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Uma distinção entre empresas tradicionais e os negócios sociais, é que enquanto muitas
organizações adotam práticas internas para redução do impacto ambiental, os
empreendedores sociais vão desenvolver produtos e serviços específicos para resolver
problemas ambientais. Por exemplo: lojas de reciclagem, moda sustentável e
indústrias limpas.
Mas o que leva uma pessoa abrir mão do lucro total para investir em soluções para
problemas sociais? Propósito. Tais empreendedores encontram no trabalho uma missão
que ultrapassa a busca pelo sucesso financeiro e se reflete em benefício do próximo. Essa
missão pode ser criar casas com materiais recicláveis para comunidades carentes, ou
um salão de beleza que realize cortes gratuitos para crianças de abrigos e orfanatos.
Não há como alguém definir a missão de outra pessoa, mas cada um pode detectar aquilo
que mais o incomoda e buscar desenvolver soluções por meio de atividades comerciais.
Em 2017, por exemplo, foi divulgado pela UNAids (ONU), que o Brasil registrou um
aumento de 3% no número de casos de AIDS entre 2010 e 2016 – sendo que o combate a
AIDS, assim como da malária e outras doenças é um dos oito objetivos do
milênio. Empreendedores sociais podem desenvolver diferentes soluções para o
problema, atuando tanto na prevenção quanto no apoio aos pacientes, com o uso de
tecnologias, como aplicativos ou plataformas online.
Essa é mais uma ideia de produto que é capaz de gerar impacto tanto para o usuário da
ferramenta, quanto para a organização que viesse a receber os recursos destinados pela
empresa. Tal mecanismo não precisa ser desenvolvido apenas por grandes
empreendimentos de tecnologia, mas por qualquer pessoa que se identifique com este ou
outros problemas de saúde, educação, segurança, meio ambiente e etc.
Empatia
A empatia é a principal característica dos empreendedores sociais, que devem buscar
conhecer o público ou a causa que desejam atender, percebendo seus impasses e
dificuldades. Não é possível desenvolver empatia apenas com números e relatórios; para
isso é essencial ouvir e conversar com potenciais clientes (não buscando apenas uma
ideia de negócio), se colocando no lugar de quem realmente convive com a situação – seja
a falta de alimentos, questões de segurança, convívio com o lixo ou a dificuldade de
acesso à cultura.
A busca por equilíbrio financeiro
Nem só de propósitos e tecnologias vivem os negócios de empreendedorismo social. A
sustentabilidade e continuidade dos negócios de impacto depende de inúmeros
fatores além de sonhos e objetivos socioambientais. Mesmo não sendo a principal
meta para os empreendedores do segmento, o controle e retorno financeiro do negócio é
que irão possibilitar a remuneração dos colaboradores, o pagamento das despesas e a
realização de novos investimentos.