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Laboratório de Redação – PAS UEM 2015 – 3ª Etapa

Prof. Esp. Fabíola Serpa Mancuzo (44) 9903-8866


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PAS 3ª ETAPA: CONECTIVOS E TIPOS DE GÊNEROS

LISTA DE CONECTIVOS PARA AUXILIAR NA COESÃO DO TEXTO

Prioridade, relevância: em primeiro lugar, antes Adição, continuação: além disso, demais,
de mais nada, antes de tudo, em princípio, ademais, igualmente, ainda mais, ainda cima, por
primeiramente, acima de tudo, precipuamente, outro lado, também, e, nem, não só ... mas
principalmente, primordialmente, sobretudo. também, não só... como também, não apenas ...
como também, não só ... bem como, com, ou
Tempo (freqüência, duração, ordem,
(quando não for excludente).
sucessão, anterioridade, posterioridade):
Então, enfim, logo, logo depois, imediatamente, Ilustração, esclarecimento, explicação: por
logo após, a princípio, no momento em que, pouco exemplo, só para ilustrar, só para exemplificar, isto
antes, pouco depois, anteriormente, é, quer dizer, em outras palavras, ou por outra, a
posteriormente, em seguida, afinal, por fim, saber, ou seja, aliás.
finalmente agora atualmente, hoje,
Propósito, intenção, finalidade: com o fim de,
freqüentemente, constantemente, às vezes,
a fim de, com o propósito de, com a finalidade de,
eventualmente, por vezes, ocasionalmente,
com o intuito de, para que, a fim de que, para.
sempre, raramente, ao mesmo tempo,
simultaneamente, nesse meio tempo, enquanto, Lugar, proximidade, distância: perto de,

quando, antes que, depois que, logo que, sempre próximo a ou de, junto a ou de, dentro, fora, mais

que, assim que, desde que, todas as vezes que, adiante, aqui, além, acolá, lá, ali, este, esta, isto,

cada vez que, apenas, já. esse, essa, isso, aquele, aquela, aquilo, ante, a.

Resumo, recapitulação, conclusão: em suma,


Certeza, ênfase: decerto, por certo, certamente,
em síntese, em conclusão, enfim, em resumo,
indubitavelmente, inquestionavelmente, clique
portanto, assim, dessa forma, dessa maneira,
aqui sem dúvida, inegavelmente, com toda a
desse modo, logo, pois (entre vírgulas), dessarte,
certeza.
destarte, assim sendo
Dúvida: talvez provavelmente, possivelmente,
quiçá, quem sabe, é clique aqui provável, não é Causa e conseqüência. Explicação: por
conseqüência, por conseguinte, como resultado,
certo, se é que.
por isso, por causa de, em virtude de, assim, de
Semelhança, comparação, conformidade:
fato, com efeito, tão (tanto, tamanho) ... que,
igualmente, da mesma forma, assim também, do
porque, porquanto, pois, já que, uma vez que, visto
mesmo modo, similarmente, semelhantemente,
que, como (= porque), portanto, logo, que (=
analogamente, por analogia, de maneira idêntica,
porque), de tal sorte que, de tal forma que, haja
de conformidade com, de acordo com, segundo,
vista.
conforme, sob o mesmo ponto de vista, tal qual,
tanto quanto, como, assim como, como se, bem Contraste, oposição, restrição, ressalva: pelo
contrário, em contraste com, salvo, exceto, menos,
como, na medida.
mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto,

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embora, apesar de, ainda que, mesmo que, posto


que, posto, conquanto, se bem que, por mais que,
por menos que, só que, ao passo que.
GÊNERO TEXTUAL: CARTAS ARGUMENTATIVAS

1. CARTA DE SOLICITAÇÃO

A carta de solicitação é utilizada quando o remetente deseja solicitar algo a um destinatário. Trata-se de
um texto argumentativo, pois a ideia é fazer com que o seu pedido seja atendido.
Para esse tipo de carta, é preciso expor o problema a que se deseja uma solução, descrevendo-o de maneira
clara e objetiva, com uma linguagem padrão e formal. A exposição dos fatos deve comprovar que o remetente é
quem tem razão, o qual pode ainda, apontar as possíveis soluções para que haja entendimento entre as partes.
Como toda carta, a carta de solicitação também obedece a uma estrutura fixa:

Detalhando...

1. Local e data: escritos à esquerda.


2. Vocativo: Exmo Senhor, Caro Fulano de Tal, Sr. Fulano de tal, À Empresa Tal.... A pontuação após o vocativo
pode ser vírgula ou dois-pontos.
3. Corpo do texto
4. Despedida: pode variar entre Atenciosamente, Cordialmente, etc
5. Assinatura: pode ser desde só o primeiro nome até o nome completo.

Modelo de Carta de Solicitação – 1

Recife, 15 de fevereiro de 2015.

Prezado Senhor:

Solicito a esse departamento, do qual V.S.ª é diretor, que tenha a gentileza de enviar-me a tabela de faturamento
do último mês, a fim de que possamos conferir algumas vendas realizadas.
Antecipo-lhe meus agradecimentos, certo de que serei prontamente atendido, dada a eficiência desta seção

Cordialmente
José Santos

Modelo de Carta de Solicitação – 2

Nova Esperança, 20 de novembro de 2015.


Sr. Diretor do Jornal O Diário,

Sou aluno do 3º ano do ensino médio do Colégio CIESC (Sagrado Coração de Jesus) e candidato à vaga do curso
de Jornalismo da Universidade Federal do Paraná (UFPR). C
Como futuro profissional da área, gostaria de solicitar e agendar uma visita à sede deste jornal com vistas a
observar o processo de feitura do jornal. Desde a observação do trabalho da equipe de reportagem, responsável pelas
notícias que serão divulgadas, da equipe de redatores e colunistas (esportivos e sociais) até a diagramação, a partir da

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qual o jornal, finalmente, estará pronto para ser impresso e entregue a seus assinantes ou vendido nas bancas. Certo de
contar com vosso consentimento, desde já agradeço.
Atenciosamente,
Luiz Antônio Sanches
ATIVIDADE – AGORA É COM VOCÊ!!

01. (UEM - Vestibular de Inverno 2015) - Os textos 1 e 2 abordam a temática do descarte e da reciclagem do
lixo eletrônico. Tendo-os como apoio, redija os gêneros textuais solicitados. Redija uma CARTA DE SOLICITAÇÃO,
em até 15 linhas, ao vereador de sua cidade, Sr. Eugênio da Câmara, solicitando a proposição de um projeto de lei que
crie programas de descarte e de reciclagem de lixo eletrônico. Você deverá assinar sua carta usando apenas (sem mais
complemento) o nome Cidadão ou Cidadã.

TEXTO 1
LIXO ELETRÔNICO E MEIO AMBIENTE

Com as frequentes inovações tecnológicas os O descarte incorreto do lixo eletrônico é um


aparelhos eletrônicos são substituídos por outros mais grande problema para o meio ambiente. Os lixos
modernos com muito mais velocidade. Os aparelhos eletrônicos, também conhecidos pela sigla REEE
“antigos” tornam-se resíduos eletrônicos e grande (Resíduos de Equipamentos Eletro Eletrônicos), quando
parcela da população não sabe o que fazer com estes descartados de modo incorreto podem gerar sérios riscos
materiais, descartando-os, na maioria das vezes, em ao meio ambiente. Este fator se dá devido ao uso de
locais impróprios. metais pesados altamente tóxicos na composição destes
Pensando nisso, a Associação Brasileira de equipamentos, além de outros componentes químicos
Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais diversos. Quando o descarte incorreto ocorre, tais
(Abrelpe) criou um programa para receber estes “lixos” materiais são enterrados junto dos equipamentos, sendo
e reciclá-los de maneira correta, sem prejudicar o meio então absorvidos pelos solos com os quais tiveram
ambiente. A Associação existe desde 1976, mas o contato, contaminando, posteriormente, os lençóis
programa para este tipo de material surgiu em 2011, e freáticos. Outro método incorreto (e comumente feito) é
desde então já recolheu mais de 240 mil toneladas de o da queimada dos materiais, liberando toxinas
equipamentos. São 14 postos na capital e na região extremamente perigosas no ar. Além destes fatores
metropolitana de São Paulo. expostos (que afetam a humanidade de forma direta),
Estes tipos de produtos contêm substâncias ainda encontra-se em risco o trabalhador responsável
tóxicas em sua composição, como chumbo, cádmio, pelo descarte irregular, visto seu contato direto com tais
mercúrio, berílio etc. Se depositados em qualquer local e fumaças tóxicas ou até mesmo pelo consumo de água
sem os cuidados específicos, podem causar sérios danos próximo a regiões de descarte (quando enterrados),
ao meio ambiente, como a contaminação dos lençóis podendo causar graves danos à saúde. Assim, o descarte
freáticos e, eventualmente, danos à saúde da população correto é de extrema importância não só para o meio
que vive nas proximidades. ambiente, mas também para a saúde humana.
Além disso, estes equipamentos são compostos
(Texto adaptado de “Descarte incorreto de lixo eletrônico pode causar
por grande quantidade de plástico, vidros e metais, danos ao meio ambiente”. SANTOS, Amanda Cristine dos e KIKUCHI,
materiais que levam muito tempo para se decomporem Victor. Disponível em . Acesso em 09/4/2015)

no solo.

TEXTO 2
LIXO ELETRÔNICO: O QUE NÓS PODEMOS FAZER?

A pergunta-chave, o que nós podemos fazer?, respeito não só ao desconhecimento da toxidade deste
envolve muitas iniciativas e muitos fatores que dizem tipo de lixo, mas, sobretudo, ao consumo desenfreado.

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É comum nos rendermos ao apelo do mercado máquina pode resolver o problema sem a necessidade
para trocar de celular ou de computador todo ano. Mas da formatação.
isso não faz o menor sentido. Se o aparelho de celular O mercado virtual dispõe de vários sites de
estiver funcionando e o computador servindo às nossas negócios para compra, venda ou fazer aquele chamado
necessidades, mantê-los e aproveitá-los enquanto têm “rolo” . Nesses sites, é possível vender computadores
vida útil é uma forma de economizar e de não poluir o usados, inteiros ou com as peças separadamente, além
meio ambiente. de encontrar ofertas de vendas, separadamente, de CPU,
No entanto, se não conseguirmos resistir à monitor, teclado, mouse, caixas de som ou mesmo de
sedução de um celular com maior capacidade e eficiência peças internas individualmente. Mesmo que a venda seja
no uso de aplicativos ou se nosso computador estiver por um valor mínimo, alguém sempre pode reaproveitar
lento ou obsoleto, há sempre um amigo ou uma o que se tornaria lixo.
instituição que pode aproveitar tais equipamentos. A Em relação aos celulares e a outros
doação não só ajuda outras pessoas, como também componentes eletrônicos, alguns fabricantes mantêm
contribui para a não produção de lixo eletrônico. urnas de coleta em lojas das operadoras e em oficinas
No caso dos computadores, por exemplo, nem autorizadas para o descarte das baterias e pilhas. Há
sempre a troca é mesmo imprescindível. Quando o também os que recebem de volta aparelhos usados tanto
equipamento passa por manutenção periódica, é para descarte como parte de pagamento de um aparelho
possível detectar a razão da lentidão, que pode ser em novo. Considerar como critério de compra, além do
função de arquivos perdidos e “lixo” deixado pelo preço, a responsabilidade que a empresa assume com o
sistema operacional ou devido a vírus, por exemplo. Uma meio ambiente é uma das maneiras de amenizar os
solução é fazer um backup de arquivos e depois formatar danos do consumismo desenfreado.
o computador, reinstalando novamente o sistema
(Texto adaptado de “Lixo eletrônico – problemas e soluções”. Disponível
operacional. O uso de antivírus antes de formatar a em . Acesso em 09/4/2015)

02. (VUNESP) Há alguns anos, quando os acidentes de trânsito começaram aumentar assustadoramente, começou-se a
pensar seriamente na educação para o trânsito. A tentativa de conscientização da necessidade de obedecer à sinalização,
ao limite de velocidade, enfim de usar o veículo como um meio de ida e não como uma possibilidade de morte ganhou
dimensão nacional, incluindo a orientação nas escolas. No entanto, as estatísticas mostravam que a violência no trânsito
crescia cada vez mais. Agora, com a implantação da nova lei, a imprensa noticia a diminuição do número de acidentes, de
mortes e de multas, em até 40%. Mera coincidência?

A partir das considerações dadas, faça uma carta de solicitação para o jornal Educação de Trânsito, solicitando maiores
informações sobre o fato e, principalmente, sobre a nova lei do trânsito recentemente implantada no Brasil. É necessário
assinar a carta com o pseudônimo “Brasileiro Consciente”. Máximo 15 linhas.

03. Escreva uma carta de solicitação à revista Veja, pedindo mais esclarecimentos sobre o que foi exposto na matéria
por ela publicada a respeito do consumo de álcool por adolescentes. Máximo 15 linhas. Assine como Leitor.

BEBIDA: VERGONHA NACIONAL


A lei proíbe menores de beber, mas ninguém, nem os pais, a respeita. Os jovens pagam o preço por isso, e ele é alto

De todas as leis ignoradas no Brasil – e a lista é menores de 18 anos de beber. Pesquisa inédita feita em
longa -, poucas são descumpridas com tanta sete capitais do país – São Paulo, Belo Horizonte, Porto
naturalidade, e na escala, como aquela que proíbe Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Belém e Campo Grande –

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mostra que adolescentes que tentam comprar bebidas


alcoólicas têm sucesso em, pelo menos, 70% das vezes. Até 1984, cada estado americano definia a
Na capital paraense, esse índice chega a idade mínima para comprar bebida alcoólica. Desde
estupefacientes 88%, recorde seguido de perto pelo Rio, então, criou-se uma regra nacional à qual os estados
com 86%. Mesmo em São Paulo, onde uma norma eram convidados a aderir: menores de 21 anos são
estadual aumenta o rigor das punições aos donos de proibidos de comprar qualquer tipo de bebida alcoólica.
estabelecimentos que vendem bebida para menores, Todos cinquenta estados americanos ratificaram a nova
71% dos adolescentes têm trânsito livre para o balcão lei. Assim, os EUA tornaram-se o único país entre as
do bar. democracias com idade tão avançada para o consumo de
As décadas de descumprimento da lei fizeram bebida alcoólica. Cada estado é livre para legislar os
mais do que consolidar a ideia de que ela não passa de detalhes, mas, em geral, a venda de bebida a menor de
letra morta – contribuíram para que os adultos se 21 anos dá multa e, raramente, prisão. Vender bebida a
habituassem a ver o consumo de bebida por menor de 18 anos, no entanto, quase sempre da prisão.
adolescentes como um “mal menor”, comparado aos Nos últimos tempos, alguns juízes decidiram dar
perigos do mundo. sentenças exemplares para reforçar ainda mais o
(...) respeito à lei pelos bares e mercados.
Levantamentos feitos no Brasil e no exterior Um caso desse tipo aconteceu em Riverview,
comprovam que beber – em qualquer idade – perto de Tampa, na Flórida. No dia 28 de fevereiro de
potencializa comportamentos temerários. No 2008, o adolescente David Holdsworth, então com 17
adolescente, com sua onipotência e impulsividade anos, entrou duas vezes no mercado Best for Less e
características, o risco de o álcool provocar ou facilitar comprou cerveja. Pagou mais caro pela bebida, usou
situações como gravidez precoce, contaminação por dinheiro vivo e saiu do local com as garrafas dentro de
doenças sexualmente transmissíveis, envolvimento com uma sacola de papel pardo. O Best for Less era
a criminalidade e uso de drogas ilícitas é perigosamente conhecido pelos jovens da região por vender bebida a
maior. menores de idade nessas condições: preço maior,
Junte-se a isso o fato de que, num organismo dinheiro vivo e embalagem discreta. Holdsworth bebeu
jovem, o impacto e as consequências da ingestão de as cervejas e, na volta para casa, arrebentou seu Camaro
bebida são muito diferentes do que os que incidem sobre na avenida à beira-mar, matando um jovem de 32 anos.
um adulto, e a conclusão – unânime – dos especialistas Agora, quatro anos mais tarde, o caso está encerrado.
é: menores de 18 anos não devem beber sequer uma Holdsworth pegou cinco anos de prisão, mas os donos
gota de álcool. do Best for Less arcaram com a multa mais pesada da
A experiência de muitos adultos, no entanto, história: 716 milhões de dólares. Ao dar a sentença, o
ajuda a enfraquecer o que, para os cientistas, é uma juiz Sam Pendino deixou claro que queria mandar uma
certeza. Muitos pais pensam: “Tomei minhas doses mensagem: quem vende bebida a menores de idade está
quando era jovem e hoje tenho um emprego estável, arruinando vidas — e o preço é incalculável. Com casos
uma família feliz e uma relação saudável com a bebida”. assim, o respeito à lei que proíbe a venda de bebida
alcoólica a menores tem sido cada vez maior.
Existe saída para tragédia (Revista Veja, 11 de julho de 2012)

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2. CARTA DE RECLAMAÇÃO

A carta de reclamação é utilizada quando o remetente descreve um problema ocorrido a um destinatário que
pode resolvê-lo. É considerado um texto persuasivo, pois o interlocutor tenta convencer o receptor da mensagem a
encontrar uma solução para o problema apontado na carta.
Por este motivo, quem reclama deve utilizar um discurso argumentativo: descrevendo de maneira clara o(s)
problema(s), motivo(s) pelo qual pode ter ocorrido, as consequências se não for resolvido. A exposição dos fatos deve
comprovar que o remetente é quem tem razão, o qual pode ainda, apontar as possíveis soluções para que haja
entendimento entre as partes.
A linguagem deve seguir o uso da forma padrão, ser precisa e objetiva, além de apresentar consistência nos
argumentos elencados. Havendo possibilidade, faça concessões, que são expressões e construções como: Embora...;
Apesar de...; Reconheço que...; É verdade que...; Está certo que...; Mas...; Admito que...; Porém...; etc. Fazer
concessões é admitir que o interlocutor tem razão ou que a culpa é nossa, mas somente em parte, por isso ele precisa
conhecer o outro lado da verdade, conhecer a nossa versão. A partir daí, uma boa argumentação poderá levar o
interlocutor a perdoar nossa falta e suprimir a punição.
Por se tratar de uma carta, é importante obedecer à estrutura previamente definida do gênero. De forma
detalhada, termos:

Detalhando...

1. Local e data: escritos à esquerda.


2. Vocativo: Exmo Senhor, Caro Fulano de Tal, Sr. Fulano de tal, À Empresa Tal.... A pontuação após o
vocativo pode ser vírgula ou dois-pontos.
3. Corpo do texto
4. Despedida: pode variar entre Atenciosamente, Cordialmente, etc
5. Assinatura: pode ser desde só o primeiro nome até o nome completo.

Fonte: http://www.brasilescola.com/redacao/carta-reclamacao.htm
http://www.portugues.com.br/redacao/cartas-reclamacao-solicitacao.html
http://oblogderedacao.blogspot.com.br/2012/08/carta-argumentativa-de-reclamacao.html

Modelo de Carta de Reclamação – 1

Campinas do Sul, 29 de fevereiro de 2014.

Exmo(s). senhor(es),
No último dia 05 de fevereiro, dirigi-me ao seu estabelecimento, situado na Rua do Equívoco, 02, como
endereçado, a fim de comprar um computador. Após escolher o modelo que me interessou, solicitei que a mercadoria
fosse entregue na minha casa. Para tanto, assinei a nota de encomenda e paguei a taxa para que fosse realizado o serviço.
No dia 10 do mesmo mês, foi-me entregue o computador encomendado, no entanto, após ligar o aparelho na tomada
constatei que o mesmo emitia mais de 8 apitos e não funcionava.
Diante deste fato, recusei o computador e solicitei que me fosse enviado outro exemplar em excelente estado, o
que faria jus ao valor já pago. Entretanto, até a presente data continuo à espera.
O atraso na resolução do problema vem ocasionado vários transtornos ao meu cotidiano. Por este motivo,
demando que outro computador de mesma marca e modelo seja entregue, sem falta, dentro de 3 dias úteis. Caso
contrário, anularei a compra e exijo o dinheiro do pagamento de volta.
Sem mais,

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João da Silva

Modelo de Carta de Reclamação – 2

Nova Esperança, 20 de outubro de 2015.


À direção da empresa Motorola:

Sou cliente da empresa há três anos e sempre estive satisfeito com a eficiência dos serviços prestados e com a
qualidade dos produtos oferecidos. No entanto, ao adquirir um novo celular, observei que este apresenta uma grave falha
técnica, pois sua bateria descarrega em menos de vinte e quatro horas.
A assistência técnica autorizada informou-me de que não há como solucionar o problema. Como o celular ainda
está no período de garantia, peço a troca do aparelho o mais rápido possível.
Certo de poder contar com a eficiência e seriedade da empresa, agradeço.
Atenciosamente,
Adriano Souza

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ATIVIDADE – AGORA É COM VOCÊ!!

01. Escreva uma carta de reclamação direcionada à empresa, fazendo uma crítica aos argumentos usados pela Philip
Morris no relatório. Sua carta deve ter, no máximo, 15 linhas. Assine como Leitor.

MORTE DE FUMANTE AJUDA ECONOMIA, DIZ PHILIP MORRIS

A Philip Morris, gigante americana da indústria do tabaco, divulgou em 16/07/2001, no jornal econômico The Wall
Street Journal, um relatório no qual ressalta os benefícios econômicos do cigarro para as finanças públicas da República
Tcheca. O relatório aponta o impacto positivo do tabagismo nas finanças do país, incluindo a economia de gastos na área
da saúde em virtude da mortalidade precoce e os ganhos obtidos pela arrecadação de impostos. A morte precoce de
fumantes na República Tcheca, segundo o relatório, ajudou o governo a economizar em gastos na área da saúde, em
cuidados geriátricos, no sistema de pensão e previdenciário.
(O texto é a síntese de notícias publicadas na Folha de S. Paulo, em 17/07/2001, e na Veja, em 25/07/2001.)

02. Escreva uma carta de reclamação para Sandra Brasil, reclamando da reportagem publicada na revista Veja. Lembre-
se de que você é carioca. Sua carta deve ter, no máximo, 15 linhas. Assine como Leitor.

OS CABEÇAS SUJAS E SEU MUNDINHO


Sandra Brasil

Que tipo de gente joga lixo na rua, pela janela das respostas corretas é: um tipo que está se tornando
do carro ou deixa a praia emporcalhada quando sai? Uma mais raro. Sim. A atual geração de adultos foi criança em

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um tempo em que jogar papel de bala ou a caixa vazia serviçais que não só carregavam seus pertences como
de biscoitos pela janela do carro quase nunca provocava limpavam a sujeira que ia atirando às calçadas. Há
uma bronca paterna. Foi adolescente quando amassar o relatos de que o pintor francês Jean-Baptiste Debret
maço vazio de cigarros e chutá-lo para longe não (1768-1848) causava tanto espanto quando aparecia em
despertava na audiência nenhuma reação especial, além público trazendo consigo os próprios pincéis que decidiu,
de um "vai ser perna de pau assim na China". Chegou à ele também, contratar um escravo para realizar o
idade adulta dando como certo que aquelas pessoas de serviço. Não raro, o rei dom João VI fazia suas
macacão com a sigla do Serviço de Limpeza Urbana necessidades no meio da rua, hábito também cultivado
estampada nas costas precisam trabalhar e, por isso, pelo filho, Pedro I, e ainda hoje presente. Foi com a
vamos contribuir sujando as ruas. Bem, isso mudou. O instauração da Repúblicaque o estado assumiu, de forma
zeirgeist, o espírito do nosso tempo, pode não impedir, sistemática, o protagonismo no recolhimento do lixo,
mas, pelo menos não impele mais ninguém com algum mas isso não significou, nem de longe, nenhuma
grau de conexão com o atual estágio civilizatório da mudança de mentalidade por parte dos brasileiros.
humanidade a se livrar de detritos em lugares públicos Cuidar da sujeira continuou a ser algo visto como aquilo
sem que isso tenha um peso, uma consequência. É feio. que cabe a terceiros — jamais a si mesmo.
É um ato que contraria a ideia tão prevalente da Existe uma relação direta entre o nível de
sustentabilidade do planeta e da preciosidade que são os educação de um povo e a maneira como ele lida com o
mananciais de água limpa, as porções de terra não seu lixo. Não por acaso, o brasileiro está em situação pior
contaminadas e as golfadas de ar puro. que o cidadão do Primeiro Mundo quando se mede a
E, no entanto, as pessoas ainda sujam, e muito, montanha de lixo nas ruas deixada por cada um deles.
as cidades impunemente. Cartão-postal brasileiro, o Os cariocas figuram entre os mais mal-educados
vasto litoral do Rio de Janeiro, um patrimônio natural de espantosos 40% do lixo acumulado na cidade são
246 quilômetros de areias pontilhado por montanhas, retirados de praças, calçadas e praias. É o dobro de São
virou um caso emblemático de regressão a estágios Paulo e mais que o triplo do índice de grandes
civilizacionais mais primitivos. metrópoles de países desenvolvidos. Os especialistas
Para se ter uma ideia, só no mês de janeiro 3 chamam atenção para uma peculiaridade que ajuda a
000 toneladas de lixo foram recolhidas das praias compreender por que o quadro se agrava no Rio de
cariocas — guimbas de cigarro, palitos de picolé, cocô de Janeiro. Diz o economista Sérgio Besserman: "O fato de
cachorro e restos de alimento. Empilhadas, essas a cidade já ter sido a capital do país contribui para que
evidências de vida pouco inteligente lotariam cinco persista ali uma sociedade patrimonialista, que enxerga
piscinas olímpicas. Resume o historiador Marco Antonio tudo, absolutamente tudo, como papel do governo".
Villa: "Ao contrário de cidadãos dos países Desde a Antiguidade, as grandes cidades do mundo, que
desenvolvidos, o brasileiro só vê como responsabilidade já foram insalubres um dia, só conseguiram deixar essa
sua a própria casa e não nutre nenhum senso de dever condição à custa de um intenso processo de
sobre os espaços que compartilha com os outros — um urbanização, aliado à mobilização dos cidadãos e a
claro sinal de atraso". severas punições em forma de multa. "A concepção do
O flagrante descaso com o bem público tem bem público como algo valoroso nunca é espontânea,
suas raízes fincadas na história, desde os tempos do mas, sim, fruto de um forte empenho por parte do
Brasil colônia. No período escravocrata, a aristocracia estado e das famílias", diz o filósofo Roberto Romano.
safa a passear sempre com as mãos livres, escoltada por

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03. (Vestibular de Verão/2009) – Os textos a seguir abordam uma temática única: o sal na alimentação humana.
Como leitor da revista Saúde, escreva uma carta ao editor, Sr. Silva, com até 15 linhas, reclamando sobre a falta de
apresentação de receitas cujos temperos substituam o sal na alimentação humana. Assine a carta apenas com o nome
Leitor.

COMO REDUZIR A INGESTÃO DE SAL?


O brasileiro consome quase o dobro da quantidade ideal
Por Eduardo Gomes

Muito sal caldos concentrados e temperos prontos, as sopas


Devido a sua composição, a falta de sal no organismo instantâneas, os salgadinhos industrializados em
pode, por exemplo, causar distúrbios mentais, pacotes, os queijos amarelos, os pratos prontos
hipotireodismo, abortos espontâneos, nascimento de congelados e as conservas.
bebês mortos e de crianças com baixo peso. Isso não Quem come fora regularmente tem mais dificuldade para
significa que o sal pode ser consumido em abundância. controlar o consumo de sal, mas sempre é possível fazê-
Como qualquer outro alimento, ele precisa ser ingerido lo. A melhor estratégia para conseguir isso ainda é evitar
na quantidade adequada para produzir benefícios e o saleiro, uma vez que os alimentos já são normalmente
afastar os riscos ligados ao seu consumo excessivo. preparados com mais sal e as saladas podem ser
O brasileiro tem comido sal demais como consequência consumidas utilizando apenas o azeite, fazendo, com
direta da industrialização. Passamos de um país que isso, que caia a média de ingestão de sal na refeição.
planta e come o que colhe na lavoura, para um país que
se industrializou e, agora, come alimentos processados Menos sal
ou industrializados. Isso pode parecer otimista, pode Embora todos se beneficiem da redução do sal, pessoas
parecer vantajoso, mas é preocupante, uma vez que com hipertensão arterial, doenças cardíacas e hepáticas
passamos a comer sal demais. que causam retenção de líquidos e insuficiência renal
Para conseguir consumir o sal na medida certa é preciso devem reduzir o sal como parte fundamental do seu
saber que o sal é diferente de sódio. Muita gente acredita tratamento, pois o excesso de sal causa maior retenção
que são sinônimos e na hora de ler os rótulos dos de água e pode agravar essas condições clínicas.
produtos só levam em consideração a quantidade de Veja a seguir os casos clínicos em que a ordem é reduzir
sódio, que é apenas um dos componentes do tempero. o sal:
Essa é uma conduta incorreta, que leva a consequências Hipertensão arterial: o cloreto de sódio é um dos
perigosas. Isso porque a pessoa pode fazer o cálculo responsáveis pela retenção de líquido no organismo.
nutricional do seu consumo diário de sal tomando como Com isso, há um aumento no volume de sangue que
referência o sódio. Só para se ter uma ideia, de acordo circula pelos vasos sanguíneos, o que eleva a pressão
com as diretrizes do Guia Alimentar para a População arterial;
Brasileira, editado em 2006, uma pessoa deve consumir Doenças cardiovasculares: a elevação da pressão
no máximo 5 gramas de sal por dia, o equivalente a uma arterial também é um fator de risco para as doenças
colher de chá rasa. Ocorre que a quantidade total de cardiovasculares;
sódio nessas 5 gramas é de apenas 2 gramas. O Problemas renais: o consumo excessivo de sal, ao
problema é que os produtos industrializados se limitam causar hipertensão, sobrecarrega os rins, alterando suas
à quantidade de sódio na embalagem e não de sal, funções e colaborando para o acúmulo de substâncias
induzindo o consumidor a achar que está consumindo tóxicas no sangue;
uma quantidade menor de sal. Retenção hídrica: o excesso de sódio no sangue eleva
Praticamente todos os alimentos industrializados contêm a retenção de água, o que pode provocar, além de
sódio. Do pão integral ao refrigerante e até mesmo os inchaço, edemas pelo corpo.
sucos artificiais em pó. Os campeões são os embutidos (http://yahoo.minhavida.com.br/materias/alimentacao/Como+reduzir+a
(presunto, salame, mortadela, salsicha) e defumados, os +ingestao+de+sal.mv. Acesso em 18 de julho de 2009).

SAL: REDUZA O CONSUMO

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por Regina Célia Pereira

No lugar do sal, bote ervas e hortaliças. Elas ajudam seu mais vitamina C no dia a dia. A adstringência do fruto
paladar a enfrentar a fase de adaptação à comida menos ainda ajuda a espantar a vontade de comer sal.
salgada. Ervas
Alho e cebola Elas têm em sua composição poderosas substâncias que
A dupla está lotada de substâncias protetoras das contribuem para o bom funcionamento de todo o
artérias, mas não vale comprar aqueles potes de organismo. Bote o alecrim nas carnes, a cebolinha no
tempero que têm sódio na formulação. Prefira os isentos arroz, o coentro na salada, o manjericão nas massas e
da substância ou esses vegetais in natura. não se esqueça da pimenta. Abuse da imaginação.
Limão (http://saude.abril.com.br/edicoes/0287/nutricao/conteudo_296419.sht
Espremer limão na salada é uma forma de acrescentar ml. Acesso em 30 de julho de 2009)

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3. CARTA DO LEITOR

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A carta do leitor é um gênero textual em que um leitor expressa opiniões (favoráveis ou não) a respeito de
assunto publicado em revistas, jornais, ou a respeito do tratamento dado ao assunto. Além disso, o autor pode também
esclarecer ou acrescentar informações ao que foi publicado.
Apesar de ter um destinatário específico – o diretor da revista ou o jornalista que escreveu determinado artigo
–, a carta do leitor pode ser publicada e lida por todos os leitores do meio de comunicação para o qual ela foi enviada.
A linguagem pode ser mais pessoal (empregando pronomes e verbos em 1ª pessoa) ou mais impessoal
(empregando pronomes e verbos na 3ª pessoa) ou ainda pode utilizar os dois tipos de linguagem.
Por se tratar de uma carta, a estrutura desse gênero deve ser preservada:

Detalhando...

1. Local e data: escritos à esquerda.


2. Vocativo: Exmo Senhor, Caro Fulano de Tal, Sr. Fulano de tal, À Empresa Tal.... A pontuação após o vocativo
pode ser vírgula ou dois-pontos.
3. Corpo do texto
4. Despedida: pode variar entre Atenciosamente, Cordialmente, etc
5. Assinatura: pode ser desde só o primeiro nome até o nome completo.

Modelo de Carta do Leitor– 1

Modelo de Carta do Leitor– 2

ATIVIDADE – AGORA É COM VOCÊ!!

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01. (UEM - Vestibular de Verão/2010) – Os textos abaixo abordam o tema sobre a nova lei antipalmada. Como
leitor da revista Veja, escreva uma carta ao editor, Sr. Silva, com até 15 linhas, expondo sua opinião a respeito da “nova
lei antipalmada”, sustentando sua posição. Assine a carta apenas com o nome Leitor.

PROJETO DE LEI

Altera a Lei n.º 8.069, de 13 de julho de 1990, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente (...)
Art. 1.º A Lei n.º 8.069, de 13 de julho de 1990, passa a vigorar acrescida dos seguintes artigos:
Art. 17-A. A criança e o adolescente têm o direito de serem educados e cuidados pelos pais, pelos integrantes da família
ampliada, pelos responsáveis ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar, tratar, educar ou vigiar, sem o uso de castigo
corporal ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação, ou qualquer outro
pretexto.
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, considera-se:
I – castigo corporal: ação de natureza disciplinar ou punitiva com o uso da força física que resulte em dor ou lesão à
criança ou adolescente.
II – tratamento cruel ou degradante: conduta que humilhe, ameace gravemente ou ridicularize a criança ou o adolescente.
Disponível em: . Acesso em: 21 set. 2010.

TAPINHA DÓI
Rosely Sayão

Muitas mães pensam que um tapinha dado no (...)


filho, com amor e boa intenção, não dói. Dói sim, e como Sempre é bom lembrar que educar uma criança
dói! E não apenas no corpo. Claro, este padece nessa é socializá-la, ou seja, introduzi-la no mundo do convívio
hora, mas a criança fica principalmente magoada com civilizado. Bater em uma criança para ensinar a ela que
aquele adulto de quem espera proteção, amor e cuidado, é preciso saber esperar, mostrar respeito ao outro,
e não agressão. Resultado: o vínculo de confiança que relacionar-se com boas maneiras e aceitar alguns
deveria haver entre eles pode ser afetado, prejudicado. impedimentos na vida não faz o menor sentido, portanto.
Por que ainda se bate em criança? Há quem É contraditório.
acredite que o ironicamente chamado “tapa pedagógico” Isso posto, não há como defender o uso de
tenha efeito educativo. Não tem, e isso pode ser castigos físicos em nome de uma boa educação. É
constatado no próprio convívio com crianças que levam possível, quando necessário, aplicar sanções na criança
castigos físicos quando cometem alguma transgressão. ou ao jovem que não são humilhantes ou violentas, tanto
Crianças de todas as classes sociais, desde bem sob o aspecto físico quanto moral.
pequenas, apanham porque não conseguem ainda se
controlar e fazem o que os adultos esperam que já Texto adaptado da Folha de S.Paulo. São Paulo, 27 jul. 2010. Equilíbrio.
saibam que não poderiam ou deveriam fazer. Mas voltam
a cometer a mesma falta. E apanham novamente.

AO PROPOR A PROIBIÇÃO DA PALMADA, O ESTADO INFANTILIZA OS PAIS


Eliane Brum

Será que palmada é crime e eu não estou precisamos de mais uma lei, já que a legislação existente
percebendo algo importante? pune o espancamento e demais agressões físicas. Nada
Antes de seguir quero deixar muito claro que, tampouco me convence de que o Estado deve interferir
obviamente, espancamento é crime. Seja dos pais ou de neste nível na vida privada, na maneira como cada um
quem for. Palmada não. E nada me convence de que educa seus filhos. (...)

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Um dos argumentos em defesa da nova lei é a e conheço alguns. Há outros que educam dando
de que as pessoas não saberiam a diferença entre uma palmadas quando outras tentativas se esgotam. Os que
palmada e um espancamento. Acredito que a maioria das não batem não são melhores pais porque não batem – e
pessoas sabe muito bem a diferença entre dar um tapa vice-versa. (...)
na bunda de uma criança e espancar uma criança. Não tenho dúvida de que os autores e
(...) apoiadores da lei são bem intencionados. Mas acho que
Espancamento, ouso dizer que a maioria de nós se equivocaram e erraram o alvo. Uma lei como esta
não experimentou. Mas palmadas quase todos desautoriza os pais – e o faz numa época em que eles
conhecem na pele. Eu nunca fui espancada pelos meus mesmos, por diversas razões, já desautorizam a si
pais, mas recebi várias palmadas. E todas elas, na minha mesmos. Ao exercer sua autoridade de forma abusiva, o
percepção, foram atos de amor e de educação. Eu nunca Estado esvazia de autoridade e infantiliza seus cidadãos.
espanquei minha filha, mas dei várias palmadas nela. E Isto é grave.
também foram atos de amor e de educação.
(...) Texto adaptado. Disponível em: . Acesso em: 21 set. 2010.

Não estou fazendo aqui nesta coluna uma


apologia da palmada. Há pais que educam sem bater –

02. Redija uma carta do leitor, com no máximo 15 linhas, ao jornal O Globo, posicionando-se de forma positiva ou negativa
com relação à reportagem Pais são principais responsáveis por violações aos direitos da criança. Assine como João Silva
ou Maria Antônia.

Pais são principais responsáveis por violações aos direitos da criança


Publicação: 21 de Abril de 2014 às 17:11

Levantamento feito com dados dos conselhos Ariel de Castro citou como exemplo o caso
tutelares de todo o país revela que pais e mães são recente do menino Bernardo Uglione Boldrini, de 11
responsáveis por metade dos casos de violações aos anos, assassinado em Três Passos (RS). O próprio pai e
direitos de crianças e adolescentes, como maus-tratos, a madrasta estão entre os principais suspeitos. Uma das
agressões, abandono e negligência. motivações teria sido uma herança, além de uma
Os números retirados do Sistema de pensão.
Informações para a Infância e Juventude, do governo "É um problema que não decorre apenas das
federal, apontam 229.508 casos registrados desde 2009, situações econômicas e sociais, como o caso do menino
sendo que, em 119.002 deles, os autores foram os Bernardo mostra. Muitas vezes, as situações que
próprios pais (45.610) e mães (73.392). envolvem pessoas pobres são mais
O levantamento, baseado em informações de denunciadas até pela facilidade de os vizinhos
83% dos conselhos tutelares brasileiros, mostra também terem acesso, pelas formas de moradia, as pessoas são
que os responsáveis legais foram autores de 4.403 mais comunicativas nas regiões mais periféricas. Agora,
casos, padrastos tiveram autoria em 5.224 casos e a violência também ocorre em famílias mais abastadas,
madrastas foram responsáveis em 991. mas muitas vezes [as violações] não são denunciadas,
Para Ariel de Castro Alves, advogado membro na tentativa de manter um certo status familiar”, disse
do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do ele.
Adolescente (Condeca) e fundador da Comissão Especial O advogado destaca a falta de programas
da Criança e do Adolescente do Conselho Federal da sociais voltados para a orientação e um
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), esses dados são acompanhamento mais permanente de famílias em
assustadores porque as situações de risco à criança são conflitos. Ariel de Castro criticou o fato de, muitas vezes,
criadas pelas pessoas em que elas mais confiam e das as autoridades não considerarem as reclamações feitas
quais dependem para sobreviver. pela própria criança, como no caso do menino Bernardo,

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que chegou a pedir ajuda ao Ministério Público para não


Fonte: Agência Brasil http://tribunadonorte.com.br/noticia/pais-sao-
morar mais com o pai e a madrasta. “A palavra da principais-responsaveis-por-violacoes-aos-direitos-da-
criança tem que ser levada em conta, como prevê o crianca/279745?utm_campaign=noticia&utm_source=ult

direito ao protagonismo, o desejo de não continuar mais


com os pais”, defendeu.

03. (UEM - Vestibular de Inverno/2008) – A coletânea de recortes de textos abaixo, retirados de fontes variadas,
aborda uma temática social contemporânea. Como leitor, escreva uma carta ao editor de uma revista semanal, com até
15 linhas, expressando sua opinião sobre a temática abordada na coletânea de textos. Assine a carta com apenas a inicial
do seu sobrenome final.

Quando surgiram, no final da década de 1950, as sacolas de plástico eram motivo de orgulho das redes de supermercados
e símbolo de status entre as donas-de-casa. Em meio século, passaram de símbolo da modernidade a vilãs do meio
ambiente. (Revista da Semana, 15/10/2007. Site: http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia)

Estima-se que os brasileiros joguem fora, mensalmente, um bilhão de sacolinhas distribuídas pelo comércio, principalmente
os supermercados – cada consumidor descarta mensalmente 66 unidades. (...) no Brasil já se vêem comerciantes e
consumidores tomarem a iniciativa de substituição da velha sacolinha, politicamente incorreta, e as autoridades começam
a buscar soluções para que ela vá saindo do nosso dia-a-dia. (Revista ISTOÉ, 17/10/2007, p. 76-77)

Grifes brasileiras vão apresentar bolsas de compras reutilizáveis em uma Exposição em São Paulo
(...) No dia 12 de setembro, a exposição Eu não Sou de Plástico exibirá 110 bolsas de compras criadas por estilistas
brasileiros (...)
Algumas criaram peças a partir de materiais ecologicamente corretos. (...) A idéia da Secretaria do Meio Ambiente é criar
o conceito de que saco de plástico é feio, e sacola reutilizável bonita. (...)
Segundo os estudos (...) uma bolsa de lona pode substituir cem saquinhos plásticos. (...)
“Mas é preciso orientar as pessoas. Quem faz compras para o mês inteiro não vai levar um monte de sacolas de pano para
o mercado”. Ainda será preciso criar alternativas para as compras do mês, que enchem o porta-malas do carro. Uma opção
é usar caixas de papelão. (Revista Época, 13/7/2007, p. 96-97)

Sacolas retornáveis substituindo as de plástico é opção em Ponta Grossa e ganha mercado


(...) sacolas retornáveis, confeccionadas com sacos de ráfia de farinha e açúcar e decoradas com fuxicos e alças de tecidos,
é opção em Ponta Grossa para os sacos plásticos utilizados em padarias e supermercados.
O movimento Nós Podemos Paraná em Ponta Grossa lançou uma Campanha para retirar do meio ambiente as sacolas
plásticas e ao mesmo tempo gerar renda para famílias carentes (...) “O legal desse projeto é que reutiliza material e não
extrai mais matéria-prima virgem”. (www.fiepr.org.br/nospodemosparana)

Sacolas Reutilizáveis
As sacolas reutilizáveis de longa vida tão pouco são a solução (...) são muito mais grossas e caras (...) Elas também não
são higiênicas, a menos que sejam limpas após o uso. Apesar de às vezes serem chamadas “embalagem para a vida
inteira”, sua vida útil é limitada, dependendo do tratamento que recebem do usuário, e acabam por se tornar detritos
extremamente resistentes quando descartadas. (Site: www.romaflex.com.br)

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO PARANÁ


PROJETO DE LEI Nº 134/2007
DECRETA:

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Art. 1.º Os supermercados, estabelecimentos congêneres e o comércio em geral ficam obrigados a oferecerem aos seus
clientes sacolas ou sacos plásticos de material biodegradável ou reutilizável para embalagens dos produtos. (...) (www.
crea-pr.org.br/crea2/html/projetos_lei)

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4. CARTA ABERTA

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A carta aberta é um texto por meio do qual um cidadão ou grupo dirige-se, publicamente, a um interlocutor
específico ou entidade ou população diretamente envolvido(s) em situação ou assunto controverso, de interesse coletivo.
O objetivo da carta aberta é expor um ponto de vista, defendendo um posicionamento por meio de sustentação
de uma ideia, de negociação de tomada de posições e de aceitação ou refutação de argumentos que circulam no corpo
social (DOLZ & SCHNEUWLY, 2004). Além disso, a carta aberta serve para alertar sobre um problema que envolve o(s)
destinatário(s) e apresentar proposta(s) de mudança de atitudes, comportamentos, ideias. Por fim, esse gênero textual
visa reivindicar mudança(s), medidas e/ou ações por parte do(s) destinatário(s) que tiver(em) poder para mediá-las ou
implementá-las no meio social (ORMUNDO e SCORVASAVA, 2013).
A carta aberta circula em espaços públicos, especialmente veículos de comunicação em massa (jornais, revistas
ou internet (sites, blogs ou redes sociais...)). A escolha por esses espaços serve como forma de pressionar o(s)
interlocutor(es) a mudar de opinião sobre dado assunto ou agir de determinada maneira.
É um texto escrito, predominantemente dissertativo-argumentativo, com passagens injuntivas (uso do
modo imperativo – ordem) com apelo(s) ao(s) interlocutor(es).

Quanto aos aspectos estruturais, o gênero em foco apresenta o seguinte formato:

• Um título: sua finalidade é revelar o destinatário, sendo que este pode ser amplo, como por exemplo, a
sociedade como um todo. Pode iniciar com a expressão Carta Aberta.

• A introdução: motivo da manifestação. Consta-se de um trecho, geralmente atrativo, que enfatiza o problema
a ser resolvido;

• O desenvolvimento: trata-se da exposição do assunto em si, pautado por argumentos concretos e passíveis
de análise, visando a uma posterior solução;

• A conclusão: encerra todo o discurso, solicitando uma possível solução para o caso abordado.

• O remetente: aquele que escreve a carta.

Modelo de Carta Aberta

CARTA ABERTA PARA RENATO ARAGÃO, O NOSSO DIDI

Querido Didi,

Há alguns meses você vem me escrevendo pedindo uma doação mensal para enfrentar alguns problemas que
comprometem o presente e o futuro de muitas crianças brasileiras. Eu não respondi aos seus apelos (apesar de ter gostado
do lápis e das etiquetas com meu Nome para colar nas correspondências).
Achei que as cartas não deveriam sem endereçadas a mim. (...)
(...) São vários os motivos que me levam a não participar de sua campanha altruísta (se eu quisesse poderia
escrever umas dez páginas sobre esses motivos). Você diz, em sua última Carta, que enquanto eu a estivesse lendo, uma
criança estaria perdendo a chance de se desenvolver e aprender pela falta de investimentos em sua formação.
(...) Eu não sou ministra da educação, não ordeno e nem priorizo as despesas das escolas e nem posso obrigar
o filho do vizinho a frequentar as salas de aula. (...)
Didi, talvez você não tenha noção do quanto o Governo Federal tira do nosso suor para manter a saúde, a
educação, a segurança e tudo o mais que o povo brasileiro precisa. (...)
Eu já pago pela educação duas vezes: pago pela educação na escola pública, através dos impostos, e na escola
particular, mensalmente, porque a escola pública não atende com o ensino de qualidade que, acredito, meus dois filhos

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merecem. Não acho louvável recorrer à sociedade para resolver um problema que nem deveria existir pelo volume de
dinheiro arrecadado em nome da educação e de tantos outros problemas sociais.
(...) os administradores, dessa dinheirama toda, não têm a educação como prioridade. Pois a educação tira a
subserviência e esse fato, por si só não interessa aos políticos no poder. Por isso, o dinheiro está saindo pelo ralo, estão
jogando fora, ou aplicando muito mal. (...)
(...)
No último parágrafo da sua Carta, mais uma vez, você joga a responsabilidade para cima de mim dizendo que as
crianças precisam da 'minha' doação, que a 'minha' doação faz toda a diferença. (...) Com o valor da doação mínima, de
R$ 15,00, eu posso comprar 12 quilos de arroz para alimentar minha família por um mês ou posso comprar pão para o
café da manhã por 10 dias.
Didi, você pode até me chamar de muquirana, não me importo, mas R$ 15,00 eu não vou doar. (...) Se você não
sabe, eu faço doações mensais de 27,5% de tudo o que ganho. Isso significa que o governo leva mais de um terço de
tudo que eu recebo e posso te garantir que essa grana, se ficasse comigo, seria muito melhor aplicada na qualidade de
vida da minha família.
(...)
Outra coisa Didi, mande uma Carta para o Presidente pedindo para ele selecionar melhor os ministros e
professores das escolas públicas. Só escolher quem, de fato, tem vocação para ser ministro e para o ensino. (...)
Peça para ele, também, fazer escolas de horário integral, escolas em que as crianças possam além de ler, escrever
e fazer contas possa desenvolver dons artísticos, esportivos e habilidades profissionais. Dinheiro para isso tem sim! Diga
para ele priorizar a educação e utilizar melhor os recursos.
Bem, você assina suas cartas com o pomposo título de Embaixador Especial do Unicef para Crianças Brasileiras e
eu vou me despedindo assinando...

Eliane Sinhasique – Mantenedora Principal dos Dois Filhos que Pari.


P.S.: Não me mande outra carta pedindo dinheiro. Se você mandar, serei obrigada a ser mal-educada: vou rasgá-la antes
de abrir.

ATIVIDADE – AGORA É COM VOCÊ!!

01. (UFSM – Vestibular EAD 2014 – 2º semestre) – A partir dessas informações, você decide escrever uma CARTA
ABERTA a ser divulgada nas redes sociais. Essa carta tem o objetivo de alertar a população da sua cidade sobre os
riscos do lixo eletrônico e incentivar a proceder adequadamente para minimizar esse problema
socioambiental. Sua carta deve ter 15 linhas. Como não é permitido assinar o seu texto, use no lugar do remetente a
expressão "Cidadão comprometido".

Quantas vezes você já trocou de celular, TV, computador, câmera fotográfica?

Consumo e meio ambiente


Cada vez mais equipamentos eletrônicos ganham menor tempo de vida útil e, quando quebram, são extremamente
difíceis de consertar, a fim de cada vez mais impulsionar o consumo e a produção, pois será mais barato e prático
comprar um produto novo do que conservar ou arrumar o produto antigo. Além disso, o mercado impulsiona modelos
novos dos mesmos produtos dando pequenos retoques, desvalorizando e desmerecendo os produtos antigos que,
muitas vezes, ainda estão em boas condições de uso.
Fonte: Lucio Augusto Villela da Costa e Rozane Pereira Ignácio. Relações de Consumo versus Meio Ambiente: em busca
do Desenvolvimento Sustentável. Disponível em: http://ambito-juridico.com.br. Acesso em: 21 jul. 2014. (adaptado)
Quando substituímos uma tecnologia, para onde vão os equipamentos “obsoletos”?

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Telefones celulares, baterias, computadores, impressoras, televisores, câmeras fotográficas, CDs, geladeiras, micro-ondas,
dentre outros equipamentos elétricos e eletrônicos que são descartados de forma inadequada viram lixo eletrônico ou
e-lixo.

Em 2017, volume de lixo eletrônico no mundo aumentará 33%, alerta estudo


Volume de lixo eletrônico será igual a 200 edifícios como o Empire State.

Segundo um levantamento liderado pela Organização das Nações Unidas (ONU), a geração de e-lixo quase alcançou a
marca de 49 milhões de toneladas em 2012, o que representa 7kg por habitante. China e Estados Unidos são os países
que mais geram lixo eletrônico; na América Latina, México e Brasil foram os países que se destacaram.
Fonte: Disponível em: http://g1.globo.com/tecnologia/noticia. Publicado em: 15 dez. 2013. (adaptado)

Os perigos do lixo eletrônico

O lixo eletrônico contém diversos compostos químicos altamente nocivos (como chumbo, mercúrio, arsênico, cádmio,
cobre, cromo, níquel, zinco, prata, ouro), usados em placas de circuito, chips de computador, monitores e fiação. Se
descartados indiscriminadamente na natureza, podem contaminar a água do subsolo e a atmosfera e podem representar
perigo para a saúde.
Fonte: Jessica Toothman. Disponível em: http://ambiente.hsw.uol.com.br/lixo-eletronico1.htm. Acesso em: 22 jul.
2014. (adaptado)

No Brasil, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal nº 12.305/2010) busca minimizar esse problema
socioambiental, determinando que a responsabilidade pela destinação adequada de resíduos eletroeletrônicos seja
compartilhada entre governo, fabricantes, revendedores e consumidores.

Algumas iniciativas para minimizar ou sensibilizar as pessoas sobre o problema


• Controle no consumo de equipamentos eletroeletrônicos;
• Prioridade na compra de produtos com menor impacto no meio ambiente;
• “Consumo verde”;
• Educação ambiental.

O que fazer com o lixo eletrônico?


• Doação para entidades assistenciais;
• Reaproveitamento de peças antigas e revenda;
• Campanhas de coleta;
• Encaminhamento em pontos de coleta do fabricante ou empresas de reciclagem – várias cidades já contam com
pontos de coleta, como Porto Alegre e Santa Maria;
• Reciclagem – o Sebrae está incentivando esse novo mercado.

Fonte: Daniel Pereira. Lixo eletrônico: problemas e soluções. Disponível em: http://www.sermelhor.com.br/ecologia. (adaptado). Disponível em:
http://ecopassos.com.br. Acesso em: 22 jul. 2014. (adaptado)

02. (UNICAMP — NOVEMBRO/2013) – Em virtude dos problemas de trânsito, uma associação de moradores de uma
grande cidade se mobilizou, buscou informações em textos e documentos variados e optou por elaborar uma carta

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aberta. Você, como membro da associação, ficou responsável por redigir a carta a ser divulgada nas redes sociais. Essa
carta tem o objetivo de reivindicar, junto às autoridades municipais, ações consistentes para a melhoria da
mobilidade urbana na sua cidade. Para estruturar a sua argumentação, utilize também informações apresentadas nos
trechos abaixo, que foram lidos pelos membros da associação. Atenção: assine a carta usando apenas as iniciais do
remetente.
I
“A boa cidade, do ponto de vista da mobilidade, é a que possui mais opções”, explica o planejador urbano Jeff
Risom, do escritório dinamarquês Gehi Architects. E Londres está entre os melhores exemplos práticos dessa ideia aplicada
às grandes metrópoles. A capital inglesa adotou o pedágio urbano em 2003, diminuindo o número de automóveis em
circulação e gerando uma receita anual que passou a ser reaplicada em melhorias no seu já consolidado sistema de
transporte público. Com menos carros e com a redução da velocidade máxima permitida, as ruas tornaram-se mais seguras
para que fossem adotadas políticas que priorizassem a bicicleta como meio de transporte. Em 2010, Londres importou o
modelo criado em 2005 em Lyon, na França, de bikes públicas de aluguel. Em paralelo, começou a construir uma rede de
ciclovias e determinou que as faixas de ônibus fossem compartilhadas com ciclistas, com um programa de educação
massiva dos motoristas de coletivos. Percorrer as ruas usando o meio de transporte mais conveniente – e não sempre o
mesmo – ajuda a resolver o problema do trânsito e ainda contribui com a saúde e a qualidade de vida das pessoas.

(Natália Garcia, 8 iniciativas urbanas inspiradoras, em Red Report, fev. 2013, p. 63. Disponível em http://cidadesparapessoas.com/ 2013/06/29/pedalando-
por-cidades-inspiradorass/. Acessado em 06/09/2013.)

II
Mas, afinal, qual é o custo da morosidade dos deslocamentos urbanos na região metropolitana de São Paulo?
Não é muito difícil fazer um cálculo aproximado. Podemos aceitar como tempo normal, com muita boa vontade, uma hora
diária. Assim, o tempo médio perdido com os congestionamentos em São Paulo é superior a uma hora por dia. Sendo a
jornada de trabalho igual a oito horas, é fácil verificar que o tempo perdido é de cerca de 12,5% da jornada de trabalho.
O valor monetário do tempo perdido é de R$ 62,5 bilhões por ano. Esse é o custo social anual da lentidão do trânsito em
São Paulo.

(Adaptado de André Franco Montoro Filho, O custo da (falta de) mobilidade urbana, Folha de São Paulo, Caderno Opinião, São Paulo, 04 ago. 2013. Disponível
em http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/ 2013/08/1321280-andre-franco-montoro-filho-o-custo-da-falta-demobilidade- urbana-shtml. Acessado em
09/09/2013.)
III
Torna-se cada vez mais evidente que não há como escapar da progressiva limitação das viagens motorizadas,
seja aproximando os locais de moradia dos locais de trabalho ou de acesso aos serviços essenciais, seja ampliando o modo
coletivo e os meios não motorizados de transporte. Evidentemente que não se pode reconstruir as cidades, porém são
possíveis e necessárias a formação e a consolidação de novas centralidades urbanas, com a descentralização de
equipamentos sociais, a informatização e descentralização de serviços públicos e, sobretudo, com a ocupação dos vazios
urbanos, modificando-se, assim, os fatores geradores de viagens e diminuindo-se as necessidades de deslocamentos,
principalmente motorizados.

(BRASIL. Ministério das Cidades. Caderno para a Elaboração de Plano Diretor de Transporte e da Mobilidade. Secretaria Naciona l de Transportes e de
Mobilidade Urbana [SeMob], 2007, p. 22-23. Disponível em http://www.antp.org.br/_5dotSystem/download/dcm Document/2013/03/21/79121770-A746-
45A0-BD32-850391F983B5.pdf. Acessado em 06/09/2013.)

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GÊNERO TEXTUAL: RESUMO

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"Resumir é identificar as ideias centrais e secundárias de um texto; é apresentar uma síntese do texto que corresponde à
compreensão do que foi lido." Em outras palavras, é apresentar com fidelidade ideias ou fatos essenciais contidos num
texto.

• Elaboração complexa: envolve habilidades como leitura competente, análise detalhada das ideias do autor,
discriminação e hierarquização dessas ideias e redação clara e objetiva do texto final.
• Deve reproduzir as opiniões do autor do texto original, a ordem como essas são apresentadas e as articulações
lógicas do texto, sem emitir comentários ou juízos de valor.
• Existem basicamente três técnicas úteis ao escrevermos um resumo:

Consiste em apagar, em cortar as partes que são desnecessárias. Geralmente essas partes
são os adjetivos e os advérbios, ou frases equivalentes a eles.
APAGAMENTO Exemplo: O velho jardineiro trabalhava muito bem. Ele arrumava muitos jardins
diariamente.
Resumindo pela técnica do apagamento, tem-se: O jardineiro trabalhava bem.
Consiste em reduzir os elementos da frase através do critério semântico, ou seja, do
significado.
GENERALIZAÇÃO Exemplo: Pedro comeu picanha, costela, alcatra e coração no almoço.
Resumindo pela técnica da generalização, tem-se: Pedro comeu carne no almoço.
Consiste em substituir uma sequência de fatos ou proposições por uma única, que possa ser
presumida a partir delas, também se baseando no significado.
CONSTRUÇÃO Exemplo: Maria comprou farinha, ovos e leite. Foi para casa, ligou a batedeira, misturou os
ingredientes e colocou-os no forno.
Resumindo pela técnica da construção, tem-se: Maria fez um bolo.

• Durante a leitura do texto, sublinhe as palavras ou frases que fazem mais sentido, que expressam ideias que
tenham mais importância. Depois, junte seus sublinhados, formando um texto a partir deles e aplique as três primeiras
técnicas.
• Iniciar o resumo com um parágrafo introdutório para contextualizar o leitor. Indique o texto que será resumido,
o autor e algumas informações relevantes sobre o seu perfil, o tema que será tratado, etc. Sugestão: "No texto ....., de
......, publicado em......., o autor apresenta/ discute/ analisa/ critica/ questiona ....... tal tema, posicionando-
se ....."

(Disponível em http://www.pucrs.br/manualred/resumos.php e file:///E:/2015/PAS%20UEM/2015/Redacao/Resumo/Resumo.pdf)

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Resumo de Texto Único

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(UFPR) Faça um resumo do texto abaixo. criação do homem, fruto de nossos cérebros e de nosso
modo de ver o mundo. Para entender isso, basta
CRIAÇÃO OU DESCOBERTA? examinarmos um exemplo de sua história.
Fala-se muito no grande abismo entre ciência e Aristóteles dizia que a gravidade vinha da
arte, a primeira lógica, objetiva, enquanto a segunda é tendência dos corpos de voltarem ao seu lugar de
intuitiva, subjetiva. O poeta inglês John Keats acusou seu origem: uma pedra caía no chão porque foi de lá que ela
conterrâneo Isaac Newton de ter "desfiado o arco-íris" tinha vindo. Newton, no século 17, propôs que a
com suas explicações físicas sobre a difração da luz. Ou gravidade era uma força entre quaisquer corpos
seja, explicar racionalmente algo de belo que existe no materiais, com intensidade proporcional ao produto de
mundo é insultar a sua existência, tirar a sua poesia. (...) suas massas e inversamente proporcional ao quadrado
Nós criamos ou descobrimos a ciência? Será que as de sua distância. Einstein, em 1916, disse que a
nossas teorias e os nossos teoremas estão codificados gravidade vem da curvatura do espaço em torno de um
de algum modo na natureza e tudo o que faz um cientista corpo maciço, reduzindo-a a um efeito geométrico.
é "des-cobri-los", levantar a coberta que os esconde, Todas essas teorias foram propostas para
revelando seu significado? Ou será que os criamos, explicar os mesmos fenômenos. Imagino que Einstein
usando nossa intuição, observação e lógica? Complicada, não terá a última palavra: a gravidade será explicada de
essa pergunta. (...) Se fosse prudente, parava por aqui, formas diferentes, na medida em que o conhecimento
citando a minha sábia avó, que dizia que "criar é coisa científico avançar. Junto com novas tecnologias e novos
de Deus, descobrir é coisa de gente". Mas por que não conceitos surgem novas representações do mundo
tentar inverter isso, fazer do homem criador e não só natural. Pode-se descobrir um novo fenômeno, mas sua
criatura? Afinal, descobrir é emocionante, mas bem mais explicação é criada. Pensemos agora em uma outra
passivo do que criar. (...) história, a da representação gráfica da crucificação de
O artista é o criador, ele ou ela dá existência a Cristo. No século 13 era uma coisa, na Renascença,
algo que não existia, enquanto o cientista é o outra, no século 18, ainda outra, e no 21, outra
descobridor, aquele que revela o significado oculto das completamente diferente. O evento é o mesmo, mas a
coisas, sem criá-las. Beethoven criou a sua Nona sua representação gráfica muda, porque muda a
Sinfonia, certo? Ela não existia antes de ele existir. Já perspectiva artística. É perfeitamente razoável para um
Newton descobriu as três leis do movimento --elas artista recriar a crucificação como um amálgama do seu
estavam lá, escondidas na natureza, esperando para subjetivismo e dos valores culturais da época em que
serem reveladas pela mente certa. vive.
Muita gente pode se contentar com essa A visão artística está sempre em transformação.
explicação e dar o caso por encerrado. Mas eu não. Para A científica também está. Ciência é uma construção
mim, a ciência é uma criação, tão criação quanto uma humana, criada para que possamos compreender o
obra de arte. O fato de arte e ciência obedecerem a mundo em que vivemos. O que se descobre são novos
critérios de validade diferentes, de a ciência ter uma modos de criar.
aceitação baseada no método científico, que provê meios
(Adaptado de: GLEISER, Marcelo. Folha de S. Paulo, Mais!, 14 set. 2003)
para que teorias sejam testadas frente a observações,
não muda a minha opinião. Ciência é

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Resumo de Coletânea
• Começar com uma referência global

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Exemplos:
Na coletânea de textos, retirados de fontes variadas, • Não enumerar os textos ao resumi-los,
aborda-se... (tema) isso gera fragmentação e não se constitui como resumo
OU de coletânea, uma vez que o objetivo é justamente unir
Segundo a coletânea de textos, retirados de fontes o que há nos textos a respeito do tema
variadas, sobre (tema), (informações)... Exemplo: O primeiro texto afirma... Além disso, o
segundo texto expõe... ainda o terceiro texto
mostra... (NÃO FAÇA ISSO!!!)

(Vestibular de Verão/2008) A coletânea de textos abaixo, retirados de fontes variadas, aborda a temática As funções
dos sonhos. Tendo-a como apoio, redija os gêneros textuais solicitados.

Mundos dos sonhos


O que é o sonho, como se manifesta e qual a sua função? Por que sonhamos e o que acontece enquanto sonhamos? Essas
questões suscitam debates e pesquisas há milhares de anos. Desde o Egito antigo, no tempo dos faraós, o sonho já era
objeto de estudos. Na Grécia, os famosos templos de Asclépios (deus da medicina) recebiam pessoas em busca de conselho
e cura, muitas vezes atribuída à ajuda dos sonhos. Estado de Minas, 11/4/2005.
(http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/15243)

Sonhar é preciso
Mais de 100 anos depois da psicanálise de Freud, pesquisadores afirmam que sonhar é uma necessidade biológica, capaz
de indicar também como funciona a memória humana. Sonhar é essencial à vida. Sem o sonho, morreríamos. A frase
poderia ser creditada a um poeta ou a um escritor, mas é do pesquisador Sérgio Tufik, diretor do Instituto do Sono da
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
(...)
Os motivos que levam o ser humano a sonhar e qual a função dos sonhos na nossa vida, no entanto, ainda não foram
desvendados. Mas o estudo dos sonhos revelou, por exemplo, o fato de que temos uma consciência, quando estamos
acordados, e outra, que parte dos especialistas prefere chamar de não-consciência, quando dormimos. É nessa hora que
a nossa memória entra em prática, colocando em seqüência uma série de situações que vivemos durante o dia.
(http:/www.escutaanalitica.com.br/responsabilidade.htm)

O que dizem os sonhos


Claudia Jordão e Jonas Furtado
“Nós nos iludimos no dia-a-dia, trabalhamos com o que e com quem não gostamos, temos que nos enquadrar nos padrões
da sociedade. Os sonhos ajudam a mostrar quem somos na essência, são um caminho para o autoconhecimento, para a
nossa verdade mais profunda”, afirma Kwasisnki, psicólogo e professor de mitologia.
(...)
“O sonho é uma simulação do futuro possível com base no passado conhecido”, resume Sidarta Ribeiro, neurocientista e
diretor científico do Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra, em Natal, Rio Grande do Norte.
(...)
De importância comprovada para o fortalecimento da memória, os sonhos começam a ter seu papel reconhecido também
na reestruturação dela, de forma a gerar novos comportamentos. Ou seja: sonhar estimula a criatividade. “Durante o sono
de ondas lentas, não há sonhos, apenas pensamento no escuro. Quando aumenta a atividade neural e as memórias
começam a interagir, é como se acendesse a luz do projetor e começasse a sessão cinema”, compara Ribeiro.
(ISTOÉ, n.º 2011, 21 de maio de 2008)

Sonhos
Por Isaac Ismar. 16/8/2007

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A psicóloga Tatiana Vasconcelos Cordeiro explica que, para a psicanálise, o sonho é um meio pelo qual o inconsciente
procura alertar a consciência para o que ela não percebe ou não quer aceitar, e tenta, por compensação, equilibrar a
psique, a totalidade de fenômenos psíquicos. “Os sonhos trazem à tona os complexos e sugerem alternativas para a
consciência, cujo centro é o ego, realizar o que a pessoa é potencialmente. Ou seja, os sonhos são “avisos”, afirma a
psicóloga.
(http:/msn.bolsademulher.com/corpo/materia/sonhos/9708/1)

Sonhar
Sonhar é transportar-se em asas de ouro e aço
Aos páramos azuis da luz e da harmonia;
É ambicionar o céu; é dominar o espaço,
Num vôo poderoso e audaz da fantasia.

Fugir ao mundo vil, tão vil que, sem cansaço,


Engana, e menospreza, e zomba, e calunia;
Encastelar-se, enfim, no deslumbrante paço
De um sonho puro e bom, de paz e de alegria.

É ver no lago um mar, nas nuvens um castelo,


Na luz de um pirilampo um sol pequeno e belo;
É alçar, constantemente, o olhar ao céu profundo.

Sonhar é ter um grande ideal na inglória lida:


Tão grande que não cabe inteiro nesta vida,
Tão puro que não vive em plagas desse mundo.
(KOLODY, Helena. Viagem no espelho e vinte e um poemas inéditos. Curitiba-PR: Criar Edições, 2001)

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ATIVIDADE – AGORA É COM VOCÊ!!

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Resumo de texto único

01. Elabore um resumo do texto abaixo, com no mínimo 10 e no máximo 12 linhas, retirado do site da revista Nova Escola
em 08/07/2011.

O PAPEL DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO

O massacre ocorrido na escola municipal Tasso da Silveira, no Rio de Janeiro, no dia 07 de abril de 2011 e a
cobertura que o mesmo teve nos meios de comunicação do país nos levam a refletir sobre a responsabilidade e a ética na
mídia. Mesmo sendo um acontecimento sem precedentes na história brasileira, a atenção que recebeu por parte da mídia
muito se assemelha ao caso Eloá Cristina (2008) e da iniciativa de pacificação do complexo do alemão (2010).
Os casos se assemelham por terem sido noticiados praticamente em tempo real, as informações foram difundidas
de forma massiva, e aparentemente muito pouco se refletiu acerca dos impactos destas informações sobre o transcorrer
dos acontecimentos sendo noticiados. Por fim, argumenta-se que este comportamento está associado à forma de ser de
uma parte dos meios de comunicação, que há muito tempo vem se esquecendo da sua responsabilidade social e da ética
inerente à sua atividade, priorizando a quantidade à qualidade das informações. Três casos distintos, o massacre em
Realengo, o caso Eloá Cristina e a pacificação do complexo do Alemão, possuem um elemento em comum. Os três foram
quase que exaustivamente explorados pelos mais diversos meios de comunicação. O furo de reportagem, a entrevista
exclusiva, o detalhe que passou despercebido e outros elementos estratégicos promovem o aumento da audiência e
motivam os profissionais e os meios de comunicação a buscarem e explorarem os mais diversos aspectos das matérias
jornalísticas. Por conta desta cacofonia de depoimentos, fotos e matérias, as reportagens perdem a capacidade de informar
a sociedade. Este tipo de informação, altamente detalhada e precariamente articulada está longe de proporcionar uma
melhor compreensão para a população sobre os fatos ocorridos.
Buscando o aumento da audiência, apela-se à emoção causada pelos depoimentos de crianças psicologicamente
abaladas, cenas chocantes de um sequestrador apontado uma arma para a cabeça de um refém e de traficantes escapando
durante uma operação militar. Imagens de idosos em filas de hospitais, pessoas em situações precárias de saúde, higiene
e alimentação, que perderam suas casas em catástrofes etc. também são constantemente alvo deste modo de se produzir
notícias. Por estes motivos, é crucial refletir sobre o valor jornalístico desta forma de cobertura.
O uso destas imagens é necessário e ele proporciona uma melhor compreensão sobre o fato jornalístico para a
sociedade? De que maneira o depoimento de uma criança, veiculado em rede nacional, ajuda a entender o fato ocorrido?
Não deveríamos preservar a identidade destes menores? Seria mais ético e mais responsável apenas incorporar o conteúdo
deste depoimento em uma reportagem maior, sem veiculá-lo à imagem desta criança! Por outro lado, se faz necessário
indagar ainda de que forma este tipo de cobertura pode atuar sobre o fato sendo noticiado. As imagens dos traficantes
fugindo auxiliaram ou prejudicaram a ação da polícia na iniciativa de pacificação do morro do alemão? (...)
A responsabilidade social e a ética nos meios de comunicação são seriamente prejudicados quando crianças têm
seus nomes e imagens divulgados independentemente do valor jornalístico e enquanto os meios de comunicação puderem
atuar negativamente sobre o desfecho de sequestros. Além disto, a função social dos meios de comunicação estará
seriamente desafiada enquanto noticias e imagens continuarem a ser divulgadas desassociadas de reflexões e
interpretações mais compreensivas sobre os fatos noticiados e a sua importância contextual. O motivador das matérias
não deve ser apenas a audiência, mas também o esclarecimento da população.

02. Redija um resumo, com até 10 linhas, apresentando as informações sobre o tema abordado no texto.

A REDE IDIOTA

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Segundo leio no Google, num site aberto ao Não pretendo demonizar a internet, até porque
acaso, a internet surgiu com objetivos militares, ainda sou bastante dependente dela. De todo modo, é histórico
em plena Guerra Fria, como uma forma de as Forças o mau uso que os humanos fazem de meios fantásticos
Armadas americanas manterem o controle, caso ataques de comunicação, e o rádio e a tevê estão aí e não me
russos destruíssem seus meios de comunicação ou se deixam mentir. De todas as ilusões que a internet
infiltrassem nestes e trouxessem a público informações alimenta, a que julgo mais grave é a terrível onipotência
sigilosas. Outro site diz: “Eram apenas quatro que seu uso desperta. Todos se acham capazes de tudo,
computadores ligados em dezembro de 1969, quando a com direito a tudo, opinar, julgar, sugerir, depreciar, mas
internet começou a existir, ainda com o nome de Arpanet sempre à sombra da marquise, no confortável
e com o objetivo de garantir que a troca de informações “anonimato público” que o mundo paralelo da rede
prosseguisse, mesmo que um dos pontos da rede fosse propicia. Consultam o Google como se consulta um
atingido por um bombardeio inimigo”. oráculo, como se lá repousasse toda a sabedoria do
Entre as décadas de 70 e 80, estudantes e mundo. Pra que livros, enciclopédias, se há Google? –
professores universitários já trocavam informações e perguntam-se.
descobertas por meio da rede. Mas foi a partir de 1990 No livro “A Marca Humana”, de Philip Roth, um
que a internet passou a servir aos simples mortais. Hoje personagem fala: “As pessoas estão cada vez mais
há um bilhão de usuários no mundo todo, afirma outro idiotas, mas cheias de opinião”. Não sei o que vem por
site. Outro informa que o Brasil é o quinto no ranking aí, é cedo para vaticínios sombrios, mas posso antever
dos países com mais usuários na internet, tem hoje cerca um mundo povoado por covardes anônimos e cheios de
de 50 milhões de internautas ativos, atrás apenas da opiniões. O sujeito se sente participando da “vida
Índia, Japão, Estados Unidos e China, estes últimos com coletiva”, integrado ao mundo, quando dá sua opinião
234 e 285 milhões de usuários, respectivamente, informa sobre o que quer que seja: a cantora que errou o “Hino
ainda outro site. Nacional”, o discurso do presidente, a contratação
Ilustro com essas informações (suspeitas, como milionária do clube, o novo disco do velho artista, etc.
todas que vagam no espaço virtual) a abrangência que Julga-se um homem de atitude se protesta contra tudo
tem hoje a internet em todo o mundo, em especial no e todos em posts no blog de economia e comentários
Brasil. Quase nada acontece hoje sem que passe pela abaixo do vídeo no You Tube. Faz tudo isso no escuro,
grande rede. Coisas importantes e coisas nem tão protegido por um nickname, um endereço de e-mail,
importantes assim, como este texto, que não chegaria uma máscara. Raivosa, mas covarde.
tão ágil à redação da ISTOÉ se não fosse enviado de um (Zeca Baleiro. ISTOÉ, 16 set. 2009.)

computador a outro num piscar de olhos.

03. (UEM – PAS/2009 1.ª Etapa) – Produza um RESUMO do texto “São as crianças pobres que fracassam”, com, no
mínimo 60 (sessenta) e, no máximo, (80) oitenta palavras e mais três palavras-chave (aquelas que marcam o assunto-
tema) que devem ser colocadas abaixo do texto que compõe o seu RESUMO.

SÃO AS CRIANÇAS POBRES QUE FRACASSAM

“O número de alunos que vão sendo reprovados maioria da população de nosso país e são elas,
e expulsos da escola, ao longo dos anos, é assustador. justamente, as que mais precisam da escola para poder
No entanto, essas reprovações e abandonos não atingem melhorar de vida. São os pais das crianças que fracassam
da mesma maneira crianças de diferentes meios os que fizeram mais sacrifícios para que seus filhos
socioculturais. pudessem estudar. Foram eles que passaram
De fato, são sobretudo as crianças provenientes dificuldades para comprar cadernos e uniforme. Foram
das camadas populares e do meio rural que fracassam eles que sofreram ao ver seus filhos serem reprovados e
na escola e são forçadas a interromper seus estudos. obrigados a repetir de ano. E, no entanto, todo esse
Evidentemente, essas crianças constituem a grande

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esforço, todos esses sacrifícios, toda essa esperança não de que fracassaram porque são menos inteligentes e
serviu de nada. capazes do que os outros. Há poucas alternativas para
As crianças pobres são, em sua imensa maioria, os atingidos pela exclusão da escola. O destino da
excluídas da escola, sem qualquer qualificação ou grande maioria é aceitar os trabalhos mais duros, de
diploma, sem ter aprendido nada de útil para sua vida e remuneração mais baixa e com maior risco de
seu trabalho. Praticamente a única lição que os anos de desemprego na hora da crise.”
escola ensinam é a se considerarem a si mesmos como (CECCON; C. OLIVEIRA, M. D.; OLIVEIRA, R.D. A vida na escola e a
inferiores aos outros, aos que tiveram sucesso. escola da vida. Petrópolis, RJ : Vozes, 1983, p.30-31)

As crianças saem da escola, mas levam consigo


a marca e a humilhação do fracasso: saem convencidas

Resumo de coletânea

01. (UEM – Vestibular de Inverno/2009) – A coletânea de recortes de textos abaixo, retirados de fontes variadas,
aborda a temática Vício na internet. Redija um resumo, em até 15 linhas, apresentando as informações principais sobre
o tema.

Quando se fala em vício, logo pensamos em drogas, cigarro, álcool, jogatina, entre outros. Porém, o vício está ligado a
uma questão mais ampla, ou seja, não se restringe a um ou dois aspectos, mas sim a diversos. Há o vício em internet,
diagnosticado quando as pessoas têm sua vida pessoal, profissional e sentimental afetada pela permanência exagerada
na internet.
(Texto adaptado de http://www.brasilescola.com/informatica/ciberviciado.htm)

Vício em internet é doença, defende psiquiatra


Em editorial no American Journal of Psychiatry, Jerald Block, da Universidade de Saúde e Ciência de Oregon, alega que o
vício hoje é tão comum que deveria entrar na lista contida no Manual de Estatística e Diagnóstico de Distúrbios Mentais –
o principal livro de referência da Associação Americana de Psiquiatria para categorizar e diagnosticar doenças mentais.
Segundo o especialista, o vício em internet tem quatro comportamentos principais: uso excessivo, frequentemente
associado à perda da noção do tempo ou negligência de impulsos básicos; sentimentos de irritação, tensão ou depressão
caso o computador esteja inacessível; necessidade de computadores melhores, mais software ou mais horas de uso; e
reações negativas como brigas, isolamento social e fadiga ligadas ao uso do computador.
(http://tecnologia.terra.com.br/interna/0,,OI2704377-EI4802,00.html)

Brasil está entre países que tratam viciados em internet


Agnes Dantas
Tem gente que senta diante do computador para trabalhar ou fazer o dever de casa, dá uma passadinha no MSN para ver
quem está on line, e entra no Orkut para saber se há novos posts e, de repente, se dá conta de que se passaram 10, 12
horas de conexão à internet. Nem todo o mundo sabe, mas existe uma linha tênue entre a mania de estar conectado e o
vício em internet.
(http://oglobo.globo.com/tecnologia/mat/2006/10/31/286471817.asp)

A doença da conexão
Ninguém se surpreende ao ver a executiva Andiara Petterle entrar e sair de seu escritório com o laptop em mãos. Como
tantos profissionais, é pela internet que ela dá respostas rápidas a seus clientes mais exigentes. Uma rotina normal, se
não fosse tão difícil para essa gaúcha de 28 anos se desconectar. O problema veio à tona há quatro anos, quando uma
viagem com o marido se tornou um tormento diante da impossibilidade de se conectar à internet no local.

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(...)
A compulsão por e-mails é uma extensão da dependência de internet, problema que se manifesta também com jogos e
compras on-line, salas de bate-papo e sites eróticos.
(Revista Veja, n.º 2001, 28 de março de 2007)

Internet cria novo tipo de viciado: como as drogas e o álcool, o computador pode causar dependência,
principalmente quando preenche carências e ansiedades
"Ninguém se torna dependente de uma coisa que não traz prazer. A internet é, sem dúvida, prazerosa e se torna
dependência quando passa a preencher uma carência, diminuir a ansiedade, aliviar uma angústia", diz o psiquiatra André
Malbergier, coordenador do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas do Hospital das Clínicas da Universidade
de São Paulo (USP).
(...)
O tratamento também é semelhante ao que se submete um dependente de droga. Inclui psicoterapia para tentar descobrir
que conflitos pessoais levaram à dependência – parte dos viciados em internet, dizem os especialistas, tem extrema
dificuldade de relacionamento social. Em muitos casos, é preciso tomar remédios que diminuam o impulso pelo
computador.
(...) "Não podemos transformar a internet no vilão, porque o problema é o uso que nós fazemos dela", diz Maluh Duprat,
da PUC-SP. "A internet é um instrumento fundamental."
(http://www.gtpos.org.br/index.asp?Fuseaction=Informacoes&ParentId=349)

02. (UEM – Vestibular de Inverno/2008) – A coletânea de recortes de textos abaixo, retirados de fontes variadas,
aborda uma temática social contemporânea. Redija um resumo, com até 15 linhas, que exponha as ideias e as
informações consideradas fundamentais para a compreensão da temática abordada na coletânea de textos.

Quando surgiram, no final da década de 1950, as sacolas de plástico eram motivo de orgulho das redes de supermercados
e símbolo de status entre as donas-de-casa. Em meio século, passaram de símbolo da modernidade a vilãs do meio
ambiente.
(Revista da Semana, 15/10/2007. Site: http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia)

Estima-se que os brasileiros joguem fora, mensalmente, um bilhão de sacolinhas distribuídas pelo comércio, principalmente
os supermercados – cada consumidor descarta mensalmente 66 unidades. (...) no Brasil já se vêem comerciantes e
consumidores tomarem a iniciativa de substituição da velha sacolinha, politicamente incorreta, e as autoridades começam
a buscar soluções para que ela vá saindo do nosso dia-a-dia.
(Revista ISTOÉ, 17/10/2007, p. 76-77)

Grifes brasileiras vão apresentar bolsas de compras reutilizáveis em uma Exposição em São Paulo
(...) No dia 12 de setembro, a exposição Eu não Sou de Plástico exibirá 110 bolsas de compras criadas por estilistas
brasileiros (...)
Algumas criaram peças a partir de materiais ecologicamente corretos. (...) A idéia da Secretaria do Meio Ambiente é criar
o conceito de que saco de plástico é feio, e sacola reutilizável bonita. (...)
Segundo os estudos (...) uma bolsa de lona pode substituir cem saquinhos plásticos. (...)
“Mas é preciso orientar as pessoas. Quem faz compras para o mês inteiro não vai levar um monte de sacolas de pano para
o mercado”. Ainda será preciso criar alternativas para as compras do mês, que enchem o porta-malas do carro. Uma opção
é usar caixas de papelão.
(Revista Época, 13/7/2007, p. 96-97)

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Sacolas retornáveis substituindo as de plástico é opção em Ponta Grossa e ganha mercado


(...) sacolas retornáveis, confeccionadas com sacos de ráfia de farinha e açúcar e decoradas com fuxicos e alças de tecidos,
é opção em Ponta Grossa para os sacos plásticos utilizados em padarias e supermercados.
O movimento Nós Podemos Paraná em Ponta Grossa lançou uma Campanha para retirar do meio ambiente as sacolas
plásticas e ao mesmo tempo gerar renda para famílias carentes (...) “O legal desse projeto é que reutiliza material e não
extrai mais matéria-prima virgem”.
(www.fiepr.org.br/nospodemosparana)

Sacolas Reutilizáveis
As sacolas reutilizáveis de longa vida tão pouco são a solução (...) são muito mais grossas e caras (...) Elas também não
são higiênicas, a menos que sejam limpas após o uso. Apesar de às vezes serem chamadas “embalagem para a vida
inteira”, sua vida útil é limitada, dependendo do tratamento que recebem do usuário, e acabam por se tornar detritos
extremamente resistentes quando descartadas.
(Site: www.romaflex.com.br)

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO PARANÁ


PROJETO DE LEI Nº 134/2007
DECRETA:
Art. 1.º Os supermercados, estabelecimentos congêneres e o comércio em geral ficam obrigados a oferecerem aos seus
clientes sacolas ou sacos plásticos de material biodegradável ou reutilizável para embalagens dos produtos. (...)
(www. crea-pr.org.br/crea2/html/projetos_lei)

03. Redija um resumo, com até 15 linhas, apresentando as informações sobre o tema Bullying nas escolas, abordado na
coletânea de textos.

TEXTO 01
BULLYING – VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS
Angela Adriana de Almeida

Em todos os ambientes onde pessoas se A vítima é sempre humilhada; “perde” seus


encontram: trabalho, família, igreja, estabelecimentos pertences constantemente; falta às aulas sem motivo;
comerciais, hospitais e demais lugares, acontecem apresenta baixo rendimento escolar; demonstra
relações interpessoais. Nas instituições escolares, elas insegurança ao se manifestar em público; apresenta
também se evidenciam e originam, muitas vezes, certos manchas e arranhões pelo corpo. (...)
dissabores entre seus agentes. Acontece que, nessas O agressor é temido pelos demais; manipula
relações, há sempre o mais forte, ou que pelo menos seus espectadores, que o auxiliam em suas práticas;
demonstra ser assim. Nessa ânsia pelo poder, o suposto anda sempre em grupos; não suporta ser contrariado;
mais forte busca sua ou suas vítimas, através das quais (...) seu tom de voz é grosseiro; aparece com pertences
seu domínio será exercido. Uma vez escolhida a vítima, e lanches de suas vítimas, alegando ter sido presenteado
o agressor irá maltratá-la, visando a ridicularizá-la por elas.
perante os demais colegas. Algumas pessoas acham por O espectador assiste a tudo, na maioria das
bem assistir a tudo como se nada estivesse ocorrendo: vezes, sem se manifestar. Em alguns casos, participa
são os espectadores. Nesse contexto, estabelece-se o como cúmplice das agressões, temendo contrariar o
bullying, que tem como participantes a vítima, o agressor. (...)
agressor, o espectador e o seu círculo vicioso.

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As formas de bullying mais comuns, em racismo, (...) intimidações, piadinhas, assédios (...) e
ambientes escolares, são: agressões físicas e verbais, várias outras formas de se ridicularizar uma pessoa.
ameaças, brigas, chantagens, apelidos, trotes, roubo,
(Texto adaptado de http://www.soatigos.com/articles/497/1/Bullyng----
Violencia-Nas-Escolas/Invalid-Language-Variable1.html)

TEXTO 02
O QUE É BULLYING?
Atos agressivos físicos ou verbais só são evitados com a união de diretores, professores, alunos e famílias
Renata Costa

Bullying é uma situação que se caracteriza por O papel do professor também passa por
atos agressivos verbais ou físicos de maneira repetitiva, identificar os atores do bullying – agressores e vítimas.
por parte de um ou mais alunos contra um ou mais “O agressor não é assim apenas na escola.
colegas. O termo inglês refere-se ao verbo “ameaçar, Normalmente, ele tem uma relação familiar onde tudo se
intimidar”. resolve pela violência verbal ou física e reproduz o que
Estão inclusos no bullying os apelidos vê no ambiente escolar”, explica o especialista. (...)
pejorativos criados para humilhar os colegas. E, não Claro que não se pode banir as brincadeiras
adianta, todo ambiente escolar pode ter esse problema: entre colegas no ambiente escolar. O que a escola
“A escola que afirma não ter bullying, ou não sabe o que precisa é distinguir o limiar entre uma piada aceitável e
é ou está negando sua existência”, diz o médico pediatra uma agressão. (...) Ao perceber o bullying, o professor
Lauro Monteiro Filho, que estuda o problema há nove deve corrigir o aluno. E, em casos de violência física, a
anos. escola deve tomar as medidas devidas, sempre
Segundo o médico, o papel da escola começa envolvendo os pais: “Bullying só se resolve com o
em admitir que é um local passível de bullying. Ela deve envolvimento de toda a escola – direção, docentes e
informar professores e alunos sobre o que é e deixar alunos – e a família”, afirma o pediatra.
claro que o estabelecimento não admitirá a prática. (Adaptação do texto da Revista Nova Escola.)

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GÊNERO TEXTUAL: RELATO PESSOAL

“O relato é uma narrativa em que se contem experiências pessoais vividas em momentos anteriores ao da
enunciação, que podem ser consideradas não ordenativas ou não habituais”. (PERRONI, 1992, p.96)

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A finalidade do relato é apresentar uma situação vivida ou presenciada/testemunhada pelo autor, digna de nota,
a partir de seu ponto de vista. Geralmente, no relato, apresenta-se, retrospectivamente, uma situação real, vivenciada
pelo autor, não ficcional, portanto. (BASTOS, 2004, p.119)
O relato tem uma circulação social diversificada ele está presente em variados campos nos quais é possível
“relatar” “alguma coisa” “para alguém”: práticas cotidianas, telecomunicações, trabalho etc. Ele pode ser oral (principal
fonte de circulação) e escrito; quando escrito pode aparecer nos mais diversos suportes: revista, jornal, livro etc. A posição
do autor é sempre de alguém que possui algo para contar.

Estilo de linguagem:
• Utilização de verbos no pretérito perfeito e presente do indicativo;
• Utilização da primeira pessoa ou terceira pessoa;
• Descrição de ações, sentimentos e sensações;
• Utilização de advérbios de tempo e de lugar.

Estrutura Como fazer um Relato Pessoal?

Ainda que não exista uma estrutura fixa, para produzir um relato pessoal é essencial estarmos atentos a alguns
pontos, por exemplo: quem? (narrador que produz o relato), o que? (fato a ser narrado), quando? (tempo), onde?
(local que ocorreu), como? (de que maneira aconteceu o fato) e porque? (qual o causador do fato):

• Título: ainda que não seja necessário em todos os relatos, há alguns indicados com um título referente ao
tema que será abordado.
• Tema: primeiramente é importante delimitar o tema (assunto) que será abordado no relato pessoal, seja um
evento que ocorreu, uma fase da vida, uma conquista, uma superação, ou até mesmo uma história triste.
• Introdução: pequeno trecho em que aparecem as principais ideias que se quer relatar. Nessa parte é possível
encontrar o local, tempo e personagens que fazem parte da narrativa.
• Contexto: observe em que contexto se passa o relato que será narrado. Fique atento a utilização dos tempos
verbais no presente e no passado e ainda ao espaço (local) que ocorrem os fatos.
• Personagens: observe no seu relato quais são as pessoas envolvidas e de qual maneira devemos mencioná-
las no texto. Por exemplo se elas são relevantes e fazem parte do acontecimento.
• Desfecho: após apresentar a sequência de fatos (ordem dos acontecimentos), é extremamente importante
pensar numa conclusão para seu relato, seja uma questão que surgiu com a escrita, ou mesmo uma sugestão
para as pessoas enfrentam tal problema.

Disponível em file:///C:/Users/usuario/Downloads/aularelato-130417192011-phpapp01.pdf e http://www.todamateria.com.br/relato-pessoal/

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Modelo de Relato Pessoal

TEXTO 01
A VIAGEM

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No meu aniversário, fui viajar com o meu tio, nervosa, aflita, tremendo... Saí de casa, indo de táxi ao
com a minha tia e o com meu irmão. Planejávamos ir a aeroporto de Congonhas.
Porto de Galinhas. Contudo havia um probleminha: No local, fazendo o check-in, não havia
teríamos de ir de avião. Quando fiquei sabendo, desisti ninguém na fila, foi rápido. Estávamos sentados em
da viagem, "vai que aquele avião cai!?" frente de onde iríamos embarcar. Depois de uns dez
Percebi que se eu pensasse assim, não ia poder minutos, chamaram o meu voo. Fiquei na frente do
fazer nada na vida! avião, não sabia o que fazer: chorar, andar ou voltar.
- Vamos andar de bicicleta? Determinado momento, tive de entrar. Sentei
Não! Vai que caia e me machuque! em meu lugar e o avião decolou. Nada de medo. Até
- Vamos à montanha-russa? comi meu lanchinho, estava uma delícia...
- Não! Vai que ela quebre! Tudo correu bem.
Então, decidi. Ia viajar e ia superar o meu A partir daquele momento, não tive mais medo
medo... de avião. Inclusive gosto de estar nele.
Até que o dia da viagem chegou. Estava (Beatriz Ferreira Noble)

TEXTO 02
(exemplo de autobiografia)
Eu estou com 27 anos. Quanto tinha 16, fiz uma A gente continuou namorando mais ou menos
viagem de navio com meu pai e minha irmã, conheci um uns seis meses. Quando eu estava com 18 anos, sentia
rapaz, e a gente começou a namorar. Depois de seis uma certa dor de estômago, não era nada sério, mas,
meses de namoro, a gente resolveu transar. Infelizmente como eu estava indo viajar para Nova York, resolvi
não pedi que ele usasse camisinha, a gente nem tocou passar no médico. E ele viu que eu estava com sapinho
nesse assunto, porque, naquela época, segundo meu no esôfago, que é uma doença bastante associada com
namorado, camisinha era coisa se prostituta. Eu não era o HIV positivo, e pediu um exame de Aids. Sem que eu
prostituta, era a namorada linda dele, então não soubesse, deu o resultado para os meus pais.
precisava de camisinha. (POLIZZI, Valéria. Depois daquela viagem, São Paulo: Ática, 1998)

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ATIVIDADE – AGORA É COM VOCÊ!!

01. (UEM 2012) Tendo como apoio os textos 1 e 2, redija um relato, com até 15 linhas, que fará parte da reportagem
de uma revista, sobre o uso de tatuagem por crianças e jovens. Nesse relato você deve exemplificar com uma experiência
(fictícia ou não) sua ou de outra pessoa sobre o uso ou a recusa de tatuagem. Para identificar a(s) pessoa(s) do relato,

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use, se achar necessário, nome(s) dentre os quais: João, Maria, Pedro, Ana, Eduardo, Beatriz. Não serão avaliados os
textos que trouxerem quaisquer outros nomes que não esses sugeridos.

TEXTO 1
DEPUTADO BAIANO QUER PROIBIR TATUAGEM EM CRIANÇAS E JOVENS
Da Redação
Publicado em 17 de março de 2012
Essa é a proposta do projeto de lei do Deputado remoção nos corpos de pessoas muito jovens, ainda em
Federal Márcio Marinho, que acrescenta o art. 132-A ao formação: “Nesse sentido cremos ser imprescindível
Decreto – lei n.º 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – impedir completamente essa prática”, afirma.
Código Penal, tipificando o crime de realização de O deputado baiano acredita que “se faz
tatuagem em criança ou adolescente e prevendo pena necessária a ação do Estado para que, no cumprimento
de detenção. de sua função constitucional, efetive a proteção integral
Marinho explica que a realização de tatuagens à criança e ao adolescente, criminalizando essa conduta
em crianças e adolescentes vem se banalizando em que não respeita a integridade dos corpos desses jovens
nossa sociedade, bastando para a prática a autorização que, na maioria dos casos, se arrependem
dos pais ou responsáveis. E alerta que a tatuagem profundamente de tatuarem seus corpos após se
contém diversos riscos à saúde, desde o contágio por tornarem adultos”.
doenças transmissíveis pelo sangue, até a intoxicação
Texto adaptado de <
por tintas inadequadas, além de se caracterizar em http://www.redeimprensalivre.com.br/archives/30239>. Acesso em
modificação praticamente definitiva ou de dificílima 5/4/2012)

TEXTO 2
TATUAGEM VIRA MODA ENTRE ADOLESCENTES
Lucas Shiomi
Publicado em 9 de abril de 2011

Nos dias de hoje, tem sido cada vez mais hoje”, contestou Barbosa. Em janeiro deste ano, o filho
comum ver jovens que ainda nem saíram da escola de E. V. Barbosa, o estudante e músico D. V. de Oliveira,
estampando uma tatuagem. Se antes a única tatuagem tatuou no braço direito o símbolo da banda de rock
com que os adolescentes tinham contato era a de henna gaúcha Fresno, seguido da inscrição “Não deixe a luz se
ou aquelas que vinham nos chicletes, hoje a tattoo de apagar”, trecho de uma música da banda.
verdade já é moda entre os estudantes. (...)
(...) Mais precoce que D. V. de Oliveira foi a
“Tudo bem que há adolescentes que são mais estudante R. S. Reis, de 16 anos, que fez a primeira
responsáveis que os próprios pais, há alguns que até tatuagem aos 15. Hoje R. S. Reis tem duas tatuagens:
sustentam a casa. Mas acho que um jovem de 16 anos um trevo de quatro folhas, na região posterior do ombro
ainda não está pronto para se tatuar. Ele pode acabar esquerdo, e um conjunto de quatro pegadas caninas nas
escolhendo um desenho bobo, ou mesmo infantil, que costas, que seguem em direção ao pescoço. A estudante
daqui a dez anos talvez nem goste mais. E, se for em um garante não ter medo de se arrepender: “sei por que as
local visível, isso pode atrapalhar na hora de arrumar um fiz, o que elas significam pra mim. Claro que pode
emprego”, afirmou o tatuador L. Bernardino. acontecer de eu me cansar delas, sei que daqui a alguns
Mas não é o que pensa a organizadora de anos não vou pensar do mesmo jeito que hoje e uma
eventos E. V. Barbosa, que deu total apoio na hora em delas pode talvez não se encaixar mais no meu contexto.
que o filho, de 16 anos, decidiu fazer uma tatuagem: Mas acho que é um risco que vale a pena correr, porque,
“essa preocupação com o emprego é coisa do passado. de qualquer forma, elas poderão representar o que eu
Hoje em dia, até médicos, policiais e advogados têm fui e pelo o que passei, um pedaço da minha história”.
tatuagem! Para mim, isso é muito natural nos dias de

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Para ela, a tatuagem é uma forma de expressão pelas tatuagens. A tatuagem não perdeu sua simbologia
e o motivo de tantos jovens aderirem a essa prática é a ou virou banal. Ela simplesmente se tornou
necessidade de se expressarem: “claro que sempre vão democrática!”
ter uns e outros que fazem pela modinha ou para entrar
(Texto adaptado de <http://www.online.unisanta.br/2011/04-
em algum grupo, isso acontece em qualquer lugar. Mas 09/cultura-4.htm>. Acesso em 5/4/2012)
tem aqueles que realmente entendem e se expressam

02. (UEM – PAS/2013 Etapa 3) – Após a leitura do texto “Um copo de Coca, uma dose de culpa”, escreva um RELATO,
com no mínimo 10 e no máximo 15 linhas, de uma situação fictícia, em que fique evidente que, APÓS A VENDA E O
CONSUMO DE REFRIGERANTE SEREM REGULAMENTADOS POR LEI, O(S) PERSONAGEM(NS) SENTE(M) CULPA AO
CONSUMIR(EM) ESSA BEBIDA.

UM COPO DE COCA, UMA DOSE DE CULPA


Cientistas, médicos e dentistas pedem maior controle. Mas há mais perguntas que certezas

Um fantasma assombra a indústria de abril deste ano, um juiz federal revogou o decreto do
refrigerantes: o fantasma da regulamentação. Assim refrigerante.
como aconteceu com o álcool e, mais ainda, com o “Não sei o que o Ministério da Saúde e a Anvisa
cigarro, o qual só por muita teimosia ainda resiste à estão esperando”, reclama Rodrigo Bueno de Moraes,
fiscalização pública e privada, restrições para a venda e consultor científico da Associação Brasileira de
o consumo de refrigerantes podem estar a caminho. Odontologia. Ele professa “uma preocupação enorme”
Ainda que seja improvável que um dia a gente venha a quando o assunto são refrigerantes e diz que
ter de mostrar o RG para comprar uma latinha de “classicamente os açúcares envolvidos na produção
guaraná diet, não é delírio perceber que o processo de configuram quase um crime”. Acidez na cavidade bucal,
culpabilização, com apoio da comunidade científica e aumento de risco de cáries e lesões na gengiva sugerem
aplauso da medicina clínica, já começou: tanto para ao dentista medidas de constrangimento radical como as
quem produz quanto para quem consome. tarjas que acompanham os maços de cigarros.
“Cigarro mata comprovadamente”, compara o Crianças e adolescentes, claro, são mais
doutor Drauzio Varella, símbolo da luta antitabagismo no vulneráveis à tentação do doce e das calorias. “O Let’s
Brasil. “Refrigerante ajuda a disseminar obesidade, que Move, de Michelle Obama, procura incentivar os colégios
eventualmente mata, mas não é a única causa”. a balancearem as dietas dos refeitórios com frutas e
Obesidade – o problema existe, trata-se de uma saladas”, lembra Claudia Cozer, doutora em
patologia crônica e que pode evoluir para pior. Bebidas Endocrinologia pela USP e coordenadora do Núcleo de
que excedam em açúcares e em calorias contribuem, Obesidade do Hospital Sírio-Libanês. A primeira-dama
como alerta Drauzio, para aumentar a vulnerabilidade não mexeu na lei, mas inspira novos hábitos. “Até os
dos gordinhos e das gordinhas, mas o que é mais parques da Disney passaram a servir comida menos
nefasto: o refrigerante ou o saco gigante de pipoca no calórica, menos fritura, porções menores”.
cinema? A discussão ainda engatinha. A doutora Claudia está convencida de que
O prefeito de Nova Iorque, Michael Bloomberg, restringir as porções, como quis Bloomberg, é, sim, um
bem que tentou passar à ação, em 2012, banindo por jeito engenhoso de evitar a dilatação do estômago e,
decreto refrigerantes em embalagens de meio litro. portanto, de reduzir a propensão à obesidade. Segundo
Assim, a polêmica ganhou importante significado Claudia, há embalagens plásticas, PETs e caixinhas que
simbólico, pois Nova Iorque costuma ditar modas e
tendências. Foi lá, em 2002, que o próprio Bloomberg
determinou a proibição do cigarro de todos os locais
públicos, modelo seguido mundo afora. No entanto, em

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contêm substâncias químicas propensas a causar a da Coca Zero podem estar trocando um mal pelo outro.
mudanças nos receptores nucleares das células, afetar o “Traz o dobro de sódio”, observa. E sal é o supervilão
metabolismo do indivíduo e aumentar a capacidade de para quem tem pressão alta.
(Adaptado de Carta Capital. 12 de junho de 2013.)
armazenar gordura. Também alerta que fórmulas como

03. (UEM 2013) Considere a seguinte situação: você começou a fazer sessão de terapia para tentar resolver um dos três
tipos de fobias apresentados no texto Medos e fobias, de Rosa Basto. Na primeira sessão, você vai expor sua experiência
no convívio com a fobia e o que o fez procurar auxílio clínico, mas deverá fazer isso por escrito ao terapeuta. Redija,
portanto, um RELATO, em até 15 linhas, expondo, obrigatoriamente, qual é a sua fobia, em que momentos ela se
manifesta, como você se sente quando ela surge, se você tenta ou não fazer algo para enfrentá-la. Caso necessite incluir
alguém no seu relato, use os nomes Freud ou Nise.

MEDOS E FOBIAS
Rosa Basto

Sentir medo é normal. As situações em espaços fechados, ruas movimentadas ou locais que
desconhecidas podem levar-nos a algum tipo de as façam se sentir encurraladas (shoppings, túneis,
ansiedade que provoca algum tipo de medo. Ter medo pontes, rodovias etc.) (...).
pode ser definido como uma sensação de perigo, de que Nas fobias, as causas são bastante variadas.
algo mau possa estar para acontecer, em geral Como em todas as perturbações mentais, há
acompanhado de sintomas físicos que incomodam heterogeneidade de causas. A patogenia das fobias,
bastante. Esse tipo de medo ajuda-nos a precavermos as quando compreendida, pode-se mostrar como um
situações para não sermos afetados e, dessa forma, modelo de interações entre fatores genéticos, por um
preparamo-nos. Chama-se a isso ansiedade funcional. lado, e fatores ambientais, por outro. Com relação aos
Quando esse medo é desproporcional à ameaça, por fatores genéticos, segundo Otto Fenichel, as fobias
definição irracional, com fortíssimos sinais de perigo, e específicas tendem a ocorrer em famílias. Estudos
também seguido de tentativas de se evitarem as relatam que de dois terços a três quartos das pessoas
situações causadoras de medo, é chamado de fobia (...). afetadas têm, pelo menos, um parente de primeiro grau
De forma breve, as fobias referem-se ao medo com fobia específica do mesmo tipo. Também os
excessivo de um objeto, de uma circunstância ou de uma parentes de primeiro grau dos indivíduos com fobia social
situação específica, fazendo parte do quadro de têm cerca de três vezes mais probabilidades de serem
perturbações de ansiedade. Existem três grandes tipos afetados do que parentes de indivíduos sem
de fobias: fobia específica, fobia social e agorafobia. A perturbação. Quanto aos fatores ambientais, são
fobia específica é o medo intenso e persistente de um geralmente associados a estados de ansiedade
objeto ou de uma situação (medo de cães, medo de generalizada devido às grandes pressões de caráter
andar de elevador, medo de avião, medo de dirigir, medo social. A competitividade nos dias de hoje leva ao tão
de cobras, medo de aranhas etc.), enquanto a fobia famoso stress. Esse, por sua vez, desencadeia todo um
social é o medo intenso e persistente de situações em processo de aceleração da produção de cortisol no
que possam ocorrer embaraço e humilhação (medo de organismo, que provoca aumento da ansiedade,
falar em público, medo de ser observado e avaliado, generalizando-a.
(Texto adaptado de
medo de se expor etc.). Já as pessoas com agorafobia http://rosabasto.com/pdf/revista_top_winner_Outubro_medos_e_fobias
evitam situações em que seria difícil obter ajuda, .pdf>. Acesso em 18/3/2013.)

preferindo a companhia de um amigo ou de um familiar,


GÊNERO TEXTUAL: TEXTO INSTRUCIONAL

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Um texto instrucional é aquele cuja função é instruir, ensinar, mostrar como algo deve ser feito, de forma
simples e direta. Ele descreve as etapas que devem ser seguidas para um determinado procedimento.

Neste tipo de gênero textual, encontramos as mais diversas formas de texto, desde simples receitas culinárias
até os complexos manuais de instrução para montar o motor de um avião, por exemplo.

COMO FAZER:
• Uso de verbos no modo imperativo (misture a farinha com o fermento), ou no infinitivo (misturar a farinha
com o açúcar).
• Necessário o uso de um TÍTULO.
• Texto objetivo e linguagem formal.

Veja alguns exemplos de textos instrucionais a seguir:

COMO SE LAVAR AS MÃOS?

BULA DE REMÉDIO

BOLETO PARA PAGAMENTO

RECEITAS

COMO SE BRINCA DE BATATA QUENTE?

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PLACAS DE SINALIZAÇÃO

Modelo de Texto Instrucional

a) Texto organizado em itens:

Para economizar nas compras

Quem deseja economizar ao comprar deve:


- estabelecer um valor máximo para gastar;
- escolher previamente aquilo que deseja comprar antes de ir à loja ou entrar em sites de compra;
- pesquisar os preços em diferentes lojas e sites, se possível;
- não se deixar levar completamente pelas sugestões dos vendedores nem pelos apelos das propagandas;
- optar pela forma de pagamento mais cômoda, sem se esquecer de que o uso do cartão de crédito exige
certa cautela e planejamento.
Do mais, é só ir às compras e aproveitar!

b) Texto organizado em períodos:

Para economizar nas compras

Para economizar ao comprar, primeiramente estabeleça um valor máximo para gastar e então escolha
previamente aquilo que deseja comprar antes de ir à loja ou entrar em sites de compra. Se possível, pesquise
os preços em diferentes lojas e sites; não se deixe levar completamente pelas sugestões dos vendedores nem
pelos apelos das propagandas e opte pela forma de pagamento mais cômoda: não se esqueça de que o uso
do cartão de crédito exige certa cautela e planejamento.
Do mais, aproveite as compras!

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ATIVIDADE – AGORA É COM VOCÊ!!

01. (UEM – PAS/2012 Etapa 3) – No texto “O mundo dos espelhos”, o autor afirma que “É no confronto que a verdade
se sobressai das opiniões”. Com base nessa ideia, imagine que você é o instrutor do laboratório de informática de uma
escola de ensino médio e deseja que os alunos (usuários da web) não usem apenas a internet personalizada. A partir
disso, elabore um TEXTO INSTRUCIONAL, para ser publicado no mural desse laboratório de informática, com no mínimo
10 e no máximo 15 linhas, apontando sugestões para que os usuários da web expandam seus horizontes e não se tornem
“homens-sim”.

O MUNDO DOS ESPELHOS


Carlos Ramalhete

Os americanos têm uma expressão ótima para as pessoas que concordam com tudo o que se lhes diz: são os
“homens-sim”, os yes men. Muita gente fica satisfeita ao ascender social ou profissionalmente, justamente por aumentar
o número de “homens-sim” em torno.
Para quem se interessa em ouvir o contraditório, no entanto, este é um perigo que se tenta evitar. Pensando na
maioria e em seu desejo de jamais ser contrariada, os gigantes da internet – Google e Facebook, principalmente –
desenvolveram “algoritmos-sim” em seus mecanismos de busca e na exibição das atualizações e notícias. Sem que
percebamos, eles filtram as notícias que exibem, de modo a mostrar cada vez mais as que pareçam nos agradar.
O resultado é que, na internet, é cada vez mais difícil sair de um mundinho pequeno em que todo mundo pensa
exatamente igual à gente. Quem é de esquerda acha quase apenas notícias com este viés, para quem é católico o Facebook
parece habitado exclusivamente por aqueles que os franceses chamam de “sapinhos da pia de água benta”, e por aí vai.
A coisa está indo tão longe que está difícil se manter informado pela internet. É preciso procurar com força,
descobrir páginas de notícias com uma linha editorial com que não concordemos e ir propositadamente lá, fazer, em suma,
um esforço consciente para não se ver em um mundo criado à nossa imagem e semelhança. Esse sempre havia sido um
perigo nas megalópoles, onde é possível nunca passar do “bom dia” com pessoas que não ouçam a mesma música, vistam
as mesmas roupas e tenham as mesmas ideias. A internet, contudo, enquanto foi terra de ninguém, ao mesmo tempo
oferecia a possibilidade de achar quem partilhasse gostos raros (lembro a minha felicidade ao descobrir uma lista de
discussão sobre judaísmo do século I, 16 anos atrás!) e o encontro frequente com o diferente. Nela, encontrávamos a
todo instante modos de ver o mundo tão radicalmente diversos dos nossos que podiam nos forçar a examinar nossos
próprios valores.
Com o desenvolvimento da tecnologia, contudo, a mesma fraqueza humana que nos faz torcer o nariz para o
diferente no mundo real transformou o mundo virtual numa imensidão de guetos que não se comunicam. Ao mesmo
tempo, a expressão concisa do Twitter e das imagens legendadas, quase sempre dizendo algo com que já concordávamos
(ou não os receberíamos...), dificulta ainda mais o confronto de ideias e o repensar das certezas. É no confronto que a
verdade se sobressai das opiniões. Busquemo-lo.
(Adaptado de: Gazeta do povo on-line. . Acessado em: 09/07/2012)

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02. (UEM – PAS/2012 Etapa 2) – No texto Vivendo em voz alta, o autor aborda constrangimentos causados pelo hábito
de falar alto ao celular. Imagine que você trabalha no setor de Recursos Humanos de uma empresa onde esse hábito é
comum e causa prejuízo às atividades. Para tentar resolver o problema, escreva um TEXTO INSTRUCIONAL, com no
mínimo 10 e no máximo 15 linhas, apresentando aos funcionários medidas e sugestões de uso do celular para evitar
inconvenientes.

VIVENDO EM VOZ ALTA


Cristóvão Tezza

Os melhores temas para escrever aparecem nos momentos em que não faço nada, à espera – mas às vezes
imagino se não seria melhor não ter ideia nenhuma, quando o preço é alto. Explico: dia desses me vi com uma ficha na
mão, esperando ser atendido num espaço exíguo e cheio de gente. Nada para ler. Sem opção, ouvia conversa alheia. É
feio, eu sei. Em situações assim, disfarço como posso, mas ouvidos não são olhos, que podem ser fechados. E o pior é
quando os outros querem ser ouvidos, um fenômeno cada vez mais comum na era do celular. Tocou uma gargalhada ao
meu lado e um sujeito grande tirou o celular do bolso. Ouviu três segundos e atalhou furioso:
– Mas eu já disse que ela devia mandar o documento pra lá! Expliquei dez vezes. Até mandei um email, mas ela
é analfabeta, não sabe ler! Então por favor você reforce o pedido. Não, cara! Não não não! Reforce o pedido, e se ela
não...
Aí ele ficava ouvindo um tempão, emitindo resmungos com a cara fechada. Um gesto irritadiço de braço parecia
pedir que o outro fizesse silêncio do lado de lá, até que ele cortou, aos gritos:
– Eu já disse que está tudo certo! – seguiu-se um xingamento. – A burra não entendeu! Ela faz questão de não
entender nada que...
Tentei me afastar dali, o espaço estreito, absolutamente solidário com a moça que eu nunca vi na vida, mas que
com certeza era o lado justo e certo daquela liça eletrônica. Imaginei-a assustada, tímida, trêmula, os olhos marejados
diante daquele monstro, certamente promovido à chefia por ser parente do dono da empresa; talvez o nome dela fosse –
apurei o ouvido (“A Rosa sempre me apronta dessas!”, o sujeito gritou para todos, sacudindo a mão, o celular enterrado
na orelha grande) – Rosa, pobre Rosa. Será que ninguém vai defendê-la, a coitada se matando pra fazer tudo certo e...
– Número quatro! – gritaram do balcão, e o ogro conferiu a ficha, gritando “Sou eu!” tanto para o balcão quanto
para o pobre do celular, que ele fechou em seguida, avançando para ser atendido e quase derrubando quem encontrava
no caminho. Respirei aliviado. Dei uns três passos adiante, achei uma nesga de lugar no banco e me acomodei, entrando
imediatamente em outra sintonia, agora um sussurro irritado, mas perfeitamente público:
– Ah, amorzinho, você sabe que sempre te amei. Para com isso, vai!
Levantei em seguida, quase com saudade do troglodita, e captei outra frequência: “Aguenta aí que faltam só três
números para a minha vez!”. Caminhei em outra direção, ouvindo farrapos de conversas. “Não me diga que ela falou
isso?!” Enfim no balcão, estou diante de um funcionário armado com o celular: “Cara, tem uma multidão aqui. Faz o
seguinte: liga daqui a pouco”.
E eu pensava que era só do cronista o “imprudente ofício de viver em voz alta”, na bela definição de Rubem
Braga – que, feliz dele, não conheceu o celular.

(Adaptado de: Gazeta do Povo on line. Disponível em:< http://www.gazetadopovo.com.br/colunistas/conteudo.phtml?id =1085375. ‘Publicado em:
11/01/2011>. Acessado em: 09/07/2012)

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02. (UEM – Vestibular de Inverno 2015) – Como responsável pelo setor de descarte e de reciclagem de lixo eletrônico
de uma importante empresa, você foi incumbido de elaborar um manual de instrução para os cidadãos de sua cidade
sobre como proceder no descarte desse tipo de lixo. Redija, portanto, um TEXTO INSTRUCIONAL, em até 15 linhas,
orientando-os sobre os procedimentos para o descarte (apenas o descarte) do lixo eletrônico. Você deve dar um título a
seu texto.

TEXTO 1
LIXO ELETRÔNICO E MEIO AMBIENTE

Com as frequentes inovações tecnológicas os aparelhos eletrônicos são substituídos por outros mais modernos
com muito mais velocidade. Os aparelhos “antigos” tornam-se resíduos eletrônicos e grande parcela da população não
sabe o que fazer com estes materiais, descartando-os, na maioria das vezes, em locais impróprios.
Pensando nisso, a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) criou um
programa para receber estes “lixos” e reciclá-los de maneira correta, sem prejudicar o meio ambiente. A Associação existe
desde 1976, mas o programa para este tipo de material surgiu em 2011, e desde então já recolheu mais de 240 mil
toneladas de equipamentos. São 14 postos na capital e na região metropolitana de São Paulo.
Estes tipos de produtos contêm substâncias tóxicas em sua composição, como chumbo, cádmio, mercúrio, berílio
etc. Se depositados em qualquer local e sem os cuidados específicos, podem causar sérios danos ao meio ambiente, como
a contaminação dos lençóis freáticos e, eventualmente, danos à saúde da população que vive nas proximidades.
Além disso, estes equipamentos são compostos por grande quantidade de plástico, vidros e metais, materiais que
levam muito tempo para se decomporem no solo.
O descarte incorreto do lixo eletrônico é um grande problema para o meio ambiente. Os lixos eletrônicos, também
conhecidos pela sigla REEE (Resíduos de Equipamentos Eletro Eletrônicos), quando descartados de modo incorreto podem
gerar sérios riscos ao meio ambiente. Este fator se dá devido ao uso de metais pesados altamente tóxicos na composição
destes equipamentos, além de outros componentes químicos diversos. Quando o descarte incorreto ocorre, tais materiais
são enterrados junto dos equipamentos, sendo então absorvidos pelos solos com os quais tiveram contato, contaminando,
posteriormente, os lençóis freáticos. Outro método incorreto (e comumente feito) é o da queimada dos materiais, liberando
toxinas extremamente perigosas no ar. Além destes fatores expostos (que afetam a humanidade de forma direta), ainda
encontra-se em risco o trabalhador responsável pelo descarte irregular, visto seu contato direto com tais fumaças tóxicas
ou até mesmo pelo consumo de água próximo a regiões de descarte (quando enterrados), podendo causar graves danos
à saúde. Assim, o descarte correto é de extrema importância não só para o meio ambiente, mas também para a saúde
humana.
(Texto adaptado de “Descarte incorreto de lixo eletrônico pode causar danos ao meio ambiente”. SANTOS, Amanda Cristine dos e KIKUCHI, Victor. Disponível
em . Acesso em 09/4/2015)

TEXTO 2
LIXO ELETRÔNICO: O QUE NÓS PODEMOS FAZER?

A pergunta-chave, o que nós podemos fazer?, envolve muitas iniciativas e muitos fatores que dizem respeito não
só ao desconhecimento da toxidade deste tipo de lixo, mas, sobretudo, ao consumo desenfreado.
É comum nos rendermos ao apelo do mercado para trocar de celular ou de computador todo ano. Mas isso não
faz o menor sentido. Se o aparelho de celular estiver funcionando e o computador servindo às nossas necessidades, mantê-
los e aproveitá-los enquanto têm vida útil é uma forma de economizar e de não poluir o meio ambiente.

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No entanto, se não conseguirmos resistir à sedução de um celular com maior capacidade e eficiência no uso de
aplicativos ou se nosso computador estiver lento ou obsoleto, há sempre um amigo ou uma instituição que pode aproveitar
tais equipamentos. A doação não só ajuda outras pessoas, como também contribui para a não produção de lixo eletrônico.
No caso dos computadores, por exemplo, nem sempre a troca é mesmo imprescindível. Quando o equipamento
passa por manutenção periódica, é possível detectar a razão da lentidão, que pode ser em função de arquivos perdidos e
“lixo” deixado pelo sistema operacional ou devido a vírus, por exemplo. Uma solução é fazer um backup de arquivos e
depois formatar o computador, reinstalando novamente o sistema operacional. O uso de antivírus antes de formatar a
máquina pode resolver o problema sem a necessidade da formatação.
O mercado virtual dispõe de vários sites de negócios para compra, venda ou fazer aquele chamado “rolo” . Nesses
sites, é possível vender computadores usados, inteiros ou com as peças separadamente, além de encontrar ofertas de
vendas, separadamente, de CPU, monitor, teclado, mouse, caixas de som ou mesmo de peças internas individualmente.
Mesmo que a venda seja por um valor mínimo, alguém sempre pode reaproveitar o que se tornaria lixo.
Em relação aos celulares e a outros componentes eletrônicos, alguns fabricantes mantêm urnas de coleta em
lojas das operadoras e em oficinas autorizadas para o descarte das baterias e pilhas. Há também os que recebem de volta
aparelhos usados tanto para descarte como parte de pagamento de um aparelho novo. Considerar como critério de
compra, além do preço, a responsabilidade que a empresa assume com o meio ambiente é uma das maneiras de amenizar
os danos do consumismo desenfreado.
(Texto adaptado de “Lixo eletrônico – problemas e soluções”. Disponível em . Acesso em 09/4/2015)

03. (UEM – Vestibular de Verão/2012 ) – Os textos abordam a temática sobre a influência dos pais na escolha
profissional dos filhos poder ser positiva ou negativa. Tendo como apoio os textos 1 e 2, redija um TEXTO
INSTRUCIONAL aos leitores da Revista “Pais & Adolescentes”, com no mínimo 10 e no máximo 15 linhas, no qual sejam
apresentadas instruções aos pais sobre como proceder com seus filhos no momento da escolha profissional deles. Você
pode optar por dar ou não um título ao seu texto.

TEXTO 1
INFLUÊNCIA DOS PAIS NA HORA DA ESCOLHA
Stefanie Archilli

Para a coordenadora do curso de Pedagogia do Isca Faculdades, Alessandra Pascotto, os adolescentes precisam
de um direcionamento saudável, sem a imposição dos pais.
A influência deve ser vista como uma orientação, segundo Alessandra. A pedagoga explicou que o adolescente
não tem condição de fazer essa escolha sozinho, por isso precisa da ajuda dos pais, familiares e amigos. “Eles são muito
jovens e precisam de um direcionamento. Os pais podem levá-los para fazer um teste vocacional, para conhecer uma
pessoa que é formada na área que escolheram e até visitar a faculdade e conversar com os professores”.
(...)
Tão naturalmente como foi a escolha de Vitória Pinatto, 18 anos, que está estudando para passar no curso de
Administração de Empresas. “Meus pais me influenciaram de forma indireta. Minha mãe tem uma loja e meu pai trabalha
em uma empresa. Vendo o contato deles com a área de administração, acabei optando por fazer uma faculdade nessa
área. Me espelho muito neles”.
(Texto adaptado de http://www.jlmais.com/index.php?option=com_content&view=article&id=97056&cat. Acesso em 4/9/2012. Publicado em 12/11/2011)

TEXTO 2

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A 1ª ESCOLHA PROFISSIONAL DO ADOLESCENTE: QUEM INFLUENCIA?


Anaí Auada

Quem tem um adolescente em casa sabe, sente na pele a pressão e a ansiedade do momento da primeira escolha
profissional.
(...)
Esse momento é inegavelmente tenso.
(...)
Desafia cada membro da família a pensar alternativas, buscar seus próprios sonhos, tentar resgatar aquele desejo
de realizar algo que não foi possível até então. Desde o clássico exemplo de pais sedentos por realizar seus anseios através
do filho até o envolvimento de avós, tios, irmãos, primos e amigos de convivência próxima à família.
O jovem é visto como um papel em branco, pronto para receber qualquer história, seja para salvar aquele projeto
que não teve sua chance no passado como para confirmar as próprias escolhas realizadas, devendo, portanto, ser
repetidas.
(...)
O risco de o jovem ser direcionado é decidir a partir de expectativas de outras pessoas (no caso, os pais), e não
de seus próprios anseios. Por consequência, abre-se espaço à frustração, uma vez que as necessidades pessoais (do
adolescente) não foram consideradas.
(Texto adaptado de http://www.mundovestibular.com.br/articles/1423/1/.../Paacutegina1.html. Acesso em 13/9/2012)

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GÊNERO TEXTUAL: RESPOSTA ARGUMENTATIVA

Argumentar: (lat argumentari) 1 Apresentar argumentos, opinião contra alguém ou alguma coisa.2 Tirar as
consequências de um princípio ou fato. 3 Servir de argumento, prova ou documento: Os fatos argumentam por si mesmos.

Para se elaborar uma boa resposta argumentativa, deve-se:


▪ identificar as informações principais do (s) texto (s);
▪ apresentar a afirmação inicial de sua argumentação (tópico frasal);
▪ retomar a pergunta (temática) e também apresentar o posicionamento crítico que será defendido;
▪ apresentar argumentos que sustentem a afirmação inicial da proposta (justificativa);
▪ usar conectivos explicativos para justificar o argumento: pois, uma vez que, porque, já que, de modo que, visto
que...;
▪ utilize até dois argumentos para comprovar a afirmação inicial, dividindo-os em mais de um parágrafo;
▪ usar linguagem formal;
▪ complemente seus argumentos com informações externas (dados, exemplos), a cópia do texto de apoio é
penalizada neste gênero;
▪ responder sempre a partir da coletânea ou do texto disponibilizado;
▪ paragrafação consciente, só com períodos curtos e bem relacionados;
▪ não usar título;
▪ utilizar a 3ª pessoa (exceto se o comando sugerir o uso de 1ª. pessoa claramente).

Modelo de Resposta Argumentativa

Redija uma resposta argumentativa, em até 15 linhas, que manifeste sua opinião sobre a seguinte afirmação “O
bullying afeta negativamente apenas o futuro das vítimas das agressões físicas e psicológicas”.

O bullying tem uma influência negativa no futuro das vítimas das agressões, na vida dos pais dos atingidos e
também na dos agressores. O bullying nas escolas, por exemplo, não atinge unicamente ao indivíduo vítima dessa situação,
mas afeta também aos pais dos agredidos que, muitas vezes, não conseguem compreender porque isso ocorreu com seus
filhos, chegando, em casos extremos, a se vingam dos agressores, acarretando processos e, talvez, a prisão desses pais.
É comum pensar que o bullying interfere na vida apenas daquele que sofre tal ação, contudo, isso não é verdade.
Mesmo que de modo diferente das vítimas, o futuro daquele que pratica as injúrias também é prejudicado. Esses indivíduos
tornam-se pessoas prepotentes do ponto de vista psicológico e “donas” da razão. É perceptível a dificuldade de
relacionamento interpessoal, a não aceitação da submissão, a ânsia pelo poder e a gana pela liderança em qualquer
contexto e situação. Em relações patrão/empregado isso é bastante comum. O empregado apresenta problemas para
aceitar sua condição de funcionário e em seguir as normas impostas pela empresa, assim como ocorria dentro da escola.

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ATIVIDADE – AGORA É COM VOCÊ!!

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01. (UEM – PAS/2013 Etapa 3) – Após a leitura do texto “Um copo de Coca, uma dose de culpa”, elabore uma
RESPOSTA ARGUMENTATIVA, com no mínimo 10 e no máximo 15 linhas, respondendo à seguinte questão: O CONSUMO
DE REFRIGERANTES DEVE SER REGULAMENTADO POR LEI?.

UM COPO DE COCA, UMA DOSE DE CULPA


Cientistas, médicos e dentistas pedem maior controle. Mas há mais perguntas que certezas

Um fantasma assombra a indústria de “Não sei o que o Ministério da Saúde e a Anvisa


refrigerantes: o fantasma da regulamentação. Assim estão esperando”, reclama Rodrigo Bueno de Moraes,
como aconteceu com o álcool e, mais ainda, com o consultor científico da Associação Brasileira de
cigarro, o qual só por muita teimosia ainda resiste à Odontologia. Ele professa “uma preocupação enorme”
fiscalização pública e privada, restrições para a venda e quando o assunto são refrigerantes e diz que
o consumo de refrigerantes podem estar a caminho. “classicamente os açúcares envolvidos na produção
Ainda que seja improvável que um dia a gente venha a configuram quase um crime”. Acidez na cavidade bucal,
ter de mostrar o RG para comprar uma latinha de aumento de risco de cáries e lesões na gengiva sugerem
guaraná diet, não é delírio perceber que o processo de ao dentista medidas de constrangimento radical como as
culpabilização, com apoio da comunidade científica e tarjas que acompanham os maços de cigarros.
aplauso da medicina clínica, já começou: tanto para Crianças e adolescentes, claro, são mais
quem produz quanto para quem consome. vulneráveis à tentação do doce e das calorias. “O Let’s
“Cigarro mata comprovadamente”, compara o Move, de Michelle Obama, procura incentivar os colégios
doutor Drauzio Varella, símbolo da luta antitabagismo no a balancearem as dietas dos refeitórios com frutas e
Brasil. “Refrigerante ajuda a disseminar obesidade, que saladas”, lembra Claudia Cozer, doutora em
eventualmente mata, mas não é a única causa”. Endocrinologia pela USP e coordenadora do Núcleo de
Obesidade – o problema existe, trata-se de uma Obesidade do Hospital Sírio-Libanês. A primeira-dama
patologia crônica e que pode evoluir para pior. Bebidas não mexeu na lei, mas inspira novos hábitos. “Até os
que excedam em açúcares e em calorias contribuem, parques da Disney passaram a servir comida menos
como alerta Drauzio, para aumentar a vulnerabilidade calórica, menos fritura, porções menores”.
dos gordinhos e das gordinhas, mas o que é mais A doutora Claudia está convencida de que
nefasto: o refrigerante ou o saco gigante de pipoca no restringir as porções, como quis Bloomberg, é, sim, um
cinema? A discussão ainda engatinha. jeito engenhoso de evitar a dilatação do estômago e,
O prefeito de Nova Iorque, Michael Bloomberg, portanto, de reduzir a propensão à obesidade. Segundo
bem que tentou passar à ação, em 2012, banindo por Claudia, há embalagens plásticas, PETs e caixinhas que
decreto refrigerantes em embalagens de meio litro. contêm substâncias químicas propensas a causar
Assim, a polêmica ganhou importante significado mudanças nos receptores nucleares das células, afetar o
simbólico, pois Nova Iorque costuma ditar modas e metabolismo do indivíduo e aumentar a capacidade de
tendências. Foi lá, em 2002, que o próprio Bloomberg armazenar gordura. Também alerta que fórmulas como
determinou a proibição do cigarro de todos os locais a da Coca Zero podem estar trocando um mal pelo outro.
públicos, modelo seguido mundo afora. No entanto, em “Traz o dobro de sódio”, observa. E sal é o supervilão
abril deste ano, um juiz federal revogou o decreto do para quem tem pressão alta.
(Adaptado de Carta Capital. 12 de junho de 2013.)
refrigerante.

02. (UEM – Vestibular EAD/2008) – A coletânea de recortes de textos abaixo, retirados de fontes variadas, aborda a
temática Brincadeiras de criança. A partir das informações da coletânea de textos, redija, em até 10 linhas, uma resposta
argumentativa à pergunta “Por que brincar é um direito da criança?”. Sua resposta não deve apresentar cópias
de partes dos textos.
Brincadeira é Coisa Séria!

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As brincadeiras aparentemente simples são fontes de estímulo ao desenvolvimento cognitivo, social e afetivo da criança e
também são uma forma de auto-expressão. Talvez poucos pais saibam o quanto é importante o brincar para o
desenvolvimento físico e psíquico do seu filho. A idéia difundida popularmente limita o ato de brincar a um simples
passatempo, sem funções mais importantes que entreter a criança em atividades divertidas.
(http://www.umdoistres.com.br/artigos/mar%C3%A7o2008/brincadeira.htm)

Brincar
(...) para brincar é preciso apropriar-se de elementos da realidade imediata de tal forma a atribuir-lhes novos significados.
Essa peculiaridade da brincadeira ocorre por meio da articulação entre a imaginação e a imitação da realidade. Toda
brincadeira é uma imitação transformada, no plano das emoções e das ideias, de uma realidade anteriormente vivenciada.
(...)
Pela oportunidade de vivenciar brincadeiras imaginativas e criadas por elas mesmas, as crianças podem acionar seus
pensamentos para a resolução de problemas que lhes são importantes e significativos. Propiciando a brincadeira, portanto,
cria-se um espaço no qual as crianças podem experimentar o mundo e internalizar uma compreensão particular sobre as
pessoas, os sentimentos e os diversos conhecimentos.
(BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília: MEC/SEF,
1998. p. 27-28.)

O valor de uma brincadeira


Brincar é uma das atividades mais importantes para o desenvolvimento da identidade e da autonomia das crianças.
O faz-de-conta permite que os pequenos experimentem viver como diferentes personagens — pai, mãe, filho, avô. A
fantasia e a imaginação são essenciais para aprender mais sobre o relacionamento entre as pessoas.
(http://revistaescola.abril.com.br/edicoes/0156/aberto/mt_244828.shtml)

Preocupação demais, brincadeira de menos


Cerca de 70% das brasileiras ouvidas consideram que se sujar e entrar em contato com vermes é uma experiência valiosa
para os pequenos. Ainda assim, elas evitam os espaços públicos. Brincar com terra, areia e água, ao contrário do que
muitas mães imaginam, torna o sistema imunológico das crianças mais resistente. Além disso, como bem reconhecem as
mães entrevistadas nesta pesquisa, brincar em parques e praças é a atividade que melhor proporciona a formação de
vínculos com o filho.
(Veja, edição 2020, 8 de agosto de 2008.)

Brincadeira de criança
Autora: Claudia Liz
Hoje fui brincar de roda Na ciranda cirandinha
Na calçada pula corda Nossa roda bem grandinha
E também amarelinha Pras meninas passa anel
Eu a Paula e a Julinha. Pros meninos figurinha

Lá no muro contei dez Todas essas brincadeiras


Todo mundo se escondeu As crianças sempre gostam Com carinho e alegria
Corre aqui corre acolá No sorriso sempre mostram.
E o João Pedro se perdeu (http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=12080)

Estatuto da Criança e do Adolescente

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Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo
de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis.
Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:
(...)
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;
(...)

03. (UEM – PAS/2013 Etapa 2) – Após a leitura do texto Manual da convivência urbana, que mostra que a gentileza
vem se tornando rara, elabore uma RESPOSTA ARGUMENTATIVA, com no mínimo 10 e no máximo 15 linhas, respondendo
à seguinte questão: ADOTAR REGRAS DE CIVILIDADE MELHORA A VIDA DE TODOS QUANDO A CONVIVÊNCIA SE TORNA
DIFÍCIL?

MANUAL DA CONVIVÊNCIA URBANA


Quando a convivência na metrópole torna-se difícil, adotar regras de civilidade melhora a vida de todos
Letícia Mori

É difícil encontrar uma pessoa que ande de metrô e nunca tenha vivido uma cena de empurra-empurra com quem
entra ou sai do vagão. Ou quem ande na rua e não tenha visto alguém jogar lixo no chão, ou parar no meio de uma
calçada movimentada para atender o celular. Em São Paulo, onde até as regras mais simples e lógicas de convivência,
como deixar as pessoas saírem antes de entrar, são constantemente ignoradas, é fácil estampar no paulistano os rótulos
de rude e de apressado.
Trânsito caótico, problemas no condomínio e no trabalho são fatores de estresse para qualquer pessoa. “É normal
ter raiva. Mas é preciso treinar para responder de maneira menos agressiva”, afirma a professora da PUC-SP Marlise
Bassani, especialista em psicologia ambiental e qualidade de vida. Em maio, o governo do Estado de São Paulo aderiu ao
programa “Conte Até 10”, criado no ano passado pelo Ministério Público. O objetivo da campanha é justamente evitar
crimes cometidos por impulso e impedir que atritos do cotidiano se transformem em tragédias. Na semana passada, por
exemplo, um empresário matou os vizinhos por causa de constantes brigas por barulho em Tamboré, cidade da Grande
São Paulo.
Segundo o antropólogo José Guilherme Cantor Magnani, coordenador do NAU (Núcleo de Antropologia Urbana
da USP), a cidade precisa de eventos como a Virada Cultural e a bicicletada: “Não quer dizer que não haja conflito, mas é
ali que a convivência se dá. Esses eventos ajudam as pessoas a se acostumarem com a vida pública”. Para Magnani,
portanto, reocupar o espaço público ajuda a aumentar as boas práticas urbanas, que são aquelas da troca, do contato, da
verdadeira convivência – que permite dar, receber e retribuir.

VEJA ALGUMAS DAS PRINCIPAIS SAIAS-JUSTAS DO CONVÍVIO NA CIDADE.

Posso deixar o celular em cima da mesa num encontro? Só se quiser deixar claro que um amigo, seu chefe, um
desconhecido que está ligando por engano ou qualquer um que tente contatá-lo são mais importantes do que a pessoa
que está na sua frente
Devo chamar a atenção de quem joga lixo na rua? Se faça de desentendido e pergunte: “Você deixou cair uma coisa
sua aqui. Quer que eu pegue pra você?”
Por que dar seta se não há nenhum carro atrás do meu? A seta é uma orientação também para pedestres e ciclistas.
Não custa nada e evita atropelamentos.
Um sujeito está ouvindo música alta no ônibus. Peça educadamente para ele desligar o som e lembre-o de que
aparelhos sonoros são proibidos na condução.
Vou sair do ônibus lotado e estou longe da porta. Já que esbarrar nas pessoas é inevitável, peça licença e desculpas
durante todo o caminho.

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Fui fechado no trânsito. Respire fundo e conte até dez. O segundo de distração em que você coloca a cabeça pra fora
do carro para xingar pode resultar em acidente.
Texto adaptado de Folha de S. Paulo. Caderno Cotidiano. C5. domingo, 2 de junho de 2013.

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GÊNERO TEXTUAL: RESPOSTA INTERPRETATIVA

Deve-se, nesse tipo de texto, entender a essência da proposta. Normalmente são apresentados mais de um texto
de apoio para que o aluno possa basear sua resposta. A interpretação do conteúdo é o fundamento para a elaboração da
resposta interpretativa. Nesse gênero não se manifesta a sua opinião, mas se faz uma interpretação dos textos de apoio.

Para se elaborar uma boa resposta interpretativa, deve-se:


▪ compreender o tema e as ideias principais dos textos de apoio;
▪ relacionar as ideias dos textos de apoio;
▪ escrever, preferencialmente, em 3ª pessoa;
▪ elaborar dois ou três parágrafos (para 15 linhas);
▪ basear a resposta nos textos de apoio;
▪ não emitir a sua opinião ou juízo de valor;
▪ não fugir do conteúdo apresentado nos textos de apoio;
▪ citar trechos para comprovar a interpretação feita, relacionando adequadamente esses trechos com o que se está
interpretando;
▪ não se coloca título.

Expressões interpretativas que podem ser úteis:


a. É possível compreender que...
b. Pela comparação dos textos, é possível inferir que...
c. Possivelmente...
d. Pode-se afirmar que...
e. Subentende-se que...

Modelo de Resposta Argumentativa

(UEM – Vestibular de Inverno/2011) – Redija, em até 15 linhas, uma resposta interpretativa, que indique as causas que
explicam a atual posição do idoso em nossa sociedade, presentes nos TEXTOS 1 e 2, comprovando a causa expressa no
TEXTO 3, com fragmentos desse texto.

TEXTO 1
SENILIDADE E A INVISIBILIDADE SOCIAL
Camila Maciel Polonio
(...)
A maioria dos idosos no Brasil encontram-se em condição de invisibilidade, social, política e muitas vezes familiar.
Morte social? Morte familiar? Estão vivos, mas não possuem lugar. A visão sobre o ancião mudou, do patriarca para ...
para o quê? Em muitas famílias não há o espaço para o idoso. Há alguns anos atrás o idoso era tido como patriarca, que
era dotado de sabedoria. (...)
O ancião era o guia familiar, os mais novos pediam conselho e ouviam as suas orientações. Eles exerciam um
papel que, após o término da sua função de produtividade, assumiam o de líderes familiares. O idoso saía do lugar de

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provedor, cargo este assumido por seus filhos, para ocupar o de orientador. A sabedoria nada tinha a ver com estudos,
era o arquivo das experiências da vida.
Hoje, algumas famílias encontram-se cada vez mais fechadas e mais focadas na produção, aquele que não produz
não tem espaço. O idoso dessa forma perde o seu lugar na família e na sociedade. No entanto, acredito que, assim como
os jovens conseguiram, ao longo da história, mudar a sua posição social e familiar, tornando-se importante foco da
sociedade, a senilidade conseguirá novamente o respeito.
Como? Se cada família jovem conseguir compreender que, em determinado momento precisará cuidar de seus
idosos, irá construir em seus filhos a mesma compreensão. Se conseguir sair das justificativas capitalistas, conseguir
valorizar o saber, sobrepondo o valor da produção, irá reconstruir o valor do idoso. Se pais, filhos e netos assimilarem o
ciclo vital e conseguirem ressignificar os papéis familiares, todos terão direito e lugar na sociedade. (...)
A população está envelhecendo e precisamos modificar o nosso olhar, a nossa educação e o respeito por aqueles
que fizeram e fazem parte da história.
(Disponívelem:<http://camilamacielpolonio.blogspot.com/2010/04/senilidade-einvisibilidade-social.html>. Acesso em 18/4/2011).

TEXTO 2
A SOCIEDADE E A TERCEIRA IDADE
Dr. João Roberto D. Azevedo

As sociedades ricas, de primeiro mundo, encaram a Terceira Idade de maneira bastante prática e objetiva. O
idoso recebe nessas sociedades todos os seus direitos e têm bem nítidos os seus limites, sendo que em determinados
países há clara tendência em aproveitá-lo inclusive profissionalmente.
Infelizmente, sociedades pobres como a nossa tendem a isolar o idoso, não sendo rara a ideia de considerá-lo inútil, um
verdadeiro peso morto. A exagerada valorização da juventude, tão própria da sociedade moderna, contribui muito para
piorar o conceito de Terceira Idade em nosso meio. A Saúde Pública e a Previdência Social não estão estruturadas para
cuidar de maneira eficiente da Terceira Idade.
(...)
A nossa autoapreciação recebe então influências das características psicológicas individuais e, evidentemente,
das pressões sociais: como se sentir diante de si mesmo, ou diante da apreciação dos outros? Qual a repercussão sobre
uma pessoa saudável e ativa, com 75 anos de idade, que se vê absolutamente rejeitada?
(Disponível em:<http://boasaude.uol.com.br/lib/emailorprint.cfm?id=3050&type=lib>. Acesso em 14/4/2011)

TEXTO 3
VELHICE
Vinícius de Moraes

Virá o dia em que eu hei de ser um velho experiente


Olhando as coisas através de uma filosofia sensata
E lendo os clássicos com a afeição que a minha mocidade não permite.
Nesse dia Deus talvez tenha entrado definitivamente em meu espírito
Ou talvez tenha saído definitivamente dele.
Então todos os meus atos serão encaminhados no sentido do túmuIo
E todas as ideias autobiográficas da mocidade terão desaparecido:

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Ficará talvez somente a ideia do testamento bem escrito.


Serei um velho, não terei mocidade, nem sexo, nem vida
Só terei uma experiência extraordinária.
Fecharei minha alma a todos e a tudo
Passará por mim muito longe o ruído da vida e do mundo
Só o ruído do coração doente me avisará de uns restos de vida em mim.
Nem o cigarro da mocidade restará.
Será um cigarro forte que satisfará os pulmões viciados
E que dará a tudo um ar saturado de velhice.
Não escreverei mais a lápis
E só usarei pergaminhos compridos.
Terei um casaco de alpaca que me fechará os olhos.
Serei um corpo sem mocidade, inútil, vazio
Cheio de irritação para com a vida
Cheio de irritação para comigo mesmo.

O eterno velho que nada é, nada vale, nada teve


O velho cujo único valor é ser o cadáver de uma mocidade criadora.

(Disponível em:<http://www.viniciusdemoraes.com.br/site/article.php3?id_article=29>. Acesso em 18/4/2011).

ORGANIZANDO IDEIAS:

SITUAÇÃO ATUAL CAUSAS


• perderam seu espaço social, político e • lógica capitalista de que só quem
TEXTO 1 familiar; produz tem valor;
• perderam respeito. • as relações perderam significados.

• visão social depreciativa do idoso, sua • valorização excessiva da juventude,


TEXTO 2 autoimagem é afetada. precariedade da Saúde Pública e da
Previdência Social.

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Uma possibilidade de texto:

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Segundo Camila M. Polonio, em “Senilidade e a invisibilidade social”, e João R. D. Azevedo, em “A sociedade e a


terceira idade”, várias são as causas da condição de inferioridade a que o idoso tem sido submetido no Brasil e nos
países pobres em geral. Polonio apresenta como causa dessa inferioridade a lógica capitalista de que só quem produz tem
valor. E isso encontra eco no poema “Velhice”, de Vinicius de Moraes: “Então todos os meus atos serão encaminhados no
sentido do túmulo” e “Serei um velho, não terei mocidade, nem sexo, nem vida”.
Polonio aponta ainda mais uma causa para o desprestígio do idoso, que é a perda do significado das relações humanas.
O “eu lírico” também faz referência a isso: “Fecharei minha alma a todos e a tudo”. Além disso, Azevedo destaca a
valorização excessiva da juventude, a precariedade da Saúde Pública e da Previdência Social e a autoestima fragilizada do
idoso como causas de sua atual condição. Pelo menos essa valorização excessiva do jovem e a fragilidade do velho também
são sugeridas no poema: “O eterno velho que nada é, nada vale, nada teve” e “O velho cujo único valor é ser o cadáver
de uma mocidade criadora.”

ATIVIDADE – AGORA É COM VOCÊ!!

01. (UEM – PAS/2009 1.ª Etapa) – RESPOSTA INTERPRETATIVA/ARGUMENTATIVA – Com base no que as
autoras, Koch e Elias, apresentam no texto adaptado “O que é escrita?”, responda, com suas palavras e com argumentos
que justifiquem a sua interpretação, a pergunta: O QUE É ESCRITA? Atenção! A resposta deve ser organizada de forma
que, quem a ler, não precise da pergunta para compreendê-la.

“O QUE É ESCRITA?”

“ ... na atualidade, a escrita faz parte de nossa vida, seja porque somos constantemente solicitados a produzir
textos escritos (bilhete, e-mail, lista de compras, etc, etc.), seja porque somos solicitados a ler textos escritos em diversas
situações do dia a dia (placas, letreiros, anúncios, embalagens, etc., etc.).
Que a escrita é onipresente em nossa vida, já o sabemos. Mas, afinal, ‘o que é escrita?’
(...) há muitos estudos sobre a escrita, sob diversas perspectivas, que nos propiciam diferentes modos de
responder a questão em foco.
Apesar da complexidade que envolve a questão, não é raro, quer na sala de aula, quer em outras situações do
dia a dia, nos depararmos com definições, tais como: ‘escrita é inspiração’; ‘escrita é uma atividade para poucos
privilegiados (aqueles que nascem com dom e se transformam em escritores renomados)’; ‘escrita é expressão do
pensamento’ no papel ou em outro suporte; ‘escrita é domínio de regras da língua’; ‘escrita é trabalho’ (...) no qual o
sujeito tem algo a dizer e o faz em relação a um outro (o seu interlocutor/leitor) com um certo propósito.
Nessa concepção interacional (dialógica) da língua, tanto aquele que escreve como aquele para quem se escreve
são (...) sujeitos (...) que (...) se constroem e são construídos no texto.
Assim é que, por exemplo, dependendo do gênero textual a ser produzido, do assunto a ser tratado, de quem
seja o interlocutor, dos lugares em que se situam como interlocutores (escrever para um chefe, para um professor, para
um amigo, para um namorado), dos conhecimentos pressupostamente compartilhados, do maior ou menor grau de
intimidade, familiaridade existente entre esses interlocutores, a escrita pode se constituir mais formalmente ou mais
informalmente.”

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(Texto adaptado de KOCH, Ingedore V. & ELIAS, Vanda M. Escrita e interação. In: Ler e escrever – estratégias de produção textual. São Paulo: Editora
Contexto, 2009. p.31-36).

02. (UEM – PAS/2011 Etapa 2) – A partir do texto “O da foto”, elabore uma RESPOSTA ARGUMENTATIVO-
INTERPRETATIVA, com no máximo 20 linhas, para a seguinte questão: Que cuidados devem ser tomados nas
interações virtuais para que as diferenças de expectativas não culminem em desfechos semelhantes ao do
relacionamento apresentado no texto?

TEXTO 1
O DA FOTO
(Luis Fernando Veríssimo)

Ela com 18 anos, ele bem mais velho. Mas no – Mas esta fotografia... – mostrou ela.
seu chat pela Internet os dois tinham mentido. Ela – É do James Dean.
dissera “mais de 20”, ele “menos de 35”. Ela se – Quem?
descrevera como romântica, carinhosa e um pouco – James Dean. O ator.
teimosa. Ou, como dizia a sua mãe, “cabeça dura”. Ele O homem não era feio. Ou pelo menos não era
fora mais vago: era sincero, amigo dos amigos, talvez repugnante. Mas era mais velho do que o da foto. E não
um pouco obsessivo. Ela gostava de frutos do mar, rock tinha olhos azuis.
e algumas novelas. Ele de Chico e Caetano, e só ligava a – Pensei que você fosse achar engraçado –
tevê para ver as notícias e o futebol. disse ele.
Depois de algumas semanas, em que tinham – Achar o que engraçado?
descoberto alguns gostos e desgostos em comum, – Eu mandar uma foto do James Dean em vez
marcaram um encontro num bar. E trocaram fotografias. da minha.
Ela chegou no bar primeiro. Olhou em volta, – Por que eu acharia engraçado?
procurando um rosto que correspondesse ao da – Era uma brincadeira. Você logo ia ver que não
fotografia que ele mandara. Ele ainda não estava lá. Ela era eu, que eu estava me autoironizando e...
pediu uma Coca Diet e ficou olhando para a fotografia. O homem desistiu no meio da frase. Viu pela
Pensando: tirei a sorte grande. Gostamos das mesmas expressão no rosto dela que ela não estava entendendo
coisas. Rimos das mesmas coisas. E ele, ainda por cima, nada. Perguntou:
tem esses olhos azuis. – Você não reconheceu o James Dean, é isso?
Um homem parou ao lado da mesa e disse: – Eu não sei quem é o James Dean.
– Olá. – Tá – disse o homem.
Ela levantou os olhos. Não era ele. Disse: E sentou-se. Ainda conversaram um pouco, sem
– Alô... muito entusiasmo. Ela tentando esconder a decepção
– Sou eu – disse o homem. porque ele nem se parecia com o da foto. Ele pensando:
Não era ele. Ou não era o da fotografia. que futuro eu posso ter com alguém que não sabe quem
– Desculpe – disse ela. – Estou esperando foi o James Dean? Com alguém do
alguém que...
– Sou eu – repetiu o homem. E disse seu nome.

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outro lado do abismo?


Ele pagou pela Coca, apesar dos protestos dela, (Texto retirado de Gazeta do Povo. Curitiba, 07/6/2009)

se despediram e nunca mais se viram.

03. (Vestibular de Verão/2008) – O poema de Helena Kolody apresenta algumas funções dos sonhos mostradas nos
fragmentos da coletânea. Redija, em até 15 linhas, uma resposta interpretativa, que indique quais são as funções dos
sonhos presentes no poema e relacione, pelos menos, duas delas com os fragmentos dos textos da coletânea.

Mundos dos sonhos


O que é o sonho, como se manifesta e qual a sua função? Por que sonhamos e o que acontece enquanto sonhamos? Essas
questões suscitam debates e pesquisas há milhares de anos. Desde o Egito antigo, no tempo dos faraós, o sonho já era
objeto de estudos. Na Grécia, os famosos templos de Asclépios (deus da medicina) recebiam pessoas em busca de conselho
e cura, muitas vezes atribuída à ajuda dos sonhos. Estado de Minas, 11/4/2005.
(http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/15243)

Sonhar é preciso
Mais de 100 anos depois da psicanálise de Freud, pesquisadores afirmam que sonhar é uma necessidade biológica, capaz
de indicar também como funciona a memória humana. Sonhar é essencial à vida. Sem o sonho, morreríamos. A frase
poderia ser creditada a um poeta ou a um escritor, mas é do pesquisador Sérgio Tufik, diretor do Instituto do Sono da
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
(...)
Os motivos que levam o ser humano a sonhar e qual a função dos sonhos na nossa vida, no entanto, ainda não foram
desvendados. Mas o estudo dos sonhos revelou, por exemplo, o fato de que temos uma consciência, quando estamos
acordados, e outra, que parte dos especialistas prefere chamar de não-consciência, quando dormimos. É nessa hora que
a nossa memória entra em prática, colocando em seqüência uma série de situações que vivemos durante o dia.
(http:/www.escutaanalitica.com.br/responsabilidade.htm)

O que dizem os sonhos


Claudia Jordão e Jonas Furtado
“Nós nos iludimos no dia-a-dia, trabalhamos com o que e com quem não gostamos, temos que nos enquadrar nos padrões
da sociedade. Os sonhos ajudam a mostrar quem somos na essência, são um caminho para o autoconhecimento, para a
nossa verdade mais profunda”, afirma Kwasisnki, psicólogo e professor de mitologia.
(...)
“O sonho é uma simulação do futuro possível com base no passado conhecido”, resume Sidarta Ribeiro, neurocientista e
diretor científico do Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra, em Natal, Rio Grande do Norte.
(...)
De importância comprovada para o fortalecimento da memória, os sonhos começam a ter seu papel reconhecido também
na reestruturação dela, de forma a gerar novos comportamentos. Ou seja: sonhar estimula a criatividade. “Durante o sono
de ondas lentas, não há sonhos, apenas pensamento no escuro. Quando aumenta a atividade neural e as memórias
começam a interagir, é como se acendesse a luz do projetor e começasse a sessão cinema”, compara Ribeiro.
(ISTOÉ, n.º 2011, 21 de maio de 2008)

Sonhos
Por Isaac Ismar. 16/8/2007

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A psicóloga Tatiana Vasconcelos Cordeiro explica que, para a psicanálise, o sonho é um meio pelo qual o inconsciente
procura alertar a consciência para o que ela não percebe ou não quer aceitar, e tenta, por compensação, equilibrar a
psique, a totalidade de fenômenos psíquicos. “Os sonhos trazem à tona os complexos e sugerem alternativas para a
consciência, cujo centro é o ego, realizar o que a pessoa é potencialmente. Ou seja, os sonhos são “avisos”, afirma a
psicóloga.
(http:/msn.bolsademulher.com/corpo/materia/sonhos/9708/1)

Sonhar
Sonhar é transportar-se em asas de ouro e aço
Aos páramos azuis da luz e da harmonia;
É ambicionar o céu; é dominar o espaço,
Num vôo poderoso e audaz da fantasia.

Fugir ao mundo vil, tão vil que, sem cansaço,


Engana, e menospreza, e zomba, e calunia;
Encastelar-se, enfim, no deslumbrante paço
De um sonho puro e bom, de paz e de alegria.

É ver no lago um mar, nas nuvens um castelo,


Na luz de um pirilampo um sol pequeno e belo;
É alçar, constantemente, o olhar ao céu profundo.

Sonhar é ter um grande ideal na inglória lida:


Tão grande que não cabe inteiro nesta vida,
Tão puro que não vive em plagas desse mundo.
(KOLODY, Helena. Viagem no espelho e vinte e um poemas inéditos. Curitiba-PR: Criar Edições, 2001)

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GÊNERO TEXTUAL: ARTIGO DE OPINIÃO

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É comum encontrar circulando no rádio, na TV, nas revistas, nos jornais, temas polêmicos que exigem uma
posição por parte dos ouvintes, espectadores e leitores, por isso, o autor geralmente apresenta seu ponto de vista sobre
o tema em questão através do artigo de opinião.
Nos gêneros argumentativos, o autor geralmente tem a intenção de convencer seus interlocutores e, para isso,
precisa apresentar bons argumentos, que consistem em verdades e opiniões. O artigo de opinião é fundamentado
em impressões pessoais do autor do texto e, por isso, são fáceis de contestar.
STRUTURA:
CARACTERÍSTICAS: 1. Título
• Contém um título polêmico ou provocador; 2. Introdução
• É assinado; 2.1 Contextualização
• Expõe uma ideia ou ponto de vista sobre 2.2 Problema
determinado assunto; 2.3 Tese
• Apresenta três partes: exposição, interpretação 3. Desenvolvimento
e opinião; 3.1 Argumentos
• Utiliza verbos predominantemente no presente; 3.2 Justificativas
• Utiliza linguagem objetiva (3ª pessoa) ou 4. Conclusão
subjetiva (1ª pessoa); 4.1 Raciocínio Argumentativo
• Apresenta uma clara intenção persuasiva. 4.2 Fechamento

OS TIPOS DE ARGUMENTO

DE EXPLICAÇÃO EXEMPLO
A ideia se sustenta pela citação de uma fonte O cinema nacional conquistou nos últimos anos qualidade e
confiável, que pode ser um especialista no faturamento nunca vistos antes. “Uma câmera na mão e uma idéia
assunto ou dados de instituição de pesquisa, na cabeça” - a famosa frase- conceito do diretor Gláuber Rocha –
AUTORIDADE

uma frase dita por alguém, líder ou político, virou uma fórmula eficiente para explicar os R$ 130 milhões que o
algum artista famoso ou algum pensador, cinema brasileiro faturou no ano passado.
enfim, uma autoridade no assunto abordado. A (Adaptado de Época, 14/04/2004)
citação pode auxiliar e deixar consistente a
tese. Não se esqueça de que a frase citada deve
vir entre aspas.

Para comprovar uma tese, você pode buscar as Ao se desesperar num questionamento em São Paulo, daqueles
relações de causa (os motivos, os porquês) e em que o automóvel não se move nem quando o sinal está verde,
de conseqüência (os efeitos). Opera com base o indivíduo deve saber que, por trás de sua irritação crônica e
CONSEQÜÊNCIA

nas relações lógicas – causa e efeito, analogia, cotidiana, está uma monumental ignorância histórica.
São Paulo só chegou a esse caos porque um seleto grupo de
CAUSA E

implicação, identidade etc – instituindo-se


relações prováveis, plausíveis, possíveis. dirigentes decidiu, no início do século, que não deveríamos ter metrô.
Como cresce dia a dia o número de veículos, a tendência é piorar
ainda mais o congestionamento – o que leva técnicos a preverem
como inevitável a implantação de perigos.
(Adaptado de Folha de S. Paulo. 01/10/2000)

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A exemplificação consiste no relato de um Um rápido olhar sobre nossas práticas cotidianas registra a
pequeno fato (real ou fictício). Esse recurso amplitude e profundidade da corrupção, em várias intensidades.
argumentativo é amplamente usado quando a Há a pequena corrupção, cotidiana e muito difundida. É, por
EXEMPLIFICAÇÃO
OU ILUSTRAÇÃO

tese defendida é muito teórica e carece de exemplo, a da secretária da repartição pública que engorda seu
esclarecimentos com mais dados concretos. salário datilografando trabalhos “para fora”, utilizando máquina,
papel e tempo que deveriam servir à instituição. Os chefes justificam
esses pequenos desvios com a alegação de que os salários públicos
são baixos. Assim, estabelece-se um pacto: o chefe não luta por
melhores salários de seus funcionários, enquanto estes, por sua vez,
não “funcionam”.

Ao empregarmos os argumentos baseados em São expedientes bem eficientes, pois, diante de fatos, não há o que
PROVAS CONCRETAS

provas concretas, buscamos evidenciar nossa questionar... No caso do Brasil, homicídios estão assumindo uma
OU PRINCÍPIOS

tese por meio de informações concretas, dimensão terrivelmente grave. De acordo com os mais recentes
extraídas da realidade. Podem ser usados dados divulgados pelo IBGE, sua taxa mais que dobrou ao longo dos
dados estatísticos ou falsos ou fatos notórios últimos 20 anos, tendo chegado à absurda cifra anual de 27 por mil
(de domínio público). habitantes. Entre homens jovens (de 15 a 24 anos), o índice sobe a
incríveis 95,6 por mil habitantes.
(Folha de S. Paulo. 14/04/2004).

É o argumento que pressupõe que se deve “Em relação à violência dos dias atuais, o Brasil age semelhante a
tratar algo de maneira igual, situações iguais. uma noiva abandonada no altar: perdida, sem saber para aonde ir,
As citações de jurisprudência são os exemplos de onde veio e nem para onde quer chegar. E a questão que fica é
ANALOGIA

mais claros do argumento por analogia, que é se essa noiva largada, que são todos os brasileiros, encontrará
bastante útil porque o juiz será, de algum novamente um parceiro, ou seja, uma nova saída para o problema”.
modo, influenciado a decidir de acordo com o
que já se decidiu, em situações anteriores.

Relaciona o que é mais valorizado socialmente Como escolher jóias para uma noiva?
– o mais raro é melhor que o comum, o mais Um decote pequeno pode ser acentuado por uma jóia refinada
refinado é o melhor que o grosseiro. Variante próxima ao pescoço. Lembre-se de que colares de pérolas são sinal
do argumento de atributo, o Argumento de de refinamento e elegância.
ATRIBUTO

competência lingüística é a utilização da


norma culta para mostrar que o produtor do "O orifício circular corrugado, localizado na parte ínfero lombar da
texto conhece a norma lingüística socialmente região glútea de um indivíduo em alto grau etílico deixa de estar em
valorizada, atribuindo ao texto confiança. consonância com os ditames referentes ao direito individual de
propriedade".
Resumindo: (........)

Usa o fundamento mais=melhor: Maior número De cada 100 entrevistados, 70 disseram que votariam em Luís Inácio
QUANTIDADE

de pessoas; o que tem mais duração; o que da Silva e isso faz dele a melhor escolha para o governo do país.
existe em maior número. É de grande valor
para a publicidade.

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Modelo de Artigo de Opinião

PREVENIR OU REMEDIAR?
Por Cassildo Souza
Entre os debates mais intensos que permeiam a sociedade atual, uma questão que não pode ser colocada em
segundo plano certamente é a descriminalização do aborto. Os que defendem tal legalidade afirmam que, uma vez
aprovada, a lei priorizaria o acesso a métodos seguros de extração, em caso de gravidez indesejada, com a justificativa
se preservar a vida da mãe. Porém, o caminho mais coerente seria incentivar a prevenção, ao invés de se alimentar a
prática de um crime na mais aceitável significação da palavra.
Vivemos em um mundo rodeado de informações, e as campanhas promovidas pelos órgãos de saúde
competentes, se não são ideais, também não permitem alegar-se a falta de conhecimento a respeito do assunto. Por ano,
são distribuídos milhões de camisinhas e outros mecanismos capazes de evitar que o indesejado (quase sempre
inesperado) aconteça. Se, mesmo assim, o índice de adolescentes que dão a luz cresce assustadoramente a cada ano,
com a possibilidade de o aborto tornar-se legal, isso aumentaria numa velocidade ainda maior. Não sendo bem-sucedidas
como deveriam, as estratégias de conscientização para se prevenir a gravidez, como em qualquer outra campanha, devem
evoluir; outros meios devem ser criados. Podemos citar que algumas doenças foram erradicadas no passado, por terem
sido combatidas veementemente. Descriminalizar o aborto, além de constituir uma motivação para o descompromisso com
a vida, atesta a incapacidade do Estado para resolver questões sérias e urgentes.
A atitude mais sensata é sempre eliminar o problema em sua origem, em qualquer que seja a situação. Não
podemos mais conceber, a essa altura, a recorrência a mecanismos imediatistas para sanar algo que poderia ter sido
suprimido no passado. Os exemplos do insucesso estão em toda a parte: por não investirmos em educação é que corremos
atrás de bandido, vivemos inúmeras epidemias e, para completar, ainda queremos permitir a castração de uma vida, antes
mesmo de ser concretizada.
(Disponível em http://centraldasletras.blogspot.com.br/2008/02/prevenir-ou-remediar.html. Acesso em 10/04/2015)

ATIVIDADE – AGORA É COM VOCÊ!!

01. (UEM - Vestibular de Inverno 2014) – Na condição de frequentador/cliente de shopping-


centers, redija um texto, em até quinze linhas, no qual você manifeste sua opinião a favor ou contra
a prática do rolezinho nesses tipos de estabelecimento. Você deverá dar um título ao seu artigo de
opinião e assiná-lo, usando os nomes Carlos ou Eva.

TEXTO 1
ROLEZINHO É A OCUPAÇÃO DE UM TEMPLO DE CONSUMO
Rosana Pinheiro-Machado*

O rolezinho é a ocupação de um templo de consumo. O objetivo é justamente o consumo. Tudo começou como
distração e diversão: se arrumar, sair, se vestir bem. Existe toda uma relação com as marcas e com o consumo, num
processo de afirmação social e apropriação de espaços urbanos.

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Os lojistas e os frequentadores de shoppings se sentem ameaçados porque o shopping sempre foi uma redoma,
um lugar das elites e das camadas médias. De repente, essa paz e essa fronteira foram abaladas e, no fundo, se teme ver
o que antes não se via: a periferia negra, a pobreza e a desigualdade.
A proibição dos rolezinhos por parte dos administradores de shoppings é uma atitude completamente errada.
Como estabelecer critérios que não sejam preconceituosos? Não se pode negar o direito de ir e vir. Será que, se diversos
jovens das elites brancas marcassem encontro, algum shopping iria proibir? Isso é apartheid.
A atitude da Polícia Militar também não é correta quando usa a força policial e a violência para agir contra os
mais fracos. Não se pode agir com brutalidade, pois trata-se de um movimento social. De modo geral, existe um rancor,
não apenas da Polícia, mas de grande parte da sociedade brasileira.
Embora muitos acreditem que os rolezinhos podem acabar em arrastões e violência, esse movimento está se
tornando cada vez mais político como forma de protesto e ocupação de espaço. Os jovens da periferia sempre foram a
shoppings e nunca assaltaram.
(*Rosana Pinheiro-Machado é antropóloga e professora da Universidade de Oxford, na Inglaterra.)

TEXTO 2
TAL COMO SÃO, OS ‘ROLEZINHOS’ ATENTAM CONTRA DIREITOS COLETIVOS
Mauro Rodrigues Penteado*

Por mais que nos solidarizemos com nossa juventude humilde que busca espaços para se relacionar e dar vazão
ao seu amor e alegria, não é possível apoiá-la nessa onda recente de ‘rolezinhos’ marcados em shopping-centers e outros
locais privados com destinação específica.
É triste a ausência de opção de lazer para nossos jovens de camadas mais pobres. No entanto, os ‘rolezinhos’,
tal como vêm sendo marcados, atentam contra os direitos individuais e coletivos assegurados pela Constituição Federal.
Isso sem falar no direito também constitucionalmente garantido à propriedade e à livre iniciativa. Daí porque estão corretas
as liminares concedidas pelo Judiciário aos shoppings, as quais estabeleceram multas aos participantes.
Os shoppings são empreendimentos privados abertos ao público especificamente para compras, lazer, diversão,
passeio. A maioria deles tem cinemas e praças de alimentação. Nenhum deles tem ainda uma praça de ‘rolezinho’,
modalidade de diversão muitas vezes conturbada, promovida por jovens infratores. Essa atividade fere o legítimo direito
de pais, mães e filhos a um lazer sossegado e seguro que se crê encontrar no ambiente privado e protegido dos shoppings.
Se o poder público não disponibiliza, como deveria, espaços próprios para o saudável congraçamento e encontro
entre jovens, nem por isso os brilhantes moços que os organizam deixam de ter alternativas interessantes. E todas elas
são garantidas pela Constituição.
A lei garante que “todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, bastando prévio aviso à autoridade”. Ora, por que não fazer uns ‘rolezinhos’ no
sambódromo ou em outros locais públicos? Os convocados pela internet não vão faltar. Meninos e meninas levam o som,
comidinhas e bebidinhas (sem álcool, de preferência, senão tumultua e nem namoro acontece). Aí a festa ‘rola’ de forma
‘legal’, no duplo sentido. Juridicamente, basta os organizadores enviarem cópia da convocação à Prefeitura e à Secretaria
de Segurança.
(*Mauro Rodrigues Penteado é advogado, árbitro e professor de direito comercial da USP. )

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02. (UEM - Vestibular de Verão/2012) – Na sua opinião, a influência dos pais pode ser positiva ou negativa na
escolha profissional dos filhos? Tendo como apoio os textos 1 e 2, responda a essa questão polêmica, produzindo um
ARTIGO DE OPINIÃO, com no mínimo 10 e no máximo 15 linhas. Você deverá dar um título ao seu artigo. Para orientar
sua produção, considere que seu texto será publicado em um jornal de circulação local, cujos leitores podem ter uma
opinião diversa da sua, ou podem não ter ainda uma opinião formada sobre a questão em pauta.

TEXTO 1
INFLUÊNCIA DOS PAIS NA HORA DA ESCOLHA
Stefanie Archilli

Para a coordenadora do curso de Pedagogia do Isca Faculdades, Alessandra Pascotto, os adolescentes precisam
de um direcionamento saudável, sem a imposição dos pais.
A influência deve ser vista como uma orientação, segundo Alessandra. A pedagoga explicou que o adolescente
não tem condição de fazer essa escolha sozinho, por isso precisa da ajuda dos pais, familiares e amigos. “Eles são muito
jovens e precisam de um direcionamento. Os pais podem levá-los para fazer um teste vocacional, para conhecer uma
pessoa que é formada na área que escolheram e até visitar a faculdade e conversar com os professores”.
(...)
Tão naturalmente como foi a escolha de Vitória Pinatto, 18 anos, que está estudando para passar no curso de
Administração de Empresas. “Meus pais me influenciaram de forma indireta. Minha mãe tem uma loja e meu pai trabalha
em uma empresa. Vendo o contato deles com a área de administração, acabei optando por fazer uma faculdade nessa
área. Me espelho muito neles”.

TEXTO 2
A 1ª ESCOLHA PROFISSIONAL DO ADOLESCENTE: QUEM INFLUENCIA?
Anaí Auada

Quem tem um adolescente em casa sabe, sente na pele a pressão e a ansiedade do momento da primeira escolha
profissional.
(...)
Esse momento é inegavelmente tenso.
(...)
Desafia cada membro da família a pensar alternativas, buscar seus próprios sonhos, tentar resgatar aquele desejo
de realizar algo que não foi possível até então. Desde o clássico exemplo de pais sedentos por realizar seus anseios através
do filho até o envolvimento de avós, tios, irmãos, primos e amigos de convivência próxima à família.
O jovem é visto como um papel em branco, pronto para receber qualquer história, seja para salvar aquele projeto
que não teve sua chance no passado como para confirmar as próprias escolhas realizadas, devendo, portanto, ser
repetidas.
(...)
O risco de o jovem ser direcionado é decidir a partir de expectativas de outras pessoas (no caso, os pais), e não
de seus próprios anseios. Por consequência, abre-se espaço à frustração, uma vez que as necessidades pessoais (do
adolescente) não foram consideradas.

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03. Com base na leitura dos textos e das imagens, redija um texto do gênero Artigo de Opinião, do tipo dissertativo-
argumentativo, sobre o tema: O trabalho do menor no Brasil: como enfrentar esse desafio nacional?

Texto 01
A FABRICAÇÃO DO MENOR NO TRABALHO

As famílias pobres e exploradas buscam sobreviver, na desigualdade, através do trabalho. O trabalho da criança
e dos adolescentes constitui um dos recursos que as famílias pobres utilizam para aumentar sua renda, e como mecanismo
social para enfrentar emergências e situações de agravamento da subsistência. Isto acontece, por exemplo, em casos de
invalidez, acidente, separação, desemprego e doença. Estas situações devem ser entendidas não como resultantes de
dramas ou histórias isoladas e individuais das famílias pobres, mas como parte da história social da exploração.
Nas regiões predominantemente rurais o trabalho de menores é um fator de expansão da produção. No caso de
fronteiras agrícolas há condições do menor prover, quando adulto, a própria subsistência pela ocupação de novas terras.
A modernização da agricultura, pela introdução de novas tecnologias e do assalariamento no campo, vem
expulsando grandes contingentes de trabalhadores para as cidades, mudando a situação econômica, política e social da
forma de inserção da família no sistema de produção.
Na zona urbana há uma determinação de condições de produção próprias ao desenvolvimento urbano-industrial
e a uma economia direcionada para bens de consumo duráveis, que recruta um número relativamente reduzido de
trabalhadores pela alta tecnologia utilizada, combinada à expansão de serviços e de pequenas oficinas que sobrevivem na
periferia das grandes empresas.
Esta situação faz com que a família pobre se desarticule, levando, muitas vezes, o pai a ser uma espécie de
pioneiro na busca de trabalho, obrigando-o a longos períodos de separação do resto da família. Por determinações do
trabalho ocorre também um grande número de separações na família proletária, levando a mulher a ser chefe de família.
As mulheres ocupam 35,6% da população em atividade econômica. (...)
Verifica-se, pois, que a desagregação da família proletária é provocada por condições de vida, de trabalho e de
renda, bem como pela migração rural.
Nessas condições não basta à sobrevivência da família proletária o trabalho dos pais, o que obriga os filhos a
ingressarem muito cedo no mercado de trabalho.
(Vicente Ferreira, Humanidades, n. 12, fev./ abr. 1987. pp. 7 -8.)

Texto 02
MISÉRIA INFANTIL

No relatório apresentado em março de 95 na Cúpula sobre Desenvolvimento Social, em Copenhague, o governo


já reconhecera que 16% das crianças brasileiras entre 5 e 14 anos de idade trabalham. A novidade do estudo da
Organização Internacional do Trabalho divulgado esta semana é que, com esse espantoso índice uma em cada seis
crianças trabalha -, o Brasil só não está em pior situação do que cinco outros países.
Os casos mais graves, ignominiosos, são os de trabalho insalubre - crianças em longas jornadas em olarias,
como no Piauí, ou em produções de gesso e carvão no Nordeste, intoxicando-se com tais materiais.
A atividade precoce na lavoura, ainda que nos casos de agricultura familiar pareça menos atroz, não deixa de
ser uma grave chaga social. Essa situação explica em grande medida o analfabetismo e o baixo grau de instrução dessas

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populações. São crianças que não freqüentam normalmente a escola e que, dependendo da idade e do tipo de esforço a
que estão submetidas, podem ver prejudicado também seu desenvolvimento físico.
Apesar do inegável mérito de alguns projetos específicos, está claro que somente medidas gerais e de grande
fôlego, como os programas de renda mínima, são capazes de reduzir essa exploração infantil.
Afinal, enquanto persistir uma realidade econômica impelindo as famílias pobres a submeter suas crianças ao
trabalho, dificilmente o poder público eliminará tais práticas só com a repressão. A renda mínima vinculada à
assiduidade escolar é um projeto extremamente promissor, pois força a escolarização e ajuda a combater a miséria. Em
Brasília, o programa praticamente eliminou o abandono escolar, que caiu a 0,2% (contra índices da ordem de 6% até
94).
O combate ao trabalho infantil pode ser feito. Trata-se de conferir-lhe a devida prioridade.
(Folha de 5. Paulo, 17 nov. 1996.)

Texto 03

Os números do trabalho infantil no Brasil


Mais de 5 milhões de jovens entre 5 e 17 anos de idade trabalham no Brasil, segundo pesquisa recente do IBGE, apesar
de a lei estabelecer 16 anos como a idade mínima para o ingresso no mercado de trabalho.

Jovens com 14 anos podem trabalhar no Brasil?


Não. Até o ano de 1998, a idade mínima para o ingresso no mercado de trabalho era de 14 anos, mas ela foi alterada para
16 anos. Crianças com 14 anos podem, apenas, ingressar em programas de aprendizes. As menores de 14 anos, nem isso.

A partir dos 16 anos o trabalho está legalizado?


Nem todo o tipo de trabalho. A Constituição brasileira determina que menores de 18 anos não podem trabalhar em horário
noturno (das 22h00 às 05h00) e em uma série de trabalhos considerados perigosos, ou em ambientes insalubres, como o
corte de cana, por exemplo, ou o lixão.

Se a criança estiver na escola, ela pode trabalhar meio expediente?


Não. A lei brasileira é bastante clara. Até os 16 anos de idade, nenhuma criança pode trabalhar.

Existe algum trabalho que não seja prejudicial à criança?


Segundo a OIT, o Unicef e demais organismos internacionais, não. As crianças de até 14 anos de idade devem se dedicar
exclusivamente à escola. A Constituição brasileira também garante às crianças o direito à educação, a brincadeiras e à
proteção, além do convívio familiar e comunitário. O Estado, a família e a sociedade civil são responsáveis por garantir
esses direitos.

Click nos links abaixo e leia outros textos sobre o assunto abordado.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2003/030428_tperguntas.shtml
http://www.bbc.co.uk/portuguese/especial/1911_numeros/index.shtml
http://www.pime.org.br/noticias.inc.php?&id_noticia=5420&id_sessao=2

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