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1) Dissertar nada mais é do que exprimir sua opinião sobre determinado TEMA.
2) Para dissertar, é necessário que você tenha em mente uma TESE, por exemplo, se você dissertar
sobre o tema “aumento da violência nas escolas”, você deve pensar – primeiro – qual a sua opinião
sobre este assunto: esta é a sua TESE.
3) Para sustentar a TESE, você deve ARGUMENTAR. Por exemplo, pense nos motivos pelo qual você
acredita que tenha corroborado para o aumento da violência. Você pode levar em consideração seus
conhecimentos, ou fazer-se valer do texto motivador para sustentar a tese, ou mesmo se valer de
dados científicos, estatísticas, exemplos (verdadeiros) para comprovar que não só você pensa assim,
mas que existem entidades reconhecidas que também colaboram com este pensamento. A esse
recurso, damos o nome de ARGUMENTO DE AUTORIDADE. Só cuidado: não faça cópias literais do
texto motivador. Procure sempre parafrasear o que está escrito.
4) Nem sempre as dissertações necessitam de uma “solução” para a problemática apresentada, mas
estes tipos de textos devem apresentar, obrigatoriamente, um fechamento que “converse” com o
primeiro parágrafo – abrangendo a totalidade do que foi escrito. Nem tudo neste mundo tem solução.
COMO FAZER?
Existem várias formas de se fazer uma dissertação, explicarei duas técnicas para proceder a escrita desse
tipo de texto:
MODELO UFPR
Quantos parágrafos: geralmente dois pelo número de linhas propostas. Pode ser que a banca solicite
também um número determinado de paragrafação.
Organização:
Primeiro parágrafo: faça uma breve apresentação sobre o que você vai dissertar. Por exemplo, sobre
“aumento da violência nas escolas”, você pode começar explicando o porquê de a violência ter aumentado.
Neste parágrafo deve deixar claro qual a tese que você vai defender.
E/OU
Atender ao comando textual da UFPR: geralmente, ela seleciona textos que têm função antagônica e como
comando, a banca pede que o escritor faça uma comparação entre os dois textos. Neste caso, é necessário
que você retome conceitos do gênero resumo, pois ele será necessário para construir este primeiro
parágrafo.
Segundo parágrafo: Comece a sustentar sua tese. Quais os motivos que o fazem crer que você tem a razão
sobre este assunto: estatísticas, pesquisas, a experiência que você observou ao longo do tempo?
Fechamento: retomar o que foi escrito (de modo resumido) e proceder para uma “solução” para a
problemática apresentada ou atentar para o comando textual.
IMPORTANTE:
É importante que você tenha em mente como usar os operadores argumentativos dentro deste tipo textual.
São eles que garantirão a amarração do seu texto como um todo, fazendo com que ele tenha mais fluidez e
coerência.
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A web já faz parte do cotidiano de pesquisadores, editoras e instituições científicas. Publicamos e lemos
periódicos on-line, e utilizamos plataformas da web social (Twitter, Facebook, blogues, YouTube etc.) para
divulgar nossos trabalhos, fazer contatos, encontrar novos colaboradores… Nossas produções e resultados
de pesquisa também circulam no ambiente on-line, recebendo curtidas e comentários, sinalizando um
interesse que, até pouco tempo atrás, era muito mais difícil de acompanhar. O padrão ouro da avaliação dos
artigos científicos até a década passada era a citação. Diante da possibilidade de se ver e monitorar todo
esse diálogo da ciência em ação na internet, não seria interessante considerar essa uma nova forma de
medir os impactos da ciência?
Quando olhamos para as citações que um artigo recebeu, estamos considerando um grupo relativamente
limitado de pessoas que o usaram: aquele grupo que se interessou, leu e utilizou aquele texto para construir
e publicar o seu próprio trabalho. Esse grupo com certeza é muito importante – afinal, é assim que se faz
ciência, com pesquisadores usando trabalhos de outros pesquisadores para construir conhecimento novo.
Mas a citação não é o único uso que um artigo científico pode ter. Estudantes leem artigos como parte da
sua formação profissional. Profissionais leem artigos para ficar em dia com novas tendências da área e para
resolver questões específicas, como definir um diagnóstico médico. Pacientes, gestores, ativistas, amadores,
wikipedistas, curiosos, muita gente pode se interessar pela literatura científica, pelos mais diversos motivos.
Hoje, nas redes sociais, encontramos traços desses interesses por artigos científicos e pela ciência. O
biólogo compartilha seu artigo novo no Facebook. A astrônoma explica sua pesquisa em um vídeo no
YouTube. A cientista social escreve uma sequência no Twitter mostrando com o que a pesquisa acadêmica
pode contribuir para a sociedade... São atos que não necessariamente geram citações, mas demonstram
que a utilidade da ciência não se resume ao que é publicado formalmente em periódicos consagrados.
As métricas dessa disseminação de trabalhos científicos nas redes sociais, que chamamos altmetrias
(do inglês altmetrics, encurtamento da expressão alternative metrics – métricas alternativas, em português),
vão aos poucos se incorporando ao nosso cotidiano. Em alguns periódicos e repositórios, encontramos, junto
aos dados de download, informações sobre quantas vezes o arquivo foi compartilhado. Para alguns, as
altmetrias podem ser indicadores do impacto social da ciência, algo importante para a sociedade que quer e
deve acompanhar o que se faz com os recursos públicos investidos em ciência.
Mas quais seriam essas métricas? Podemos lançar o olhar para a disseminação dos conteúdos em tuítes
e posts de divulgação, ver a interação dos usuários a partir desses posts (as tais curtidas e reações do
Facebook e corações do Twitter), os downloads dos artigos e sua incorporação em gestores de referência
como o Mendeley e a geração de conteúdo a partir do uso dos artigos em documentos como blogues, sites
e Wikipedia. Podemos avaliar quantitativamente as diferentes reações (no caso do Facebook), redes de
relações e compartilhamentos dos usuários, ler os comentários e respostas, enfim, ver todo esse processo
que vai da divulgação científica ao diálogo entre pares, em um olhar sobre a ciência e sua disseminação e
comunicação.
Outro ponto importante é reconhecer os diferentes níveis de engajamento representados por cada ato
nas redes sociais. Um clique no botão ‘curtir’, por exemplo, é um tipo de engajamento superficial, que pode
ser uma demonstração de interesse mas demanda pouco esforço do usuário. Se queremos transformar os
tais polegares e corações em indicadores, eles precisam estar refletindo mais do que mera repercussão viral
e ir mais fundo.
(Fábio Castro Gouveia (Fundação Oswaldo Cruz) e Iara Vidal Pereira de Souza (UFRJ). Revista Ciência
Hoje, edição 348, outubro de 2018. Disponível em: <http://cienciahoje.org.br/artigo/a-ciencia-compartilhada-
na-rede>. Adaptado.)
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Com base nessa leitura, escreva um texto argumentativo sobre a relação entre ciência e redes
sociais, procurando dar uma resposta à questão que se levanta no primeiro parágrafo: não seria
interessante considerar a altmetria uma nova forma de medir os impactos da ciência?
Seu texto deverá:
- contextualizar o tema;
- conter um posicionamento, com as devidas justificativas, acerca do uso da altmetria para
avaliar os impactos da ciência;
- identificar e opor pontos positivos e pontos negativos do uso da altmetria;
- apresentar os elementos formais e discursivos característicos de um texto argumentativo;
- ter no mínimo 10 e no máximo 12 linhas.
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EXEMPLO REAL
NOTA: 16,667/20
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Mais do que isso: há enorme perigo em não perceber que essas posições extremas não são o único
caminho para se orientar a sociedade mais para a esquerda ou mais para a direita, isto é, operando
mudanças sociais a fim de buscar melhorias para a qualidade de vida da maioria (movimento à esquerda) ou
focando em coibir mudanças sociais a fim de preservar o funcionamento atual da sociedade (movimento à
direita). Há que se notar ainda que os dois movimentos podem ser feitos ao mesmo tempo, para áreas
diferentes de nossa sociedade, preservando as leis e tradições que são frutuosas, mas dando espaço para
mudanças nos pontos em que elas são necessárias.
Quando digo vida política, claro, não me refiro apenas à política como o exercício de cargos
governamentais; refiro-me à vida do ser humano como organismo político, isto é, um organismo partícipe de
uma πόλις (pólis), ou seja, um πολίτης (polítēs), um membro de uma sociedade humana organizada.
Por democracia próspera e saudável, defino uma sociedade não perfeita, mas em que há o bastante
para todos de forma mais ou menos semelhante, a ponto de não haver necessidade para uma revolução,
mas, ao mesmo tempo, a ponto de ainda haver (como talvez sempre haja) questões sociais e/ou econômicas
a serem resolvidas. Antes de estar pensando em um exemplo real, penso aqui em um ideal do qual as
diferentes sociedades humanas se aproximam mais ou menos.
(Adaptado de Leonardo Antunes. Disponível em: <http://www.jornalja.com.br/esquerda-direita-ou-centro/>.
Acesso em 06/07/2016.)
Segundo o autor, o maior acesso à informação modificou a participação das pessoas no debate a
respeito de política. Escreva um texto explicitando como o autor caracteriza o cenário atual no
tocante a essa participação e, com base na distinção que ele faz entre os diferentes
posicionamentos políticos, defina em qual deles você se enquadra.
O seu texto deve:
- ter de 10 a 12 linhas;
- definir sua posição atendo-se aos elementos apresentados no texto-base;
- justificar a posição assumida por você.
IMPORTANTE: Você será avaliado pela consistência dos argumentos escolhidos e pela clareza e
organização de seu texto, NÃO pela posição que tomar.
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Epistocracia (ou epistemocracia, como também aparece citado em trabalhos acadêmicos no Brasil), é um
conceito de sistema político baseado na ideia de epistem. O termo foi usado por Platão na filosofia grega,
no século 4º a.C., para se referir ao “conhecimento verdadeiro”, em oposição à opinião infundada, sem
reflexão.
Por esse sistema, o poder político não deveria ser distribuído igualmente a todos os cidadãos, em
contraposição à democracia, mas sim estas nas mãos das pessoas sábias.
(Fonte: <http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2016/11/1829957>)
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Tendo como ponto de partida as impressões do estudante inglês Adam Smith sobre o Brasil,
formule uma resposta para a seguinte questão:
Existe uma solução para o complexo de vira-lata dos brasileiros?
Seu texto deve:
- fazer referência ao texto, retomando seus argumentos;
- apresentar, com clareza e autonomia, uma resposta à pergunta acima, justificando-a;
- ter de 6 a 8 linhas.
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Texto 1:
Sem Tempo para as Palavras
O tempo da comunicação por e-mails e mensagens de texto pode, em breve, ficar tão ultrapassado
quanto o das cartas manuscritas enviadas pelo correio tradicional ou o das conversas ao telefone. E o longo
post de 140 caracteres no Twitter? Esqueça! Estamos nos aproximando do dia em que tudo será dito com
imagens, segundo o New York Times. “As fotos estão rapidamente se convertendo em um tipo de diálogo
inteiramente novo”, escreveu Nick Bilton no jornal. “A turma de vanguarda está descobrindo que se comunicar
com uma simples imagem, quer seja uma foto do que vai haver para o jantar ou uma imagem de uma placa
de rua indicando ao amigo ‘Ei, estou esperando por você aqui’, é mais fácil que se dar ao trabalho de usar
as palavras.”
No passado, álbuns de fotos de família ocupavam espaço em estantes, repletos de imagens de
casamentos, formaturas, férias memoráveis e poses desajeitadas em volta da árvore de Natal. Agora, com o
clicar de um botão, podemos postar uma foto online, poupando-nos do trabalho de usar nossos dedos ou de
digitar com os polegares num teclado pequeno. “Este é um momento divisor de águas. Estamos nos
afastando da fotografia como maneira de registrar ou armazenar um momento passado e convertendo-a num
meio de comunicação”, disse ao NYT Robin Kelsey, professor de fotografia da Universidade de Harvard. [...]
(Tom Brady, Observatório da Imprensa, 23/07/2013.)
Texto 2
Procura da Poesia
[...]
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consume
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio.
Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema. Aceita-o
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
no espaço.
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?
[...]
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Antologia poética. 8a ed. Rio de Janeiro, José Olympio, 1975. p. 175-
177)
Confronte os textos 1 e 2 e dê sua opinião sobre a utilização da palavra escrita: que prognósticos
podemos fazer quanto ao seu uso na comunicação e na vida em geral?
Seu texto deve:
- Apresentar uma opinião clara sobre o assunto e argumentos para sustentá-la, pautados nos textos;
- Ter entre 10 e 12 linhas.
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Foram considerados INSUFICIENTES os textos que não atenderam minimamente à proposta, como os
casos em que o candidato não apresentou sugestão de mudanças, restringindo-se a comentar a proposta
do Ministro ou a apontar as mazelas da educação de modo geral.
O domínio da linguagem formal foi critério para elevar ou diminuir a pontuação em cada uma das faixas
descritas, em alguns casos determinando a mudança de faixa. Pontuação adequada, estruturas sintáticas
que favoreceram a leitura e vocabulário apropriado foram elementos considerados para se validar a nota a
ser alcançada pela aplicação dos critérios com que foi analisado o conteúdo de cada texto.
TEXTO 1: Relato do historiador romano Tácito (XIV, 17) de um incidente ocorrido em 59 d.C.
Um incidente sem importância provocou uma horrível matança entre os colonos de Nucéria e Pompeia.
Aconteceu durante um combate de gladiadores oferecido por Livônio Régulo. Como ocorre comumente em
pequenas cidades, trocaram-se insultos, em seguida, pedras, chegando-se, por fim, às espadas. A plebe de
Pompeia, onde se realizava o espetáculo, levou a melhor. Muitos nucerianos, feridos e mutilados, eram levados
para sua cidade. Muitos choravam a morte de um filho ou um pai. O príncipe (Nero) instruiu o Senado para
investigar o caso. O Senado deixou-o a cargo dos cônsules. Quando recebeu as informações, o Senado proibiu,
por dez anos, a realização, por parte de Pompeia, de reuniões daquele tipo (jogos de gladiadores), e as
associações legais (torcidas organizadas) foram dissolvidas. Livônio e seus cúmplices na desordem foram
exilados.
Casos de violência no esporte e brigas entre torcidas, como os relatados nos textos 1 e 2, são
notícias recorrentes na atualidade. Diante dessas ocorrências, você concorda com a opinião de
Nelson Rodrigues? Apresente seu ponto de vista em um texto, atendendo às seguintes
recomendações:
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A sociedade deve impor limites à autodestruição de um ser humano? Num texto de 10 a 12 linhas,
discuta essa questão, ponderando a respeito da descriminalização das drogas. Seu texto deverá
levar em consideração a argumentação de Coutinho.
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