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APOSTILA 4º BIMESTRE

INTRODUÇÃO AO MERCADO
DE TRABALHO
EMPREENDORISMO SOCIAL
BONECA PARA O LIVRO INTRODUÇÃO MERCADO DO TRABALHO

4º BIMESTRE - MINAS GERAIS

INCLUIR AS ATIVIDADES E O PROJETO FINAL DO CURSO


1) O Que é o Empreendedorismo Social?

Empreendedorismo social é um conceito que possibilita a construção de negócios cujo maior impacto
são melhorias na sociedade. Ou seja, essas empresas existem, principalmente, para promover soluções
que geram mudanças na realidade de pessoas e/ou comunidades vulneráveis. Elas podem fazer
isso oferecendo capacitação, emprego, oportunidades de tratamento de saúde, atuando na preservação
ao meio ambiente, entre outras frentes.

Diante dessa explicação, você deve estar se perguntando: qual a diferença entre essas iniciativas e o
trabalho de organizações do terceiro setor. Embora lutem por causas em comum, o empreendedorismo
social não depende somente de doações para sobreviver. Parte ou o total de suas receitas vêm
de produtos e serviços, assim como em qualquer outra empresa. No entanto, esse modelo não tem o
lucro como objetivo central, e, sim, o valor agregado a uma sociedade. Enquanto o empreendedor
“comum” cria um negócio para obter lucro, atendendo uma demanda do mercado, o empreendedor social
toma uma iniciativa para resolver um problema, atender uma necessidade social, normalmente percebida
em sua localidade, na comunidade onde ele vive e ou trabalha. Com o passar do tempo, tal iniciativa pode
vir a se tornar um negócio, que não exclui a obtenção de lucro, mas isto é mais uma decorrência do que
uma primeira intenção. Também é importante diferenciar o empreendedorismo social das ações
de responsabilidade social, que são encabeçadas por empresas. Essas campanhas costumam
beneficiar comunidades de maneira pontual, por exemplo, entregando cestas básicas na época do Natal.
Contudo, elas não necessariamente sustentam transformações mais profundas, que consigam mudar a
condição desses indivíduos, dando suporte para que tenham a própria renda. Já o empreendedorismo
social existe justamente para promover essas mudanças, sendo realizado de modo contínuo e bem
estruturado. Por fim é importante salientar o caráter local do empreendedorismo social. É comum que a
história da iniciativa de um empreendedor social esteja ligada a um problema que uma pessoa/grupo
enxergaram em suas comunidades. E, a partir disso, buscar uma solução que beneficie a todos. O
problema pode até estar presente em outros locais e, assim, a solução ser “escalável”. Mas o início é
quase sempre local.

Questão 1
Ao iniciar seus estudos sobre empreendedorismo, você percebeu que esse conceito não é uma novidade do
século XXI e que, além disso, há diferentes modalidades de empreendedores e de empreendedorismo.

Relacione cada uma das definições a seguir a seu respectivo termo, numerando a segunda coluna de acordo
com a primeira.

Termos

( 1 ) Empreendedor
( 2 ) Empreendedorismo
( 3 ) Empreendedor social
( 4 ) Intraempreendedor
Afirmações
( ) Traduz a habilidade de reinventar processos e promover mudanças dentro da organização em que
trabalha.

( ) Promove mudanças e constrói valores em benefício da sociedade como um todo.

( ) Identifica oportunidades de mercado, planeja e constrói novas empresas ou empreendimentos.

( ) É a capacidade de criar soluções inovadoras e colocá-las em prática com um plano bem definido.

Questão 2
O empreendedorismo social se tornou um movimento global com objetivo de efetivar uma mudança social
positiva. Em relação ao tema, é INCORRETO afirmar:
Alternativas
A) O empreendedorismo social é um processo que envolve o uso e a combinação inovadores de recursos para
buscar oportunidades para catalisar mudanças sociais e/ou atender necessidades sociais.
B) O processo empreendedor fala sobre o empreendedorismo social resultar na criação, valorização, realização
e renovação de valor. O valor social deriva de atividades empreendedoras que buscam resolver problemas
relacionados a pessoas e a problemas do planeta, independente de orientação para o lucro.
C) A principal diferença entre o empreendedorismo tradicional e o empreendedorismo social é a missão
pretendida. O empreendedorismo social desenvolve empreendedorismos com a missão de resolver um
problema social premente.
D) O empreendedorismo social é um processo que inclui a identificação de um problema social específico e
uma solução para resolvê-lo; a avaliação do impacto social, o modelo de negócios e da sustentabilidade do
empreendimento.
E) O empreendedorismo social é uma forma de empreendedorismo aplicado somente nos setores sem fins
lucrativos.

2) O que é ser um Empreendedor Social?


Ser um empreendedor social é estar à frente de uma iniciativa de empreendedorismo que agregue valor
social. Na prática, significa utilizar as características e ferramentas do empreendedorismo para viabilizar
um negócio de impacto socioambiental.

Veja o que diz Klaus Schwab, idealizador da Fundação Schwab – organização que auxilia modelos
inovadores nesse campo:

“Empreendedores sociais são pioneiros em abordagens mais sustentáveis e inclusivas para modelos de
negócios. Essas pessoas têm provado como empregados, clientes, fornecedores, a comunidade e o meio
ambiente podem ser beneficiados quando todas as partes interessadas estão envolvidas na criação de
valores socioeconômicos.”
Nesse sentido, a fundação cita estratégias empregadas por esse líder:
 Proposta de criação de ideias úteis para resolver problemas sociais, combinando práticas e
conhecimentos de inovação, produzindo novos procedimentos e serviços;
 Criação de parcerias e formas/meios de auto sustentabilidade dos projetos;
 Transformação das comunidades graças às associações e parcerias estratégicas;
 Utilização de enfoques baseados no mercado para resolver os problemas sociais;
 Identificação de novos mercados e oportunidades para financiar uma missão social.

3) Qual a função do Empreendedor Social

O empreendedorismo social surgiu para suprir necessidades que não são cobertas pelo Estado,
atendendo, em especial, demandas de populações vulneráveis. No Brasil, esse campo ganhou força a
partir dos anos 1990, quando houve considerável redução de investimentos públicos na área social e o
aumento da presença e influência da sociedade civil organizada. Desde então, empresas passaram a dar
mais atenção ao seu papel na sociedade, implementando atividades de responsabilidade social.
Nesse cenário, emergia, também, o empreendedorismo, que corresponde a uma nova forma de pensar
a gestão das empresas, elevando sua flexibilidade e competitividade no mercado.
Não demorou muito para que esses conceitos se misturassem, utilizando a capacidade empreendedora
para solucionar um dos principais problemas de ONGs e outras entidades focadas apenas no campo
social: o levantamento de recursos financeiros.
Ainda que, no país, existam opções variadas para captar os valores necessários para que essas
instituições funcionem, eles ficam limitados por burocracia e dificuldades, por exemplo, para levar as ações
ao conhecimento de possíveis colaboradores. Considerando o contexto do empreendedorismo, que nasce
para propor soluções diferentes a questões antigas, fez todo o sentido empregar esse raciocínio para
resolver a demanda financeira.
Em vez de concentrar os esforços na sensibilização de comunidades e na captação de recursos junto a
governos e fundos de incentivo, os empreendedores sociais forjaram sua própria fonte de renda. Dessa
forma, aliaram itens comerciais e auxílio à população, com o objetivo de formar negócios
autossustentáveis.

Claro que pode ser interessante captar recursos de outros fundos em algumas ocasiões, como na
expansão da iniciativa ou durante grandes campanhas, mas é possível sobreviver de forma menos
dependente das doações. É perfeitamente possível escalar no empreendedorismo social e é até desejável,
uma vez que soluções e iniciativas bem sucedidas em uma comunidade podem ser adotadas em outras
localidades, potencializando muito os seus benefícios. Um dos caminhos para esta escala é o trabalho em
rede, algo ainda pouco praticado na sociedade civil organizada, uma vez que as OSCs, muitas vezes,
operam isoladas, quando poderiam se beneficiar muito – e beneficiar seu público – por um trabalho
conjunto com suas organizações irmãs. Outro caminho para dar escala a iniciativas bem sucedidas é por
meio das estratégias de responsabilidade social das empresas.
Quando uma empresa toma uma iniciativa ou um projeto que ela apoia em uma comunidade e a leva para
ser replicada em outra, ela está ampliando o leque de suas ações sociais. Com isso benef icia outras
localidades, com a vantagem de oferecer algo já testado e de êxito comprovado.
Estes dois caminhos, trabalho em rede e estratégias de responsabilidade social empresarial, têm um
potencial enorme de ampliar os efeitos de iniciativas sociais locais.
Além de beneficiar pessoas em situação de vulnerabilidade, os empreendimentos que focam na missão
social contribuem para a satisfação e realização pessoal de gestores e funcionários.
Isso porque seu trabalho alinha carreira e propósito de vida, agregando um sentido nobre às atividades
profissionais.

Questão 3
Faça uma pesquisa na Internet e descubra agentes que atuem como empreendedores sociais. Então,
busque as características que a definição do termo traz e descreva o papel dessa empresa em sua cidade.

4) Qual a Importância e o impacto para a Sociedade?


Empreendedores sociais têm feito a diferença na vida de várias comunidades espalhadas pelo mundo.
Seus projetos levam alimentos, melhores condições de vida, profissionalização, informação e cultura,
contribuindo para o bem-estar social e preservação de ecossistemas naturais. Na atual Era da Informação,
essas ações se destacam por unir inovação, transformação digital e geração de valores à sociedade,
ultrapassando objetivos puramente voltados ao lucro.

Hoje podemos enxergar dois movimentos. O primeiro é já termos empreendedores que começam um
negócio com um propósito social, sem passar necessariamente pelo estágio de uma iniciativa sem fins
lucrativos. Este tipo de negócio social tende a crescer expressivamente. Em paralelo, vemos organizações
da sociedade civil, as OSCs, buscando ampliar seus meios de sustentabilidade, criando ou ampliando a
oferta de produtos e serviços. Também esta tendência tende a se fortalecer, uma vez que é muito difícil
sustentar uma organização apenas por conta de doações. Afinal, o IPEA aponta a existência de mais de
780 mil OSCs, no Brasil. Ainda que as doações venham a aumentar de forma significativa, fica muito difícil
atender as necessidades de manutenção de todo este contingente. Como você deve imaginar, é difícil
medir os efeitos de cada empreendimento, principalmente daqueles de atuação local, mas existem
estimativas.

Uma das mais recentes foi divulgada em reportagem do portal UOL, mostrando que as ações impactaram
622 milhões de indivíduos nas últimas duas décadas. Esse dado consta em relatório da Fundação
Schwab, lançado durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça, realizado entre 21 e 24 de
janeiro de 2020. Como explicamos acima, a fundação dá suporte ao trabalho de empreendedores sociais,
que estão localizados em 190 nações. Os projetos levaram à distribuição de US$ 6,7 bilhões entre
comunidades vulneráveis. Também conseguiram importantes conquistas em prol do meio ambiente, como
a redução da emissão do CO2 – e, por consequência, diminuição do efeito estufa e do aquecimento
global -, evitando que 192 milhões de toneladas desse gás chegassem à atmosfera.

Questão 4
Qual a importância do Empreendedorismo Social para a sociedade brasileira?
5) Ações Práticas Do Empreendedorismo Social

Para compreender e criar ações práticas nesse campo, vale lembrar que devem atender às demandas de
forma contínua e sustentável. Por isso, implicam em investir tempo, planejar e estruturar a oferta de
serviços e produtos, a fim de que a atividade não atenda, somente, uma necessidade pontual.
E para entregar valor, é importante criar indicadores que ajudem a entender a evolução e efetividade de
sua iniciativa. Diante de uma comunidade sem acesso à água potável, por exemplo, o empreendedor
social deverá encontrar respostas que vão além da compra desse item para abastecimento durante um
mês. É preciso oferecer oportunidades de reverter essa situação, reaproveitando a água ou garantindo o
abastecimento dessa região sem grandes custos para os cidadãos. Cabe, então, aquela máxima de que
ensinar a pescar é melhor do que, simplesmente, dar o peixe, pois, quando empoderadas, as
comunidades trabalham para deixar a situação de vulnerabilidade. Saneamento básico e artesanato são
alguns dos segmentos tradicionalmente beneficiados por negócios de cunho social, mas não os únicos.
Segundo o relatório apresentado pela Fundação Schwab, os setores que mais contam com apoio de
empreendedores sociais no planeta são:
 Educação
 Soluções ecológicas
 Atividades econômicas
 Geração de empregos
 Acesso à energia
 Inclusão financeira
 Saúde
 Habitação
 Direito à terra
 Inclusão social
 Tecnologia.

Outro dado relevante do documento é que o Brasil está entre os 10 países mais impactados por essas
atividades, junto à Índia, Estados Unidos, México, Etiópia, Quênia, Nigéria, África do Sul, Tanzânia e
Uganda. A morosidade das políticas públicas focadas no social e as inúmeras desigualdades, combinadas
à criatividade da população brasileira, fazem do país um celeiro de ideias inovadoras que melhoram as
condições de vida das pessoas. Questões ambientais também se destacam, em especial porque nossa
nação possui abundância de recursos naturais, a exemplo da floresta Amazônica.

Questão 5
Cite 5 ações com as quais você possa atuar para se tornar um empreendedor social.
6) Quais são as características de um empreendedor social?
Um empreendedor social deve combinar diferentes conhecimentos, habilidades, competências e posturas,
unindo um espírito empreendedor à solidariedade. A seguir, confira as características de pessoas com
esse perfil, de acordo com o estudo “Empreendedorismo social no Brasil: atual configuração,
perspectivas e desafios – notas introdutórias”, publicado na Revista FAE.

Conhecimentos
Podemos definir os conhecimentos como o saber que pode ser adquirido através de fontes externas,
sejam aulas, livros e podcasts. No mundo do trabalho, costuma se referir à educação técnica ou formal,
mas também às informações relacionadas à gestão de pessoas.
Para estar à frente de um empreendimento social, é útil aprender a:
 Identificar e aproveitar as oportunidades de negócio ou parceria
 Gerenciar pessoas e empresas
 Aplicar soluções originalmente empresariais para resolver problemas sociais.

Habilidades
São qualidades que tornam uma pessoa capaz de realizar atividades práticas com sucesso.
Desenvolver habilidades é importante, pois de nada adianta obter os conhecimentos sem saber como usá-
los no dia a dia do negócio.
As habilidades essenciais para um perfil empreendedor voltado a causas sociais são:
 Ter visão clara
 Ter iniciativa
 Ser equilibrado
 Ser participativo
 Saber trabalhar em equipe
 Saber negociar
 Saber pensar e agir estrategicamente
 Ser perceptivo e atento aos detalhes
 Ser ágil
 Ser criativo
 Ser crítico
 Ser flexível
 Ser habilidoso
 Manter o foco
 Ser inovador
 Ser inteligente
 Ser objetivo.

É importante salientar que o empreendedor social, assim como outros empreendedores, precisa ter visão.
Ver uma solução onde há um problema e outras pessoas não conseguiram agir é uma habilidade
fundamental.

Atitudes
São posturas que expressam o propósito, crenças e atributos pessoais. Para empreender, é necessário ter
um comportamento proativo, dinâmico e inovador, unido à paixão pelo campo social. É a atitude que vai
impulsionar o negócio, fornecendo motivação e carisma ao empreendedor.
Ele deve investir, em especial, nas posturas abaixo:
 Ser inconformado e indignado diante de injustiças e desigualdades
 Agir com determinação
 Ter engajamento
 Ser comprometido e leal à sua missão
 Ser ético
 Agir com profissionalismo e transparência
 Ter paixão pelo que faz.

Competências
Resultam de uma mistura entre conhecimentos, habilidades e atitudes, que podem descrever tanto
qualidades técnicas (hard skills) quanto comportamentais (soft skills). As competências fundamentais para
que o empreendedor social tenha um bom desempenho são:
 Visionário
 Senso de responsabilidade
 Senso de solidariedade
 Sensibilidade diante de questões sociais
 Persistência
 Liderança
 Consciência
 Saber usar forças latentes e regenerar forças pouco usadas
 Saber correr riscos calculados
 Motivar e integrar vários atores em torno dos mesmos objetivos
 Saber interagir com diversos segmentos e interesses de vários setores da sociedade
 Saber improvisar.

A persistência é fundamental para um empreendedor social, já que o seu propósito pode encontrar muitas
barreiras. Ser resiliente e conseguir se erguer depois de alguns contratempos é necessário e, no fim,
gratificante.

7) Quais são as diferenças entre empreendedorismo empresarial e


empreendedorismo social?

Assim como mencionamos nos tópicos anteriores, o empreendedorismo social serve,


principalmente, para gerar capital social, incluir e emancipar populações em situação vulnerável ou que
vivenciem desigualdades. Já o empreendedorismo empresarial tem o mesmo objetivo de qualquer
empresa privada, que é gerar lucro para os donos, sócios e investidores. Outra diferença fundamental é
que o empreendedorismo tradicional foca na produção de bens que atendam às necessidades e desejos
do cliente, enquanto o social trabalha por transformações nas comunidades. Essas mudanças e impactos
na vida das pessoas são a principal medida para avaliar o sucesso de um empreendimento de cunho
social.

O Que É Empreendedorismo Empresarial?


É o tipo mais comum de empreendedorismo, que move um ou mais indivíduos rumo à abertura do
próprio negócio. Geralmente, o empreendedor desfruta de uma visão estratégica, identificando uma
solução criativa para problemas comuns. Desse modo, ele monta a estrutura de sua empresa orientada a
um nicho específico, que será atendido a partir de um modelo focado na inovação.
Ao contrário das organizações tradicionais, que prezam por hierarquias rígidas e controle
centralizado, as empreendedoras focam naquilo que é melhor para o cliente, construindo
um relacionamento que manterá o interesse em seus produtos e serviços ao longo do tempo. São
caracterizadas, ainda, pela descentralização, trabalho orientado, empoderamento dos funcionários e auto
suficiência de recursos.

O Que É Empreendedorismo Puro?


Essa expressão se refere à própria ação de empreender, também relacionada à abertura de um
novo negócio. O conceito de empreendedorismo inclui inovação, autonomia e risco. A inovação nasce da
criatividade e repertório do empreendedor, que necessita de autonomia para colocar sua ideia em prática.
Nesse contexto, ele também assume riscos, pois o negócio pode não dar certo, por exemplo, por
não ser bem aceito pelo público, enfrentar uma concorrência desleal ou por falta de investidores. Mesmo
que o preço a pagar seja alto, o empreendedor não irá abrir mão dessa liberdade para colocar sua ideia
em prática.

8) Estudos de caso: exemplos de empreendedorismo social

Grameen Bank
Idealizado pelo bengalês Muhammad Yunus, o banco é um dos empreendimentos sociais mais populares
do mundo. Tudo começou na década de 1970, quando Yunus decidiu se mobilizar contra uma injustiça em
seu país – Bangladesh. A população pobre não conseguia crédito junto aos bancos, ainda que fosse para
abrir um novo negócio. Sempre que precisavam pegar dinheiro emprestado, essas pessoas tinham de
recorrer a agiotas, que cobravam juros abusivos. Então, o empreendedor pensou em um jeito de provar
que os empréstimos para essa faixa da população tinham risco baixo, atraindo investidores para estruturar
seu próprio banco de microcrédito. Ele mesmo emprestou US$ 27 a 42 mulheres de uma comunidade, que
investiram em ferramentas de trabalho e conseguiram pagar todas as parcelas. A partir dessa experiência
bem-sucedida, nasceu o Grameen Bank, que concede pequenos empréstimos para dar suporte à
produção e redução da pobreza em diversos países.
A organização rendeu o Prêmio Nobel da Paz a Yunus em 2006 e, em 2011, já havia auxiliado famílias
pobres com quase US$ 10 bilhões. Naquele ano, em entrevista à Revista Exame, o empreendedor afirmou
não temer a inadimplência, esclarecendo que:

“Nosso modelo de negócios tem se provado eficiente desde o início, nos anos 70. Nunca tivemos
problemas desse tipo em nenhum lugar. Nossa taxa histórica de adimplência é 97%. Só em 2009
emprestamos mais de 1,2 bilhão de dólares e recuperamos todo o dinheiro.”

GRAACC
O Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (GRAACC) é um dos negócios sociais mais
populares no Brasil. A entidade foi criada em 1991, por meio de uma parceria entre o pediatra Antonio
Sérgio Petrilli, o engenheiro Jacinto Guidolin e a voluntária Lea Della Casa Mingione. A equipe desejava
melhorar as chances de cura para crianças com câncer e, em 1998, conquistou colaboração técnico-
científica junto à Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Dessa forma, o GRAACC se
tornou referência no tratamento ao câncer infantil, sendo mantido através da venda de produtos em
bazares, loja virtual e doações.

Questão 6
Assista ao vídeo
<https://www.youtube.com/watch?v=8mnuAifXNGM>.
a) Faça uma pesquisa e conheça o Banco Maré, uma iniciativa
de empreendimento social que nasceu na comunidade da
Maré no Rio de Janeiro.
b) Pesquise e estude outros casos de empreendedorismo de social que se tornaram sucesso no Brasil e
no mundo.

9) Modelos econômicos do Empreendedorismo Social


Cooperativismo

É um movimento econômico e social, entre pessoas, em que a cooperação se baseia na participação dos
associados, nas atividades econômicas com vistas a atingir o bem comum e promover uma reforma social
dentro do capitalismo. Por meio da cooperação, busca-se satisfazer as necessidades humanas e resolver
os problemas comuns. O fim maior é o homem, não o lucro. Uma organização dessa natureza se
caracteriza por ser gerida de forma democrática e participativa, de acordo com aquilo que pretendem seus
associados.
Associativismo
O associativismo é uma iniciativa formal ou informal que consiste na constituição de grupos de pessoas ou
de organizações que se reúnem com o objetivo de gerar soluções, bem como superar desafios e
dificuldades nos mais variados âmbitos — sociais, culturais, políticos, econômicos, científicos, entre
outros.

O associativismo envolve participação, solidariedade, união e cooperação por objetivos comuns. É uma
maneira de mobilizar indivíduos e acreditar que juntos é possível criar propósitos e caminhos para os
conflitos e problemas enfrentados pela sociedade.
Em um contexto mais amplo, o associativismo é então a livre organização de pessoas que buscam sanar
necessidades coletivas ou mesmo realizar objetivos e alcançar metas comuns a todos. E de forma mais
específica, o associativismo diz respeito a uma prática social de organizar associações, que reúnem
pessoas físicas ou jurídicas, que se representam mutuamente, diante dos interesses de todos os
envolvidos.

Economia Circular
Economia circular é um conceito que associa desenvolvimento econômico a um melhor uso de recursos
naturais, por meio de novos modelos de negócios e da otimização nos processos de fabricação com
menor dependência de matéria-prima virgem, priorizando insumos mais duráveis, recicláveis e renováveis.
A economia circular baseia-se em repensar a forma de desenhar, produzir e comercializar produtos para
garantir o uso e a recuperação inteligente dos recursos naturais. Trata-se de um aperfeiçoamento do
sistema econômico atual, que visa um novo relacionamento com os recursos naturais e a sua utilização
pela sociedade. É uma proposta de adição e retenção de valor dos recursos, e regeneração do meio
ambiente, que busca produzir sem esgotar os recursos naturais, e sem poluir o meio ambiente,
consequentemente, preservando o nosso planeta.

Uma definição mais atual para a economia circular está sendo desenvolvida no âmbito da Organização
Internacional de Normalização (ISO). Segundo a entidade, “é um sistema econômico que utiliza uma
abordagem sistêmica para manter o fluxo circular dos recursos, por meio da adição, retenção e
regeneração de seu valor, contribuindo para o desenvolvimento sustentável.”

Questão 7
Faça uma pesquisa na Internet e descubra como a Empresa Boticária incentiva ou realiza os três tipos de
modelos econômicos do Empreendedorismo Social no Brasil.

Glossário do Empreendedorismo Social


1. MEI
A sigla para Micro Empreendedor Individual ocupa o primeiro lugar de nossa lista por ser um dos principais
meios utilizados por quem quer trabalhar por conta própria e empreender.
2. PME
A sigla que ocupa o segundo lugar é a PME (Pequenas e Médias Empresas). Quem inicia no
Empreendedorismo pode abrir uma pequena empresa se possuir entre 10 e 49 funcionários. Assim que o
negócio começa a crescer pode se tornar uma média empresa com um quadro de funcionários de 50 a
249 colaboradores.
3. CFO
CFO é a sigla de Chief Financial Officer, cargo do diretor financeiro de seu negócio, que normalmente é
ocupado por um sócio.
4. Seed Capital
Em tradução literal, o “capital semente” nada mais é que do os recursos captados na fase inicial de seu
negócio.
5. Captação de recursos
São todas as ações realizadas como objetivo de levantar recursos financeiros para a sua empresa. Podem
ser empréstimos, investidores-anjos, fundos de investimento, entre outros.
6. Investidor- anjo
Para estar inserido no universo do Empreendedorismo é preciso que você saiba que investidor-anjo é a
pessoa que usa de capital próprio para investir em empresas com alto potencial de crescimento.
7. Incubadora
A incubadora é uma empresa ou um projeto que tem como objetivo desenvolver pequenas e
microempresas. São ideais para aqueles que precisam de conhecimento para estruturar sua empresa ou
negócio, mas não tem muito tempo.
8. Empreendedorismo Social
Quem quer iniciar no ramo de Empreendedorismo social tem como meta estruturar ou criar negócios que
propõem soluções criativas e inovadoras para problemas ambientais ou sociais. Esses negócios têm fins
lucrativos e pretendem realizar transformações sociais verdadeiras.
9. Empreendedorismo Corporativo ou Intraempreendedorismo
O termo designa o profissional que empreende dentro de uma organização na qual é colaborador. É ele
quem identifica os problemas e pontua as oportunidades de crescimento para a empresa na qual atua.
10. Escalabilidade
O termo é usado para a capacidade que o seu negócio tem de replicar um serviço ou produto para atender
assim um grande público ou mercado consumidor.
11. Early Stage
Em tradução do inglês o termo significa “estágio inicial”, e designa empresas que estão no começo de sua
existência. As que possuem até 3 anos.
12. Coworking
É um espaço compartilhado de trabalho no qual diversas empresas atuam e podem trocar conhecimento e
networking.
13. Networking
O termo é bem conhecido até mesmo por quem não é do Empreendedorismo. Designa uma rede de
contatos e é uma maneira eficiente de ampliar relacionamentos profissionais.
14. Merges and Acquisitions (M&A)
O termo vem do inglês e significa Fusões e Aquisições. É uma estratégica corporativa para divisão,
combinação, venda e compra de diferentes empresas.
15. Crowdsourcing
Uma maneira colaborativa que os Empreendedores encontraram para ter geração de conteúdo,
desenvolvimento de novas tecnologias, solução de problemas, entre outros.
16. Crowdfunding
O termo designa a obtenção de capital para financiamento coletivo feito por pessoas físicas.
17. Capital de giro
Na hora de abrir o seu negócio é preciso ter atenção aos recursos financeiros que serão usados para
cobrir todos os custos da empresa. O capital de giro é o nome dado a esse recurso utilizado até que a
receita dos clientes comece a chegar.
18. Break-even
Outro termo em inglês muito usado no Empreendedorismo é o Break Even, ou ponto de equilíbrio, em sua
tradução. Ele diz respeito à parte financeira da empresa, quando os custos são equivalentes às receitas.
19. Elevator Pitch
Como nome já diz o discurso de elevador foi batizado com esse nome por mostrar que é possível
apresentar a ideia do seu negócio no tempo de uma viagem de elevador, 30 segundos.
20. ROI
O Retorno sobre Investimento é muito conhecido pelos Empreendedores e são o percentual ganho em
relação ao valor que foi investido.
21. Spin off
Se você é apaixonado por séries já deve ter escutado esse termo. No Empreendedorismo ele diz respeito
à criação de um negócio inovador que foi desenvolvido a partir de uma “empresa-mãe”.
22. Startups
Já muito conhecido, o termo ganhou fama no Empreendedorismo porque faz referência a empresas que
nascem já com o projeto de terem escalabilidade, ou seja, de serem grandes empresas.
23. Venture Capital
O capital de risco são recursos de investimento que duram de 5 a 7 anos e servem para apoiar pequenas
e médias empresas que já estejam estabelecidas. O objetivo é financiar as expansões para que elas
cresçam de maneira segura.
24. Validação
O termo, como o próprio nome já diz, designa alguém que valida a sua ideia, ou seja, que engaje de
maneira ativa a sua empresa. Pode ser um cliente, um usuário, um assinante, entre outros.
25. Stakeholders
Este é o nome dado a todas as pessoas que são impactadas pelo negócio, dos investidores e sócios aos
funcionários. Entram nesse termo também os clientes e até mesmo o setor ou segmento de atuação.
26. Benchmarking
Nada mais é do que um método de comparação com a concorrência. Dessa maneira se estuda as
diferenças entre os negócios e é uma maneira eficaz de identificar falhas ou até mesmo de ter ideais para
solucionar problemas que as duas empresas apresentam.
27. Budget
O Budget é o orçamento que a empresa possui para compras de equipamento, investimento em
propaganda, contratação de funcionários, entre outros.
28. Bussiness plan
O Plano de Negócio em tradução é o documento que conta com todas as informações e estratégicas de
Marketing e comunicação de sua empresa. É com ele que você apresenta seu negócio para possíveis
investidores e clientes.
29. CEO
Do inglês Chief Executive Officer é o nome dado ao cargo mais alto da empresa, ocupado pelo fundador do
negócio.
30. Certificado Digital
Todo empreendedor precisa conhecer o Certificado Digital, um documento digital que é a assinatura (ou
identidade virtual) de pessoa física ou jurídica e que garante a segurança, autenticidade e proteção das
informações trocadas.
Bibliografia
https://monografias.brasilescola.uol.com.br/administracao-financas/empreendedorismo-social-como-forma-
de-alavancar-o-desenvolvimento-local.htm

https://fia.com.br/blog/empreendedorismo-social/

http://www.cresul.coop.br/o-que-e-cooperativismo/

https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-humanas/empreendedorismo-social-pode-crescer-com-ajuda-da-
contabilidade/

https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/ap/artigos/associativismo-o-que-
e,01353ea344900610VgnVCM1000004c00210aRCRD

OLIVEIRA, Edson. Empreendedorismo Social no Brasil: atual configuração, perspectivas e desafios, Curitiba, v. 7, n.
2, p. 09-18, jul/dez. 2004.

SILVA, Fabiana et al. Empreendedorismo Social. v. 11, n. 1, p. 105-111. 2012/2º semestre.

NETO, Francisco, FROES, César. Empreendedorismo Social: A Transição para a Sociedade Sustentável. Rio de
Janeiro: Qualitymark, 2002

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