MOTIVOS DA PRÁTICA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS EM

ACADEMIAS DE GINASTICA E MUSCULAÇÃO

E FATORES ASSOCIADOS

Autor: EDOARDO TRINDADE DOS SANTOS1

Orientadora: MARLY BARETTA2

RESUMO:
Introdução: Buscar uma melhor qualidade de vida é essencial e fundamental para ter uma
vida com saúde, bem estar físico, social e psicológico. A academia tem sido uma rota de fuga,
dos problemas familiares e principalmente problemas no trabalho, onde a carga de esforço
físico e psicológico é muito grande, pois a busca pelo espaço e aperfeiçoamento é necessária
para não ficar sem emprego. A população está cada vez mais se preocupando com a melhoria
da qualidade de vida e essa conscientização, a respeito da importância do exercício físico,
vem proporcionando um grande aumento de público nas academias de ginástica. Objetivo:
Investigar os motivos que levam as pessoas à prática de exercícios físicos em academias de
ginástica no município de Joaçaba –SC. Metodologia: A pesquisa é classificada como
descritiva quanto aos objetivos, aplicada quanto à sua natureza e quantitativa quanto à
abordagem do problema. A população deste estudo foi composta pelos clientes das três
maiores academias do município de Joaçaba, Santa Catarina. O instrumento para a coleta de
dados foi um questionário elaborado pelo pesquisador deste estudo com 16 questões.
Resultados: O principal motivo que leva as pessoas à academia é a estética (40,8%) e o
motivo menos apontado foi o lazer (1,7%). O motivo em frequentar a academia apresentou
diferença entre homens e mulheres, no condicionamento físico, os homens 13,3% e as
mulheres com 5,0% apenas. Conclusão: Após a análise dos dados verificou-se que o
principal motivo para a prática de exercícios físicos é a estética. Durante as entrevistas
percebeu-se que os clientes veem sua qualidade de vida como ótima e boa, e é um dado
interessante, porque demonstram serem pessoas com auto-estima elevada.

Palavras-chave: Academias de Ginástica. Motivação. Atividade Física.

1
Graduando em Educação Física: UNOESC campus de Joaçaba; edoardots@yahoo.com.br
2
Professora orientadora. Mestre em Saúde Coletiva: UNOESC campus de Joaçaba;
marly.baretta@unoesc.edu.br
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1 INTRODUÇÃO
De acordo com Matsudo (2002), as evidências apontadas na literatura sugerem que a
atividade física regular e o estilo de vida ativo têm papel fundamental na prevenção e no
controle das doenças crônicas não-transmissíveis, especialmente aquelas que se constituem na
principal causa de mortalidade: as doenças cardiovasculares e o câncer. Além disso, a
atividade física está associada também com melhor mobilidade, capacidade funcional e
qualidade de vida durante o envelhecimento. É importante enfatizar, no entanto, que, tão
importante quanto estimular a prática regular da atividade física aeróbica ou de fortalecimento
muscular, as mudanças para a adoção de um estilo de vida ativo no dia-a-dia do indivíduo são
parte fundamental de um envelhecer com saúde e qualidade.
De acordo com Tahara, Schwartz e Silva (2003), a população está cada vez mais se
preocupando com a melhoria da qualidade de vida e essa conscientização, a respeito da
importância do exercício físico, vem proporcionando um grande aumento de público nas
academias de ginástica.
A saúde é um dos muitos fatores que têm estreita influência sobre a qualidade de vida.
Os principais esforços para definir e identificar os fatores de saúde são difíceis por
englobarem muitas áreas de pesquisa, incluindo a saúde física, a capacidade de realizar as
tarefas do cotidiano, o estado emocional e o ângulo social (TOSCANO, 2001).
Buscar uma melhor qualidade de vida é essencial e fundamental para ter uma vida com
saúde, bem estar físico, social e psicológico. As pessoas estão tomando conhecimento que
praticar exercícios físicos colabora para estar bem consigo mesmo e com quem as rodeiam. A
academia tem sido uma rota de fuga, dos problemas familiares e principalmente problemas no
trabalho, onde a carga de esforço físico e psicológico é muito grande, pois a busca pelo
espaço e aperfeiçoamento é necessária para não ficar sem emprego.
Segundo Amorim (2010), os jovens que buscam desenvolver treinos de força em
academias de musculação tem aumentado consideravelmente fazendo com que essas se
tornem uma das mais populares formas de atividade física desenvolvida na atualidade. Com
esse crescente número de clientes nas academias de musculação, torna-se importante
compreender por que esses jovens estão interessados e engajados nessa prática regular de
atividade física. Compreender quais são os fatores motivacionais que levam esses jovens
adultos a prática de atividades físicas em academias será importante para conhecer o perfil
dos alunos e dessa maneira pensar em soluções que levem esses alunos a continuar em uma
academia.
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Nas academias uma prática que ganha espaço é a ginástica, principalmente entre as
mulheres que não gostam de fazer força. A ginástica possibilita motivação com suas músicas
alegres, empolgantes, irreverentes e também com profissionais de educação física com
motivação para auxiliar essas pessoas que frequentam uma aula de ginástica.
O corpo humano necessita de elementos que desenvolvam não somente o físico, mas
também que consigam aperfeiçoar, melhorar, desenvolver, manter e educar o indivíduo como
um todo. As pessoas vêm deixando de lado os exercícios físicos e com isso vão perdendo a
mobilidade das articulações a força dos músculos e ocasionando uma falta de vontade de
realizar as tarefas, gerando um estresse no trabalho e com a família (CEDRÃO et al. 2008).
As academias estão abrindo espaço para profissionais qualificados em várias áreas.
Uma destas áreas são as diversas modalidades de lutas, que atraem o público que gosta de se
desestressar soltando sua raiva em um saco de areia. As lutas trazem também uma forma de
concentração, respeito pelas pessoas que buscam um controle mental e espiritual conhecendo
seu próprio corpo.
Segundo Bergamini (1997) a motivação deriva originalmente da palavra latina
movere, que significa mover.
A motivação pode estar relacionada a fatores como saúde, aptidão física, conhecer o
espaço e as pessoas que realizam exercícios, estado emocional e físico. Estar motivado para
realização de atividade física a torna mais prazerosa, com mais vontade de realizar os
aparelhos ou exercícios que essas pessoas às vezes têm uma dificuldade na realização.
Através dessa pesquisa investigou-se os motivos que levam as pessoas à prática de
exercícios físicos em academias no município de Joaçaba - SC.

2 REFERENCIAL TEÓRICO
A prática de atividades físicas está crescendo, as pessoas estão cada vez mais cuidando
do corpo e da saúde. Esses são motivos que levam as pessoas para uma academia, embora
algumas pessoas frequentem estes espaços por se sentirem obrigadas pelos seus médicos e
familiares.
De acordo com Fermino, Pezzini e Reis (2010), a sociedade está dando valor a estética
e deixando de lado os aspectos importantes no decorrer de suas vidas. Apesar de existirem
valores de índice de massa corporal (IMC) e percentual de gordura (%G) adequado para a
saúde, acredita-se que o tipo físico possa ser determinado culturalmente. As pessoas que estão
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acima do peso se veem inferiores as que têm um corpo atlético, o que evidencia a composição
corporal como um dos fatores capazes de influenciar uma sociedade a realizar exercícios
físicos como um meio de fuga desse corpo. Essa insatisfação tem sido um dos principais
motivos que levam as pessoas a realizarem atividade física em busca de melhor aparência, o
que faz aumentar a procura de academias, clubes ou centros de saúde. De fato, os exercícios
têm sido utilizados como um meio para reduzir o peso corporal de indivíduos insatisfeitos
com a própria imagem. Contudo, uma imagem corporal negativa pode diminuir a motivação
para a prática de atividades físicas ou aumentar o engajamento em programas de exercícios.
Segundo Toscano (2001), as pessoas estão se conscientizando da importância da
atividade física para a qualidade de vida. A academia é um local onde se presta um serviço de
avaliação, prescrição e orientação dos exercícios físicos, com um acompanhamento de
profissionais de educação física.
Para os indivíduos que iniciam suas atividades em uma academia de ginástica,
realizando exercícios físicos todos os dias, é importante realizar uma avaliação física. Os
indivíduos realizam essa avaliação para identificar seu peso, sua altura e com isso identificar
seu IMC, e verificar como estão suas circunferências e dobras cutâneas. A avaliação realizada
em uma academia traz vários dados montando um arquivo para cada aluno, que traz em
algumas páginas os resultados das medições realizadas. Ainda que algumas academias
realizem outros exames, como o cálculo do consumo de oxigênio durante o exercício ou a
análise da postura do aluno, a avaliação da composição corporal é o principal dos
diagnósticos. O profissional de educação física indica um treino que ele considera adequado a
partir destes números e trata de interpretar seus resultados para o cliente. Tanto para a
conversa com o aluno quanto para o plano de exercícios, o percentual de gordura do corpo é o
fator mais importante, com esses dados percebe-se se o cliente precisa de um treino para
perda de massa gorda ou um treino para hipertrofia. (SAUTCHUK, 2007).
Segundo Bossi (2009), para elaborar um programa de treinamento, é necessário
analisar o cliente, entender seus objetivos e ir ao encontro deles. A realização da anamnese,
verificar seu histórico de atividade física, interrogar sobre quadros de doenças pessoais e
familiares e se houver, estudar quais os procedimentos a serem tomados no treinamento de
musculação. Se o cliente tiver objetivo estético, deve-se analisar sua composição corporal.
Depois de analisar o cliente devem ser analisados aspectos como seleção de exercícios,
respiração, repetições, cargas, intervalos entre as séries, séries totais, frequência das sessões,
número e sequência dos exercícios e divisão do treino.
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A prática de exercícios físicos deve ser acompanhada por profissionais que estejam
engajados em seu serviço, sabendo demonstrar os exercícios, conseguindo repassar qual o
motivo de cada exercício, e com isso teremos clientes em nossas academias e são esses
profissionais que vão motivar as pessoas que frequentam a academia. Quem procura a
academia na maioria das vezes busca melhorar sua estética, a pessoas que vão para se
desestressar, encontrar amigos. São esses amigos que os incentivarão a realizar as atividades,
é importante salientar que o papel do profissional de educação física é de grande valia para
motivação desses clientes.
Os profissionais de educação física precisam estar atentos a cada cliente buscando
identificar suas dificuldades e seus medos dentro de uma academia. Precisam estar presentes
sempre conversando com a pessoa, isso a deixará motivada a continuar seu treino em busca de
um resultado não de um dia para o outro, mas sim, um resultado que lhe traga um bem estar
físico e emocionalmente satisfatório.
De acordo com Carvalho et al. (1996), a realização da atividade física regular vai em
direção contrária em relação a morbidade e a mortalidade demonstrando estar ligada com o
estilo de vida ativo, menor possibilidade de morte e melhor qualidade de vida. O sedentarismo
traz muitas complicações, já os exercícios físicos podem apresentar algumas lesões
decorrentes da realização destes de forma incorreta, mas os riscos são bem menores
comparando com o risco/benefício. Um dos motivos que levam as pessoas a apresentarem
algumas doenças é o sedentarismo, com isso quem sofre é toda uma população. Para realizar
tratamentos o governo tem um custo, e esse dinheiro sai do bolso do cidadão através dos
impostos que são pagos. Seria mais econômico se as pessoas começassem a ter o hábito de
realizar atividade física diariamente. Pesquisas têm comprovado que os indivíduos
fisicamente aptos ou treinados tendem a apresentar menor incidência da maioria das doenças
crônico-degenerativas como, doença aterosclerótica coronariana, hipertensão arterial
sistêmica, acidente vascular encefálico, doença vascular periférica, obesidade, diabete melito
tipo II, osteoporose e osteoartrose, câncer de cólon, mama, próstata e pulmão, ansiedade e
depressão, explicável por uma série de benefícios fisiológicos e psicológicos, decorrentes da
prática regular da atividade física.
De acordo com Prestes, Moura e Hopf (2002), para os praticantes regulares de
academias de ginástica é importante o acompanhamento e a orientação de um profissional de
educação física qualificado na organização de um treinamento, as pessoas precisam tomar
cuidados para iniciar um treinamento sem o auxilio de um profissional, na maioria das vezes
quem vai a academia vê rapazes que pensam que sabem tudo demonstrando exercícios para os
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iniciantes, o que eles precisão considerar, para cada pessoa é um tipo de treino, nem sempre o
treino de uma pessoa vai dar certo para outra pessoa. O profissional de educação física tem
que ter conhecimento dos exercícios para poder realizar uma prescrição e também orientar
como se realiza os movimentos dos exercícios. Desta forma, pode-se perceber que, é
extremamente importante o conhecimento e a capacitação dos profissionais que atuam nas
academias de ginástica na modalidade de musculação, para que os objetivos dos praticantes
sejam alcançados eficientemente.
Segundo Teixeira e Guedes Junior (2009), a prática regular de atividade física vem
sendo debatida e apontada a sua importância na promoção da saúde e da qualidade de vida
nos meios de comunicação. Diversas entidades públicas e privadas estão aderindo campanhas
para conscientizar a população sobre tal importância. Esse foco da mídia leva a um constante
aumento na procura por atividades físicas que promovam uma melhora, no perfil estético,
bem como nos componentes da aptidão física relacionados à saúde e qualidade de vida.
De acordo com Tahara, Schwartz e Silva (2003), a vida está cada vez menos saudável
isso decorrente de uma alimentação não adequada e principalmente pela falta de exercícios
físicos. Com essa vida corrida as pessoas na maioria das vezes desencadeiam estresse no
trabalho e com sua família. Cada vez mais pessoas no mundo são completamente sedentárias,
sendo, justamente, estas as que mais teriam a ganhar com a prática regular de atividade física,
seja como forma de prevenir doenças, promover saúde ou sentir-se melhor. O início da prática
de qualquer tipo de atividade física depende de um estímulo ou um incentivo. Influências
sociais da família, amigos, entre outros, são de enorme importância para o início da prática de
exercícios físicos. A adoção de hábitos saudáveis pode, então, proporcionar às pessoas melhor
condição para enfrentar a atual vida cotidiana, muito agitada e repleta de estímulos
estressantes. Fica visível que a prática regular de atividade física pode levar a uma vida mais
saudável e com mais ânimo na realização de atividades do cotidiano.
Segundo Toscano (2001), são vários fatores que a saúde tem influência sobre a
qualidade de vida. Esses aspectos são importantes para identificar os benefícios de se ter uma
boa saúde, incluindo a saúde física, a capacidade de realizar as tarefas do cotidiano, o estado
emocional e o ângulo social. Infortúnio de natureza física, psíquica e social, quer se queira ou
não, sempre estarão presentes, portanto, toda conceituação de saúde deve tê-las explícitas,
tendo como desafio superar essas múltiplas dimensões, nem sempre as vencendo, mas
procurando sempre lhes fazer face. A relação entre atividade física e saúde se justifica pelas
muitas evidências de que níveis apropriados de aptidão física, mantidos durante toda a vida
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por meio de exercícios regulares, exercem efeitos benéficos nas funções dos órgãos em geral,
tendo como consequência o prolongamento da vida e de vida com qualidade.
Os componentes da aptidão física que estão relacionados à saúde são aqueles que
oferecem alguma proteção ao aparecimento de distúrbios orgânicos provocados pelo estilo de
vida sedentário, portanto, extremamente sensível ao nível de prática da atividade física:
composição corporal, resistência cardiorrespiratória, força, resistência muscular e
flexibilidade. Há, ainda, os componentes fisiológicos: pressão sanguínea, lipídeos e
lipoproteínas no sangue e tolerância à glicose. A educação física ganha espaço e visibilidade
na área da saúde devido à nova visão consciente da sociedade perante a atividade física, em
que os adeptos, em todas as idades e de todas as formas, buscam entender melhor o próprio
corpo, os riscos que correm os mecanismos para o desenvolvimento de uma vida saudável
(TOSCANO, 2001).
De acordo com Pereira, Lajolo e Hirschbruch (2003), os usuários das academias de
ginástica possuem um nível de escolaridade alto, são usuários com vontade e recursos para a
prática de atividades físicas e para uma alimentação saudável, com acesso a informações
sobre nutrição e atividade física. As evidências científicas incentivam a prática de exercícios
físicos e a adoção de uma alimentação equilibrada.
As academias de ginástica em sua maioria não se desligaram do conceito de estética e
isso faz pensar que as pessoas vão à academia pela sua estética e não por uma qualidade de
vida melhor. As academias possuem um suporte realizado pelas universidades que buscam
uma qualificação para seus alunos colocando-os nas academias para a realização de estágio,
os acadêmicos estão contribuindo no trabalho realizado e ao mesmo tempo estão ganhando
experiência na área. Felizmente a educação física, por meio principalmente, de seus cursos de
pós-graduação, tem contribuído muito para as ciências da saúde, tendo atuado sob uma
perspectiva da saúde pública. Mesmo assim, a carência de instituições, cujo modelo de ação
seja centrado na saúde das pessoas, através de exercícios físicos (TOSCANO, 2001).
De acordo com Costa, Guiselini e Fisberg (2007), na sua maioria os praticantes de
exercícios físicos querem reduzir a massa gorda e aumentar a massa muscular. Estes são os
anseios de grande parte dos praticantes de exercícios físicos, assim, a inclusão de técnicas que
permitam avaliar a composição corporal nas rotinas de avaliação física em academias de
ginástica pode prover informações importantes para o desenvolvimento do trabalho dos
profissionais de educação física.
Nas academias a musculação é realizada por diversas pessoas, sendo que esta é de
fácil realização e algumas academias não disponibilizam formas diferentes de atividades
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físicas. As mulheres vão à academia para realizar exercícios aeróbicos, estas na maioria das
vezes realizam esses exercícios para não ficarem musculosas. Enquanto os homens preferem a
musculação, pois buscam ficar fortes. Um dos problemas é que almejam alcançar isto com
muita rapidez, mas esse treinamento começa a aparecer resultados depois da adaptação na
academia, a adaptação leva em torno de três meses. Para uma pessoa ficar musculosa leva
tempo e muita dedicação ao treino, hábitos saudáveis, e alimentação balanceada.
Segundo Teixeira e Guedes Junior (2009), a musculação acaba sendo a preferida da
maioria das pessoas, tornando-se, muitas vezes, o carro-chefe das academias. A origem da
palavra musculação provém da junção de duas outras palavras: músculo e ação. É um termo
utilizado popularmente como sinônimo do que se denomina treinamento de força ou
treinamento resistido.
De acordo com Hernandes Junior (2000), o público da musculação para fins de saúde
ou fitness é representado por indivíduos que não visam a nenhum desempenho desportivo e
buscam nas academias uma opção de atividade física, onde a preocupação principal é a
manutenção da saúde do organismo aliada à melhoria estética. Na musculação esportiva o
objetivo é o aumento de um desempenho específico, sendo, em decorrência disto, o seu
público formado em sua grande maioria por atletas. A musculação esportiva pode ser
subdividida em quatro classes: musculação aplicada aos esportes, onde encontramos
protocolos de treinamento que são ajustados às necessidades do desempenho física dos
diferentes esportes. Fisiculturismo é um esporte aonde os atletas masculinos e femininos
buscam o máximo de hipertrofia muscular, competindo individualmente ou em duplas mistas,
em concursos aonde é analisada sua massa muscular. Levantamento Básico é uma competição
que consiste de três exercícios: supino, levantamento terra e agachamento. Os atletas são
divididos em categorias de peso, aonde cada atleta terá que realizar três levantamentos e terá
três chances de execução em cada levantamento.
Levantamento Olímpico é dentre as modalidades competitivas de musculação
esportiva, a única a desfrutar do status de esporte olímpico. O levantamento olímpico consiste
de dois exercícios básicos: o arranque e o arremesso (HERNANDES JUNIOR, 2000).
Entende-se que a musculação é uma prática muito procurada nas academias, às pessoas
buscam esta modalidade com a intenção de ficarem fortes e musculosas. Quem influência na
maioria das vezes essas pessoas são os atletas de fisiculturismo, levantamento de peso e as
outras modalidades que buscam ter um corpo grande e forte.
A palavra musculação se relaciona com a força e Weineck (1990) conceitua como
força máxima a maior força disponível que o sistema neuromuscular pode mobilizar por meio
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de uma contração máxima voluntária. A força absoluta é maior que a força de reserva que é
mobilizada somente em situações extremas (risco de vida). Força rápida compreende a
capacidade do sistema neuromuscular de movimentar algum segmento corporal com uma
velocidade máxima. Força de resistência, capacidade de resistência à fadiga em situações
prolongadas de emprego de força.
O treinamento de força é motivador para clientes de academia que visam à estética,
mas está propicio a causar lesões pela maneira de sua realização, por outro lado gera vários
ganhos a saúde, de acordo com Silva (2004), o treinamento de força proporciona benefícios
como aumento da capacidade de contração da musculatura, velocidade de contração e
potência, melhora da coordenação neuromuscular, resistência anaeróbica, aumento moderado
da resistência aeróbica, aumento da densidade mineral óssea. As pessoas que realizam o
treinamento de força apresentam uma densidade mineral óssea 40% maior dos indivíduos que
não realizam esse tipo de treinamento. Também os tendões e ligamentos ganham resistência
promovendo maior segurança e estabilidade articular, aumento da massa magra que é perdida
conforme as pessoas vão envelhecendo, melhora na função contrátil do coração por meio da
hipertrofia da parede do ventrículo esquerdo, diminuição da pressão arterial de repouso,
principalmente nos hipertensos, diminuição dos níveis de colesterol e triglicérides. Outro
ganho com o treino de força é a melhor postura, autoestima e diminuição do estresse.
De acordo com Cossenza (2010), no treinamento muscular são quatro as qualidades
físicas básicas: força, resistência, flexibilidade, velocidade, das quatro as três primeiras
influem diretamente no estado de saúde de uma pessoa. A velocidade é importante para a
prática esportiva, porém, nem tanto na vida diária. A flexibilidade pode prevenir lesões e
desequilíbrios musculares. A resistência faz muito bem à saúde cardiorrespiratória e combate
o sobrepeso. O treinamento da força muscular é fundamental para a saúde
musculoesquelética.
Alguns treinamentos utilizados pelos maiores campeões de musculação do mundo
podem ser: progressivo de sobrecarga, sistematizado em séries, por isolamento, da confusão
muscular, da prioridade muscular, pirâmide, dividido, de fluxo local, em super séries, séries
combinadas, em ciclo, iso-tensão contínua, cheating (roubado), tri-sets, séries gigantes, pré-
exaustão, pausa descanso, contração de pico, tensão contínua, séries negativas, repetições
forçadas, divisão dupla, divisão tripla, insistente, de qualidade, séries descendentes, instintivo,
eclético, repetições parciais, velocidade, séries escalonadas, circuit training, peripheral heart
action, e com a devida proporção e bom senso podem e devem ser usados nas academias com
os clientes (GIANOLLA 2003).
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Esses treinamentos já estão sendo utilizados nas academias por instrutores capacitados
e com experiência no assunto. A musculação e os exercícios físicos ganham cada vez mais
adeptos buscando uma melhor qualidade de vida e principalmente saúde. Mas para quem não
recebe ou busca orientação adequada sobre os métodos de treinamento e execução dos
exercícios e acabam treinando por conta podem sofrer consequências que causem problemas
físicos e musculares.
Segundo Cedrão et al. (2008), a ginástica proporciona o fortalecimento corporal, para
o lazer, para a reabilitação física, aumento da coordenação motora, aumento da percepção e
reflexo, maior percepção do corpo, melhoria nos hábitos de alimentação e saúde, prevenção
de problemas cardiovascular e motivação das pessoas. A ginástica é uma atividade física que
contribui para que os órgãos internos funcionem com mais eficiência, e, portanto, reduz em
muito a possibilidade de degeneração da saúde e do aparecimento de doenças. Os exercícios
realizados na ginástica fazem com que se melhore o tônus muscular, a compleição e aparência
estética do corpo, de modo geral, colaborando assim, para retardar o surgimento dos efeitos
físicos do envelhecimento. A ginástica pode ser dividida em ginástica aeróbica que é uma
atividade de longa duração e baixa intensidade, sendo que nessa modalidade o ritmo
determina tudo, pois se é levado em conta não apenas o ritmo do grupo como um todo, mas o
ritmo de cada aluno. Pode ser realizado no chão através de coreografias, com o uso de
diversos ritmos como axé, frevo, forró, funk, salsa, dentre outros; simulações de movimentos
de defesa e de luta como box (aerobox) e capoeira. Ou com o uso de alguns equipamentos
como o jump (espécie de cama elástica) e o step (tipo de plataforma) que estão dominando as
academias.
Também pode ser dividida em ginástica localizada aonde podem ser desenvolvidas as
valências físicas, os grupamentos musculares que se deseja trabalhar, esta segue a
fundamentação teórica da musculação, principalmente no que diz respeito aos tipos de
treinamento que se é utilizado para a montagem das aulas. Para que isto aconteça devem saber
quais acessórios podem ser utilizados durante a aula as batidas por minuto (BPM) da musica
da trilha sonora a ser escolhido levando-se em consideração o objetivo que se quer alcançar,
dentre outras regras a serem seguidas. Na ginástica os grupos musculares se desenvolvem de
forma harmoniosa, não havendo grande crescimento do tamanho da musculatura, mas
seguramente haverá um aumento do equilíbrio e da força muscular, pois se conseguirá isolar o
grupamento muscular desejado durante o treinamento, o qual consiste na repetição de séries e
exercícios (geralmente em forma de circuito) que utilizam à sobrecarga do próprio corpo e de
pesos livres (halteres, tornozeleiras) para criar resistência muscular (CEDRÃO et al. 2008).
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A ginástica é uma atividade dentro da academia que as mulheres frequentam por não
gostarem de fazer força, como a ginástica é mais voltada para o lado da dança, as mulheres
acabam por se identificar melhor com esta modalidade, ela é realizada com músicas alegres
que motivam ainda mais a participação das pessoas.
Segundo Breda (2010 apud LOURENÇO FILHO, 2010), as lutas são uma
manifestação sociocultural repleto de significados, onde também pode ser encontrado seu
aspecto educacional. Com um professor capacitado as lutas podem se tornar um meio de
desenvolvimento para cada indivíduo. Como as lutas vêm de uma tradição oriental onde ela é
praticada por muitos, e com a cobrança de movimentos perfeitos que levam a exaustão. Os
professores de lutas são na maioria praticantes e não tem uma formação acadêmica. A falta de
informação pedagógica e o processo de especialização precoce representada pelo treinamento
de alto rendimento, além de equiparar o tratamento das crianças ao dos adultos, pode muitas
vezes coibir a diversificação dos conteúdos das aulas, fazendo com que seus praticantes se
desestimulem e percam o interesse na prática. Por outro lado cresceu um discurso, que
defende a utilização das lutas como prática de atividade física, capaz de canalizar a
agressividade, mostrar valores de respeito ao outro e as regras.
Segundo Melo (1995 apud ALVES JUNIOR, 2006), entendendo as formas de luta
existentes no Brasil desde quando ele era uma colônia portuguesa, passando pelo império
como na própria república, percebe-se que a Capoeira, e as lutas tradicionais dos índios (Uka
Uka), apesar de serem suas principais manifestações, não eram consideradas como atividades
lícitas pela sociedade. A Esgrima parece ser a primeira forma de luta praticada enquanto meio
de educação física. Ela era praticada principalmente dentro das instituições militares e fez
parte da formação dos primeiros instrutores de educação física.
As lutas ganham adeptos por buscarem uma harmonia do corpo com a alma, fazendo
com que as pessoas que frequentam essa atividade tenham um autocontrole de seu corpo e
mente, um dos objetivos das lutas é não usar o que foi aprendido na academia brigando com
os outros, mas sim tendo um respeito e sabendo identificar que se pode machucar uma pessoa.
De acordo com Alves Junior (2006), já o boxe, que aparece na segunda década do
século XX, foi introduzido no país por marinheiros estrangeiros e foi difundido a partir de
desafios ou exibições, na forma profissional. Se no Brasil durante algum tempo a prática de
referência social relacionada às lutas era o boxe e a esgrima, tempos depois passou a ser o
judô e outras atividades orientais, principalmente trazidas durante o período de forte
imigração ocorrida a partir dos anos vinte do século passado. Uma destas lutas, o Jiu jitsu tem
forte aceitação popular devido à presença de vários praticantes em torneios profissionais de
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‘vale tudo’, são bastante violentos já que as regras do contato corporal são muito restritas.
Mesmo que haja regras mínimas com a presença de um juiz, não impede que rostos
ensanguentados se misturem, numa época em que muitos esportes preocupados com a
preservação da integridade física do praticante não permitem que haja continuidade da
atividade dita esportiva se há alguém sangrando.
Podem ser vários os motivos para ingressar em uma academia, seja pela estética, lazer,
saúde, terapêutico ou condicionamento físico, deve-se considerar que independente da
atividade física que pratique, a vida dentro de uma academia traz benefícios à saúde, melhora
de forma significativa a qualidade de vida, resultando em uma vida mais saudável, tanto no
trabalho quanto com a família.
De acordo com Samulski (2002 apud CEDRÃO et al. 2008) as pessoas decidem e
buscam determinadas coisas de acordo com sua motivação interna, o que dependerá da
motivação de cada um. A motivação poderá ser influenciada por dois fatores: os pessoais
(intrínseco) e os ambientais (extrínsecos).
Na academia a motivação pode partir do ambiente, com bom espaço físico, bons
equipamentos, profissionais de Educação Física que auxiliem e estimulem os clientes, amigos
que frequentam a mesma academia, ou seja, fatores externos. Já os fatores internos estão
relacionados com a motivação do próprio cliente, o seu interesse em alcançar o objetivo
almejado.

3 MÉTODO
A pesquisa é classificada como descritiva quanto aos objetivos, aplicada quanto à sua
natureza e quantitativa quanto à abordagem do problema. A população deste estudo foi
composta pelos clientes das três maiores academias do município de Joaçaba, Santa Catarina.
De acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), a cidade
de Joaçaba localiza-se na região meio oeste de Santa Catarina, tinha no ano de 2010 uma
população de aproximadamente 27.000 habitantes, uma área de unidade territorial de 232,354
km², sua economia é baseada na agropecuária, na indústria e em serviços.
Estas academias foram selecionadas pelo fato de possuírem a maior quantidade em
número de clientes e disponibilizarem mais de um tipo de atividade física orientada. Juntas as
três academias possuem aproximadamente 700 clientes. A amostra de conveniência foi de 120
indivíduos de ambos os sexos, praticantes de atividades de academia. Os clientes foram
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selecionados de forma aleatória, procurando-se manter a proporcionalidade entre os sexos,

turnos, dias e horários, bem como entre as 3 academias investigadas.
O instrumento para a coleta de dados foi um questionário elaborado pelo pesquisador
deste estudo com 16 questões. Este questionário foi desenvolvido tendo como base os estudos
de Tessmer et al. (2006), e Amorin (2010), que também investigaram a motivação dos
indivíduos para a realização de atividades de academia. O questionário abordou os motivos
pela realização das atividades na academia, incentivo para a realização destas atividades,
questões sócio-demográficas, hábitos de saúde, qualidade de vida, tempo de prática, duração,
frequência semanal e atividade desenvolvida.
O primeiro contato realizado com as academias foi através de uma carta de
apresentação do orientador do trabalho que explicou os propósitos do estudo para o
responsável pela academia, solicitando então autorização para a realização do estudo. A carta
foi entregue pelo pesquisador responsável pela realização do estudo prestando
esclarecimentos sobre o objetivo do estudo e explicando que o nome dos clientes não seria
divulgado. Também foi entregue a cada cliente da academia que realizou o estudo um termo
simplificado explicando o objetivo e o propósito da pesquisa.
A coleta dos dados foi realizada nos meses de agosto e setembro deste ano, pelo
organizador deste trabalho, foi aplicado um questionário em forma de entrevista aos
indivíduos selecionados das três academias de Joaçaba. Para as academias que participaram
deste estudo, foi solicitado à lista dos clientes e através de um sorteio foram escolhidos os
indivíduos investigados, que participaram de forma voluntária.
Para análise de dados foi realizada a distribuição em frequência simples para
caracterização da amostra e os testes de associação apropriados para verificar e as demais
variáveis investigadas.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A pesquisa foi realizada nas três maiores academias do município de Joaçaba - durante
os meses de agosto e setembro. Juntas as três academias possuem aproximadamente 700
clientes. A entrevista foi aplicada a 120 indivíduos de ambos os sexos, desses foram
selecionados 40 em cada academia totalizando 66 do sexo masculino e 54 do sexo feminino.

Tabela 1: Idade dos clientes das academias em média, mínimo, máximo e desvio padrão (Joaçaba, 2011).

Variáveis Sexo
 14

Masculino Feminino
Idade (anos)
Média+DP 29,3+12,66 32,6+12,80
Mínimo 14 12
Máximo 64 56
Fonte: o autor

Na Tabela 1 são apresentados os dados em média, mínimo, máximo e desvio padrão

(DP) da idade dos participantes do estudo. Constata-se que o cliente mais velho tem 64 anos e
a cliente mais nova 12 anos, a média da idade do sexo masculino é 29,3 anos (+ 12,66) no
sexo feminino a média da idade foi de 32,6 anos (+12,80).
Na pesquisa de Ciarnorski (2009), foram investigadas 67 mulheres de 15 a 49 anos de
idade, frequentadoras de duas academias, uma da cidade de Joaçaba e a outra de Erval Velho,
e a média de idade encontrada foi de 30,94 anos (+ 9,70).
Os clientes de academia têm uma idade variada. Vão à academia pessoas com pouca
idade e também com idade mais avançada. Esses dados podem indicar que a atividade física
faz bem para todos independentemente da idade. Um ponto fundamental disso é que quebra
um paradigma que ir à academia não é bom para pessoas idosas e crianças.

Tabela 2: Escolaridade e ocupação dos clientes das academias (Joaçaba, 2011).

Variáveis Sexo Total

Masculino Feminino
n % n % n %
Escolaridade
Fundamental 3 2,5 1 0,8 4 3,3
Médio 19 15,8 15 12,5 34 28,3
Superior 44 36,7 38 31,7 82 68,3
Total 66 55 54 45 120 100

Ocupação
Estudante 22 18,3 15 12,5 37 30,8
Trabalha 27 22,5 28 23,3 55 45,8
Trabalha e estuda 14 11,7 6 5,0 20 16,7
Outros 2 1,7 4 3,3 6 5,0
Total 66 55 54 45 120 100
Fonte: o autor.

A Tabela 2 apresenta o grau de escolaridade e a ocupação dos clientes das academias.

Um dado que chama atenção é que 68,3% dos clientes têm ou está cursando o ensino superior,
e que apenas 3,3% dos clientes têm apenas o ensino fundamental. Com relação à ocupação
5% dos clientes não se enquadram em nenhuma opção fornecida no instrumento, assinalando,
portanto a opção “outros” indicando possivelmente serem clientes aposentados ou donas de
 15

casa. Outro dado percebido nessa pesquisa, homens e mulheres que frequentam academia
45% trabalham.
Na pesquisa desenvolvida por Fermino, Pezzini e Reis (2010), que realizaram um
estudo exploratório correlacional com adultos de ambos os sexos frequentadores dos
programas de atividade físicas oferecido pelo centro de esportes da Pontífica Universidade
Católica do Paraná nas modalidades de musculação, ergometria, ciclismo indoor e ginástica
localizada, a escolaridade encontrada foi elevada, pois 74,5% dos indivíduos estavam
cursando ou possuíam nível superior completo, não foram encontrados indivíduos com apenas
o ensino fundamental.
Segundo Cedrão (2008) que investigou os motivos pelos quais as pessoas praticam a
ginástica nas academias da cidade de Juazeiro do Norte, 50% dos entrevistados possuíam
formação em nível superior e 6% haviam concluído somente o ensino fundamental.
No estudo de Tessmer (2006), que buscou identificar a prevalência de insatisfação
corporal entre frequentadores de academias de ginástica da cidade de Pelotas-RS, foram
pesquisados 315 indivíduos em 13 academias, a ocupação da maioria destes é de estudantes
(43,5%), e indivíduos que trabalham (41,6%).
Comparando este estudo com as demais pesquisas apontadas, pode-se observar que a
maioria dos clientes das academias tem um grau de escolaridade elevado. Possivelmente os
indivíduos mais esclarecidos realizam exercícios por conhecerem seus benefícios. A saúde
das pessoas que realizam exercícios físicos indica melhoras significativas para uma qualidade
de vida.
Também confrontando os estudos percebe-se que a maioria dos clientes das academias
trabalha e busca uma condição de vida melhor. Os clientes das academias buscam tempo para
frequentar a academia, a maioria dos clientes trabalha o dia inteiro e estuda a noite, eles
precisam buscar força de vontade para ir à academia todos os dias da semana.

Tabela 3: IMC, exercício realizado, tempo que frequenta a academia, frequência semanal dos clientes das
academias (Joaçaba, 2011).
 16

Variáveis Sexo Total

Masculino Feminino
n % n % n %
IMC
Normal 32 26,7 44 36,7 76 63,3
Sobrepeso 26 21,7 8 6,7 34 28,3
Obeso 8 6,7 2 1,7 10 8,3
Total 66 55 54 45 120 100

Exercício que realiza

Musculação 62 51,7 44 36,7 106 88,3
Ginásticas 4 3,3 10 8,3 14 11,7
Total 66 55 54 45 120 100

Tempo de academia
Até 2 meses 3 2,5 8 6,7 11 9,2
De 3 a 5 meses 4 3,3 8 6,7 12 10,0
De 6 meses a um ano 9 7,5 10 8,3 19 15,8
Mais de um até dois anos 14 11,7 4 3,3 18 15,0
Mais de dois a quatro anos 13 10,8 8 6,7 21 17,5
Mais de quatro anos 23 19,2 16 13,3 39 32,5
Total 66 55 54 45 120 100

Frequência semanal
Duas 3 2,5 7 5,8 10 8,3
Três 12 10,0 18 15,0 30 25,0
Quatro 18 15,0 11 9,2 29 24,2
Cinco 17 14,2 12 10,0 22 18,3
Mais de 5 vezes 16 13,3 6 5,0 22 18,3
Total 66 55 54 45 120 100
Fonte: o autor
A Tabela 3 demonstra que 63% dos clientes possuem o IMC normal e apenas 8,3%
são considerados obesos. Os homens apresentam um IMC com 21,7% de sobrepeso maior que
as mulheres que apresentaram 6,7%. A maioria (88,3%) dos clientes realiza musculação e os
demais praticam ginásticas, não foram encontrados praticantes de lutas. As mulheres 8,3% são
as que mais praticam ginásticas em relação aos homens 3,3%. Relacionado ao tempo que
realizam academia, constatou-se que 32,5% frequentam a academia a mais de quatro anos e
apenas 9,2% apenas há dois meses. Comparando homens e mulheres com relação ao tempo
entre um e dois anos que frequentam a academia, os homens apresentaram um percentual
maior (11,7%) e as mulheres apenas 3,3%. Quanto à frequência semanal 49,2% dos clientes
se fazem presentes na academia de três a quatro vezes na semana. Os homens frequentam a
academia mais de cinco vezes na semana (13,3%), enquanto que as mulheres em menor
número (5%).
Segundo Tahara, Schwartz e Silva (2003), que investigaram 50 alunos frequentadores
de uma academia na cidade de Rio Claro/SP, em relação à frequência semanal à academia, o
maior percentual de frequência dos sujeitos da pesquisa foi o de quatro vezes semanais
(33,33%) e apenas 6,67% dos indivíduos, frequentam a academia uma única vez na semana.
 17

Com relação ao tempo da prática de exercícios físicos em academia, 26,67% dos indivíduos
frequentam a academia a pelo menos quatro anos e 20% relatou realizar as atividades a seis
anos. Dentre os diversos tipos de exercícios físicos oferecidos nas academias, a musculação
aparece como sendo a atividade mais praticada (40%). A ginástica localizada (16,67%) e as
lutas marciais (13,33%) foram as atividades menos procuradas.
Segundo Costa, Guiselini e Fisberg (2007) que investigaram a correlação entre
percentual de gordura e índice de massa corporal de frequentadores de academia de ginástica
da cidade de São Paulo, foram selecionados 799 alunos, aleatoriamente, estes autores
observaram que 38,57% dos homens e 17,89% das mulheres apresentavam sobrepeso.
Comparando com a pesquisa de Costa, Guiselini e Fisberg o IMC de sobrepeso
encontrado pelos autores foi maior. Estes dados podem confirmar que o IMC apresenta um
resultado mais fidedigno com uma amostra elevada de pessoas. Na comparação entre homens
e mulheres a maior diferença de IMC foi verificada no sobrepeso que nos homens foi de
21,7% e nas mulheres de 6,7%, isso pode ser em virtude dos homens em sua maioria
realizarem musculação para hipertrofia e o IMC não expressa resultado pela atividade que o
cliente realiza, os clientes que realizam hipertrofia podem ter um peso elevado por terem mais
músculos do que massa gorda.
Dos exercícios realizados em academias a musculação aparece como sendo a mais
procurada, um provável motivo para este percentual elevado é que a maioria das academias só
disponibiliza essa atividade física e também por ser um exercício de fácil realização. As
mulheres compreendem que a musculação as deixa com um corpo musculoso, buscam
alternativas de atividades físicas nas academias e uma dessas é a ginástica.
Os clientes das academias na comparação das pesquisas a maioria frequenta a mais de
quatro anos e são poucos que começaram a menos de dois meses, este dado pode indicar que
os clientes das academias estão sempre sendo renovados. São pessoas que entendem que ir à
academia não é só no período de verão que precisam mostrar o corpo. As pessoas vão à
academia em média mais de três vezes na semana, confirmando que os clientes tem
conhecimento da necessidade da prática de atividade física regular com acompanhamento de
um profissional especializado, é importante a orientação de um profissional de Educação
Física que conheça a necessidade do cliente e saiba aplicar exercícios que venham ao
encontro do objetivo esperado. Os homens vão a academia mais vezes que as mulheres um
dos motivos pode ser que as mulheres ainda tem que cuidar da casa, dos filhos, mesmo
sabendo que as mulheres estão cada vez mais conseguindo espaço que era considerado dos
homens.
 18

Tabela 4: Qualidade de vida, motivos, decisão de ir para academia, sentimento após exercício dos clientes das
academias (Joaçaba, 2011).
Variáveis Sexo Total
Masculino Feminino
n % n % n %
Qualidade de Vida
Ótima 30 25,0 32 26,7 62 51,7
Boa 30 25,0 32 26,7 62 51,7
Regular 6 5,0 7 5,8 13 10,8
Total 66 55 54 45 120 100

Motivos para a prática

Estética 25 20,8 24 20 49 40,8
Lazer 2 1,7 0 0,0 2 1,7
Saúde 22 18,3 22 18,3 44 36,7
Orientação médica 1 0,8 2 1,7 3 2,5
Condicionamento físico 16 13,3 6 5,0 22 18,3
Total 66 55 54 45 120 100

Decisão de ir academia
Decisão própria 55 45,8 46 38,3 101 84,2
Incentivo da família 1 0,8 4 3,3 5 4,2
Orientação médica 4 3,3 4 3,3 8 6,7
Companhia dos amigos 6 5,0 0 0,0 6 5,0
Total 66 55 54 45 120 100

Sensação pós-exercício
Relaxamento 21 17,5 25 20,8 46 38,3
Dever cumprido 38 31,7 28 23,3 66 55,0
Indiferença 7 5,8 1 0,8 8 6,7
Total 66 55 54 45 120 100
Fonte: o autor.

A Tabela 4 apresenta os valores da qualidade de vida dos clientes das academias,

51,7% dos clientes consideram ótima ou boa e apenas 10,8% dos clientes consideram regular.
Comparando homens e mulheres a qualidade de vida não teve diferença em nenhuma
categoria.
O principal motivo que leva as pessoas à academia é a estética (40,8%) e o motivo
menos apontado foi o lazer (1,7%). O motivo em frequentar a academia apresentou diferença
entre homens e mulheres, no condicionamento físico, os homens 13,3% e as mulheres com
5% apenas. A maioria dos clientes (84,2%) relatou ter decidido ir à academia por vontade
própria. Das mulheres nenhuma frequenta a academia pela companhia dos amigos, os homens
(5%) vão à academia por companhia dos amigos. O sentimento apontado após o exercício
físico foi de dever cumprido (55%) e um pequeno percentual (6,7%) de clientes assinala a
indiferença como sentimento após o exercício. As mulheres que apresentam sentimento de
dever cumprido após exercício contabilizam 23,3% enquanto os homens 31,7%.
Para Amorim (2011) que realizou um estudo com amostra de 40 indivíduos do sexo
masculino frequentadores de academias de musculação da cidade de Porto Alegre, a média
 19

demonstra que a dimensão que mais motiva estes adultos jovens entre 18 e 30 anos à prática
de musculação é à estética (33,60) de média.
No estudo de Tessmer (2006) o motivo mais encontrado para frequentar a academia
foi o lazer (80,6%). O sentimento após prática de exercícios físicos mais destacado foi a
felicidade e relaxamento (83,2%) e apenas 4,13% relataram a indiferença.
Na pesquisa de Santos (2005) que entrevistou adultos entre 40 e 60 anos para verificar
os motivos de adesão à prática de exercício físico, os resultados mostraram que o maior
motivo é lazer (44%) e o menor é a estética (11%).
Comparando os estudos percebe-se que o motivo em frequentar a academia é dividido
entre estética e lazer, esse dado pode ser comparado pela diferença da idade dos clientes da
academia, os mais jovens buscam um corpo sarado enquanto os indivíduos com mais idade
não se importam mais tanto com a aparência. O sentimento depois da realização da atividade
física também é dividido entre sensação de dever cumprido e relaxamento. Os clientes vão à
academia pela estética, mas também por motivos que não foram apontados, como ir à
academia para conversar com os amigos e se descontrair. Na hora das entrevistas todos
estavam conversando com alguém, era difícil encontrar um cliente sozinho e em silêncio. O
condicionamento físico não é buscado pelas mulheres que não gostam de ter um corpo
musculoso, as seis mulheres que vão à academia pelo motivo do condicionamento físico
realizam treinamentos específicos para uma modalidade de esporte. Os homens por buscarem
um corpo musculoso veem os exercícios como um dever para alcançar seu objetivo.

5 CONCLUSÃO
Após a análise dos dados verificou-se que o principal motivo para a prática de
exercícios físicos é a estética. Os clientes das academias buscam um corpo perfeito. Nessa
busca eles não poupam esforços, tempo e dinheiro. O corpo perfeito visto como ideal é aquele
que aparece em revistas ou na televisão por modelos, atrizes ou atores.
Após a realização do exercício físico vêm à sensação de dever cumprido, os clientes
das academias buscam um objetivo e sabem que depois de cada dia na academia é um passo a
mais que foi dado para alcançar o mesmo.
Durante as entrevistas percebeu-se que os clientes veem sua qualidade de vida como
ótima e boa, e é um dado interessante, porque demonstram serem pessoas com auto-estima
elevada, pois conseguem ultrapassar as dificuldades como o tempo, dinheiro, saúde, e além
 20

dessas dificuldades que aparecem há também as facilidades do dia-a-dia, comida enlatada,

internet, televisão, computador entre outros. Para afirmar que a qualidade de vida dessas
pessoas é ótima e boa é preciso aplicar testes ou questionários específicos para se chegar a
resultados.
Frequentar as academias regularmente é sempre uma dificuldade, pois é comum
aparecer outros compromissos e academia acaba ficando para outro dia. Neste estudo percebe-
se que os clientes vão academia de três a quatro vezes na semana, mas supondo-se que esses
clientes nos outros dias caminham, jogam bola, passeiam de bicicleta, jogam vôlei, tênis,
também estão realizando atividade física. A preocupação é que na maioria das vezes realizam
sem o acompanhamento de um profissional de Educação Física, que deveria estar inserido no
dia-a-dia das pessoas para orientá-las sobre a forma adequada de praticar a atividade física
que este cliente deseja fazer, a forma inadequada da realização de atividade física pode
prejudicar a saúde e o surgimento de lesões pelo corpo, estas lesões muitas vezes não
aparecem logo após a realização da atividade física, e vão surgir no decorrer da vida desta
pessoa.
Os clientes das três maiores academias de Joaçaba frequentam academias a mais de
quatro anos, considerando que alguns desses param por um tempo e depois voltam. Esse
período geralmente é no inverno, os clientes deixam as academias quase vazias. Sempre há
clientes começando a academia, renovando e criando mais motivação nos donos das
academias a continuarem com seu trabalho.
A atividade física mais realizada nas academias é a musculação, por ser
disponibilizada em todas as academias, por ter um preço que pode ser modificado de acordo
com o número de vezes e o horário que o cliente frequenta a academia, e por ser uma
atividade física de fácil realização. O preço que é cobrado nas academias influencia os
clientes na hora da escolha e na frequência semanal. A academia que disponibilizar diversas
possibilidades de preço, de acordo com a frequência semanal, e atividade físicas variadas, vai
atrair mais clientes e com isso essa academia sempre estará se atualizando e buscando
alternativas que venham de encontro com o objetivo desse cliente.
O grau de escolaridade dos clientes em média é superior, ou seja, que conhecem a
importância da realização de atividade física. A maioria busca ter um corpo “sarado” para
mostrar no verão, mas sabem que não podem deixar de lado a qualidade de vida, porque
necessitam trabalhar para sustentar a família, ou trabalhar para conseguir pagar uma
faculdade. A atividade física ajuda a melhorar a aptidão física, que nada mais é do que
conseguir realizar as atividades da vida diária.
 21

Os clientes das academias têm idade bem variada, são jovens, pessoas adultas e
pessoas idosas, o paradigma que ir à academia não é recomendado para esse público não é
verdade. Esses clientes conhecem o quanto faz bem realizar atividade física, tanto para o seu
bem estar quanto para sua motivação em viver cada vez mais.

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 24

UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA – Campus de Joaçaba

ACBS - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Componente Curricular: Trabalho Acadêmico de Pesquisa II
Professora: Elisabeth Baretta
Acadêmico: Edoardo Trindade dos Santos
Professora Orientadora: Marly Baretta

MOTIVOS DA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICOS

EM ACADEMIAS E FATORES ASOCIADOS

Objetivo Geral:
Investigar os motivos que levam as pessoas à prática de exercícios físicos em academias de
ginástica no município de Joaçaba – SC.

Objetivos Específicos:

- Apontar o principal motivo que leva os clientes a academia de acordo com o sexo.
- Descrever as principais variáveis investigadas que leva as pessoas à academia.
- Pesquisar 120 clientes das três maiores academias do município de Joaçaba.
- Explicar as possíveis diferenças quanto à porcentagem entre os sexos.
 25

UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA

CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
CAMPUS DE JOAÇABA
TRABALHO ACADEMICO DE PESQUISA
INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS

1 – Questionário nº: QUEST

2 – Nome: NOME
3 – Idade em anos completos: IDADE
4 – Sexo: SEXO
( ) Masculino ( ) Feminino
5 – Massa Corporal: MASCOR
6 – Altura: ALTU
7 – Escolaridade: ESCOLA
( ) Fundamental ( ) Médio ( ) Superior
8 - Ocupação Principal: OCUPA
( ) Estudante ( ) Trabalha ( ) Trabalha e estuda ( ) Desempregado
Outros_____________________________________________
9 – Como você considera a sua qualidade de vida: QUALVIDA
( ) Ótima ( ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim ( ) Péssima
10 – A quanto tempo frequenta à academia: TEMPACA
( ) Até dois meses ( ) De três a cinco meses ( ) De seis meses a um ano
( ) Um ano e um mês a dois anos ( ) Dois anos e um mês a quatro anos
( ) Mais de quatro anos
11 – Quantas vezes por semana você vai à academia: SEMAACA
( ) Uma ( ) Duas ( ) Três ( ) Quatro ( ) Cinco ( ) Mais de cinco vezes
12 - Como decidiu ir para a academia: DECIACA
( ) Decisão própria ( ) Incentivo/insistência da família
( ) Orientação médica ( ) Companhia/incentivo de amigos
13 - Qual o principal fator motivacional que levou a procurar pela academia para prática PRINCMOT
de exercício físico (marcar apenas uma alternativa):
( ) Estética ( ) Lazer ( ) Saúde
( ) Terapêutico ( ) Condicionamento físico
14 – Qual exercício físico que realiza na academia: EXERREAL
( ) Musculação ( ) Ginásticas ( ) Lutas
15 - Sentimento após a prática dos exercícios físicos: SENTAPÓS
( ) Relaxamento ( ) Sensação de dever cumprido ( ) Indiferença
16 – Quanto a sua satisfação com a academia: Atribua uma nota de 5 a 10. SATISACA
( )5 ( )6 ( )7 ( )8 ( )9 ( ) 10
OBSERVAÇÃO: Você poderá solicitar esclarecimento sobre a pesquisa em qualquer etapa do estudo. Você é livre para
recusar-se a participar, retirar seu consentimento ou interromper a participação na pesquisa a qualquer momento, seja por
motivo de constrangimento e ou outros motivos. A sua participação é voluntária, fui informado (a) dos objetivos da
pesquisa acima de maneira clara e detalhada e esclareci minhas dúvidas.
Assinaturas: Data: ______________
Entrevistado:___________________________________________
Pesquisador: ___________________________________________