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EMPREENDEDORISMO
EMPREENDEDORISMO SOCIAL
AUTOR
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CONHEÇA O
CONTEUDISTA
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UNIDADE 2
Introdução
Mas e se, além dos interesses econômicos, tudo isso tivesse um objetivo social?
Isso se chama empreendedorismo social, uma corrente do empreendedorismo
que tem crescido muito no Brasil nos últimos anos. Um empreendedor social tem
no coração da sua empresa, como objetivo principal, atender às necessidades
sociais dos lugares onde atua e contribuir para mudar a realidade dos seus
consumidores.
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Lima (2013), citada por Oliveira (2021) aponta o empreendedorismo social como
um tipo de empreendimento que corresponde a um método do mercado
capitalista com o social, equilibrando os objetivos econômicos e sociais. A autora
afirma que as empresas sociais são classificadas também como organizações
híbridas, ou seja, quando o efeito social sobressai perante a outros aspectos. O
empreendedor social é apontado pela citada autora como o indivíduo que melhor
sabe gerir a preocupação da missão social e o que melhor consegue equilibrar as
finanças da empresa social.
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EMPREENDEDORISMO
Como um negócio tradicional, ele deve gerar suas próprias receitas a partir da
venda de produtos e/ou de serviços como de educação, saúde, nutrição,
tecnologia, etc. E sua motivação de existir é primordialmente ou exclusivamente
por uma causa sócio ambiental.
Os negócios de impacto social mostram que não há conflito entre ambição social
e econômica, pois são empreendimentos que focam o seu negócio principal na
solução, ou minimização, de um problema social ou ambiental de uma
coletividade. Esse objetivo faz parte do seu plano de negócios e é o que vai trazer
lucro para a empresa.
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EMPREENDEDORISMO
O termo empresa social começou a ser empregado nos Estados Unidos, quando
as organizações não governamentais começaram a expandir suas atividades
comerciais. Esse movimento foi impulsionado pela escassez de recursos gerada
pela retração do financiamento estatal, iniciado no fim dos anos 1970 (KERLIN,
2006, apud ROSOLEN, Tiscoski E COMINI, 2015).
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Sobre a atuação das empresas sociais, Dees (1998) evidencia uma gama de serviços
suportados por elas, tais como educação, artes, cuidados médicos, moradia,
combate à fome, poluição ambiental, violência doméstica e uso de drogas. Ou seja,
segundo o autor, elas atuam em áreas onde o mercado por si só não irá suprir
adequadamente as necessidades e/ou completando as atividades exercidas pelo
governo.
Apesar das diferenças entre os países da Europa, a maioria das empresas sociais
daquele continente é fundada pela sociedade civil com o objetivo de promover
serviços de interesse coletivo, oferecendo suporte a grupos com alto risco de
exclusão social. Assim, para a empresa social europeia, a produção de bens e
serviços está intimamente ligada à sua missão. Ou seja, se o objetivo é desenvolver
serviços sociais, a atividade econômica é a entrega de tais serviços.
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Além das tipologias apresentadas, vale destacar um termo que surgiu mais
recentemente, mas que também passa a ganhar relevância nesse campo de
estudos: os “negócios inclusivos”. Essa vertente, assim como a dos negócios sociais,
adquiriu mais espaço no contexto dos países em desenvolvimento, uma vez que
coloca grande ênfase na inclusão social por meio do consumo. A questão principal a
qual essa corrente abrange é a oferta de produtos e serviços para a “base da
pirâmide”, nomenclatura utilizada para designar a parcela da população com menor
poder aquisitivo, que está presente principalmente nos países em desenvolvimento.
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Sendo assim, Prahalad e Hart (2002), referenciados por Rosolen, Tiscoski e Comini
(2015) chamam a atenção para o crescente número de pessoas que, por conta da
melhoria de condições econômicas de seu ambiente, passam a ter acesso à
economia de mercado pela primeira vez. Os autores apresentam a abordagem do
capitalismo inclusivo como um modelo a ser buscado pelas grandes corporações.
Além disso, negócios de impacto social vendem produtos que contribuem para
melhorar a qualidade de vida da população de baixa renda. Esse produto ou serviço
principal deve ser capaz de sustentar financeiramente a empresa, de forma que ela
não dependa de doações ou da captação de recursos para as suas operações. Por
fim, o negócio deve ter um plano de gestão inovador e comprometido com a
transformação social.
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Para Carreira et al. (2015), citados por Oliveira (2021), o empreendedor clássico é
um indivíduo enérgico, que se mantém frente a seus objetivos, sabe ser ágil
quanto às suas decisões com a finalidade de vencer os empecilhos que
aparecerem, abdicando muitas vezes também de sua vida pessoal. Para a citada
autora, o perfil ideal de um empreendedor social, consiste em “saber aproveitar
as oportunidades, ter competência gerencial, ser pragmático e responsável e
saber trabalhar de modo empresarial para resolver problemas sociais”.
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A partir de Baron e Shane (2007) e Mello, Leão e Paiva Júnior (2006), Oliveira
(2021) elenca algumas competências observadas e/ou consideradas importantes
para empreendedores sociais:
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O modelo utilizado pelas citadas autoras para a avaliação dos negócios sociais
partiu do pressuposto que empreendimentos sociais com sucesso possuem as
seguintes características:
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A empresa foi fundada em 2007 por Tiago de Angeli Dalvi, que teve contato com
empreendedores localizados em comunidades de baixa renda e notou que muitos
eram artesãos, tinham um bom produto, preço competitivo, design adequado, mas
tinham poucas informações e canais para vender suas peças. No começo, Tiago
conta que foi “pegando na mão” destes artesãos e apresentando seus produtos
para pequenas lojas em Curitiba. Logo percebeu que existia uma grande
oportunidade de mercado, visto que não havia nenhuma empresa conectando esses
dois mundos.
Não é cobrada taxa de cadastro, mensalidade ou anuidade, mas sim uma comissão
de 15% quando a venda é realizada. O produto da Solidarium permite aos seus
beneficiários acessarem novos canais de distribuição além de gerar renda. O
principal diferencial é disponibilizar ferramentas para estarem lado a lado deste
artesão no desenvolvimento do seu negócio e permitir que eles distribuam seus
produtos não apenas pelo próprio site da Solidarium, como também em grandes
redes varejistas como Walmart, Tok Stok, dentre outras.
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- Terra NOVA: Foi fundada em 2001, por André Luís Cavalcanti de Albuquerque.
Filho de uma tradicional família de advogados paranaenses, André Luís encontrou
uma forma de conciliar sua formação em advocacia com a vocação na mediação
de conflitos sociais. A Terra Nova Regularizações Fundiárias não depende de
doações. É hoje um case de sucesso e recebe investimentos na sua
reestruturação e um plano de negócios ambicioso pela PriceWaterhouseCoopers
e Mattos Filho.
Para evitar a desocupação judicial, a empresa busca o valor justo para as partes,
homologa um acordo, cuida do loteamento, convoca a prefeitura, as empresas
concessionárias de água e energia locais, e emite os carnês de pagamento. Todas
as partes se beneficiam evitando o conflito e a comunidade resulta pacificada.
A Terra Nova, de acordo com seu site, é uma empresa social que trabalha com a
mediação de conflitos humanos para a Regularização Fundiária Sustentável de
áreas urbanas particulares ocupadas irregularmente”, que tem como missão
"pacificar e melhorar a qualidade de vida de comunidades que vivem em
assentamentos precários no Brasil e no mundo". Adota a visão de "ser um agente
multiplicador de ações sustentáveis, promotor de transformação social e
ambiental em todo o mundo" e os valores com que impregna sua ação são: “ética,
transparência, respeito, comprometimento, sustentabilidade e trabalho em
equipe”. “Pertencente ao setor dois e meio da economia, é a única empresa
brasileira especializada neste tipo de atividade”. “Hoje, presente em três estados
brasileiros, a organização regulariza mais de 2,5 milhões de m 2 de áreas urbanas
particulares, contribuindo para o desenvolvimento de diversas comunidades”.
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A empresa funciona com sócios e diretores em seu quadro de gestão. “Com um staff
técnico multidisciplinar formado por advogados, arquitetos-urbanistas, assistentes
sociais, economistas e comunicadores, a empresa possui uma equipe completa,
competente e comprometida com os trabalhos diários que envolvem o processo de
regularização” (TERRA NOVA, 2014).
- SOLAR EAR: Lembra quando falamos que inovação está ligada diretamente ao
empreendedorismo social? Pois é, este é um exemplo: a Solar Ear produz aparelhos
auditivos de baixo custo recarregável por energia solar. Como se não bastasse, os
aparelhos são montados por jovens surdos brasileiros com a colaboração de
africanos.
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Mas, comparado a outros países, ainda há muito o que fazer e muitas áreas a serem
exploradas por negócios sociais. Nas áreas de saúde, educação, meio ambiente,
dentre outras, há diversos nichos a serem explorados. Mas, é importante ressaltar e
ratificar que negócios sociais exigem competências e habilidades similares às dos
negócios tradicionais, pois a sustentabilidade de qualquer empreendimento
depende de uma boa gestão dos recursos humanos, financeiros e estruturais para
atingir os objetivos propostos.
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CONCLUINDO A
UNIDADE
Há muito o que ser feito e a ser explorado em relação aos negócios sociais. Os
exemplos de grandes empreendedores sociais como o economista Muhammad
Yunus e outros menos conhecidos, porém igualmente importantes, precisam
influenciar mais pessoas para este nicho social do empreendedorismo.
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DICA DO
PROFESSOR
DICA IMPORTANTE: Não deixem de assistir ao vídeo sugerido cujo link está
disponibilizado na seção “SAIBA MAIS” desta unidade. Trata-se de uma versão
editada e mais compacta do documentário “Quem se importa?”, dirigido e
produzido por Mara Mourão, que trata do empreendedorismo social de uma
forma didática e realista. É imprescindível para que vocês consolidem o conceito
e vejam alguns casos de sucesso na área e percebam o potencial do
empreendedorismo social para modificar a realidade de comunidades carentes.
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EXERCÍCIOS DE
FIXAÇÃO
1ª Questão: De acordo com Mesquita (2016), uma corrente do
empreendedorismo que tem crescido muito no Brasil nos últimos anos é o
Empreendedorismo Social. O citado autor afirma que um empreendedor social
tem no coração da sua empresa, como objetivo principal, atender às
necessidades sociais dos lugares onde atua e contribuir para mudar a realidade
dos seus consumidores. Sobre isto, avalie as afirmações a seguir:
a) I e IV
b) III e IV
c) I e II
d) II e III
e) Todas as afirmativas estão corretas.
SEU GABARITO
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EXERCÍCIOS DE
FIXAÇÃO
SEU GABARITO
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EXERCÍCIOS DE
FIXAÇÃO
SEU GABARITO
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EXERCÍCIOS DE
FIXAÇÃO
SEU GABARITO
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EXERCÍCIOS DE
FIXAÇÃO
SEU GABARITO
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SAIBA MAIS
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ANOTAÇÕES
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REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
BAGGIO, Adelar Francisco; BAGGIO, Daniel Knebel. Empreendedorismo: Conceitos e
definições. In: Revista de Empreendedorismo, Inovação e Tecnologia, Passo Fundo, v. 1,
n.1, p. 25-38, jan. 2015. Disponível em:
https://seer.imed.edu.br/index.php/revistasi/article/view/612. Acesso em: 07 fev. 2021.
SANTANA, Ana Lúcia de Melo; MOLINA, Andressa de Fátima. Cases paranaenses de negócios
sociais. IN: Empreendedorismo com foco em negócios sociais. Ana Lúcia Jansen de Mello de
Santana, Leandro Marins de Souza (Organizadores). Curitiba: NITS UFPR, 2015. 172 p.
SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. O que são negócios
de impacto social e como funcionam. 2014. Disponível em:
https://sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/sebraeaz/o-que-sao-negocios-de-impacto-
social,1f4d9e5d32055410VgnVCM1000003b74010aRCRD Acesso em 09 jul. 2022.
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GABARITOS
1- GABARITO: Letra “A”. Na Afirmativa II, o erro está na citação de que empreendedorismo
social e filantropia são a mesma coisa. Também está errado, na afirmativa III, onde se diz
que a inovação não é meta para o empreendedorismo social. A inovação é fundamental
para os negócios sociais.
3- GABARITO: Letra “A”. Apesar do viés social, onde o lucro não é um fim em si mesmo, os
negócios sociais necessitam ser sustentáveis e, para isso, necessitam de gerenciar suas
atividades de forma eficaz, a exemplo dos negócios tradicionais, os quais necessitam do
lucro para se manterem no mercado.
5- GABARITO: Letra “D”. É a única opção que mostra uma característica inerente apenas aos
negócios sociais (gerar impacto social e contribuir para a redução da pobreza). As demais
opções são características de negócios tradicionais.
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