Você está na página 1de 12

UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

DEPARTAMENTO DE PÓS-GRADUAÇÃO – ESPECIALIZAÇÃO

FANI LEONOR AMATO

OS BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA E DO TREINAMENTO FUNCIONAL


EM ADOLESCENTES

SÃO PAULO
2019
FANI LEONOR AMATO
OS BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA E DO TREINAMENTO FUNCIONAL
EM ADOLESCENTES

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Coordenação do
Curso de Pós-Graduação da
Universidade Estácio de Sá como
requisito parcial para obtenção do
título de Especialista em
Treinamento Funcional.

Orientador: Prof. Dr. Alexandre Evangelista


SÃO PAULO
2019
RESUMO

Uma revisão bibliográfica a respeito da atividade física e do treinamento


funcional e seus benefícios em adolescentes, campo de pesquisa pouco
explorado no tema. Foram utilizados livros didáticos, artigos e trabalhos de
conclusão pesquisados, no Google Acadêmico.
Palavras chaves: Treinamento Funcional, atividade física e adolescentes.
SUMÁRIO

1.
00
Introdução................................................................................................
1.1. Problema de
00
Pesquisa.........................................................................
1.2.
00
Hipótese................................................................................................
1. INTRODUÇÃO

A sociedade brasileira tem presenciado um cenário perigoso de


comportamento sedentário, que compromete a qualidade de vida de seus
cidadãos em todas as faixas etárias.
Neste sentido, é fundamental a difusão do maior número de recursos e
modelos de atividade física a estimular e fomentar a prática para todos os
fins, principalmente voltada à saúde.
Nos dias de hoje, cada vez mais tem sido utilizado o método de
Treinamento Funcional, que visa trabalhar o indivíduo e suas capacidades
físicas ou a maior parte delas. Esse treinamento destina-se a todas as
faixas etárias e o objeto de estudo deste trabalho será voltado para os
adolescentes.
Serão estudados os benefícios do Treinamento funcional no
condicionamento físico de adolescentes.

1.1 – PROBLEMA
Como já é de conhecimento, podemos trabalhar com o Treinamento
Funcional em diversas faixas etárias, de modo que, se aplicado durante a
adolescência, quais conhecimentos podemos trazer a esses jovens em
relação ao controle dos seus próprios exercícios, motivação e permanência
na atividade?

1.2 – HIPÓTESE

O Treinamento Funcional, devido ao grande número de possibilidades


de exercícios, aulas e atividades em geral, tem um aspecto motivacional
elevado, proporcionando ao aluno, condições de fazer uma prática diferente a
cada treino, trazendo prazer ao praticar, fazendo com que o jovem permaneça
na atividade, incorporando-a ao seu dia a dia e com isso, desenvolvam
autonomia na prática de suas rotinas de exercícios.

1.3 – OBJETIVOS
Trazer à tona os benefícios do treinamento Funcional em adolescentes.
Fazer com que os jovens desenvolvam controle de seus próprios
exercícios (autonomia), melhorando sua consciência corporal.
Incentivar a prática de atividade física, no caso o Treinamento
Funcional.
Melhorar a condição física geral do adolescente, melhorando sua
condição cardiorrespiratória, diminuindo seu peso corporal e
consequentemente a obesidade que tem sido comum nessa idade, controlar
a hipertensão.
Modificação no aspecto psicológico, melhorando sua auto estima.

1.4 – JUSTIFICATIVA
A vontade de saber mais e pesquisar sobre esse assunto surgiu, uma
vez que no meu local de trabalho vem aumentando a participação de jovens
em nosso programa de Ginástica Multifuncional ou Treinamento Funcional.
E como os adolescentes não são um público muito estudado, decidi por
este grupo para tentar saber um pouco mais.

1.1 – METODOLOGIA

Foram utilizados os recursos do Google Acadêmico, com seus artigos,


trabalhos de conclusão e livros didáticos.
E como critério de seleção, serão utilizadas as palavras chaves:
treinamento funcional, adolescentes e atividade física.

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Adolescentes

Segundo Eisenstein (2005)


Adolescência é o período de transição entre a infância e a vida adulta,
caracterizado pelos impulsos do desenvolvimento físico, mental, emocional, sexual
e social e pelos esforços do indivíduo em alcançar os objetivos relacionados às
expectativas culturais da sociedade em que vive. A adolescência se inicia com as
mudanças corporais da puberdade e termina quando o indivíduo consolida seu
crescimento e sua personalidade, obtendo progressivamente sua independência
econômica, além da integração em seu grupo social. Puberdade é o fenômeno
biológico que se refere às mudanças morfológicas e fisiológicas (forma, tamanho e
função) resultantes da reativação dos mecanismos neuro-hormonais do eixo
hipotalâmico-hipofisário-adrenal-gonadal. Estas mudanças corporais conhecidas
como os fenômenos da pubarca ou adrenarca e gonadarca são parte de um
processo contínuo e dinâmico que se inicia durante a vida fetal e termina com o
completo crescimento e fusão total das epífises ósseas, com o desenvolvimento das
características sexuais secundárias, com a completa maturação da mulher e do
homem e de sua capacidade de fecundação, através de ovulação e
espermatogênese, respectivamente, garantindo a perpetuação da espécie humana.
(Eisenstein 2005, p. 2.)

Para Gallahue (1989), o início da adolescência se dá por um período de


aumento significativo e rápido no peso e na altura. Porém a idade de início,
duração e intensidade deste estirão de crescimento é determinado de acordo
com a genética de cada indivíduo. Mas cronologicamente falando, a
adolescência vai do período de 10-11 anos até os 20 anos de idade.
E biologicamente, a idade é determinada pelo nível de maturação de
vários órgãos que compõem o indivíduo (Araújo, 1985).

2.2. Atividade Física e adolescência

A prática da atividade física é um componente extremamente necessário


para o quesito saúde, ao prevenir diversas doenças relacionadas ao corpo
humano (GUEDES et al 2005).
Segundo Tassitano et al (2007), a atividade física é benéfica em
qualquer idade, porém na adolescência dados nos mostram o quanto é
importante para a densidade óssea e mineral esquelética, sobre a pressão
arterial e contra a obesidade.

Quando estudada em adolescentes, a gordura corporal e o índice alto


de lipídios está relacionada efetivamente a inatividade física dos adolescentes,
e como consequência problemas cardíacos na vida adulta. Contudo é evidente
que precisamos preparar os adolescentes de hoje a ter uma vida mais ativa
para obter bons resultados saudáveis na vida adulta (GUEDES et al 2005).
Na mesma linha de raciocínio, Tassitano et al (2007) relatam que
estudos que analisaram o tracking da atividade física evidenciaram que a
exposição à inatividade física, quando iniciada na infância ou adolescência,
torna-se mais estável na vida adulta e, portanto, mais difícil de modificar.
Segundo Lazolli et al(1998) :
Existe associação entre sedentarismo, obesidade e dislipidemias e as
crianças obesas provavelmente se tornarão adultos obesos. Dessa forma, criar o
hábito de vida ativo na infância e na adolescência poderá reduzir a incidência de
obesidade e doenças cardiovasculares na idade adulta. A atividade física também
pode exercer outros efeitos benéficos a longo prazo, como aqueles relacionados
ao aparelho locomotor. A atividade física intensa, principalmente quando envolve
impacto, favorece um aumento da massa óssea na adolescência e poderá reduzir
o risco de aparecimento de osteoporose em idades mais avançadas (Lazolli et al
1998, p.107).

Segundo Hallal et al (2010), mesmo com grandes estudos científicos


relacionados à atividade física, o percentual de jovens que são ativos apontam
para baixo, e em maior quantidade em países desenvolvidos, o que se torna
mais preocupante, pois a atividade física está cada vez mais sendo menos
praticada.
Segundo Guedes at al. (2001), a atividade física é amplamente estudada
em diversos quesitos. Porém muito se fala sobre o desenvolvimento da mesma
em adultos, onde a exploração e estudos para adolescentes é escassa. E em
estudo realizado especificamente para essa faixa etária, foram colhidas
informações a respeito da atividade física praticada habitualmente no dia a dia.
Dentro desse estudo mostraram-se mais ativos os rapazes do que as
moças. Tendo influência também a classe social, sendo que os adolescentes
de classe social mais baixa são menos ativos fisicamente do que os de classe
mais privilegiada.

2.3. Treinamento Funcional


O Treinamento Funcional foi criado nos Estados Unidos por alguns
autores desconhecidos e vem sendo disseminado no Brasil há alguns anos,
ganhando muitos adeptos. Sua função é preparar o corpo, com integridade e
eficiência, através do CORE, ou centro do corpo como tem por definição.
De acordo com Monteiro e Evangelista (2010), o treinamento
funcional foi originado através dos profissionais de fisioterapia e reabilitação
pois estes foram os primeiros a utilizar exercícios que simulavam as práticas
dos pacientes em casa ou no trabalho no decorrer da terapia, fazendo com que
dessa maneira ocorresse um retorno rápido às atividades do dia a dia e às
suas funções no trabalho após uma lesão ou cirurgia.
Os primeiros a trazer o TF para o Brasil foram Ricardo e Luciano
D’Elia, iniciando o trabalho na academia Única em São Paulo, no final dos anos
90. A princípio o treinamento era voltado a especificidade dos esportes de
lutas, uma vez que era esse o público principal da academia e depois de algum
tempo, foi levado aos demais alunos. (FARIAS, 2015).
E devido aos problemas que um adolescente pode vir a ter
tornando-se um adulto sedentário e com inúmeros problemas de saúde, se não
for estimulado à prática de atividade física, é que devemos incentivá-lo a
praticar o Treinamento Funcional, que vai trabalhar sua capacidade aeróbia,
força, resistência, potência, velocidade, agilidade, equilíbrio e flexibilidade.
Capacidades essas, que estão diretamente ligadas ao controle de peso
corporal, melhora da densidade óssea, e controle de doenças cardíacas futuras
como hipertensão entre outras.

2.4. Desafios e Perspectivas

O Treinamento funcional foi muito bem aceito dentro da Educação


Física, pois é um método que se usado em conjunto com os treinamentos que
já existiam antes (Musculação, aulas coletivas e etc.), tem muitos resultados
positivos, pois um complementa o outro. E sem contar que como nos utilizamos
em muitos exercícios, do peso do corpo, é possível trabalhar sem máquina,
apenas com alguns implementos de fácil acesso e transporte.
Podemos melhorar tentando disseminar o conceito do TF para o maior
número de profissionais e lugares possíveis, para que mais pessoas e
educadores possam se beneficiar com os resultados positivos dessa prática tão
ampla e que trabalha o corpo como um todo e todas as capacidades físicas
que são necessárias para que tenhamos excelência em nosso movimento,
fortalecimento, equilíbrio e postura do indivíduo.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Uma vez que o Treinamento Funcional traz muitos benefícios para o


corpo no geral, é possível melhorarmos muito as condições físicas dos
adolescentes que podem vir a sofrer com obesidade, hipertensão e até baixa
estima, pois os exercícios são benéficos para todas essas questões e
apresentam ótimos resultados se praticados regularmente, além de melhorar a
condição cardiorrespiratória, o fortalecimento muscular, a flexibilidade e a
postura, tornando esses jovens adultos sadios no futuro.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
EISENSTEIN, Evelyn. Adolescência: definições, conceitos e critérios. Adolescência e
Saúde,v. 2, n. 2, p. 6-7, 2005.
GUEDES, Dartagnan Pinto et al. Níveis de prática de atividade física habitual em
adolescentes.
Rev Bras Med Esporte, v. 7, n. 6, p. 187-99, 2001.
GUEDES, Dartagnan Pinto; LOPES, Cynthia Correa; GUEDES, J. E. R. P. Reprodutibilidade e
validade do Questionário Internacional de Atividade Física em adolescentes. Rev Bras Med
Esporte, v. 11, n. 2, p. 151-8, 2005.
HALLAL, Pedro Curi et al. Prática de atividade física em adolescentes brasileiros. Ciência &
Saúde Coletiva, v. 15, p. 3035-3042, 2010.
LAZZOLI, José Kawazoe et al. Atividade física e saúde na infância e adolescência. Revista
brasileira de medicina do esporte, v. 4, n. 4, p. 107-109, 1998.
TASSITANO, Rafael Miranda et al. Atividade física em adolescentes brasileiros: uma revisão
sistemática. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum, v. 9, n. 1, p. 55-60, 2007.
BENEDET, Jucemar et al. Treinamento resistido para crianças e adolescentes. ABCS Health
Sciences, v. 38, n. 1, 2013.
MONTEIRO, Artur Guerrini; EVANGELISTA, Alexandre Lopes. Treinamento funcional: Uma
abordagem prática. Phorte Editora LTDA, 2011.
D'ELIA, Luciano. Guia completo de treinamento funcional. Phorte Editora LTDA, 2017.
DA SILVA, TIAGO APARECIDO OLIVEIRA; GARCIA, VINICIUS BRANCAGLION. EFEITOS
DO PROGRAMA DE TREINAMENTO FUNCIONAL NAS CAPACIDADES FISICAS DO
FUTSAL.
RABAY, Aline et al. Cardiometabolic Profile of a Functional Training Session. Journal of
Exercise Physiology Online, v. 15, n. 5, 2012.
TOURINHO FILHO, Hugo; TOURINHO, L. S. P. R. Crianças, adolescentes e atividade física:
aspectos maturacionais e funcionais. Rev. Paul. Educ. Fís, v. 12, n. 1, p. 71-84, 1998.

Você também pode gostar