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RESUMO
Hoje em dia vemos notícias de que novas empresas vem surgindo com ideias inovadoras
ou que consigam facilitar algum processo do dia a dia, estas empresas com ideias
disruptivas são conhecidas como Startups e com a evolução da tecnologia vem se
mostrando cada dia mais aparentes na sociedade, com isso em questão este trabalho visa
explicar qual a influência das startups no âmbito social e econômico nacional, para isso
foi realizada uma pesquisa de qualitativa de quesito exploratório com estudo de múltiplos
casos, com as empresas Aduana Web Soluções em Software S.A, Blinga e NDD. Como
resultado obtido com a pesquisa, foi o fato de que sim o mercado de startups tem uma
influência bem relevante tanto economicamente quanto socialmente no mercado nacional,
por serem rentáveis, por resolverem problemas, por ajudarem em algum processo dentro
da empresa, etc.
ABSTRACT
Nowadays we see news that new companies have come up with innovative ideas or that
they can facilitate some day to day process, these companies with disruptive ideas are
known as Startups and with the evolution of technology has become more and more
apparent in society, With this in mind, this paper aims to explain the influence of the
startups in the social and economic scope of the country. For this purpose, a qualitative
research was carried out with multiple cases, with Aduana Web Soluções em Software
SA, Blinga and NDD . As a result of the research, it was the fact that the startup market
has a very relevant influence both economically and socially in the domestic market,
because they are profitable, because they solve problems, because they help in some
process within the company, etc.
1 INTRODUÇÃO
No mundo competitivo do empreendedorismo de hoje em dia, os novos
investidores buscam a cada dia empresas que tenham ideias inovadoras com chance de
crescimento elevada gerando lucratividade rápida no contexto de mercado em que atuam.
O conceito de startup vem como o caminho para atrair de forma eficaz investidores para
os seus negócios. Segundo o SEBRAE (2015) startup é: “Empresas de pequeno porte,
recém-criadas ou ainda em fase de constituição, com atividades ligadas à pesquisa e
desenvolvimento de ideias inovadoras, cujos custos de manutenção sejam baixos e
ofereçam a possibilidade de rápida e consistente geração de lucros.”.
Ries (2011) define startup como uma entidade de pessoas com o objetivo de criar
produtos e serviços inovadores sob circunstâncias duvidosas. Startups estão diretamente
associadas às atividades específicas para o desenvolvimento de uma instituição:
investimento em funcionários criativos, coordenação de equipes e criação de uma cultura
organizacional que gera bons proveitos. Uma startup faz parte de uma ação em conjunto.
Ainda o autor explica que a criação de um produto inovador abrange a agregação de valor
em contato com um cliente e o impacto que o mesmo pode gerar, onde a inovação seja
um diferencial para a organização.
Pense dessa forma, em sua cidade surgem diversas startups que tem como foco o
turismo, ou seja focada no aluguel de quartos, a partir delas irão surgir novos modelos de
negócio que podem focar em mostrar quais locais podem ser visitados ou lugares para
diversão, nesse sentido imagina-se o impacto que esses negócios teriam na região, várias
pessoas viriam visitar pela comodidade e facilidade, com o aumento de turistas o setor
privado, como lojas, bares, restaurantes, lucraria de forma significativa. Esse aumento na
lucratividade tem-se pelo fato não só do aumento de pessoas, mas porque boas startups
podem gerar essa procura maior. A ideia é que em tudo que as startups se envolvem, por
serem negócios de impacto, acabam influenciando fortemente o ambiente, seja
socialmente ou economicamente.
Um estudo feito pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de
Empreendimentos Inovadores (Anprotec) em 2016, juntamente do Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), aponta que o faturamento de empresas
apoiadas por incubadoras já ultrapassa R$ 15 bilhões anuais, além de que o setor gera
53.280 empregos diretos, numa época de economia em recessão com o índice de
desemprego alto. As Startups têm grande potencial para influenciar o crescimento
econômico de uma região, através do mercado de tecnologia da informação – TI. Um
grande exemplo disso é a história recente da Irlanda, que se tornou um polo mundial de
informática e afastou o fantasma da crise econômica, por desenvolver uma política de
atração de empresas desse segmento (BRYANT, 2011).
Diante do exposto, as Startups têm um forte impacto na economia de um país, mas
também pode impactar na vida social da comunidade, uma startup pode ajudar a conhecer
pessoas, pode ajudar a encontrar pessoas dispostas a investir em algum serviço seu,
encontrar lugares para visitar, ajudar uma pessoa com deficiência a utilizar a tecnologia,
etc. O mundo evoluiu a um ponto em que tudo está conectado, o que ajuda na hora de
desenvolver uma solução que englobe esses quesitos e que ajude as pessoas socialmente,
bem como gere lucro.
Pensando nesses fatores, esse trabalho visará entender como que as Startups de TI
podem influenciar a vida das pessoas, seja socialmente falando, ajudando elas a encontrar
gostos semelhantes ou permitir a um deficiente se comunicar, por exemplo, ou
economicamente, ajudando uma região a crescer e aos jovens que não encontram lugar
no mercado de trabalho a ter uma oportunidade de negócio.
Este artigo está estruturado da seguinte forma: a seção 2 irá abordar a revisão da
literatura sobre o ambiente econômico, ambiente social, tecnologia da informação e
Startups. Na seção 3, os procedimentos metodológicos adotados. Na seção 4 os casos são
apresentados, na 5 os dados analisados e os resultados são discutidos e por fim na seção
6 a conclusão sobre o estudo apresentado.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Neste capitulo serão abordados os aspectos relacionados ao ambiente social e
econômico (2.1), tecnologia da informação (2.2) e por fim Startups (2.3).
2.1 AMBIENTE SOCIAL E ECONÔMICO
Economia pode ser comumente definida como a ciência da escolha, em que se
entende escolha como a seleção de um curso de ação dentre um leque de opções, com
base no balanço entre custos e benefícios (ARGYRIS; COOPER, 2010).
O capitalismo moderno, tipo de economia dominante no mundo ocidental,
funciona de maneira similar às leis que governam a gravidade, descobertas por Isaac
Newton (RIFKIN, 2015). Exatamente como na natureza, onde para toda ação existe uma
reação em mesma intensidade e direção oposta; no mercado a relação oferta e demanda é
equalizada autorregulando o mercado. Se a demanda do consumidor por produtos e
serviços sobe, comerciantes de bens e serviços irão subir o preço em resposta. Quando o
preço dos comerciantes for alto demais, a demanda irá baixar, forçando comerciantes a
baixar os preços (RIFKIN, 2015).
O fato de o mundo estar em constante mudança e que o paradigma atual passou
por inúmeras descobertas, científicas e não científicas, ao longo dos anos, séculos e
milênios, o homem se depara hoje com uma situação na qual recursos naturais estão
acabando e uma mudança nos hábitos de consumo e de se fazer negócio, assim como a
conjuntura econômica global, estão passando por um momento bastante delicado e de
inevitável evolução (GANSKY, 2010).
O termo negócios sociais surgiu a partir de Muhammad Yunus, professor de
economia, ganhador do prêmio Nobel da Paz em 2006, sendo conceituado como:
[...] um empreendimento concebido para resolver um problema social, deve ser
autossustentável, ou seja, gerar renda suficiente para cobrir suas próprias
despesas. Depois de cobertos os custos e o investimento, toda a receita
excedente é reinvestida no negócio social para expansão e melhorias. [...] o
retorno do valor investido é devolvido sem juros ou correções. (Yunus, 2010,
p. 10).
De acordo com Wilson e Post (2013, p. 730), um negócio social busca fundir a
criação de valor social e a criação de valor econômico em uma mesma estrutura
organizacional. É possível acrescentar ainda, segundo Sardana (2013), que a geração de
valor social se estende não somente ao consumidor final, mas a todas as partes
interessadas – clientes, colaboradores, fornecedores, investidores e sociedade.
Para Yunus, Moingeon, e Lehmann-Ortega (2010), um negócio social, além de
cumprir os objetivos sociais, têm de cobrir os custos de operação, pois não depende de
doações nem deve ocorrer a retirada de dividendos pelos acionistas/proprietários, sendo
os lucros excedentes reinvestidos no negócio.
2.1.1 Economia Criativa
Obtendo uma análise bibliográfica, pode-se ver que diferentes autores vem o tema
sobre diferentes ópticas. Nota-se que esta era, primariamente, focada em indústrias
criativas e em sua dinâmica econômica, como defendido por Caves. Já para Howkins o
divisor de águas da economia criativa seria o potencial de gerar direitos de propriedade
intelectual (segundo o autor, a “moeda da economia criativa”), expandindo sua
abrangência dos direitos autorais para desenhos industriais, marcas registradas e patentes.
Sob essa definição torna-se difícil dizer o que não integraria a economia criativa na
sociedade contemporânea e qual diferenciação apresentaria frente à economia do
conhecimento.
Economia criativa é a nova economia do século 21, da demanda inteligente, que
utiliza da criatividade para gerar empregos melhores, produtos inovadores e crescimento
econômico (FAGUNDES, 2011).
A economia criativa faz surgir novas oportunidades de empreendedorismo,
tornando necessário conceber ideias fora do lugar-comum. O empreendedor passa então
a pensar em modelos inovadores, com novos processos e novas tecnologias, valorizando
o setor criativo em que atua. Esse é o caminho da economia criativa, que procura revelar
modelos de negócios inovadores (VINÍCIUS VICTORINO, 2013).
2.2 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Entender o que é Tecnologia da Informação em primeiro lugar é compreender o
conceito que, de acordo com as conclusões de Laurindo (2002, p. 19), “a TI é mais
abrangente do que o processamento de dados , sistemas de informação ,engenharia de
software , informática ou o conjunto de hardware e software , pois também envolve
aspectos humanos , administrativos e organizacionais”. Segundo Sousa (1998), “ o
conceito de Tecnologia da Informação surge enquanto conjunto de conhecimentos,
refletidos quer em equipamentos e programas, quer na sua criação e utilização a nível
pessoal e empresarial”.
Tecnologia, segundo Michaelis (2008, p. 840) “é um conjunto de conhecimentos
científicos que se aplicam a um determinado ramo de atividade”. Pode-se dizer que a
tecnologia é aquela utilizada em substituição a procedimentos manuais.
Contextualizando Informação, segundo Beal (2001), é o dado modificado da sua
forma crua e sem sentido, permitindo ao gestor uma tomada de decisão assertiva. Como
complementa Chiavenato (2000), dizendo que para ser considerado informação, um
conjunto de dados precisa possuir significado, ou seja, um conjunto de dados por si só,
não é informação, só será, se este possuir sentido.
Logo, Tecnologia da informação vem a ser qualquer sistema usado para fornecer
informações (incluindo seu processamento), que podem auxiliar os administradores na
tomada de decisão dentro das empresas, qualquer que seja sua utilização (BEAL, 2001).
Segundo Keen (1993) apud Laurindo
O conceito de Tecnologia da Informação é mais abrangente do que os de
processamento de dados, sistemas de informação, engenharia de software,
informática ou o conjunto de hardware e software, pois também envolve
aspectos humanos, administrativos e organizacionais.
As tarefas de desenvolver, implementar e atualizar soluções computacionais
cabem aos profissionais de TI. Por causa de sua amplitude, a área é dividida em várias
especializações, tal como acontece com a medicina, por exemplo. Sendo assim, pode-se
encontrar profissionais de TI para cada um dos seguintes segmentos: banco de dados,
desenvolvimento, infraestrutura, redes, segurança, gestão de recursos, entre outros.
Via de regra, interessados em seguir carreira na área de TI fazem cursos como
ciência da computação, engenharia da computação e sistemas de informação, mas há
outros, inclusive com foco mais técnico, como tecnologia em redes de computadores e
tecnologia em banco de dados, além de cerificações e cursos de pós-graduação para
profissionais já formados.
2.3 STARTUPS
Este termo, tanto usado dentro do contexto de Economia Criativa, é de suma
importância dentro do estudo dela. Existem diferentes definições do que é uma startup,
de acordo com o SEBRAE, uma startup é uma empresa nova ou ainda em fase de
constituição, que conta com projetos promissores, ligados a pesquisa, investigação e
desenvolvimento de ideias inovadoras (SEBRAE, 2012).
Segundo um pensamento semelhante a Ries (2011), há a definição de Blank
(2008) que conceitua startup como: "uma organização projetada para buscar por um
modelo de negócio repetível e escalável", onde ser escalável significa poder crescer de
forma organizada e sem mudança do modelo de negócios.
O surgimento das Startups se deu na era da bolha das “ponto com”, acontecida
nos Estados Unidos, que durou aproximadamente dezoito meses a partir de setembro de
1998, começando com a oferta inicial de ações (ou Initial Public Offering - IPO) da
Netscape, em 1995, que em menos de cinco meses teve seu preço dez vezes mais
valorizado, acompanhada pela valorização em 1000% da empresa VA Linux apenas no
IPO, segundo Masters (2012). O mesmo autor ainda explica que, aos poucos, o mercado
passou a ter a sensação de que as empresas de tecnologia iriam valorizar
substancialmente, gerando uma onda de compras de ações de empresas ponto com, ou
também conhecidas como Startups.
O ambiente de extrema incerteza também faz parte do conceito de Startups, sendo
assim um atributo crucial para seu entendimento. Em pesquisa realizada no Brasil,
empresas convencionais tendem a ter a taxa de 24,4% em mortalidade de empresas até o
segundo ano (SEBRAE, 2013). Quando estes dados são analisados em relação às
empresas Startups, a taxa de mortalidade chega a 70% (GUTIERREZ, 2013).
Para Ries (2012) o conceito de startup pode ser compreendido da seguinte forma:
instituições que não se resumem apenas a um produto, um avanço tecnológico, ou ainda
uma ideia brilhante. Elas são maiores que o somatório dessas partes; São, portanto,
instituições humanas focadas no sucesso.
Startups formam um motor na renovação econômica e na evolução tecnológica ao
redor do globo. Elas existem para enfrentar situações de extrema incerteza, cujo objetivo
é iniciar novos negócios. Alguns consideram que é excitante vê-las prosperando e
contribuindo na mudança do mundo. A paixão, energia e visão que as pessoas trazem para
esses empreendimentos, são recursos preciosos demais para serem desperdiçados
(CUSUMANO, 2013; RIES, 2012).
Graham (2015) define uma startup como sendo uma empresa desenvolvida para
crescer rápido. Ser recentemente fundada não a torna uma startup, não sendo necessário
que uma startup trabalhe com tecnologia, ou receba investimentos, ou algum tipo de
“saída”. A única coisa essencial é crescimento.
2.3.1 Startups de TI
Quando se fala sobre profissionais de TI, entende-se que eles são o coração das
startups. Na grande maioria das vezes, elas são fundadas por um ou contam com um
especialista com sócio. A TI é a base dessas empresas por viabilizarem três pilares
principais de um negócio empreendedor: capacidade de inovação, capacidade de
crescimento e capacidade de adaptação.
A TI se mostra presente em toda e qualquer startup, seja ela feita para resolver
uma solução de TI, seja para resolver problemas do cotidiano das pessoas, pois sem
tecnologia não existiriam essas empresas com ideias disruptivas. As startups que serão
citadas abaixo utilizam de TI para que possam ter sucesso, mesmo não sendo
“construídas” para resolver problemas ligados a tecnologia da informação.
Uber, Easy Taxi e AirBnb, utilizaram da TI para resolver problemas do cotidiano
das pessoas, sendo as duas primeiras levando serviços que antigamente eram apenas
offline, o de transporte, para o mundo online, aproximando o usuário e o prestador de
serviço por um smartphone conectado à internet, pela geolocalização para que os usuários
possam saber onde realmente está aquele transporte solicitado. A terceira startup listada
utiliza de TI para que as pessoas possam disponibilizar suas acomodações na internet para
que o público selecione e saiba como é aquela acomodação, onde ela fica, o valor, etc. As
três soluções listadas com a TI conseguiram trazer serviços que eram offline para o online,
sanando dificuldades do dia a dia das pessoas de forma rápida e pratica.
Dropbox, Algorithms.io, Cloudera, Drobo e BugCrowd, são empresas que sim
tem a TI diretamente ligada desde sua criação até a sua entrega, pelo fato de que elas
surgiram para resolver problemas de TI, o Dropbox faz com que as pessoas possam
acessar seus arquivos de qualquer lugar, o Drobo resolve o problema de espaço em disco
que se tem conforme passam os anos, já Algotithms.io, Cloudera e BugCrowd, resolvem
problemas bem específicos de TI, como testar se sua aplicação é segura ou não, quando
sua empresa não consegue manter um fluxo interno de informações e o fato de que nem
todas as pessoas sabem programar, mas querem desenvolver algum aplicativo. A Space
X tem a TI amplamente ligada pois trabalha com viagens espaciais, e como visto através
dos anos, muitas das tecnologias que estão disponíveis ao público hoje surgiram com o
advento da exploração espacial, a empresa busca baratear seus componentes e tornou seus
foguetes e capsulas espaciais mais seguras e eficazes.
3 METODOLOGIA DE PESQUISA
Este trabalho de pesquisa, tomará uma abordagem do tipo qualitativa, ou seja, não
se preocupa com a representatividade numérica, mas visa aprofundar a compreensão do
grupo social, uma organização, etc.
Os pesquisadores que adotam a abordagem qualitativa opõem-se ao pressuposto
que defende um modelo único de pesquisa para todas as ciências, já que as ciências sociais
têm sua especificidade, o que pressupõe uma metodologia própria. Assim, os
pesquisadores qualitativos recusam o modelo positivista aplicado ao estudo da vida
social, uma vez que o pesquisador não pode fazer julgamentos nem permitir que seus
preconceitos e crenças contaminem a pesquisa (GOLDENBERG, 1997, p. 34).
Na pesquisa qualitativa, o cientista é ao mesmo tempo o sujeito e o objeto de suas
pesquisas. O desenvolvimento da pesquisa é imprevisível. O conhecimento do
pesquisador é parcial e limitado. O objetivo da amostra é de produzir informações
aprofundadas e ilustrativas: seja ela pequena ou grande, o que importa é que ela seja capaz
de produzir novas informações (DESLAURIERS, 1991, p. 58).
Com isso em contexto o objetivo do trabalho é de caráter exploratório, pois irá
fazer o levantamento bibliográfico, entrevistas com empresas que tem como startup seu
negócio principal e análise dos dados estimulando a compreensão.
Dessa forma, este tipo de estudo visa proporcionar um maior conhecimento para
o pesquisador acerca do assunto, a fim de que esse possa formular problemas mais
precisos ou criar hipóteses que possam ser pesquisadas por estudos posteriores (GIL,
1999, p. 43). As pesquisas exploratórias, segundo Gil (1999, 0. 43) visam proporcionar
uma visão geral de um determinado fato, do tipo aproximativo.
O procedimento a ser adotado pela pesquisa, visará o estudo de múltiplos casos,
fazendo entrevistas com empresas, para traçar um paralelo de seus pontos de vista sobre
a influência das startups socialmente e economicamente.
Um estudo de caso pode ser caracterizado como um estudo de uma entidade
bem definida como um programa, uma instituição, um sistema educativo, uma
pessoa, ou uma unidade social. Visa conhecer em profundidade o como e o
porquê de uma determinada situação que se supõe ser única em muitos
aspectos, procurando descobrir o que há nela de mais essencial e característico.
O pesquisador não pretende intervir sobre o objeto a ser estudado, mas revelá-
lo tal como ele o percebe. O estudo de caso pode decorrer de acordo com uma
perspectiva interpretativa, que procura compreender como é o mundo do ponto
de vista dos participantes, ou uma perspectiva pragmática, que visa
simplesmente apresentar uma perspectiva global, tanto quanto possível
completa e coerente, do objeto de estudo do ponto de vista do investigador
(FONSECA, 2002, p. 33).
Segundo Yin (2005), o uso do estudo de caso é adequado quando se pretende
investigar o como e o porquê de um conjunto de eventos contemporâneos. O autor
assevera que o estudo de caso é uma investigação empírica que permite o estudo de um
fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente quando os
limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos.
Gil (2009) aponta alguns propósitos dos estudos de caso: 1) explorar situações da
vida real cujos limites não estão claramente definidos; 2) preservar o caráter unitário do
objeto estudado; 3) descrever a situação do contexto em que está sendo feita uma
determinada investigação; 4) formular hipóteses ou desenvolver teorias e 5) explicar as
variáveis causais de determinado fenômeno em situações complexas que não permitam o
uso de levantamentos e experimentos.
A principal técnica utilizada na pesquisa, será entrevista para levantar dado com
empreendedores. A entrevista representa uma técnica de coleta de dados na qual o
pesquisador tem um contato mais direto com a pessoa, no sentido de se inteirar de suas
opiniões acerca de um determinado assunto. Esse método não escapa ao planejamento,
uma vez que requer do pesquisador um cuidado especial na sua elaboração,
desenvolvimento e aplicação, sem contar que os objetivos propostos devem ser
efetivamente delineados, a fim de que se obtenha o resultado pretendido.
Segundo Dencker (2000), as entrevistas podem ser estruturadas, constituídas de
perguntas definidas; ou semiestruturadas, permitindo uma maior liberdade ao
pesquisador. Dessa forma, optando por uma ou outra, alguns procedimentos se
apresentam como indispensáveis.
O processo de análise de dados foi por meio da técnica de análise de conteúdo, e
seguindo o proposto por Bardin (2006), foram analisadas as informações obtidas através
as entrevistas. Para Minayo (2001, p. 74), a análise de conteúdo é “compreendida muito
mais como um conjunto de técnicas”. A análise de Conteúdo constitui uma técnica que
trabalha os dados coletados, objetivando a identificação do que está sendo dito a respeito
de um determinado tema (VERGARA, 2005). Para essa análise de conteúdo foi utilizado
um software MAXQDA® que preparou os dados para que eles pudessem ser analisados
com maior precisão. O software permitiu que as entrevistas fossem analisadas
individualmente, e após comparadas, gerando uma visão mais ampla a respeito de cada
empresa e permitindo chegar a conclusões mais concretas a respeito do tema abordado.
4 ESTUDO DE CASOS MÚLTIPLOS
O estudo foi realizado com 3 empresas, ambas empresas de tecnologia, sendo
duas totalmente startups e a outra uma empresa que trabalha no segmento de
desenvolvimento e implantação de software. As empresas são Aduana Web Soluções em
Software S.A, Blinga e NDD.
A Aduana Web Soluções em Software S.A é uma microempresa, com sua sede
em Belo Horizonte, Minas Gerais, sendo uma Startup de Tecnologia da Informação, não
conta com filiais e teve o início das atividades em 2014, contando com 9 colaboradores.
O objetivo do produto de mesmo nome é o de desburocratizar os processos de trabalho
no mercado aduaneiro brasileiro, atuando na área de Comércio Exterior, já foi lançada e
continua em constante desenvolvimento, possuindo clientes e prospectando ainda mais a
cada dia e a startup será comercializada.
A Blinga é uma microempresa, sediada em Joinville, Santa Catarina, seu ramo de
atividade é Startup de plataforma de vendas, não possuindo filiais e com o ano de
fundação em 2017, contando com 3 colaboradores. A startup da empresa Blinga possui o
mesmo nome, tem como objetivo melhorar a vida das pessoas sendo uma plataforma onde
as pessoas podem pedir produtos e serviços da sua cidade e receber em casa. Um clube
de pontos que gera renda extra, e ajuda a empresa a crescer e ser mais inclusiva, a área de
atuação que se adequa é ser uma marketplace, encontra-se em fase inicial de lançamento
tendo em torno de 100 clientes, com uma política de disponibilização de forma gratuita,
obtendo lucro com o comissionamento nas vendas e produtos para o ecossistema.
A NDD está sediada em Lages, é uma empresa de porte médio, contando com 400
funcionários, sendo fundada em 2004, tendo filiais em países da América Latina, Estados
Unidos e Europa. Kubo LMS é denominada a startup da empresa NDD, tendo como
objetivo inicial solucionar os problemas de treinamento dos produtos que a empresa já
comercializa e assim como consequência passar a oferecer aos parceiros e clientes, sendo
assim a área de atuação é treinamento e-learning para empresas, já foi lançada possuindo
2 clientes ativos EAC software e Havan, está startup, bem como a Aduana Web, será
comercializada.
Abaixo será apresentado um quadro com algumas características das empresas
entrevistadas nesse estudo.
Além disso as empresas conseguem ter uma percepção maior de como a TI pode ajudar
ainda mais no futuro das startups, de como ela contribui com a vida útil das empresas, conforme
utilizam para obter vantagens em uma mercado tão concorrido como tem se mostrado nos últimos
anos. Isso pode ser justificado pelas falas da Assistente de RP da Aduana Web e pelo CEO da
empresa Blinga:
“A TI possibilita um melhoramento nas estratégias e no
funcional do negócio, sendo ela o alicerce, sempre
acompanhando a inovação e o modelo de negócio da startup. “
(Assistente de Relações Públicas da Aduana Web).
Sendo assim conforme o que foi dito pelos entrevistados, pode-se entender o quanto a TI
e toda sua evolução tem contribuído para o crescimento de empresas de startups, ela aproxima as
empresas de seus clientes, devido o mundo conectado de hoje em dia as pessoas estão sempre
procurando soluções que facilitem suas vidas, bem como as empresas entendem que o uso da TI
faz com que obtenham vantagens sobre seus concorrentes, a TI é o alicerce para que as startups
existam e para que elas se mantenham atuantes de forma significativa no mercado e assim
consigam impactar o mercado socialmente e economicamente.
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