Você está na página 1de 7

Izabelly Aparecida Santos Silva

CTII 417

TRABALHO DE GESTÃO DE NEGÓCIOS

Cubatão
2021
INTRODUÇÃO

Desde os primórdios da humanidade, o ser humano teve que se adaptar ao


meio ambiente no qual vivia para satisfazer suas necessidades básicas. Ao longo dos
tempos foi, paulatinamente, desenvolvendo seus conhecimentos para ajustar as
necessidades de sobrevivência. A história está repleta de acontecimentos que
demonstram a evolução do ser humano na busca da satisfação de suas
necessidades.

Mais recentemente, a revolução industrial provocou grandes transformações


na sociedade, proporcionando um leque de opções para consumo em massa,
mudando os costumes das pessoas no tocante à aquisição de bens. A conjugação de
diversos fenômenos culturais pelos quais passou a moderna sociedade, sendo o mais
importante deles o surgimento do modo de produção industrial, tornou possível a
emergência da sociedade de consumo na segunda metade do século XX.

Claramente, a sociedade de consumo herda ideais forjados ao longo da


Modernidade clássica; ideais de que ao alcançar tais bens materiais possuímos
símbolos máximos de felicidade e realização pessoal. A Reforma Protestante constitui
fato paradigmático neste contexto, já que, em função dela amplo processo de
laicização dos conteúdos ideológicos desenvolveu-se visando dar sustentação à
organização da atividade produtiva desde o fim da Idade Média.

DESENVOLVIMENTO

Num estudo realizado no mundo todo em 2012, metade dos entrevistados


admitiu que compra coisas que na verdade não precisa. Dois terços acham que os
consumidores estão comprando demais. Essa preocupação faz sentido, visto que
muitos consumidores estão se afundando cada vez mais em dívidas. Segundo
pesquisas, altos níveis de consumo resultam em mais estresse e infelicidade, não em
mais satisfação.

Como consumidores, somos alvo de uma contínua enxurrada de propagandas.


O objetivo das publicidades é transformar desejos em necessidades. Eles sabem que
a maioria dos consumidores se deixa levar pela empolgação. É por isso que as
propagandas e cada aspecto do mundo das compras são projetados para estimular
ao máximo essa empolgação nos consumidores.

O principal objetivo deles é mexer com a experiência pessoal, pois ela mostra
que algumas associações e memorias do início da vida têm resistência suficiente para
sobreviver até mesmo aos danos cerebrais mais sérios. A maior parte dos gostos e
preferências dos adultos está associada à primeira infância.

Tem-se como exemplo os bebês que escutam música dentro do útero e, ainda
além, essa experiência deixa uma impressão duradoura e poderosa, capaz de moldar
futuras preferências. Alguns estudos dizem que o período de gravidez é um momento
de grande vulnerabilidade a influências, um Shopping Center percebeu como as
gravidas passavam bastante tempo fazendo compras, e a partir disso identificaram
que havia ali um grande potencial de torná-las clientes fiéis. Sua ousada manobra foi
mandar espalhar talco infantil nas áreas que concentravam lojas de roupas infantis e
aspergir aroma de cereja nas praças de alimentação, além de tocar músicas suaves
da época em que essas mulheres haviam nascido.

Assim que entravam no local, os bebês ficavam calmos, mesmo quando


estavam agitados ou chorando pouco antes, fenômeno que 60% das mulheres
alegavam não ocorrer em nenhum outro lugar. Com seus pupilos mais calmos, as
mães não pouparam esforços em gastar alguns trocados a mais em mercadorias.

Em geral, nossa preferência por marcas e produtos se consolida por volta dos
sete anos de idade. Com cerca de três anos, algumas crianças já se sentem
pressionadas a usar determinadas marcas e acreditam que vestir, possuir ou
consumir certas grifes pode ajuda-las a vencer na
vida. Um exemplo desse fato é um meme usado nas
redes sociais.

Crianças são forçadas socialmente a adquirir


tal brinquedo, algo como se ela tiver tal brinquedo, as outras frequentarão sua casa
para brincar com ela, caso contrário, não gostarão dela. Para qualquer empresa, é
importante conhecer e conquistar seu público o mais cedo possível, é por isso que
várias empresas passaram a adaptar seus produtos, antes exclusivos a faixa etária
adulta, para crianças, como batons, cremes corporais, etc, chegando ao ponto da
Abercrombie & Fich lançar uma linha de biquínis com enchimento para meninas de
oito anos e a Tesco lançar um kit para meninas de dez anos brincarem de pole dance.
A Gillette também entrou nessa onda ao lançar kits de higiene pessoal para crianças.
A Starbucks considera adequar tamanho de bebidas para atender melhor às
necessidades das crianças e adolescentes. Quanto mais jovens começarmos a usar
uma marca, maiores s chances de adotá-lo durante a vida toda.

Pode-se notar que 75% das compras espontâneas de alimentos são


associadas a pedidos infantis, e uma em cada duas mães compra algo apenas porque
o filho pediu. Os fabricantes não medem esforços para que os pais transmitam as
preferências por marcas aos filhos, o que é conhecido como influência hereditária.
Como os filhos acompanham as mães nas compras, elas tendem a exercer mais
influência do que os pais nas preferências dos adolescentes, sobretudo, quanto a
produtos como sabonetes, temperos, detergente e sabão em pó. Assim, futuros pais
e mães, provavelmente, compraram produtos para seus filhos da mesma marca que
suas mães compravam para eles quando crianças.

Fabricantes de sabonetes líquidos para mãos estão fisgando as novas


gerações distribuindo estrategicamente dosadores de produtos em banheiros de
escolas de ensino fundamental, para quando eles crescerem, esse uso se tornar algo
normal e automático. Outra influência marcante em nossas vidas são das pessoas
famosas, cada vez mais a influência das pessoas nas redes sociais está crescendo,
com isso as vendas disparam quando uma celebridade é vista ou registrada com
determinado produto, sobretudo se for uma imagem espontânea, que mostra o uso
do artigo durante a rotina.

Além disso, outro fato que nos faz comprar muito é a estratégia da
Obsolescência Programada, que acontece desde os anos 20 quando os fabricantes
começaram a diminuir a vida útil dos produtos para aumentar suas vendas. Como foi
o caso das lâmpadas que tiveram sua vida útil reduzida em 1.000 horas. Outro fato
que aconteceu mais tarde na história da indústria têxtil, em 1940, foi a invenção do
Nylon, pela Dupont, que constituía uma fibra sintética revolucionária usada nas meias
femininas e que nunca desfiavam, mas a alegria durou pouco, pois como as meias
duravam muito e não tinham vendas, os fabricantes tiveram que criar outro produto
mais frágil e que desfiava fácil. Isso faz com que nós tenhamos que comprar mais e
faz com que qualquer produto que dure consideravelmente algum período a mais que
outro já seja muito superior.

Para mais, além da TV, livros, revistas e internet, os publicitários hoje usam um
número crescente de estratégias sofisticadas: produtos e marcas famosas são
sutilmente incluídos em programas de TV, filmes e videogames; agentes pagos para
representar empresas usam e elogiam produtos em situações do dia a dia sem
parecer que foram contratados para fazer isso; agentes publicitários são estimulados
a fazer comentários sobre certos produtos a seus amigos ou por meio de redes
sociais, esses agentes podem receber amostras do produto ou outras formas de
recompensa como incentivo.

Ainda tem-se mais um fato da atualidade que contribui para o nosso consumo
que é o data mining – que se dedica à captura e à análise do comportamento do
consumidor. O objetivo é classificar, resumir e uniformar os dados de modo que
possam ser usados para nos convencer a comprar determinador produtos. Os
consumidores que experimentam um novo produto tendem a ser fieis a ele por um
ano e meio, em média.

Assim, se uma loja descobre qual novidade pode agradar e oferece uma
amostra grátis, um cupom de desconto ou uma promoção para convencer alguém a
experimentar sem compromisso, consegue fisgar o dinheiro desse cliente pelos
próximos dezoito meses. Lojas de decoração obtêm informações de quem acaba de
construir ou comprar uma casa de construtoras ou órgãos de registros para enviar
sua lista de compras. Os bancos sabem que os alunos estão doidos para
extrapolarem seus gastos no primeiro ano de faculdade, além de saberem que estes
tendem a ficar com o mesmo cartão durante anos. Por isso elas praticam politicas
agressivas de parcerias com faculdades.

CONCLUSÃO

Sendo assim, é notável que existem inúmeras influências ao nosso redor para
que compremos. Desde rotinas cotidianas que vemos, como estratégias fortíssimas
de marketing, também desde a obsolescência programada, até influências familiares.
Todos esses fatores tornam as compras algo comum e necessário para nossa vida,
pois além do sentimento de que precisamos de tal bem, as marcas ainda fazem com
que nos sintamos únicos e especiais ao usar determinado produto.

Concluindo, é preciso racionalizar não só os nossos hábitos de consumo, mas a vida


em si. Temos essa capacidade e não devemos desprezá-la, afinal, é o que nos diferencia de todos
os demais seres. Em uma época em que se fala amplamente de empoderamento, os seres
humanos nunca estiveram tão desempoderados devido à falta de uso de sua maior habilidade:
pensar.

REFERÊNCIAS

Autor desconhecido. Por que compramos o que compramos? Disponível em:


<https://www.contadores.cnt.br/noticias/empresariais/2019/10/22/analise-por-que-
compramos-o-que-compramos.html> Acesso em 18 de dezembro de 2021.

CURRIEL, Alexandre. Por que compramos? O poder de sanar nossas


necessidades e desejos. Disponível em: <https://administradores.com.br/artigos/por-
que-compramos-o-prazer-de-sanar-nossas-necessidades-e-desejos> Acesso em 18
de dezembro de 2021.

Autor desconhecido. Afinal, por que compramos? Disponível em:


<https://vendamais.com.br/afinal-por-que-compramos/> Acesso em 18 de dezembro
de 2021.

Autor desconhecido. Por que compramos? Disponível em:


<https://www.jw.org/pt/biblioteca/revistas/g201306/por-que-compramos/> Acesso em
18 de dezembro de 2021.

MORANDI, Larissa Pereira e NHANBETE, Filomena Raquel. Resenha crítica


do documentário comprar, jogar fora, comprar: a história secreta da obsolescência.
Disponível em: <programada https://revistacientifica.facmais.com.br/wp-
content/uploads/2018/12/8.-RESENHA-CR%C3%8DTICA-DO-
DOCUMENT%C3%81RIO-COMPRAR-JOGAR-FORA-COMPRAR-
VERS%C3%83O-PARA-PUBLICA%C3%87%C3%83O.pdf> Acesso em 18 de
dezembro de 2021.
Autor desconhecido. Antecedentes históricos da sociedade de consumo.
Disponível em: < https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/10162/10162_3.PDF> Acesso
em 18 de dezembro de 2021.

ANDREASI, Diego. O lado oculto do marketing. Disponível em:


<https://jovemadministrador.com.br/resenha-brandwashed-o-lado-oculto-do-
marketing-controlamos-o-que-compramos-ou-sao-as-empresas-que-escolhem-por-
nos-parte-1/> Acesso em 18 de dezembro de 2021.

Você também pode gostar