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Cooperativas
Objetivos da Unidade:
ʪ Material Teórico
ʪ Material Complementar
ʪ Referências
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ʪ Material Teórico
Empreendedorismo
Para iniciarmos nosso entendimento sobre empreendedorismo, cabe inicialmente provocar
uma reflexão: você é daquelas pessoas que ainda têm a visão de que empreendedorismo se trata
apenas da atividade de abrir uma empresa e, por consequência, se tornar um empreendedor?
Vale então desmistificar essa visão distorcida a respeito desse assunto e observar a abrangência
e a relevância do conceito de empreendedorismo para o mercado, o país e as pessoas envolvidas.
Cabe, já desde o início, reforçar o olhar que apresenta o empreendedorismo, sendo muito mais
complexo e amplo do que somente a parte de abrir uma nova empresa no mercado, ficando
restrito à posição de ser mais um que arriscará valores, tempo e ideias em forma de uma nova
organização que atuará no mercado já bastante competitivo; porém, muitas pessoas ainda
pensam erroneamente que o empreendedorismo se limita a esse processo apenas.
Vamos entender melhor… Devemos identificar que a visão empreendedora é o caminho que nos
levará ao entendimento do quão amplo é o assunto e, assim, entender os tipos de
empreendedorismo existentes, suas características e conhecer mais sobre os empreendedores.
Dando início às reflexões referentes ao empreendedorismo, identificamos a visão de analisar a
diferença entre o que é ser um empresário e o que é ser empreendedor. O segundo o Código Civil
Brasileiro, de 2002, que condensou em um único corpo de lei as matérias civil e mercantil, no
art. 966 descreve que: “Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade
econômica organizada para a produção ou a circulação de bens e serviços” (BRASIL, 2002).
Podemos complementar com a visão acadêmica de Bertoldi (2006, p. 52): “o empresário nada
mais é senão o comerciante dos dias atuais, que, na verdade, representa o sujeito com o qual se
ocupa o direito comercial, ou numa nomenclatura mais atualizada, o direito empresarial”.
Já o empreendedor, conforme Leite (2012), é o indivíduo que toma para si os riscos referentes à
criação de um novo negócio, sendo assim, o empresário, por vezes, pode ser apenas o
proprietário de uma organização, pois nem sempre demonstra características, habilidades e
atitudes que podem ser consideradas como ações empreendedoras.
empresa; e/ou assume riscos com esta operação que derivam da natureza dinâmica
da sociedade e do conhecimento imperfeito do futuro, e que não pode ser
convertido em certos custos através de transferência, cálculo ou eliminação.”
Observamos que “empresário” não se refere a atitudes ou características, e sim a uma profissão
ou função na organização, sendo o dono e administrando a empresa, com foco em mantê-la
sobrevivendo no mercado competitivo e acirrado dos dias atuais. Já o empreendedor é aquele que
identifica determinado problema ou oportunidade, cria um negócio ou propõe ações que
contribuirão para transformações.
Existem empresários que se tornam empreendedores quando agem de tal forma, e existem
empreendedores que a princípio não são empresários e que podem ser se investirem em um
negócio, gerando valor agregado a um produto ou serviços ofertado, lembrando que nem todos
os projetos de empreendedorismo focam em geração de lucros, há exemplos de
empreendedorismo sem fins lucrativos, como as organizações não governamentais (ONGs),
que normalmente pretendem resolver um problema, mobilizando recursos e pessoas.
Observa-se que o termo entrepreneur foi incorporado à língua inglesa no princípio do século XIX,
direcionando o olhar a inovações trazidas por ações que colaboraram para a renovação do
sistema econômico capitalista e progredissem constantemente. Assim, a partir dessas
observações, os economistas da época consideraram o desenvolvimento econômico como o
resultado da criação de novos empreendimentos.
Joseph Schumpeter, economista, foi quem teve maior influência a respeito do avanço da teoria e
prática do empreendedorismo. Em estudo realizado em 1934, ele descreve o empreendedorismo
como “a máquina propulsora do desenvolvimento da economia” (1997) e aponta que “sem
inovação, não existe empreendedores, sem investimentos empreendedores, não se observa
retorno de capital e o capitalismo não se propulsiona”.
Saiba Mais
Segundo constantes pesquisas realizadas pelo Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o Brasil é visto como um
dos países mais empreendedores do mundo, e o brasileiro, como um
empreendedor nato. Porém, cabe destacar que nos mesmos estudos e
pesquisas se observa que o índice de mortalidade das pequenas e
médias empresas no país ainda é muito elevado.
Empreendedorismo no Brasil
Observamos o empreendedorismo no Brasil em crescimento e a cada dia que passa
identificamos novos empreendedores, sendo alguns por necessidade e outros, por
oportunidade. A quantidade de empreendedores no Brasil já ultrapassou os 53 milhões.
Segundo pesquisa do Global Entrepreneurship Monitor (GEM, 2020) realizada no ano de 2019, o
empreendedorismo no Brasil cresceu 38,7%, representando assim o quanto essa área evolui no
país, embora muitos empreendedores, por falta de apoio ou ausência de planejamento adequado,
infelizmente encerrem seus negócios nos dois primeiros anos de existência.
ACESSE
Mundialmente conhecido atualmente, entende-se que o estudo realizado pelo GEM é o maior a
respeito da visão e evolução empreendedora, explorando não só o número de novas empresas,
como também identificando o reflexo do empreendedorismo no crescimento econômico
nacional. Ele demonstra a riqueza das condições relacionadas com a atividade empreendedora,
além de ter uma representação considerável no Produto Interno Bruto (PIB) do país,
contribuindo com a evolução de micro e pequenas empresas e apoiando o crescimento da renda
e da economia brasileira.
Entende-se como óbvio atender a uma existente demanda no mercado que ainda não tenha sido
atendida; promove-se assim, por meio de diferenciais implantados, a conquista de um espaço
no mercado existente, que demonstra lacunas para atuação, valorizando superação da
concorrência, atendendo a anseios dos consumidores desse segmento e os fidelizando, e
gerando rentabilidade e lucros por meio da apresentação de negócios que supram as
necessidades observadas.
Muitas vezes, o empreendedorismo social é identificado como sendo um mix de arte e ciência,
intuição e racionalidade, ideia e visão, sensibilidade social e pragmatismo responsável, realidade
e utopia. Promove as necessidades da comunidade acima dos interesses econômicos,
valorizando o coletivo e com foco em transformar a realidade atual de determinado local ou
região.
Além disso, existe a relação direta do empreendedorismo com a geração de emprego, gerando
oportunidades de trabalho e mesmo funções até então não existentes no mercado de trabalho,
promovendo criação de empregos e refletindo em aumento de renda.
Todo país tem necessidade de processos inovadores e criativos para se desenvolver, pois é por
meio destes que se observa a transformação da mentalidade das pessoas com relação ao
consumo e até mesmo ao uso de materiais, considerando hábitos que devem ser revistos.
Figura 2 – Crescimento no número de
microempreendedores individuais (MEIs) durante a
pandemia
Fonte: Adaptada de SEBRAE MARANHÃO, 2021
Esses são os fatores principais que demonstram a relevância do empreendedorismo com foco
estratégico e mercadológico, sem deixar de refletir na evolução social e econômica de um país.
Sendo assim, o empreendedorismo deve ser visto com um olhar especial e merece apoio de
todas as esferas da sociedade, pois ele colabora de forma ativa com o desenvolvimento do país.
Saber Reconhecer as Oportunidades do Mercado
A capacidade de identificar e aproveitar as oportunidades se origina no olhar que o
empreendedor tem para o mercado, observando o mundo de forma diferenciada do que a
maioria vê normalmente. Mas não basta reconhecer as oportunidades, é preciso também estar
capacitado para criar negócios, produtos ou serviços que atendam às necessidades ou desejos
dos consumidores. Dornelas (2020) descreve que as oportunidades estão sempre no momento
presente e devem ser observadas de forma atenta.
Você deve se permitir ter um olhar mais amplo do mercado e das situações que o cercam,
atentando-se a problemas do cotidiano e reclamações de determinados consumidores a
respeito do mesmo produto ou serviço ofertado, assim como identificar problemas comuns a
diversas pessoas.
Logicamente, não basta apenas ouvir reclamações e já pensar em ter uma ideia que supra a
necessidade ou que colabore de modo a minimizar os problemas de determinada situação.
Também deve ser realizada uma análise mais detalhada a respeito do assunto e do motivo das
queixas, afinal, nem sempre a origem do problema é a mesma; ao pesquisar mais
minuciosamente, você poderá encontrar diversos problemas relacionados e nem sempre a sua
ideia vai atender corretamente à maioria deles.
Se após analisar a origem você encontrar condições que são similares ou idênticas e tiver uma
ideia que possa contribuir com essa situação, mesmo assim, deverá desenvolver um plano de
negócios que analisará a viabilidade do negócio e sua continuidade após suprir inicialmente as
necessidades encontradas.
Como passo a passo para identificação dessa oportunidade, pode-se entender que é necessário:
Após realizar a trilha proposta, é preciso entender que todas as oportunidades devem ser
observadas sob os seguintes aspectos:
Quais são a equipe necessária e as capacitações para que o negócio tenha sucesso?
Até que ponto o empreendedor está comprometido com a ideia desse negócio?
Afinal, o que vale realmente não é ser o primeiro em determinado negócio ou segmento, ou criar
apenas uma ideia que revolucione o setor, mas identificar um negócio que disponha de
condições para atender a necessidade encontrada.
Conceitos de Cooperativa
Podemos descrever cooperativas como sendo instituições cujos membros desenvolvem
trabalhos em conjunto, de modo democrático, tendo os mesmos deveres e direitos e com foco
comum a todos.
Essas ações conjuntas geram melhores retornos para os cooperados e têm características tanto
de colaborador de uma empresa quanto de proprietário, pois ao mesmo tempo que o indivíduo
realiza as atividades, está ciente de que o lucro obtido se reverterá para seu bolso.
Essa junção de esforços da cooperativa reflete nas ações conjuntas e, quando tratamos da visão
de empreendedorismo cooperado, entende-se que as pessoas envolvidas se unem em
cooperativas para conquistar condições melhores, que normalmente sozinhos não
conseguiriam, assumem os riscos e tomam decisões com o apoio uns dos outros.
Por meio dos conhecimentos explorados até aqui, identificamos a concepção de que o
empreendedorismo depende de indivíduos que tenham espírito de empreendedor, sendo este a
pessoa que possui conceitos e novas ideias e que realiza ações que promovem iniciativas de
novos negócios ou de novas organizações, tendo diversas caraterísticas que o fazem
diferenciado no mercado. Entenderemos melhor na continuidade de nossos estudos quais são
essas características e habilidades.
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ʪ Material Complementar
Livros
Empreendedorismo
AFFONSO, L. M. F.; RUWER, L. M. E.; GIACOMELLI, G. Empreendedorismo, 2019.
Vídeo
Leitura
ACESSE
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ʪ Referências
BERTOLDI, M. M. Acordo de acionistas. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2006.
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da União,
Brasília, p. 1, 2002. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm>. Acesso em:
12/05/2022.
CAETANO, R.; PARO, P. Empreendedorismo consciente. Rio de Janeiro: Alta Books, 2020.
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LEITE, A.; OLIVEIRA, F. Empreendedorismo e novas tendências. Estudo Edit Value Empresa
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Acesso em: 21/03/2022.
SEBRAE MARANHÃO. Cresce o número de empreendedores individuais em todo o Brasil. G1, S.l.,
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