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Módulo II

Responsabilidade Social.
01) Boas Razões para ter Responsabilidade Social

Gerar lucro deixou de ser o único foco e é, agora também, importante


implementar práticas empresariais com foco na melhoria das condições da
sociedade, que vão, não só beneficiar a comunidade, mas a própria empresa. Os
consumidores já não se limitam a comprar bens ou serviços e estão preocupados
com o impacto das organizações na sociedade e meio ambiente, preferindo
apostar em empresas que demonstrem ter consciência social.

Implementar ações de Responsabilidade Social trará grandes benefícios para a


organização, são eles:

1. Reconhecimento:
Aumenta o reconhecimento da empresa e melhora a imagem junto do público
O bom nome e a reputação são dois dos bens mais preciosos de uma empresa.

2. Conquista mais clientes e aumenta as suas vendas


Os consumidores estão cada vez mais alertas para os problemas sociais e
ambientais e as suas decisões de compra são muito influenciadas por estas
preocupações. Segundo um estudo da Nielsen (2018), 45% dos consumidores
preferem comprar bens e serviços a empresas que demonstrem ter iniciativas de
responsabilidade social, mesmo que isso implique pagar um valor mais elevado.
3. Melhora o relacionamento com os seus colaboradores
Os colaboradores de uma empresa sentem-se mais motivados e são mais
produtivos quando sabem que estão contribuindo para um mundo melhor. Ter
uma estratégia de Responsabilidade Social e promover iniciativas como o
voluntariado, estimula o crescimento pessoal e profissional dos seus
colaboradores, ajuda-os a trabalhar melhor em equipe e desenvolve um ambiente
de trabalho mais feliz e positivo.
Ao mostrarem que se preocupam com o bem-estar da comunidade, as empresas
que promovem as suas iniciativas de RS, atraem, também, os melhores
candidatos para as suas vagas e retêm os seus profissionais que muitas vezes
se tornam acérrimos embaixadores da marca.

4. Vantagem sobre a concorrência


As escolhas dos consumidores são muitas vezes influenciadas pela opinião
pública. Ao estabelecer-se como uma empresa comprometida com a
sustentabilidade e a responsabilidade social, vai destacar-se da concorrência e
ganhar vantagens face às empresas que não apostam nesta área.
Num outro estudo, 90% dos consumidores afirmam confiar mais e serem mais
leais a empresas que são socialmente responsáveis do que às que não
demonstram ter esse tipo de preocupações, sendo até capazes de boicotar
marcas e serviços se forem informados de práticas pouco responsáveis por parte
dessas empresas.

5. Melhora as relações com os fornecedores e os parceiros


As empresas não funcionam de forma isolada e interagem com fornecedores e
parceiros. Ter uma estratégia de Responsabilidade Social pode gerar novos
ritmos nas relações com esses intervenientes, reforçar as ligações e partilha e
potenciar novos desafios, enquanto se produz um impacto positivo na sociedade.

6. Ajuda a mudar o mundo para melhor


Mais do que focar exclusivamente na conquista de lucros, as empresas devem
assumir um compromisso de bem-estar com a comunidade que os rodeia e
procurar criar impacto positivo no mundo. É importante fazer parte da solução e
desempenhar um papel participativo, de mudança que beneficia todos.
02) A responsabilidade social nas pequenas empresas:

A responsabilidade social é um assunto que tem ganhado cada vez mais espaço
nos temas discutidos pela sociedade atual. Uma pesquisa divulgada pelo
Governo Federal mostrou que os brasileiros estão mais conscientes de sua
responsabilidade social.

Porém, as empresas menores ainda têm dificuldade em identificar as ações que


se encaixam em sua capacidade. As ações de responsabilidade social para
pequenas empresas podem ser um pouco diferentes.

Antes de mostrar as dicas de ações de responsabilidade social para pequenas


empresas vamos lembrar o que é uma ação de responsabilidade social.
A responsabilidade social acontece quando uma empresa, de forma voluntária,
decide adotar posturas, comportamentos ou promover ações em benefício de
seu público interno ou externo.
No público interno estão inseridos funcionários e acionistas e no público externo
estão a comunidade próxima à empresa, clientes, parceiros e até mesmo o meio
ambiente como um todo.
É importante frisar que as ações de responsabilidade sociais nem sempre terão
alguma isenção de impostos ou obrigatoriedade legal para serem executadas.
Elas podem e devem ser realizadas independentemente de algum desconto
fiscal ou qualquer benefício financeiro.
Como fazer ações de responsabilidade social para pequenas empresas?

1. Boas práticas de responsabilidade ambiental


A responsabilidade ambiental é uma das vertentes da responsabilidade social
que pode ser aplicada em empresas de todos os tamanhos.
Algumas ações ambientais podem gerar custos elevados de implantação, como
obras para a troca de torneiras para as automáticas, construção de claraboias
para melhor aproveitamento da luz natural e até mesmo instalação de placas
solares para captação de energia.
Se a sua empresa não tem capital para realizar grandes obras de adaptação,
algumas atitudes simples podem fazer muita diferença para o meio ambiente:

 elimine o uso de copos descartáveis nos bebedouros, incentivando cada


funcionário a ter a sua caneca ou garrafinha;
 elimine a obrigatoriedade de impressões que não sejam legalmente
necessárias;
 reutilize folhas de rascunho para fazer bloquinhos;
 incentive o consumo consciente da água;
 troque as lâmpadas pelas mais econômicas e evite acendê-las
desnecessariamente;
 faça a separação do lixo reciclável.

2. Atividades recreativas para a comunidade


As atividades recreativas são excelentes formas de levar benefícios à
comunidade na qual a empresa está inserida.
Uma boa estratégia é aproveitar datas especiais para realizar esse tipo de ação.
A mais usada pelas empresas é o dia das crianças, em que as “Ruas de Lazer”
fazem bastante sucesso entre os pequenos.

Outro tipo de ação bastante comum são aquelas que promovem a saúde e a
cidadania. Este tipo de ação conta com o oferecimento de serviços como aferição
de pressão arterial, exames preliminares, tais como o de vista e de glicose,
serviços de beleza e muitos outros.
Alguns serviços mais específicos, como a confecção de documentos de
identificação, podem ser oferecidos caso a empresa consiga uma parceria com
algum órgão governamental que ofereça esse tipo de serviço.
Parcerias podem ser feitas com outras empresas da região para diluição dos
custos da ação.
3. Montagem de um cantinho de leitura na empresa
A montagem de um local específico para leitura para os funcionários pode trazer
inúmeras vantagens tanto para a empresa, quanto para os próprios funcionários.
O incentivo à leitura é uma ação que promove o crescimento intelectual dos
colaboradores e, por consequência, da empresa como um todo.
Para implementar um espaço de leitura é necessário ter um cômodo bem
iluminado onde seja possível colocar os materiais de leitura e mesas e cadeiras
para as pessoas ficarem confortáveis. O ideal é que seja um lugar calmo, sem
muito ruído.
Para arrecadar os materiais, a empresa pode promover uma campanha de
doação de livros, revistas e jornais.
Para incentivar o hábito de leitura, ela pode também oferecer incentivos simples,
tais como destaque no mural da empresa como o leitor do mês ou trocar horas
de leitura por horas de folga.

4. Fazer doações a instituições sociais

As instituições sociais estão sempre precisando de alguma ajuda. As doações


podem ser financeiras e contar até com benefícios fiscais, em alguns casos. Mas,
não necessariamente.
Uma instituição social que atende crianças em situação de vulnerabilidade
social, por exemplo, pode estar precisando de roupas e brinquedos,
principalmente em épocas como a páscoa, o dia das crianças e o natal.
Outro motivador importante de doações são os fatores climáticos. No início do
período de frio, muitas famílias necessitam de agasalhos e cobertores.
Em período de muita chuva, as enchentes, deslizamentos e danos materiais
causados pelos temporais deixam muitas pessoas desabrigadas e sem ter o que
comer ou vestir.
A empresa pode lançar uma campanha de doação entre seus funcionários e até
mesmo junto à comunidade para arrecadar as doações e realizar a entrega em
uma instituição social responsável.

5. Promover visitas a casas de acolhimento de crianças e idosos


Orfanatos e asilos são exemplos de lugares onde uma visita pode fazer um bem
tão grande quanto uma doação (em alguns casos até maior).
As pessoas que vivem nesse tipo de instituição são muito carentes de atenção
e carinho, pois a maioria não recebe visitas frequentes de seus familiares.
Passar uma tarde brincando com uma criança ou conversando e ouvindo as
histórias de um idoso pode fazer um bem muito grande não só para quem está
sendo visitado, mas também para quem está fazendo a visita.
A empresa pode organizar grupos de visitações periódicas às instituições,
levando funcionários e pessoas da comunidade para participarem.
Fazer o bem para o meio ambiente e para a sociedade independe do tamanho
da empresa. Como vimos neste artigo, é possível fazer muitas coisas mesmo
com orçamento limitado.

03) Responsabilidade ambiental

O que é responsabilidade ambiental


Responsabilidade Ambiental é um conjunto de atitudes, individuais ou
empresarias, voltado para o desenvolvimento sustentável do planeta. Ou seja,
estas atitudes devem levar em conta o crescimento econômico ajustado à
proteção do meio ambiente na atualidade e para as gerações futuras, garantindo
a sustentabilidade.
Exemplos de atitudes que envolvem a responsabilidade ambiental
individual:
1. Realizar a reciclagem de lixo (resíduos sólidos).
2. Não jogar óleo de cozinha no sistema de esgoto.
3. Usar de forma racional, economizando sempre que possível, a água.
4. Buscar consumir produtos com certificação ambiental e de empresas que
respeitem o meio ambiente em seus processos produtivos.
5. Usar transporte individual (carros e motos) só quando necessário, dando
prioridades para o transporte coletivo ou bicicleta.
6. Comprar e usar eletrodomésticos com baixo consumo de energia.
Economizar energia elétrica nas tarefas domésticas cotidianas.
7. Evitar o uso de sacolas plásticas nos supermercados.

Exemplos de atitudes que envolvem a responsabilidade ambiental


empresarial:

1. Criação e implantação de um sistema de gestão ambiental na empresa.


Tratar e reutilizar a água dentro do processo produtivo.
2. Criação de produtos que provoquem o mínimo possível de impacto
ambiental.
3. Dar prioridade para o uso de sistemas de transporte não poluentes ou
com baixo índice de poluição. Exemplos: transporte ferroviário e marítimo.
4. Criar sistema de reciclagem de resíduos sólidos dentro da empresa.
Treinar e informar os funcionários sobre a importância da
sustentabilidade.
5. Dar preferência para a compra de matéria-prima de empresas que
também sigam os princípios da responsabilidade ambiental.
6. Dar preferência, sempre que possível, para o uso de fontes de energia
limpas e renováveis no processo produtivo.
7. Nunca adotar ações que possam provocar danos ao meio ambiente como,
por exemplo, poluição de rios e desmatamento.

Bem-estar da terra:
Segundo o pesquisador e ambientalista James Lovelock, todos nós temos
responsabilidades individuais de manter o bem-estar da Terra, considerada, por
ele, como um superorganismo vivo. Ou seja, há uma integração e
interdependência entre todas as partes que a compõem, incluindo a sociedade.
Por isso, é impossível analisar problemas ambientais de forma isolada. A
poluição ou qualquer outro dano apresentam reflexos em todo o mundo e não
apenas em seus pontos de origem. Um exemplo é a aceleração do degelo das
calotas polares, consequência de complicadores ambientais originados em
várias cidades do mundo, que, por sua vez, refletem em um aumento do nível
dos oceanos. Esse fenômeno deixa evidente a interconexão de eventos da
Terra.
Outra situação, mais próxima do nosso cotidiano, são as enchentes que assolam
boa parte das cidades brasileiras. Esse problema é uma responsabilidade de
todos: governo, empresas e população. Isso é o que chamamos de
corresponsabilidade ambiental.
Além disso, a mudança climática – e seus efeitos – impacta diretamente nos
negócios das empresas, na própria economia de cidades e países, e no bem-
estar e qualidade de vida da população. Para manter o sistema funcionando
perfeitamente, todas as partes envolvidas precisam trabalhar de forma integrada
e sustentável. Em uma companhia, por exemplo, o exercício começa
internamente, com a conscientização de colaboradores e vai até a contratação
de fornecedores preocupados com os aspectos e impactos sociais, ambientais
e econômicos de seu negócio. Isso também é corresponsabilidade ambiental.

Um setor bastante envolvido com questões de cunho ambiental é o de geração


de energia. Muito além de abordar a matriz energética, as empresas
controladoras de usinas hidrelétricas, por exemplo, também são responsáveis
por manter e monitorar reservatórios e suas bordas, consideradas por lei áreas
de preservação permanentes (APPs).

Os reservatórios das hidrelétricas trazem inúmeros benefícios além da geração


de energia limpa, que vão desde a captação da água para abastecimento das
cidades até a garantia de sustento de famílias de pescadores artesanais. A
represa também serve como hidrovia, escoando milhões de toneladas de riqueza
produzida. Mas, antes de tudo, ela abriga peixes, plantas e animais. Dessa
forma, a preservação dos reservatórios e das áreas de entorno, que protegem a
represa, é fundamental e urgente.

Sendo assim, para garantir a sustentabilidade ambiental dessas áreas, as


geradoras devem atuar de forma preventiva, buscando a conscientização da
comunidade sobre a importância das APPs e alertando sobre os riscos que as
ocupações irregulares acarretam ao meio ambiente e ao reservatório. Cabe
também às empresas a regularização de ocupações indevidas.
Entretanto, sem a colaboração da sociedade e do poder público na manutenção
dessas áreas, não será possível a extinção de irregularidades, como ocupações
não permitidas, invasões agrícolas e de animais. Estes e outros problemas como
o despejo de esgoto in natura nos reservatórios, os agrotóxicos que escorrem
das lavouras, a pesca predatória e o descarte irregular de lixo ainda atingem
grande parte dos rios onde estão instaladas as usinas hidrelétricas que
abastecem o país.
Portanto, é fundamental que haja esforços por parte das empresas e do Estado
para sua preservação. Mas, também é necessário que a população colabore com
a manutenção destes reservatórios e de suas bordas. Responsabilidade
ambiental não é algo isolado e deve envolver diferentes públicos. Essa
conscientização tem de começar na base, dentro de casa ou na escola, e seguir
para o mundo corporativo. Zelar pelo bem-estar do meio ambiente começa em
atitudes diárias, como uma evolução da própria educação e do próprio
comportamento humano.

04) Legislação ambiental

A legislação ambiental brasileira é considerada uma das mais completas e


apropriadas do mundo? Além de se tratar da preservação do meio ambiente, há
muito conteúdo sobre ações preventivas que visam diminuir os impactos.

A Constituição Brasileira de 1988, em seu art. 225, define a importância de


manter o ecossistema equilibrado por meio da preservação e recuperação
ambiental em prol da qualidade de vida que todo cidadão tem direito.
A legislação ambiental compreende leis, decretos, resoluções, portarias, normas
que são aplicadas às organizações de qualquer natureza e ao cidadão comum.
Elas definem regulamentações e atos de infração em casos de não cumprimento.
E com os avanços industriais e tecnológicos, tornou-se fundamental a discussão
sobre o desenvolvimento sustentável nas empresas e adequação das práticas
corporativas em relação ao uso dos recursos naturais.
Surge então o termo Compliance Ambiental, que significa estar de acordo com
a legislação, adotando práticas e ações que evitam danos ambientais.

As principais leis ambientais no Brasil:

Novo Código Florestal Brasileiro (Lei 12.651/12)


Revoga o Código Florestal Brasileiro de 1965 e estabelece a responsabilidade
do proprietário de espaços protegidos entre a Área de Preservação Permanente
(APP) e a Reserva Legal (RL) de proteger o meio ambiente, sempre.
Com essa lei, as florestas existentes no território nacional e as demais formas
de vegetação NATIVA, reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são
reconhecidos como bens de interesse comum a todos os habitantes do País.
O exercício do direito de propriedade está condicionado às limitações que a
legislação estabelece.

Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/81)


Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente e tem por objetivo a
preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida.
Visa assegurar condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses
da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana.
Foi a primeira Lei Federal a abordar o meio ambiente como um todo.
Além de proibir a poluição e obrigar ao licenciamento e regulamentar a utilização
adequada dos recursos ambientais, essa norma instituiu a PNMA e o Sisnama.
Com isso estipulou e definiu que o poluidor é obrigado a indenizar danos
ambientais que causar, independentemente de culpa.
Por fim, estabeleceu que o Ministério Público pode propor ações de
responsabilidade civil pelos danos causados ao meio ambiente, de forma a impor
ao poluidor a obrigação de recuperar e/ou indenizar os prejuízos causados.

Crimes Ambientais (Lei 9.605/98)


Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e
atividades lesivas ao Meio Ambiente.
Concede aos órgãos ambientais mecanismos para punição de infratores
ambientais, como em caso de crimes ambientais praticados por organizações.
Ou seja, com essa norma torna-se possível a penalização das pessoas jurídicas
em caso de crimes ambientais.
São exemplos de crimes ambientais:
SEÇÃO I : DOS CRIMES CONTRA A FAUNA
Exemplo: Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre,
nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da
autoridade competente, ou em desacordo com a obtida (Art. 29).
SEÇÃO II: DOS CRIMES CONTRA A FLORA
Exemplo: Receber ou adquirir, para fins comerciais ou industriais, madeira, lenha,
carvão e outros produtos de origem vegetal, sem exigir a exibição de licença do
vendedor, outorgada pela autoridade competente, e sem munir-se da via que deverá
acompanhar o produto até final beneficiamento (Art. 46).
SEÇÃO III: DA POLUIÇÃO E OUTROS CRIMES AMBIENTAIS
Exemplos: Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou
possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de
animais ou a destruição significativa da flora (Art. 54).
Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer parte do
território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores,
sem licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes, ou contrariando as
normas legais e regulamentares pertinentes (Art. 60).

Agrotóxicos (Lei 7.802/89)


Dispõe sobre a pesquisa, a produção, o transporte, o armazenamento, a
comercialização, a utilização e o destino final dos resíduos e embalagens
de agrotóxicos, seus componentes e afins.

Criação do Ibama (7.735/89)


Dispõe sobre a extinção de órgão e de entidade autárquica e cria o Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama), incorporando a Secretaria Especial do Meio Ambiente e as agências
federais na área de pesca, desenvolvimento florestal e borracha.
Compete ao Ibama realizar a Política Nacional do Meio Ambiente, atuando na
fiscalização e controle da exploração de recursos naturais.
Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) (Lei 12.305/10)
Estabelece princípios, objetivos, instrumentos e diretrizes relativas à gestão
integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, e
define as responsabilidades dos geradores e do poder público.
Ela assim define o que são os resíduos sólidos:
Material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas
em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está
obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos
em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na
rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica
ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível
E os geradores desses resíduos devem observar a seguinte ordem de prioridade:
Não geração;
Redução;
Reutilização;
Reciclagem;
Tratamento dos resíduos sólidos;
E disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.
A norma estabelece ainda quando será necessário elaborar o Plano de
Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS.
Este deve ter designado um responsável técnico devidamente habilitado para
sua elaboração, implementação, operacionalização e monitoramento de todas
suas etapas.

Recursos Hídricos (Lei 9.433/97)


Institui a Política e o Sistema Nacional de Recursos Hídricos, condiciona a
intervenção em águas públicas à autorização do órgão competente.
Institui a cobrança pelo uso da água por ser um recurso natural limitado e que
possui alto valor econômico.

Área de Proteção Ambiental (Lei 6.902/81)


Estabelece as diretrizes para a criação das Estações Ecológicas e as Áreas de
Proteção Ambiental (APA’s).
As Estações Ecológicas são áreas representativas de diferentes ecossistemas
do Brasil que precisam ter 90% do território intocadas e apenas 10% podem
sofrer alterações para fins acadêmicos.
Já as APA’s, compreendem propriedades privadas que podem ser
regulamentadas pelo órgão público competente em relação às atividades
econômicas para proteger o meio ambiente.
Obs.: aconselhamos analisar essa norma em conjunto com a Lei 9.985/00.

Patrimônio Cultural (Decreto Lei 25/37)


Dispõe sobre a proteção do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Entende-se como patrimônio nacional o conjunto dos bens móveis e imóveis
existentes no país e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua
vinculação a fatos memoráveis da História do Brasil, quer por seu excepcional
valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico.

Política Agrícola (Lei 8.171/91)


Essa lei objetiva a proteção do meio ambiente.
Ela estabelece a obrigação de recuperar os recursos naturais para as empresas
que exploram economicamente águas represadas e para as concessionárias de
energia elétrica.
Responsabiliza o Poder Público em suas esferas de fiscalizar o uso racional do
solo, água, fauna e flora.
Zoneamento Industrial (Lei 6.803/80)
Dispõe sobre as diretrizes básicas para o zoneamento industrial nas áreas
críticas de poluição.
A norma condiciona a atuação de entidades estatais no que se refere às áreas
críticas de poluição e institui proibições a serem observadas por tais entidades
durante os processos de licenciamento ambiental.
São estabelecidos padrões ambientais para a instalação e licenciamento das
indústrias, exigindo-se o Estudo de Impacto Ambiental (EIA).
A lista é grande né? Isso porque listamos apenas a legislação federal, mas há
muitos procedimentos que são regulamentados por órgãos e secretarias
estaduais e ambientais.
E apesar de sabemos que as principais leis ambientais são completas e
conseguem tratar os pontos mais críticos do meio ambiente no Brasil, é preciso
ir além e tentar, ao máximo, atender às obrigações impostas.
Isso porque há muitas burocracias que podem afetar negativamente o
desenvolvimento ambiental sustentável.

05) Desenvolvimento sustentável


“O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual,
sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas
próprias necessidades”, esta é a definição mais comum de desenvolvimento
sustentável.

Ela implica possibilitar às pessoas, agora e no futuro, atingir um nível satisfatório


de desenvolvimento social e econômico e de realização humana e cultural,
fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando
as espécies e os habitats naturais. Em resumo, é o desenvolvimento que não
esgota os recursos para o futuro.
Um desenvolvimento sustentável requer planejamento e o reconhecimento de
que os recursos são finitos. Ele não deve ser confundido com crescimento
econômico, pois este, em princípio, depende do consumo crescente de energia
e recursos naturais. O desenvolvimento nestas bases é insustentável, pois leva
ao esgotamento dos recursos naturais dos quais a humanidade depende.
O conceito de desenvolvimento sustentável procura harmonizar os objetivos de
desenvolvimento econômico, desenvolvimento social e a conservação
ambiental.

Histórico
O conceito de desenvolvimento sustentável foi reconhecido internacionalmente
em 1972, na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano,
realizada em Estocolmo, Suécia. A comunidade internacional adotou a idéia de
que o desenvolvimento sócio-econômico e o meio ambiente, até então tratados
como questões separadas, podem ser geridos de uma forma mutuamente
benéfica.
Em 1983, é estabelecida a Comissão Mundial das Nações Unidas sobre o Meio
Ambiente e Desenvolvimento. Esta comissão foi incumbida de investigar as
preocupações levantadas nas décadas anteriores acerca dos graves e negativos
impactos das atividades humanas sobre o planeta, e como os padrões de
crescimento e desenvolvimento poderiam se tornar insustentáveis caso os
limites dos recursos naturais não fossem respeitados. O resultado desta
investigação foi o Relatório “Nosso Futuro Comum” publicado em abril de 1987.

O documento ficou conhecido como Relatório Brundtland, em referência à Gro


Harlem Brundtland, ex-primeira ministra norueguesa e médica que chefiou a
comissão da ONU responsável pelo trabalho. O Relatório Brundtland formalizou
o conceito de desenvolvimento sustentável e o tornou conhecido do público.
“Satisfazer as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das
gerações futuras de suprir suas próprias necessidades “, cerne do conceito de
desenvolvimento sustentável se tornou o fundamento da Conferência das
Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (ECO-92), realizada no
Rio de Janeiro em 1992. O encontro foi um marco internacional, que reconheceu
o desenvolvimento sustentável como o grande desafio dos nossos dias, e
também assinalou a primeira tentativa internacional de elaborar planos de ação
e estratégias neste sentido.

Componentes do desenvolvimento sustentável


O campo do desenvolvimento sustentável pode ser dividido em quatro
componentes: a sustentabilidade ambiental, a sustentabilidade econômica,
a sustentabilidade sociopolítica e a sustentabilidade cultural.
A sustentabilidade ambiental consiste na manutenção das funções e
componentes dos ecossistemas para assegurar que continuem viáveis –
capazes de se auto-reproduzir e se adaptar a alterações, para manter a sua
variedade biológica. É também a capacidade que o ambiente natural tem de
manter as condições de vida para as pessoas e para os outros seres vivos, tendo
em conta a habitabilidade, a beleza do ambiente e a sua função como fonte de
energias renováveis.
A sustentabilidade econômica é um conjunto de medidas e políticas que visam
a incorporação de preocupações e conceitos ambientais e sociais. O lucro passa
a ser também medido através da perspectiva social e ambiental, o que leva à
otimização do uso de recursos limitados e à gestão de tecnologias de poupança
de materiais e energia. A exploração sustentável dos recursos evita o seu
esgotamento.
A sustentabilidade sociopolítica é orientada para o desenvolvimento humano,
a estabilidade das instituições públicas e culturais, bem como a redução de
conflitos sociais. É um veículo de humanização da economia, e, ao mesmo
tempo, pretende desenvolver o tecido social nos seus componentes humanos e
culturais.
Vê o ser humano não como objeto, mas sim como objetivo do desenvolvimento.
Ele participa na formação de políticas que o afetam, decide, controla e executa
decisões.
A sustentabilidade cultural leva em consideração como os povos encaram os
seus recursos naturais, e sobretudo como são construídas e tratadas as relações
com outros povos a curto e longo prazo, com vista à criação de um mundo mais
sustentável a todos os níveis sociais. A integração das especificidades culturais
na concepção, medição e prática do desenvolvimento sustentável é
fundamental, uma vez que assegura a participação da população local nos
esforços de desenvolvimento.
06) Cases de sucesso

Conheça as práticas de responsabilidade social de cinco grandes empresas


brasileiras

Grandes empresas já se incorporaram ao cotidiano da sociedade e muitas fazem


parte da nossa história. Assim, elas são como cidadãos e precisam assumir uma
responsabilidade social tanto quanto qualquer um de nós. No entanto, o
compromisso deve partir de uma ação voluntária das empresas, que precisam
promover comportamentos e ações que contribuam com o bem-estar de algum
grupo – sejam seus funcionários, uma comunidade de sua área de atuação, seus
clientes – ou para o cuidado com o meio ambiente.
Conheça as práticas de responsabilidade social de cinco grandes empresas
brasileiras e veja como elas atuam nesse aspecto:
Itaú

Uma das principais ações de responsabilidade social do Itaú Unibanco está


focada em projetos educacionais. A Fundação Itaú Social trabalha em parceria
com os governos atuando na formulação, implantação e disseminação de
metodologias voltadas à melhoria de políticas públicas na área.
Por meio de parcerias com diferentes setores, a fundação tem como foco os
temas Educação Integral, Leitura e Escrita, Gestão Educacional e Avaliação de
Projetos Sociais. Entre essas ações está a Olimpíada de Língua Portuguesa –
Escrevendo o Futuro, a Melhoria da Educação no Município e a Excelência em
Gestão Educacional.
Outro programa interessante é o Jovens Urbanos, que oferece formação a
jovens que vivem em situação de vulnerabilidade social.

Pão de Açúcar

O primeiro projeto do grupo Pão de Açúcar de Responsabilidade social surgiu


em 2001. Foi o chamado Estação Reciclagem. Começou com 12 unidades de
coleta nas lojas da rede e hoje existem 228 espalhadas pelo Brasil – metade
delas em supermercados da rede Extra. A companhia é parceira de 48
cooperativas de catadores de material reciclável, que beneficiam cerca de três
mil pessoas. O grupo acabou de assinar um convênio com o Ministério de
Desenvolvimento Social para colaborar com o programa Brasil Sem Miséria.
Com isso, as lojas passarão a adquirir produtos diretamente de cooperativas de
agricultura familiar, de modo a aumentar o lucro dos pequenos produtores.

Unilever

A Unilever prioriza projetos que promovam higiene, saneamento, acesso a água


potável, nutrição básica e aumento da autoestima. No Brasil, alguns trabalhos
são desenvolvidos com a Save the Children, representada pela Fundação Abrinq
pelos Direitos da Criança e do Adolescente, e com o Unicef, que levam
saneamento básico até escolas do semiárido brasileiro. Outros projetos são:
Vôlei Social Unilever, Kibon no Alemão, Programas AlfaSol (que significa
Associação Alfabetização Solidária), Praça vai à Escola e a Missão Social
Lifebuoy, um programa contínuo em parceria com a Pastoral da Criança.
Coca-Cola

Em parceria com instituições que atuam em comunidades, o Instituto Coca-Cola


Brasil coordena o Coletivo. Atualmente, existem 7 modalidades diferentes do
projeto: Coletivo Varejo, que capacita jovens para o primeiro emprego; o Coletivo
Artes, que oferece técnicas de design a grupos de artesanato femininos; o
Coletivo Reciclagem, que apoia cooperativas de catadores; o Coletivo Floresta,
responsável pela inclusão socioeconômica dos extratores de comunidades
ribeirinhas do estado do Amazonas; Coletivo Logística e Produção, que prepara
jovens e adultos para trabalharem nas fábricas da Coca-Cola ou em empresas
parceiras; Coletivo Empreendedorismo, que incentiva pequenos
estabelecimentos comerciais; e, por fim, o Coletivo Excelência em Eventos, que
capacita jovens para que aproveitem as oportunidades geradas em torno de
atividades como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos.

Natura

A Natura é reconhecida pelo seu trabalho em sustentabilidade e tem a


certificação B Corp, dada a empresas que promovem uma sociedade mais
sustentável. A companhia tem compromissos em sustentabilidade até 2020.
Entre os princípios pontos estão a economia circular; incentivo ao consumo
consciente; responsabilidade pela cadeia de valor; geração de impacto social por
meio de incentivo à educação e novos modelos de negócios sustentáveis.
Referências

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