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(UNIEDU)
RELATÓRIO FINAL
Joaçaba-SC
2023
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SUMÁRIO
1 Resumo........................................................................................................................................3
2 Introdução....................................................................................................................................4
3 Fundamentação teórica................................................................................................................7
4 Metodologia...............................................................................................................................10
7 Referências................................................................................................................................16
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1 Resumo
O comportamento positivo ou negativo na prática de atividades físicas podem ser
influenciados por fatores motivacionais que são determinados como biológicos,
cognitivos e sociais, considera-se também que a escola é um dos ambientes propícios
para o estímulo da pratica de atividade física, já que tem em seu quadro o componente
curricular obrigatório de Educação Física. Sendo assim, o objetivo deste estudo é avaliar
a motivação para a educação física e para o esporte em crianças, por meio de escalas
pictóricas. Participaram deste estudo 391 estudantes do sexo masculino e feminino, do
ensino fundamental de 1° à 5° ano, com média de idade de 8 anos, mínima de idade de 6
anos e máxima de 10 anos. Os resultados deste estudo demonstram que 80% (n=316) das
crianças encontram-se classificados como insuficiente insuficientemente ativos, ou seja,
não praticam o mínimo esperado de atividades físicas ao longo do dia. As crianças
avaliadas relatam alta satisfação para a prática dos esportes (média de 5,3 pontos, em uma
escala de 1 a 7) e apresentam motivação intrínseca para a prática das aulas de educação
física (média de 2,9 pontos em uma escala de 1 a 3). Enquanto, para a motivação
extrínseca os valores apresentaram a média de 1,9 e para a desmotivação a média foi de
1,4 pontos. É possível concluir que no ambiente escolar os estudantes possuem motivação
e realizam atividades físicas regulares, porém a minoria faz atividades no período oposto
ao qual estuda, isso faz com que o tempo de prática não seja o suficiente. Esses dados
podem ajudar a desenvolver evidências empíricas direcionadas a fim de melhorar as
práticas pedagógicas e a organização de programas educacionais voltados a prática de
atividades físicas. Estimular os professores a aplicarem metodologias que contribuam nas
formas de aprendizagem, pode favorecer a motivação para aprender e a percepção de
competência dos estudantes, para que desenvolvam interesse pelas atividades físicas,
podendo assim evitar que no futuro sejam jovens sedentários.
2 Introdução
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prática de atividade física físico-desportivo tem um peso relevante (MERINO-
BARRERO, VALERO-VALENZUELA, BELANDO, 2019). Estudos indicam que esse
tipo de motivação está relacionado a um alto nível de esforço, prazer, alta capacidade de
cooperação e baixo nível de tédio por parte do praticante (NTOUMANIS, 2002).
Considera-se também que a escola é um dos ambientes propícios para o estímulo à
prática de atividade física, uma vez que apresenta em seu currículo o componente
obrigatório de Educação Física, com os objetivos de propiciar o estímulo cognitivo,
afetivo, social e motor dos escolares, bem como estimular no adolescente o conhecimento
e cuidado sobre seu próprio corpo, valorizando e adotando hábitos saudáveis como um
dos aspectos básicos da qualidade de vida, fazendo com que o mesmo aja com
responsabilidade em relação à sua saúde e à saúde coletiva (BRASIL, 1997).
A possibilidade de diagnóstico da motivação, considerando as necessidades
psicológicas básicas e regulações motivacionais como determinantes para a prática de
atividades físicas orientadas nas crianças, são fatores importantes para medidas de
intervenção efetivas em saúde. Além dos resultados científicos, a investigação pretende
gerar dados que ofereçam subsídios que repercutam mudanças e melhorias sobre a
realidade das crianças, servindo de ferramenta aos profissionais envolvidos na área das
Ciências da Saúde, desde a gestão até a aplicação destes conhecimentos na escola,
contribuindo na soma de informações sobre os fenômenos que envolvem a prática de
atividade física orientada entre as crianças.
Considerando o exposto o objetivo deste estudo foi avaliar a motivação para a
educação física e para o esporte em crianças, por meio de escalas pictóricas.
3 Fundamentação teórica
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relações, o quanto se preocupam com os outros, sentindo satisfação com suas relações
sociais (DECI; RYAN, 1990).
Estas três necessidades influenciam o nível de motivação, uma vez que quanto
maior a percepção de autonomia, competência e relação com os demais, mais
intrinsecamente o indivíduo encontra-se motivado. Ou seja, a motivação seria definida
por diferentes níveis de autodeterminação, sendo esta maior ou menor no indivíduo;
assim, tem-se a desmotivação (falta de motivação) a motivação extrínseca e a intrínseca
(DECI; RYAN, 2000).
Assim como as demais teorias, a TAD também considera que a motivação é
influenciada por fatores externos e internos de cada pessoa. Porém os autores desta teoria
consideram a dicotomia motivacional intrínseca e extrínseca demasiadamente simplista,
introduzindo, neste contexto, uma subteoria: a Teoria da Integração do Organismo (ou
Teoria da Integração Orgânica) (DECI; RYAN, 2000), que categoriza formas de
motivação extrínseca considerando um continuum da autodeterminação, no sentido de
conduta menos autodeterminada para a mais autodeterminada.
O Quadro 01 apresenta o continuum da autodeterminação, caracterizando os
diferentes níveis de autodeterminação, ou regulações motivacionais que influenciam o
comportamento do indivíduo (DECI; RYAN, 2000).
Tipos de Motivação
Desmotivação Motivação Extrínseca
Motivação Intrínseca
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1) Regulação externa: caracterizada pela necessidade de obter recompensas
externas ou evitar punições, como exemplo associado ao objetivo deste estudo
pode-se afirmar que é a adesão à prática das atividades físicas por pressão dos
pais, ou no caso da Educação Física Escolar, por pressão do professor, para
evitar possíveis repreensões (FERNANDES; VASCONCELOS-RAPOSO,
2005).
2) Regulação introjetada: diferentemente da regulação externa, as recompensas
envolvidas no processo regulatório são internas. Neste caso, há um sentimento
de obrigação para a realização da atividade, influenciada também pelo meio
social, quando, por exemplo, o indivíduo pratica a atividade física para não se
sentir culpado diante de seu comportamento inativo. Assim, envolve situações
conflituosas em que os comportamentos são influenciados por pressões
internas, como a culpa e a ansiedade (FERNANDES; VASCONCELOS-
RAPOSO, 2005).
3) Regulação identificada: apresenta-se como um comportamento mais
internamente regulado, neste caso o indivíduo já considera importante a sua
participação na atividade, e aprecia os resultados e benefícios que envolvem o
processo, mesmo que a sua prática ainda não seja tão agradável (WILSON et
al. 2003).
4) Regulação integrada: é considerada a forma mais autodeterminada das
motivações extrínsecas, ou seja, sua forma mais autônoma. Estas ações,
embora sendo consideradas extrínsecas, uma vez que visam resultados além
do simples prazer pela prática, apresentam muitas características da motivação
intrínseca (RYAN; DECI, 2000). Neste caso o indivíduo pratica a atividade
sabendo que de alguma forma ela exerce influência positiva sobre sua vida.
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Para os autores desta teoria, os indivíduos tem uma maior tendência de
participação nas atividades quando o seu comportamento é regulado de forma mais
autodeterminada (motivação extrínseca – regulação integrada, e motivação intrínseca)
(RYAN; DECI, 2000).
González-Cutre et al. (2010), afirmam que mesmo antes da publicação da Teoria
da Integração do Organismo, os autores vinham demonstrando evidências destes
conceitos. Ryan e Connell (1989), ao investigar crianças do ensino fundamental sobre as
razões que os fazem realizar os trabalhos de escola, encontraram regulações externas
introjetadas e identificadas, e regulação intrínseca, caracterizando um modelo de
autodeterminação. Concluindo que estes estilos mais autodeterminados, se
correlacionavam significativamente com o prazer, o esforço nas aulas e a percepção de
um contexto favorável à autonomia, enquanto que os estilos menos autodeterminados
estavam associados à ansiedade e desconforto em realizar as atividades.
Fernandes e Vasconcelos-Raposo (2005) consideram a Teoria da Integração do
Organismo, uma forma mais abrangente da TAD, pois determina que o comportamento
humano seja regulado por estruturas internas, que se desenvolvem através da experiência,
observando-se assim uma relação bidirecional intencional e integrada do indivíduo com
os estímulos externos.
Esta teoria foi complementada por Vallerand, (2001, 2007) que apresenta o
Modelo Hierárquico da Motivação, organizado de acordo com a seguinte sequência:
Fatores Sociais (globais, contextuais, situacionais) → Mediadores (autonomia,
competência e relacionamento) → Motivação (intrínseca, extrínseca e desmotivação) →
Consequências (afetivas, cognitivas e comportamentais). No contexto da educação física,
os fatores sociais que interferem na motivação podem envolver o estilo interpessoal
oferecido pelo professor durante as aulas, sendo possível que ele recorra a um estilo mais
controlador, ou ofereça aos seus alunos um maior apoio à autonomia. Neste caso, um
aumento do apoio do professor à autonomia dos alunos, pode permitir uma maior
motivação, ou um perfil mais autodeterminado para a prática das aulas de educação física
(GONZALEZ-CUTRE et al, 2014).
Para Silva et al. (2012) os professores de Educação Física, com o objetivo de
promover a prática de exercícios físicos entre seus alunos, devem estimular: a autonomia
para prática, não determinando a sua realização como uma obrigação; o sentimento de
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competência, ou seja, os alunos precisam sentir-se competentes para desempenhar as
atividades; e as relações interpessoais, permitindo que os alunos sejam valorizados por
outras pessoas ou a prática facilite a criação de vínculos sociais positivos.
Em nível nacional observam-se algumas investigações relevantes que fazem
relação entre a TAD e a motivação para a prática de atividade física nos adolescentes
brasileiros (VIANA; ANDRADE; MATIAS, 2010; VISSOCI et al., 2008; SILVA et al.,
2012; TENÓRIO, 2014). A maior parte dos estudos desta natureza, nas Ciências da
Saúde, considera populações praticantes e não praticantes de exercícios em academias, ou
em atletas de rendimento, fato que elimina grande parcela da população que ainda não
encontrou motivos para praticar de forma efetiva a atividade física de forma orientada,
mesmo no contexto escolar.
Tendo em vista a importância apresentada por pesquisas anteriores para avaliar a
motivação contexto da infância, considera-se a identificação e a avaliação das dimensões
motivacionais nas crianças como ferramentas importantes na compreensão do
comportamento humano voltado à adesão à prática de atividades físicas orientadas,
podendo auxiliar na implantação de estratégias que estimulem bons comportamentos
relacionados a esta prática. Estudantes mais motivados aprendem mais e usam o
aprendizado para o resto da vida (TENÓRIO, 2014).
4 Metodologia
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Comitê de Ética em Pesquisas em Seres Humanos (CEP) da Unoesc e somente foram
avaliados os adolescentes que tiverem o TCLE assinado pelos pais e/ou responsável.
Para avaliar a motivação esportiva foi utilizada a Escala Pictórica de Motivação
Esportiva Infantil (EPMDI) (MORENO-MURCIA, BELANDO, HUÉSCAR, 2021),
composta por 9 itens que medem o grau de motivação pela qual praticam esporte, sendo
agrupados em três fatores compostos para três itens cada: motivação intrínseca (por
exemplo, “Eu me divirto quando pratico um esporte e faço o melhor que posso"),
motivação extrínseca (por exemplo, "pratico esportes para que meus professor/treinador e
meus pais estão felizes”) e desmotivação (por exemplo, “eu perco meu tempo fazendo
esporte. Eu acho isso chato"). As crianças responderam uma escala do tipo Likert de três
opções: 1 (Ele não se parece comigo), 2 (Ele se parece um pouco comigo) e 3 (Ele se
parece comigo) para a pergunta de cada item. Cada uma das alternativas é apresentada
individualmente, com uma imagem (quadrinho) para facilitar o entendimento da questão.
A criança teve que assinalar qual a imagem ele entende ser mais parecido com ele quando
pratica esportes.
Para avaliar a satisfação durante a prática dos esportes foi utilizada a Escala
Visual Analógica de Alegria (VAS-joy) que consiste em uma sequência de expressões
faciais infantis que lembram desenhos animados (OROS, 2008). É ilustrado em cores;
mostra rostos no contexto da postura do ombro e inclui detalhes básicos como cabelo e
cílios. Essas características tornam as imagens relativamente mais realistas e semelhantes
ao examinado em comparação com os esquemas tradicionais. As expressões faciais são
organizadas horizontalmente do mais feliz ao mais triste, incluindo uma expressão neutra.
As crianças foram solicitadas a indicar a expressão que melhor reflete seu humor em
termos de felicidade e tristeza, habitualmente ou no momento da realização da tarefa,
dependendo da intenção de avaliar a felicidade como traço ou como estado. Foi posto
uma versão para meninas e outra para meninos. Para fins estatísticos, a cada imagem foi
atribuído um valor numérico de 1 (muito triste) a 7 (feliz); no entanto, esses valores não
são visíveis para as crianças para evitar seu efeito na escolha dos rostos.
Para avaliar o nível de atividade física foi utilizado o QUAFDA (Questionário de
Atividade Física do Dia Anterior), validado por Cabral, Costa e Liparotti (2011). O
instrumento QUAFDA verifica a atitude da criança em relação à atividade física, o meio
de transporte utilizado para ir à escola, e as atividades físicas praticadas. O escore geral
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de atividade física da criança nesse questionário é determinado ao somar os escores das
atividades que a criança referiu realizar no dia anterior, baseado nos desenhos de 11
atividades pré-definidas e com três intensidades diferentes. É um questionário indicado
para avaliar o nível de atividade física de crianças de sete a dez anos. O instrumento é
composto por 11 tipos de atividades ilustradas em forma de figuras (dançar,
caminhar/correr, brincar com o cachorro, ajudar nas tarefas domésticas, pedalar, pular
corda, subir escadas, jogar bola, nadar, andar de skate e ginástica) em três níveis distintos
de intensidades (devagar, rápido, e muito rápido). O nível geral de atividade física foi
determinado ao somar os escores das atividades que a criança referiu realizar no dia
anterior da coleta. Atribuiu-se quatro pesos distintos como forma de ponderar as
atividades assinaladas pela criança, sendo peso zero para a atividade que não foi referida
pela criança, peso um para atividades de intensidade leve (devagar), peso três para
atividades de intensidade moderada (rápida) e peso nove para atividades de intensidade
vigorosa (muito rápida). Por exemplo, a crianças que referiu caminhar devagar, jogar bola
rápido, subir escadas e pular corda muito rápido teria um escore de 22, referente à soma
dos escores de cada atividade (1 + 3 + 9 + 9 = 22). Esta ponderação foi baseada em
proposta similar de um estudo prévio (SALLIS et. al., 1993), e representa uma
aproximação do custo metabólico das atividades nas diferentes intensidades. Ao se
computar os dados, pode-se alcançar uma pontuação máxima de 143 pontos. Como o
estudo de validação do QUAFDA não propôs uma classificação do nível de atividade
física analisa-se o escore em relação aos terços de distribuição, sendo esses terços: a)
Insuficientemente Ativo – 0 a 36 pontos no escore; b) Ativo – 37 a 58 pontos no escore;
Muito Ativo – 59 a 143 pontos no escore. Para fins de análise, essa variável é
recategorizada em Fisicamente Ativo (Ativo + Muito Ativo) e Insuficientemente Ativo
(COSTA et. al., 2010). Já para avaliar o deslocamento para a escola foi feita a seguinte
pergunta: “Como você veio para escola?”, os escolares têm ilustrados em figuras cinco
opções de resposta (caminhando, pedalando, ônibus, carro ou moto). Posteriormente, para
fins de análise, essas respostas são recategorizadas em “Deslocamento ativo”
(caminhando ou pedalando) e “Deslocamento passivo” (ônibus, carro ou moto).
Os dados foram tratados pelo programa Statistical Package for the Social Sciences
(SPSS) versão 22.0. A estatística descritiva apresenta os dados como média, mediana,
desvio padrão, valores mínimos e máximos.
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4.2 Etapas da pesquisa
Início das atividades: abril de 2022.
Conclusão das atividades: abril de 2023.
MESES/ANO
oDezembro
TAREFA
Setembro
Fevereiro
Novembr
Outubro
Janeiro
Agosto
Março
Junho
Julho
Abril
Abril
Maio
1. Levantamento do referencial teórico e envio ao CEP. X X
2. Elaboração dos instrumentos de investigação.
X X
Treinamento da equipe. Estudo Piloto.
3. Aplicação dos instrumentos à amostra selecionada. X X X
4. Organização dos dados. X
6. Análise e interpretação dos resultados. X
8. Redação do artigo para publicação X X
9. Comunicação e/ou aplicação dos resultados X
10. Entrega relatório final e artigo X
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Tabela 01: Quantidade de crianças avaliadas por turma.
Feminino Masculino Total
Turma n % n % n %
1 ANO 53 13,6% 43 11% 96 24,6%
2 ANO 35 9% 48 12,3% 83 21,2%
3 ANO 33 8,4% 45 11,5% 78 19,9%
4 ANO 22 5,6% 31 7,9% 53 13,6%
5 ANO 35 9% 46 11,8% 81 20,7%
Total 178 45,5% 213 54,5% 391 100%
Fonte: os autores
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A tabela 3 nos traz números referenciados ao Nível de Atividade Física (NAF),
dentro do sexo feminino sendo 45,5% dos alunos que fizeram o teste os seguintes
números foram obtidos: 5,4% ativos; 39,4% insuficientemente ativos; e 0,8% muito
ativos.
No sexo masculino que contabiliza 54,5% dos alunos que fizeram o teste, é
apresentado os seguintes resultados: 10,7% ativos; 41,4% insuficientemente ativos; e
2,3% muito ativos, logo percebe-se que as maiores porcentagens estão entre os meninos,
principalmente na classificação insuficientemente ativos, e também que 80,8% dos alunos
que participaram estão nessa classificação.
Este projeto teve como objetivo analisar e avaliar a motivação para a educação física
e para o esporte em crianças, por meio de escalas pictóricas.
Busca-se com este estudo a identificação da motivação, disposição e frequência de
atividades físicas e esportes praticados pelas crianças. Pode-se notar que a maior
porcentagem de ambos os sexos foi como insuficientemente ativos, que significa que
essas crianças não praticam atividades físicas regulares, que não cumprem as
recomendações quanto à frequência ou duração, ou seja também podem ser comparadas a
sedentárias, assim para essas crianças se tornarem ativas, recomenda-se à pratica de
atividades de no mínimo 60 minutos diários, se ainda não alcança as recomendações de
quantidade de tempo para a prática de atividade física, a criança pode aumentar aos
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poucos a quantidade e a intensidade. qualquer atividade física, no tempo e no lugar em
que for possível.
Esta identificação e análise poderão auxiliar no planejamento e aplicação de
estratégias de ensino e aprendizagem adotadas pelas escolas para desde cedo combater o
sedentarismo, e promover a importância de atividades físicas diárias.
7 Referências
ACSM Position Stand: The recommended quantity and quality of exercise for developing
and maintaining cardiorespiratory and muscular fitness, and flexibility in healthy adults.
Med Sci Sports Exerc, v. 30, p. 975-991, 1998.
DA COSTA, Filipe Ferreira; DE ASSIS, Maria Alice Altenburg. Nível de atividade física
e comportamentos sedentários de escolares de sete a dez anos de Florianópolis-SC.
Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, v. 16, n. 1, p. 48-54, 2011.
DECI, Edward L; RYAN, Richard M. The “what” and “why” of goal pursuits: human
needs and the self-determination of behavior. Psychological Inquiry, vol. 11, n. 4, p.
227-268, 2000.
16
(Org.). Motivación en la actividad Física y el deporte, Espanha: Wanceulen Editorias
Deportiva, 2010. Cap. 5, p S.L., 2010. 119-150.
GUEDES, Dartagnan Pinto; GUEDES, Joana Elisabete Ribeiro Pinto. Aptidão física
relacionada à saúde de crianças e adolescentes: avaliação referenciada por
critério. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, v. 1, n. 2, p. 27-38, 2012.
17
MORENO-MURCIA, Juan Antonio; GONZÁLEZ-CUTRE, David. A permanência de
praticantes em programas aquáticos baseada na Teoria da Autodeterminaçao. Fitness &
Performance Journal, v.5, n. 1, p. 5-9, 2006.
MURCIA, Juan Antonio Moreno; CERVELLÓ, Eduardo. Pensamiento del alumno hacia
la Educación Física: Su relación con la práctica deportiva y el carácter del educador.
Enseñanza, v. 21, p. 345-362, 2003.
RYAN, Richard M.; DECI, Edward L. Self-determination theory and the facilitation of
intrinsic motivation, social development, and well-being. American Psychologist, v. 55,
n. 1, p. 68-78, 2000.
SANTOS, Mariana Silva et al. Prevalência de barreiras para a prática de atividade física
em adolescentes. Rev Bras Epidemio, v. 13, n. 1, p. 94-104, 2010.
SILVA, Rodrigo Batalha et al. Relação da prática de exercícios físicos e fatores
associados às regulações motivacionais de adolescentes brasileiros. Motricidade, v. 8, n.
2, p. 8-21, 2012.
THOMAS, Jerry R.; NELSON, Jack K.; SILVERMAN, Stephen J. Métodos de pesquisa
em atividade física. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. 396 p.
VISSOCI, João Ricardo Nickenig et al. Motivação e atributos morais no esporte. Revista
da Educação Física/UEM, v. 19, n. 2, p. 173-182, 2008.
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A pesquisa destaca a importância da motivação na promoção da atividade física em crianças,
estabelecendo hábitos saudáveis ao longo da vida. Ela destaca a deficiência de instrumentos de
avaliação motivacional em crianças na idade escolar e a influência dos fatores biológicos,
cognitivos e sociais na motivação. A aplicação autodeterminada está vinculada a um maior
comprometimento com a atividade física e estilo de vida saudável. A escola é vista como um
ambiente propício para promover a atividade física. O estudo busca fornecer dados para
intervenções em saúde infantil por meio de escalas pictóricas. O estudo é de natureza descritiva
e quantitativa, com um desenho transversal e observacional, envolvendo 319 crianças de 6 a 10
anos em escolas de Joaçaba e Campos Novos (SC) durante 2022. A coleta de dados respeitou
critérios éticos, com aprovação do Comitê de Ética. Utilizou-se a Escala Pictórica de Motivação
Esportiva Infantil para avaliar a motivação esportiva, a Escala Visual Analógica de Alegria para a
satisfação durante a prática esportiva, e o Questionário de Atividade Física do Dia Anterior para
medir o nível de atividade física. O estudo envolveu 391 alunos do ensino fundamental, com
uma predominância na turma do 1º ano, composta por 43 meninos e 53 meninas, totalizando
24,6% do grupo. Na avaliação da satisfação durante a prática esportiva usando a Escala Visual
Analógica de Alegria, ambos os sexos obtiveram uma média positiva de 5,3, diminuindo a
satisfação na prática esportiva escolar. Em relação à motivação para a prática esportiva, a média
foi de 2,9 em uma escala de 1 a 3, destacando a motivação intrínseca. A aplicação extrínseca
apresentou médias de 1,8 no sexo feminino e 2,0 no masculino. A desmotivação teve média de
1,4 em ambos os sexos. Quanto ao nível de atividade física, a maioria dos alunos foi considerada
insuficientemente ativa, especialmente entre os meninos, representando 80,8% do total. Este
estudo busca identificar a motivação e o nível de atividade física em crianças, destacando que a
maioria delas é identificada como insuficientemente ativa. Recomenda-se promover atividades
diárias de pelo menos 60 minutos para combater o sedentarismo e informar o planejamento
escolar para incentivar a atividade física desde cedo.
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