Inicialmente, para compreendermos melhor o termo empreendedorismo,
cumpre trazer a baia o lecionado por Dolabela (2006, p. 26):
É uma livre tradução que se faz da palavra entrepreneurship, que contém as
idéias de iniciativa e inovação. É um termo que implica uma forma de ser, uma concepção de mundo, uma forma de se relacionar. O empreendedor é um insatisfeito que transforma seu inconformismo em descobertas e propostas positivas para si mesmo e para os outros. É alguém que prefere seguir caminhos não percorridos, que define a partir do indefinido, acredita que seus atos podem gerar consequências.
Já para o doutrinador Schumpeter Yuki et al. (2009) o termo
empreendedorismo é conceituado como sendo um conjunto de atitudes, que podem ser observadas em determinado grupo da sociedade, vez que, essas atitudes, ao fim, tendem a definir o tipo de empreendedor, e principalmente, qual a função empresarial por ele exercida. Em complemento aos autores acima, Hisrich e Peter (2004, p. 33), conceituam que o papel do empreendedorismo tem grande relevância no que diz respeito ao desenvolvimento econômico, posto que, envolve muito mais do que o crescimento na produção e na renda per capita, uma vez que, seu papel tende a iniciar e constituir uma série de mudanças significativas, tanto na estrutura do negócio, como na sociedade a sua volta. Neste contexto, ao empreender, é necessário que aquele que desejar fazer, se apresente com um comportamento pró-ativo, e com o desejo de aprender a pensar e agir por sua própria conta, sempre dando papel de destaque para a criatividade, liderança e visão de futuro, vez que, empreender é sinônimo de inovação, a fim de ocupar espaço no mercado, “transformando esse ato também em prazer e emoção” (Dolabela, 1999, p. 12). Acerca do exposto, Chiavenato (2005) apresenta brilhante conceito do que seria o empreendedor, como sendo indivíduo que se mostra capaz de executar boas ideias, inovadoras, de modo que as mesmas ganhe seu espaço no mercado, sempre primando pela criatividade e a visão de futuro, seja ele a curto, médio ou longo prazo. Somado a esse conceito, o autor afirma que, para ser um empreendedor, é preciso que o profissional tenham uma certa sensibilidade para os negócios, e que está se mostre capaz de fazê-lo enxergar as inúmeras oportunidades existentes no mercado, muitos antes de seus concorrentes, para assim, se destacar no mercado, que a cada dia se mostra mais concorrido. Assim, a criatividade e inovação, são as principais ferramentas do empreendedor e por conseguinte, a chave para o sucesso do empreendedorismo. Em suma, o sujeito que deseja empreender, deve ter em mente que o resultado final de seu negócio inovador e criativo, deve ser a estruturação da ideia inicial, de modo que está se apresente sólida e viável, posto que, a solidez é o principal fator para o sucesso e estabilidade de negócio no mercado. Ainda segundo Chiavenato (2005, p. 2005), o empreendedor por se tratar de indivíduo que detém criatividade acima da média, e que possui um altíssimo nível de energia, que é demonstrada através da imaginação e perseverança do mesmo, aspectos que, combinados adequadamente, tem o poder de habilita-lo para a promoção do empreendedorismo, uma vez que, este profissional, na maioria das vez, tende a transformar ideias simples e mal estruturadas, em projetos concreto e que se mostrem bem sucedidos no mercado. Neste sentindo, o empreendedor é a base do empreendedorismo, em detrimento de sua participação ativa na inovação do mundo, através da transformação das antigas maneiras de fazer, que em inúmeros casos se mostraram obsoletas, em um negócio de sucesso. Diante de todo aqui exposto, observa-se que ao falarmos de empreendedorismo, o empreendedor é peça fundamental, vez que, não há como fazer distinção entre eles, já que o empreendedorismo depende da existências do empreendedor. Em relação ao empreendedor, Ribeiro e Teixeira apud Bergmann et al. (2011) lecionam que, cada empreendedor tem seus anseios e ambições, na sua maioria, tem-se em mente a certeza de que, para que sua empresa obtenha sucesso no mercado, e que seja conhecida pela inovação e criatividade, não basta que o profissional saiba somente gerenciar ou ter um curso superior, é imprescindível que que o mesmo se apresente como um diferencial de ideias no mercado, interagindo com seus clientes, inovando sempre e, consequentemente, conquistando a confiança do mercado, vez que, por meio da qualidade de seus produtos e serviços, a empresa demonstra que seu empreendedor possui as principais características que levam o empreendimento ao sucesso no mercado. Nesta seara, Dornelas (2008) conclui que a figura do empreendedor deve ser vista como um indivíduo capaz de criar um negócio, partindo do ponto em que se identifica as oportunidades de negócio, alguém que está atento a tudo e a todos, e que, somando a tudo isso, vem a assumir os riscos ora por ele calculados, ou seja, os riscos eminentes do negócio. A partir desse ponto, é que se verificar o papel do empreendedor como figura central da inovação, que por sua vez vem acompanhada do plano de negócios, elaborado com vistas a atender toda a demanda da empresa, quando do implantação de um novo empreendimento. Assim sendo, importante ressaltar que, ao falarmos de empreendedorismo e empreendedor, alguns aspectos devem ser levado em consideração, devido a sua fundamental importância, quais sejam, a iniciativa quanto a formação da ideia e/ou negócio, a criatividade no que diz respeito a execução dos recursos, e por último a submissão quanto aos riscos inerentes a todo negócio. Outrossim, o empreendedorismo tem como principal função a identificação de problemas e oportunidade, como também, o desenvolvimento de estratégias de soluções, e a visualização de investimentos dos recursos da empresa na criação de um produto ou serviço que se mostre positivo para o negócio e para a sociedade como um todo. Deste modo, empreendedorismo pode ser visto como um negócio, um projeto, ou até mesmo o desenvolvimento de estratégias que tenham o condão de gerar mudanças reais e que possam impactar positivamente o cotidiano dos clientes. Neste contexto, Schumpeter Yuki et al. (2009), lecionam que empreendedorismo está intimamente atrelado a inovação, sendo o empreendedor o profissional responsável pela realização das novas ideias. Assim, pode-se observar que a introdução de um novo bem, como também a elaboração de novos métodos de produção ou até mesmo de comercialização, que possam estar presentes no mercado em que atua a empresa, ou mesmo a abertura de um novo mercado, são as principais atividades comuns ao empreendedorismo. Isso por que, a essência do empreendedorismo encontra-se firmada na percepção e no aproveitamento das inúmeras oportunidades que se fazem presentes no mundo dos negócios. Por fim, cumpre destacar o que lecionam Hisrich e Peter (2004, p. 171), quanto ao surgimento do empreendedorismo, “assim que as ideias emergem a partir de fontes ou da solução criativa de problemas, elas precisam de um desenvolvimento e aperfeiçoamento posteriores até o oferecimento do produto ou serviço final”. Assim sendo, o surgimento do plano de negócios, tende a ser ferramenta que reflete de modo direito no formato do negócio que se pretender empreender, a fim de nortear o empreendedor no desenvolvimento e manutenção da ideia iovadora. Referência
BERGMANN, N. et al. Gestão Empreendedora: Proposta de um plano de negócios
para uma pastelaria. In: Semana Internacional das Engenharias da Fahor, 1., 2011, Horizontina. Anais... Horizontina: SIEF, 2011.
CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo: dando asas ao espírito
empreendedor. São Paulo: Saraiva, 2005.
DOLABELA, Fernando. Oficina do Empreendedor. 1 Ed. São Paulo: Cultura
Editores Associados, 1999.
DOLABELA, Fernando. O segredo de Luísa. 30. ed. São Paulo: Editora de Cultura, 2006.
HISRICH, R. D.; PETER, M. P. Empreendedorismo. Porto Alegre: Bookman. 2004.
YUKI, W. K. et al. Organização de uma área de novos negócios e proposição de um
modelo de desenvolvimento de novos negócios. In: Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 29. 2009, Salvador: ENEGEP, 2009. Disponível em: http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2009_TN_STP_097_655_14445.pdf. Acesso em: 12 dez. 2021.