte sobre motivação de mulheres que estão em
em que é observado o papel do CM. Observa- período menstrual e prática de atividade física,
se que no gênero feminino encontram-se grandes com mulheres entre 15 e 24 anos, no qual foram
variações entre as fases do CM, essas variações separadas por idade e avaliadas durante o CM
apresentam complicações práticas tanto no através de um questionário para a coleta de
treinamento como na competição. Apesar dados, utilizando o parâmetro da IMPRAF-54
disso, mulheres atletas competem independente e o ANOVA usados para se obter informações
de sua condição fisiológica. Os autores citam sobre as avaliadas para estimar o nível de estresse,
que estudos epidemiológicos apresentaram saúde, sociabilidade, competitividade, estética,
diferenças significativas em relação aos efeitos prazer e assim, comparar diferenças dentro e
do CM no desempenho esportivo, porém, entre os grupos das avaliadas. Neste caso não
as maiores queixas de efeitos prejudiciais e foi possível observar diferenças entre os grupos,
resultados negativos advém da síndrome pré- acredita-se que seja devido a semelhanças entre as
menstrual e seus sintomas. Entretanto, o pós- candidatas, por isso estudos complementares com
menstrual imediato é considerado pelas atletas, o delineamento mais abrangente são necessários
melhor período para o desempenho no esporte.18 para avançar com propriedade nos resultados e
Os autores ressaltam que há uma dificuldade conduzir inferências mais seguras.
na análise dos efeitos do CM no desempenho, Uma pesquisa realizada através do método
decorrente da presença de ciclos não ovulatórios de 10 RM por Loureiro et al.20, onde utilizaram a
ou deficiente na fase lútea e pelo comprimento estratégia de estímulos verbais afim de manter um
instável da fase folicular, inclusive em atletas alto nível de motivação das participantes, os testes
com o período menstrual aparentemente normal. foram repetidos em três períodos diferentes para
Pode-se afirmar que nem todas as mulheres que que fosse possível avaliar as três fases do CM,
menstruam regularmente, ovulam regularmente. de acordo com a Figura 1, pode-se observar que
No entanto, após rigorosa revisão da literatura não houve diferenças significativas entre as fases
não há evidências claras de que flutuações nos do CM neste estudo. As mulheres analisadas no
hormônios esteroides femininos durante o CM estudo citado eram voluntárias treinadas e faziam
possam afetar a força ou a fadiga muscular, o uso de contraceptivos orais.
aumento da frequência cardíaca ou ventilação

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Observa-se relatos de aumento de lesões e com prejuízo no desempenho. Os pontos que


danos musculoesqueléticos / articular no período devem ser alinhados: volume, intensidade e
da fase lútea, o que pode estar relacionado as determinadas dificuldades devem ser ajustados de
variações dos níveis de relaxina circulantes, bem acordo os períodos; hidratação e nutrição devem
como, o aumento da flexibilidade e elasticidade do ser adaptados para otimização da recuperação e
tecido conjuntivo, em especial nas articulações. A substituição dos estoques energéticos; utilizar dos
secreção de relaxina tem apresentado correlação períodos em torno da ovulação, onde tem pico de
à ovulação e seu nível aumenta cerca de uma testosterona, pode ser positivo para treinamento
semana após o pico do hormônio luteinizante.21 de força mais intenso.22
Com relação às adaptações e o CM, Embora haja estudos exploratórios
Roupas e Georgopoulos 22
mencionam sobre sobre a disfunções do CM em atletas de diversas
a questão de que cada indivíduo por si só, já modalidades esportivas, é possível afirmar que
possui uma resposta diferente ao treinamento, o exercício físico de alta intensidade auxilia a
por esse motivo, os planos de treinamento “anormalidade” do CM, entendida como um
devem ser individualizados e de acordo com as ciclo com reduzido desconforto. Em outro
necessidades e condições adaptativas de cada um. estudo, Coelho et al. 23
apresentam teste com
Desta forma, pode-se melhorar o desemprenho atletas de ginástica em pré preparação para
e diminuir o risco de lesões, o profissional deve Jogos Olímpicos de Pequim, onde através de
ter consciência de que o que é adequado para um coletas de sangue realizadas durante um mês com
caso, não é necessariamente será adequado para periodicidade semanal (sete dias) perfazendo um
outro. Inclusive, as praticantes (principalmente total de quatro coletas, analisando os níveis de
atletas) devem ter um controle sobre seu ciclo estrogênio, progesterona, LH, FSH e testosterona
e ter um bom entendimento de sua condição utilizando uma técnica de laboratório denominada
física e emocional, assim, terá maior controle de quimiluminescência que detecta através da luz
dos melhores dias, assim como dos períodos a reação entre os hormônios citados acima. Os

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valores de referência que foram utilizados foram mas nenhuma passou do limite estabelecido;
de acordo com o definido por Miller 24, sendo em C, onde foi quantificado o LH, mostra-se
separadas em grupos, visualizados em tabelas e semelhante a progesterona e se aproximando do
comparados através de análises Figura 2. limite inferior, mas não ultrapassando este limite
Na figura 2A demonstra os níveis de e por fim, em D, refere-se ao hormônio FSH
estrogênio, onde 65% das atletas estão abaixo que das 20 amostras, mostram-se diferente das
do nível inferior, e as outras duas próximas ao outras imagens, 10% estavam abaixo do limite
limite inferior da referência.; em B, se refere inferior mesmo havendo variação entre as atletas,
aos níveis de progesterona em que cinco das somente uma atleta não apresentou variação de
avaliadas apresentaram uma variação entre elas e FSH durante todo o estudo.23
atingem a média do limite inferior de referência,

As atletas mostraram um comportamento qualidades, sendo físicas, força, flexibilidade,


individualizado diante da alteração hormonal, velocidade, agilidades, capacidades aeróbica e
apresentando oligomenorreia ou amenorreia, anaeróbica. Contudo cada treinamento dentro de
então podemos observar que a disfunção pode uma modalidade exige uma periodização distinta
ocorrer em diferentes alterações hormonais. A podendo haver confrontos entres os resultados
concentração hormonal pode variar diversas dos estudos.23
vezes ao longo CM, e conforme a modalidade Um dos sintomas mais comuns da
esportiva podemos observar as variações das síndrome pré-menstrual é a dismenorreia,

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que consiste em uma dor crônica na região sedentárias em que essa ocorrência é inferior a
pélvica, geralmente é associada à menstruação, 10%. Essa incidência é mais prevalente em atletas
mais conhecida popularmente como “cólica jovens, onde acontecem até 40% nos primeiros
menstrual”. Essa cólica acontece antes ou anos de idade ginecológica, e que pode aumentar
durante a menstruação, com o pico nos dois esse número para 70 a 80% quando inclui os
primeiros dias do fluxo, é identificada como uma defeitos da fase lútea.18
dor na parte inferior do abdômen e/ou na região Os mesmos autores afirmam que essa
lombar, em que as vezes está relacionada a outros maior incidência em atletas pode ser, em partes,
sintomas da síndrome. Porém, apesar de não decorrente dos parâmetros de seleção nos
haver nenhum achado científico, é mencionado esportes, em que determinadas anormalidades
que o exercício de resistência apresenta redução podem ser positivas para cada esporte.18 Meninas
da prevalência de dismenorreia primária (são que possuem menarca tardia (amenorreia
aquelas que ocorrem logo após os primeiros primária) podem se destacar em esportes como
anos da menarca, que não é decorrente de lesões a Ginástica (e suas variações) pois o fechamento
ou doenças pélvicas), prevenindo ou reduzindo das placas de crescimento ósseo retardado pode
os sintomas em pelo menos 20% das mulheres, levar a serem mais altas, consequentemente, se
levando em conta o período de adaptação. Este destacar para esportes como o Vôlei e o Basquete,
fato está relacionado com aumento da produção assim como as que possuem um baixo peso tem
de beta-endorfinas (que funcionam como um vantagem em esportes de resistência. Outro
analgésico natural e diminui a ação do estresse) exemplo é em relação a Síndrome do Ovário
além de uma anulação parcial da liberação de Policístico (SOP), mulheres que possuem essa
prostaglandinas, que podem aumentar o limiar da síndrome podem ser privilegiadas em esportes de
dor. força decorrente dos andrógenos apresentarem
No estudo de Fischetto e Sax 18
é níveis mais elevados. Entretanto, o fato dessas
evidenciado que a incidência de anormalidades atletas serem motivadas a baixar o peso corporal
e distúrbios menstruais entre cinco e 30 anos afim de melhorar o desemprenho e se enquadrar
de idade ginecológica é maior em mulheres em categorias menores, somado ao volume e
praticantes de esportes do que em mulheres intensidade alta de exercício (principalmente em
sedentárias, em que em média 20% das esportes de endurance) e a idade jovem predispõe
mulheres praticantes de esportes apresentam a ocorrência de oligomenorreia e amenorreia.18
oligomenorreia comparado com as mulheres Teixeira et al.25 analisaram a influência

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da síndrome pré-menstrual (SPM) no nível de praticantes de esportes de alta performance onde


atividade física (NAF) em 71 mulheres entre os maiores requisitos estejam em sua estatura e
18 e 35 anos, no qual traçaram os 17 sintomas baixa composição corporal como ballet, ginástica
pré-menstruais que no caso seria considerado artística e corrida longa distância.26
uma SPM se a avaliada apresentasse três ou Já em relação à esportes menos praticados
mais sintomas seis dias antes da menstruação. (pouco populares) pode-se destacar a Ginástica
Apresentou-se um resultado significativo em Rítmica que, por ser uma modalidade que o
relação a referência na qual quanto maior o treinamento exige a necessidade de se atingir
valor do NAF, menor o valor da SPM. Portanto, movimentos precisos, amplos e potentes, acabam
mulheres com SPM o nível de atividade física sendo submetidos à grandes níveis de exigência,
diminui, sendo então, o oposto de mulheres aumentando o estresse psicológico, onde há
saudáveis. limitação alimentar para manter a performance,
Ultimamente tem despertado maior podendo modificar seus aspectos hormonais e
interesse entre as adolescentes sobre as ocorrer a disfunção menstrual (DM).27 O sistema
modalidades em que seu objetivo seja atingir reprodutivo feminino apresenta um alto nível de
alta performance, onde o baixo percentual de sensibilidade ao estresse, por certo pode-se dizer
gordura seja o mais esperado ocorrendo um que o nível de irregularidade pode ocorrer em
conflito em seu desenvolvimento fisiológico grande parte entre as mulheres que praticam os
que possa interferir em seu rendimento físico. esportes de alto rendimento, dando-se o exemplo
Através do treinamento intenso, o aumento da da menarca tardia e a amenorreia. A desigualdade
perda de gordura pode levar a algumas alterações nas concentrações de hormônios sexuais pode
hipotalâmicas, podendo afetar na liberação dos causar, entre outras coisas, a perda na densidade
hormônios, com isso a mudança no CM pode ser mineral e na microarquitetura óssea com isso
experienciadas.26 Com o intuito de compreender aumentando os riscos de lesões.27
a relação da composição corporal com alterações De acordo com o trabalho conduzido
hormonais, uma vez que o indivíduo adota dietas por Lima et al.28 o gênero feminino aparenta
restritivas, ocorrendo uma transferência para a ter maior tendência para mudanças fisiológicas
produção de energia, ao invés de ir para a produção podendo ocorrer lesões entre o punho e as mãos.
de estrógeno causando uma alteração no CM. Com isso diante dos relatos entre pesquisadores
De acordo com a pesquisa a maior presença de e especialistas indicam que possa haver uma
disfunção menstrual está relacionada a atletas influência hormonal podendo ocorrer uma

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intervenção no musculoesquelético e uma maior propensas a ter prejuízo na performance ou


convergência de lesões na fase pré-ovulatória. até interromper as práticas de exercício físico,
Seguindo no mesmo estudo, 25 avaliadas que comparado a mulheres que não apresentam estes
se encontravam sedentárias entre 18 a 25 sintomas.
anos, divididas em grupos as quais utilizavam Em geral, a SPM pode causar mais
anticoncepcional e as que não utilizavam prejuízo ao treinamento do que o decorrer
anticoncepcionais. Através do teste de 1 RM das fases do CM em si, mesmo levando em
usando o dinamômetro para preensão manual, foi consideração as alterações hormonais. Conclui-
encontrado um ganho na porcentagem de força se também que a periodização e o planejamento
média e máxima na fase pós-menstrual, porém de um treinamento para mulheres devem atentar
entre os grupos não houve diferença na execução para a individualidade e trabalhar em alinhamento
da preensão manual. Devido ao foco dos com todas as limitações que podem ocorrer
pesquisadores sobre a influência dessas alterações durante o período menstrual. Apesar dos achados
hormonais na estrutura óssea, não foi encontrado desta pesquisa, enfatiza-se a necessidade de novas
dados relacionados as causas nas quais ocorre a incursões científicas que extrapolem os pontos
queda do desempenho muscular em determinada aqui destacados, uma vez que foi observado
fase do CM. No entanto, em algumas pesquisas pontos controversos nesta revisão. Percebe-
notou-se que o nível de estrogênio afeta na se uma grande necessidade do planejamento
produção de força muscular e a queda da mesma mais objetivo para eventuais ensaios outrora
em mulheres pré e pós-menopáusicas no adutor realizados e novos estudos utilizando amostras
do polegar e nos quadríceps na qual consegue ser mais representativas devem ser encorajados para
evitada com terapia e reposição hormonal. a obtenção de resultados concretos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS


1. Santos LM, Knijnik DJ. Motivos de adesão à prática
Embora alguns artigos não apresentem de atividade física na vida adulta intermediária I. Revista
Mackenzie de Educação Física e Esporte. 2006;5(1):23-
resultados definitivos, pode-se observar que no 34.
2. Rocha CAS, Rocha MMS, Silva GR. Fatores que
período pós-menstrual é marcado por alterações levam indivíduos a procurarem por uma academia para
a prática de atividade física de acordo com a faixa etária.
fisiológicas desta forma, exercendo influências Revista Gestão Universitária. 2018.
3. Laurenzano MJ, Loch MR. Motivos referidos para o
mediadas pelas alterações hormonais do CM abandono de programas de exercício físico ofertados
por academias privadas de Presidente Prudente, São
durante os exercícios físicos. Com isso, nota-se Paulo. Arquivo de Ciências do Esporte. 2013;1(1):03-13.
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Revista CPAQV – Centro de Pesquisas Avançadas em Qualidade de Vida | Vol.12| Nº. 3| Ano 2020| p. 11
Ciclo menstrual e sua relação com a prática de exercício físico

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