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“AS NOVAS ECONOMIAS E NOVOS MODELOS DE ORGANIZAÇÕES NO CONTEXTO DOS

APL (Arranjos Produtivos Locais)

OBJETIVO
Os objetivos deste projeto são compreender como as Novas Economias e os Novos
Modelos de Organizações no contexto dos Arranjos Produtivos Locais tem
desempenhado mudanças em nossa economia, e o quanto essa temática impacta em
nossa vida enquanto sociedade, analisando dados de pesquisas e artigos anteriores e
debatendo as perspectivas possíveis para a Gestão Empresarial dentro deste cenário.
INTRODUÇÃO
Diante de uma sociedade cujos relacionamentos e desejos se tornam cada vez mais
complexos, a ideia das APLs – Arranjos Produtivos Locais – se destaca mais a cada dia.
Por definição, APLs são concentrações de empresas e/ou empreendimentos
individuais, que atuam em atividades semelhantes ou correlatas e que, sob uma
estrutura comum de administração, mantêm vínculos de articulação, aprendizagem e
colaboração com outras entidades e também entre si.
O que explica a constante no crescimento das APLs e como eles estão modificando a
economia, são os diversos fatores benéficos para a sociedade em seu redor.
Proporcionando crescimento econômico e social na região em que se instala,
explorando os pontos fortes, fortalece e cria novos vínculos entre as empresas e
empreendedores locais, fomentando a economia e o empreendedorismo. Outro
ponto importante, a captação de mão de obra especializada, bem como a formação
profissionalizante para atender sua demanda operacional. A sinergia promove novas
oportunidades abrindo espaço para novos empreendimentos que complementem os
Arranjos Locais, tanto ao longo da cadeia de valor – de forma vertical – quanto como
formando parcerias com outros Arranjos, o que os torna mais competitivos, visto que
combina experiências e conhecimentos, divisão de custos e partilha dos lucros.

A metodologia adotada neste projeto será a de pesquisa bibliográfica e vídeos


indicados na plataforma AVA, além de bibliografias e vídeos correlatos ao assunto
norteador.

As sociedades humanas já viveram momentos de mudanças significativas no passado,


sendo algumas geradas por novas crenças religiosas ou novas ideias filosóficas. Outras
mudanças foram promovidas por inventos, tais como, a máquina a vapor, o
automóvel, o rádio, a televisão, o computador e a internet. Cada um destes inventos,
geraram mudanças bruscas, de valores, culturais e, por quê não dizer, de paradigmas.
Estas mudanças, gerando impactos na sociedade, são denominadas de disruptivas,
uma vez que causam rupturas no curso “normal” da mesma. Atualmente, em função
da tecnologia e, principalmente, dos smartphones, verdadeiros computadores de
bolso com alto poder de processamento, as pessoas encontram novos meios de fazer
negócios mediante o uso de aplicativos, cada vez mais específicos. Desta forma, a cada
novo aplicativo, novas formas de negociar, produtos e serviços surgem, fomentando
assim, essas novas economias, também conhecidas como disruptiva.
Outro fruto direto da tecnologia, a economia colaborativa, também conhecida como
economia compartilhada ou em rede, parte da premissa de que ativos e serviços
podem ser trocados entre pessoas. O paradigma do ter e acumular coisas, passa a ser
usufruir, viver uma experiência, sem, necessariamente, possuir ou acumular bens.
Como vimos acima, esta economia origina-se numa mudança comportamental
associada a aplicativos específicos, unindo pessoas que necessitam de alguma coisa ou
serviço de um lado a outras pessoas dispostas a compartilhar seus bens ou serviços do
outro lado, mediante valores previamente acordados. Bons exemplos desta economia
são os apps Airbnb e Uber.
À medida que novas tecnologias são utilizadas nas empresas, profissionais de várias
áreas se veem diante do desafio de buscar na criatividade, novas soluções ou novas
formas de fazer as coisas. Assim, uma nova economia nasce, conhecida como
economia criativa. Nesta economia, fatores criativos e inovadores, passam a ser os
agregadores de valor de produtos e serviços. A criatividade pode ser utilizada,
amplamente, nas áreas de entretenimento e lazer, no entanto, ela vai além,
envolvendo áreas diversas, como engenharia, arquitetura, design, cinema, rádio e
televisão e jornalismo.
Apesar de ser uma ideia bem antiga, uma vez que remonta aos primórdios da
revolução industrial, na Inglaterra do século 18, os objetivos do cooperativismo ainda
são os mesmos e podem ser aplicados ao momento atual. Quando, pessoas com
necessidades ou problemas em comum se unem com o objetivo de obter uma melhor
condição financeira, por meio da criação de uma cooperativa. Os problemas comuns,
podem ser, desde a solução de problemas relativos à produção, comercialização,
aquisição e consumo de bens e serviços, poupança e crédito, entre outros.
Uma cooperativa, basicamente, é uma empresa, que, diferente do modelo capitalista,
onde os donos do capital são os principais beneficiados do lucro ou dos resultados
gerados pela atividade econômica, cada cooperado é, dono, propriamente dito, do
negócio, sendo assim, o detentor legítimo do resultado gerado pelo negócio.
Importante destacar que o cooperativismo tem por base os princípios de livre adesão
voluntária; gestão baseada na democracia; participação econômica; autonomia e
independência; a educação, formação e informação de seus membros; a
intercooperação e o interesse pela comunidade.
Pode-se afirmar que o cooperativismo e o associativismo são bons exemplos de
economia solidária, uma vez que partem dos mesmos princípios sócio econômicos e
visam, através da organização comunitária, a geração de oportunidades em prol de
melhorias na sua condição econômica e inclusão social. Desta forma, os movimentos
de empreendedorismo social, que visam corrigir as injustiças sociais e econômicas em
nosso país ganham força e promovem o empoderamento de comunidades que antes
estavam à beira do desenvolvimento. Partindo de um problema diagnosticado,
identificasse uma oportunidade de negócio. Através do empreendedorismo social,
busca-se a criação de uma nova realidade, realidade essa pautada na democracia,
equidade social e sustentabilidade econômica e ambiental.

A sustentabilidade ambiental a cada dia assume um papel essencial na viabilidade de


continuidade dos negócios. Sendo um dos pilares do ESG, uma terminologia inglesa
que define para o mercado, o quanto as atividades da empresa são socialmente
responsáveis, ambientalmente sustentáveis e corretamente gerenciadas.

A preocupação ambiental é atualmente um fator muito importante em nosso planeta,


uma vez que boa parte dos países se uniram, através de vários tratados internacionais
(Kioto e Paris) em reduzir as emissões de gases de efeito estufa. As empresas, como
parte integrante da sociedade, têm sua parcela de responsabilidade nestas reduções.
Atualmente, empresas que não se enquadram como ambientalmente responsáveis,
não conseguem mais se enquadrar no mercado, diminuindo drasticamente suas
oportunidades de negócios. Diversos grupos investidores internacionais vetam, toda e
qualquer forma de negócios com pessoas e empresas que tenham algum tipo de
restrição ambiental.

De alguma forma, a preocupação ambiental e principalmente a responsabilidade


individual de promover equilíbrio, ampliou de alguma forma a visão para os negócios
slow (slow business). O conceito slow nasceu inicialmente no segmento alimentício,
mais precisamente na Itália e acabou migrando para quase todos os segmentos de
mercado. Na filosofia slow, a qualidade do produto ou serviço tem uma correlação
direta com os processos e com as pessoas nele empregadas. Os consumidores slow,
aceitam pagar um preço maior, pois entendem que estes produtos e serviços estão
comprometidos com seus valores pessoais. Apesar de usar o termo slow, que significa
lento em inglês, os profissionais neste segmento não perdem tempo em reconhecer
novas oportunidades e novos nichos de negócios.

Apesar das ¨novas economias¨ não apresentarem o mesmo paradigma, pode-se


afirmar que todas elas estão comprometidas de alguma forma com as questões sociais,
ambientais e de gestão, sem as quais, de alguma forma, acabam sofrendo algum tipo
de ¨boicote¨ por parte dos consumidores.

Quando utilizamos a ideia do novo, sem dúvida queremos destacar novas formas de
fazer e gerar riquezas. Quando pensamos no “velho”, vemos empresas ainda presas
em modelos de negócios com grandes estruturas hierárquicas, até mesmo
burocráticas, centralizadoras, muitas vezes sem oferecer espaço para opiniões de seus
colaboradores, onde ainda não se tem uma visão transparente de seus reais valores e
princípios éticos, onde seus colaboradores são coadjuvantes e não protagonistas
comprometidos com o desenvolvimento e crescimento do negócio, e somente a alta
diretoria participa da tomada de decisão. Por outro lado, o “novo” está baseado na
inovação contínua, na valorização do elemento humano, a estrutura organizacional é
extremamente achatada, com poucos ou sem escala hierárquica. As decisões são
tomadas de forma mais rápida por ser descentralizada e a inovação acaba sendo o
principal meio de preservação e continuidade do negócio. Por estar inserida num meio
extremamente competitivo e instável, os novos negócios precisam estar sempre
prontos para enfrentar a volatilidade do mercado.

As APL´s têm nos novos modelos de negócios inúmeros fatores positivos, seja pelos
aspectos de associativismo e promoção de melhorias sócio econômicas de
trabalhadores ou empresas associadas, seja na facilidade e agilidade oferecida pelas
novas tecnologias em busca de fornecedores e consumidores para seus produtos e
serviços.
CONCLUSÃO
Um cenário cada vez mais competitivos, onde empresas necessitam reinventar e
inovar com uma velocidade considerada assustadora para os padrões antigos, afim de
garantir um lugar estratégico no mercado, colabora diretamente para o surgimento de
novas formas de economia. Sejam elas inovadoras, onde os recursos tecnológicos se
fazem presentes de forma essencial, sejam elas modelos antigos, que unem povos com
interesses comuns a fim de cooperarem para o crescimento mútuo, ou até mesmo
aquelas que atuam atendendo as necessidades de uma parcela da sociedade,
oferecendo serviços exclusivos ou produtos de alta qualidade, com grande valor de
mercado agregado, essas empresas vem crescendo de forma positiva, gerando novas
frentes de trabalho, otimizando o uso de recursos e bens e colaborando para o avanço
de determinadas causas sociais.
No contexto das APL’s, se faz ainda mais urgente considerar a inovação – que é muito
mais do que ciência e tecnologia - como parte do processo de trabalho e crescimento,
já que traz crescimento, mudança e expansão, e também redução de custos após uma
análise mais profunda de como se trabalhar, fator que pode ser determinante para
sucesso dos novos Arranjos, e, portanto, se faz necessário para que haja a promoção
de conhecimentos, bem como geração de novas ideias.
Dessa forma, sabemos que o Cooperativismo nasceu de uma inovação, e a traz em seu
DNA de forma muito bem definida os ideais de colaboração, igualdade,
sustentabilidade e partilha, assim como todos os Arranjos conhecidos partilham desse
mesmo ideal. Cabe a nós, enquanto sociedade, apoiar esses novos modelos de
economia, para que cresçam de maneira a vencer e prosperar.

REFERÊNCIAS:

https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/bis/arranjo-produtivo-local-serie-
empreendimentos-coletivos,5980ce6326c0a410VgnVCM1000003b74010aRCRD
BARBALHO, Alexandre; UCHOA, Carolina do Vale Uchoa. Análise crítica dos
empreendedores sociais no Brasil: um referencial teórico-metodológico. Revista Novos
Rumos Sociológicos (NORUS),  vol. 7, nº 11, p. 484-506, Jan/Jul/2019. Disponível
em: https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/NORUS/article/view/17058 .
Acesso em: 12 set. 2022.

COSTA, Eduardo José Monteiro. da. Políticas Públicas e o Desenvolvimento de Arranjos


Produtivos Locais em Regiões Periféricas. 2017. Inclusão Social, 7(2). Recuperado
de https://revista.ibict.br/inclusao/article/view/3879.
BARBALHO, Alexandre; UCHOA, Carolina do Vale Uchoa. Empreendedorismo social
como campo em formação no Brasil: o papel das instituições Ashoka, Endeavor e
Artemisia. INTERAÇÕES, Campo Grande, MS, v. 20, n. 2, p. 421-433, abr./jun. 2019.
Disponível em: https://www.scielo.br/j/inter/a/dWf4jkLhxPpgqvTxcHhvPNr/?
format=pdf&lang=pt .
ELLEN MACARTHUR FOUNDATION. Economia Circular na América Latina e no Caribe:
uma visão compartilhada. Disponível em:
https://emf.thirdlight.com/link/5fhm4nyvnopb-e44rhq/@/preview/3
https://plantproject.com.br/2021/04/cooperacao-em-nome-da-inovacao/

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