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Mas um negócio social não é totalmente diferente de uma empresa tradicional. Assim
como qualquer outro modelo de negócio, ele também precisa gerar lucro. Entretanto,
apesar de utilizarem mecanismos de mercado para sobreviver, Yunus defende que
investidores não devem obter lucro de negócios sociais, apenas recuperar
investimentos. Todo o lucro gerado deve ser reinvestido na própria empresa.
A Yunus Social Business oferece um teste rápido para você entender se sua ideia ou
negócio é social:
Outro ponto importante é o que não se trata de negócio social. ONGs, por exemplo,
não são consideradas negócios sociais, já que não têm fins lucrativos. Além disso, não
basta oferecer produtos para pessoas com menos recursos para ser uma empresa
social. É necessário transformar vidas e mudar a realidade das sociedades.
Não depende de doações, como as ONGs, mas cria um ciclo que aumenta o
impacto positivo e gera renda para quem realiza o trabalho.
É um desafio instigante: combina o dinamismo, a eficiência, a inovação de
negócios tradicionais e a consciência social.
Com significado e propósito, é motivador e liberta o potencial criativo dos seres
humanos.
O capital e o esforço investidos, resultando em lucro, podem ser aplicados em
outros negócios sociais, aumentando o ciclo de impacto positivo.
Viu só como pode ser uma ótima ideia? Entenda abaixo como esses negócios
alcançam o lucro e confira alguns exemplos pelo mundo.
Compensação cruzada
Emprego e treinamento
Intermediário de mercado
Conector de mercado
Apoio independente
Cooperativa
Negócios dos próprios membros, que também utilizam os serviços. Exemplo: O-Net –
servidor de internet existente em comunidades pequenas para uso de seus moradores.
O que realmente é: organizações (que podem ser do terceiro setor, LTDAs, SAs) que
têm, como atividade fim, gerar impacto social (para comunidades vulneráveis, de baixa
renda, com graves problemas sociais etc) e, paralelamente, possuem atividades que
geram receita que permitem sua sustentabilidade a curto, médio e longo prazo.
“Quando você define o Negócio Social você está olhando simultaneamente para esses
dois pontos: a necessidade de impacto social como atividade central e a geração de
receita para auto sustento. Isso é o que difere o Negócio Social das organizações de
terceiro setor tradicionais”, diz Tania Vidigal Limeira, professora de Empreendedorismo
Social na EAESP-FGV. Caso o negócio social seja uma empresa (LTDA ou SA) há
uma subdivisão: as que distribuem lucros e as que não distribuem lucros. Isso
determina, segundo Henrique Bussacos, co-fundador do Impact Hub, rede de inovação
social e comunidade global de empreendedores de impacto, duas visões dentro do
conceito de Negócios Sociais. “Uma visão, defendida por Muhammed Yunus, fundador
do Grameen Bank, é a de que os Negócios Sociais não deveriam distribuir dividendos
para os investidores. A visão contrária acredita que a distribuição de dividendos
consegue atrair mais capital para ampliar sua escala. Atualmente, também chamam
esse segundo modelo de negócio de impacto ou negócio de impacto social”, diz
Bussacos.
Em tempo: Negócio Social ou negócio de impacto social são termos utilizados para
definir organizações. Já investimento de impacto ou investimento de impacto social são
termos utilizados para definir o tipo de investimento que é realizado nas empresas
classificadas como negócios sociais ou negócios de impacto social.
Quem inventou: Não existe um inventor para o conceito mas, segundo Bussacos, foi
Muhammed Yunus quem cunhou o termo Negócios Sociais. “É importante enfatizar que
ele reflete a busca de uma geração que começou a querer integrar negócios e impacto
na mesma organização. Nomes diferentes foram dados para esse tipo de organização
e um deles foi Negócios Sociais”, afirma.
Para que serve: De acordo Limeira, da FGV, a razão de existência dos negócios
sociais é gerar impacto social, ou seja, atender à demandas de uma camada da
população que não tem suas necessidades atendidas pelos negócios tradicionais. “Os
negócios sociais criam produtos e serviços para que segmentos como comunidades de
baixa renda, pessoas excluídas socialmente (como drogados, ex-prisioneiros,
prostitutas) e até segmentos que não são excluídos mas não são amparados, como os
deficientes que não conseguem emprego, superem sua vulnerabilidade”, diz. Os
Negócios Sociais também podem complementar o trabalho de organizações sociais.
Henrique Bussacos diz que alguns desafios sociais e ambientais podem ser melhor
resolvidos por modelos de negócios lucrativos, outros precisam da liderança de
organizações da sociedade civil e do governo. “Além disso, eles acabam influenciando
o jeito de fazer negócios das grandes empresas que começam a repensar seus
modelos de negócio”, fala.
Quem usa: A maioria dos Negócios Sociais sobrevive da venda de produtos e serviços
básicos (saúde, educação, moradia e serviços financeiros) para a população de baixa
renda, classes C e D. “Há também Negócios Sociais que atendem à população em
geral. Estes, com frequência dão grande peso ao propósito da organização e veem a
lucratividade como forma de ampliar seu impacto”, diz Bussacos.
Quem é contra: Limeira acredita não haver quem seja contra os Negócios Sociais
mas, sim, que essas empresas enfrentam dificuldades ainda maiores para obter
financiamento (público ou de bancos). “Geralmente as empresas financiadoras não têm
interesse em investir nesse tipo de negócio porque ele não visa o lucro como primeiro
objetivo, é apenas recorrente da atividade. Há muita dificuldade de acesso a
financiamento”, diz.
Os “negócios sociais” começam a se consolidar como uma opção para quem quer
empreender e, ao mesmo tempo, gerar impacto social. “É usar o potencial
empreendedor para resolver questões de qualidade de vida de populações mais
vulneráveis”, explica Maure Pessanha, diretora executiva do Centro de Formações em
Negócios Sociais da Artemisia, aceleradora de negócios sociais.
Confira a seguir algumas dicas dos especialistas para criar um negócio social:
Pesquise o público-alvo
Para ser relevante, um negócio social precisa atender às necessidades reais do seu
público. Isso exige um contato muito próximo com os consumidores dos produtos e
serviços a serem oferecidos.
Não presuma que uma demanda existe – busque verificar através de pesquisas e
contatos constantes com os usuários exatamente o que eles querem. “É preciso
entender muito bem do problema para poder traçar a estratégia de trás para a frente.
Quanto o cliente está disposto a pagar pelo produto? Que tipo de meio de pagamento
ele tem à disposição? É respondendo a essas perguntas que você poderá chegar a
uma oferta ideal”, detalha Brito.
Ao lidar com um público de menor patamar de renda, um erro fatal é ter uma postura
paternalista ou condescendente. Como em qualquer negócio, o consumidor deve vir
em primeiro lugar. “É preciso deixar a arrogância de lado e ouvir o que o cliente tem a
dizer”, ele acrescenta.
Não há um consenso a respeito da constituição jurídica ideal para este tipo de negócio.
Muitos nascem a partir de iniciativas de ONGs que precisam de recursos para se
autofinanciar. Mas, cada vez mais, tornam-se comuns projetos que já nascem como
negócios sociais. Neste caso, é importante pensar desde o início em um modelo que
permita que o negócio seja autossustentável – se não a curto prazo, pelo menos em
um futuro não muito distante.
“O capital inicial para começar um negócio pode vir de várias fontes, inclusive doações.
O que não pode acontecer é contar doação como faturamento, isso é uma ilusão. No
longo prazo, é preciso gerar receita”, destaca Maure. Os modelos de negócios são
variados. Algumas empresas faturam com a venda dos próprios produtos e serviços
oferecidos. Em outros casos, treinamentos e consultoria podem entrar como uma fonte
de receita para sustentar um atendimento gratuito ao público.
Como qualquer negócio que almeja o sucesso, um negócio social deve ter um plano de
negócios, o documento que vai detalhar e traduzir em números qual será a oferta da
empresa, o mercado em que ela vai atuar, seus concorrentes e projeções de ganhos e
gastos potenciais. “O negócio social tem que ser, antes de tudo, um bom negócio,
muito bem estruturado e administrado”, destaca Maure. Além de ajudar na hora de
buscar recursos, este documento será útil na gestão do dia-a-dia do negócio.
Conduza um piloto
Busque recursos
Um negócio social algumas vezes leva mais tempo para decolar que um negócio
tradicional, por isso é fundamental que o empreendedor acredite muito na ideia e tenha
persistência. “É importante ter uma visão, uma consciência do impacto do negócio”, diz
Maure. Embora, no longo prazo, a remuneração de um executivo responsável por um
negócio social possa se equiparar aos valores de mercado, assim como em qualquer
empreendimento, e empreendedor terá que apertar o cinto até que o negócio se
consolide. “Mesmo negócios tradicionais levam anos para ter escala. É preciso ter
paciência”, aconselha Britto. “A boa notícia é que até o investidor está disposto a
esperar mais e ganhar menos, porque investe pelo impacto social”, conclui.
BIBLIOGRAFICA
https://www.yunusnegociossociais.com/o-que-so-negcios-sociais
https://pt.wikipedia.org/wiki/Empresa_social
https://www.napratica.org.br/negocio-social-voce-sabe-realmente-o-que-isso-quer-dizer/
https://exame.com/pme/como-criar-um-negocio-social/