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CULTURA EMPREENDEDORA
1.1. O CONCEITO DE EMPREENDEDORISMO
A palavra “empreendedor” (entrepreneur) tem origem
francesa e quer dizer aquele que assume riscos e
começa algo novo. E esta associação do risco à
actividade empreendedora vem do século XVIII, quando
apareceram os primeiros indícios desta relação,
inunciados por economistas da época. Richard Cantillon
Peter Drucker
específica, mas a um comportamento relacionado às
actividades desempenhadas.
1.2. O CONCEITO DE INTRA-EMPREENDEDORISMO
Desde que o conceito de intra-empreendedorismo foi estabelecido, percebeu-se a
necessidade de investir numa competência organizacional, onde o desafio era conseguir
desenvolver os colaboradores, dando-lhes a oportunidade de fazer com que suas ideias se
realizassem. Nesse novo milénio, esse conceito já está muito difundido e valorizado dentro
das organizações. As empresas, a partir da ideia e dando liberdade e recursos para
transformar essa ideia em produto ou serviço têm feito o grande diferencial, tornando essa
competência numa grande vantagem competitiva.
A grande concorrência existente hoje está demonstrando, tanto no país quanto no exterior,
que se as empresas não se prepararem para renovação, perderão competitividade. O
desafio é conseguir desenvolver os colaboradores, dando-lhes a oportunidade de fazer com
que suas ideias se realizem.
Uma das grandes diferenças entre o empreendedor e as outras pessoas que trabalham em
organizações é que ele define o objecto que vai determinar seu próprio futuro (Filion, Apud
FARAH, 2001, pg.358) e com frequência é considerado uma pessoa que sabe identificar as
oportunidades de negócios, os nichos de mercado e que sabe se organizar para progredir.
O intra-empreendedor é motivado tanto pela liberdade de acção quanto pelo acesso aos
recursos organizacionais, ele é motivado, mas sensível às recompensas organizacionais;
quanto às actividades, ele pode delegá-las, mas também coloca a mão na massa quando
necessário; quanto à competência ele é parecido com o empreendedor, mas utiliza certa
habilidade política.
Ele tem paixão pelo que faz, pelo seu trabalho e pela empresa onde ele trabalha
incluindo acreditar no negócio e ter a sensação de que a experiência está valendo a
pena; ele tem habilidade de implantar projectos com começo, meio e fim;
E persistente, sabendo que faz de tudo para que o negócio dê certo e dissemina a
ideia para os outros colaboradores actuando como líder da equipe e encorajando-os
a continuar;
Ele tem prazer em ensinar aos outros o que sabe, gerando efeito cascata e formando
outros executivos empreendedores, pois é quase impossível uma empresa funcionar
com apenas um empreendedor;
Gestores que tenham a capacidade de assumir riscos e mais delegação devem ser
identificados, pois conduzirão o processo;
Para que o profissional desenvolva esse espírito empreendedor, é necessário que ele tenha
aspectos de sua personalidade que sejam compatíveis com esse perfil.
Precisa-se entender que algumas pessoas não servem para actuar como líderes de equipe
ou gerentes, pois nem mesmo curso ou treinamento seria capaz de mudar isso, uma vez
que, é uma competência muito importante e, nem todos os profissionais precisam,
necessariamente, actuar como empreendedores.
As escolas hoje precisarão mudar e mudar muito, em toda e qualquer situação, em toda
mudança de cenário. Elas têm que aprender como sobreviver e, ainda, como prosperar
nesses tempos de grandes mudanças, mas só poderão fazer isso se aprenderem a ser
empreendedoras bem-sucedidas. Isto é o fazem algo novo.
Para que uma instituição educacional seja empreendedora, é muito importante que ela saiba
gerir pessoas, seu capital intelectual, que é o professor. Tratar seus colaboradores como
parceiros, incentivando sua participação nas decisões e utilizando ao máximo os seus
talentos para a obtenção da sinergia necessária para seu desenvolvimento.
Para desenvolver este potencial, as organizações devem treinar seus colaboradores, a fim
de desenvolver comportamentos empreendedores para que possam actuar como agentes
de mudança dentro das organizações, melhorando processos e criando novas
oportunidades de negócio. As empresas devem incentivá-los a trabalhar em equipes,
oferecendo recursos financeiros, materiais, tecnológicos, etc., ou seja, todas as ferramentas
necessárias ao desenvolvimento dessa competência.
Ao contrário do que muita gente pensa, o que leva uma empresa ao fechamento não são os
impostos ou a necessidade de crédito, mas principalmente a falta de preparo, informação,
planejamento e conhecimento específico sobre o negócio.
A competição nos negócios está cada vez mais acirrada. Transformar uma idéia em um
negócio está muito mais difícil. É preciso estar mais bem informado, ter metas bem definidas
e uma estratégia, saber aonde se quer chegar e como chegar lá.
Ter noções do mercado em que se irá atcuar antes de empreender, conhecer a viabilidade
econômico-financeira através da projeção das receitas, custos e despesas envolvidas,
diminui em muito os riscos na hora de implantar um negócio.
Vamos explicar melhor. Digamos que você percebeu que existe um bom número de homens
ou mulheres que precisam vestir-se bem, mas não ganham o suficiente para isso. É apenas
um exemplo. Essa descoberta só serviria para quem é do ramo, neste caso, confecções.
Você teria, então, um foco que se chama público-alvo-principal. A partir dessa definição, é
preciso pesquisar esse público, saber mais sobre ele e, principalmente, quantificá-lo. Se os
números forem estimulantes, você verá, com muito mais clareza, o design da loja, a seleção
e treinamento da equipe, a compra dos produtos etc. que melhor satisfaçam as exigências
estéticas e as necessidades do seu público-alvo-principal.
A descoberta, a definição e as análises de um público-alvo-principal é o caminho mais curto
e simples para qualquer atividade. Seja ela prestadora de serviços, ou comercial, ou
industrial, ou, ou, ou…
Conhecendo bem seu público-principal, tudo que for necessário para construir ou aprimorar
uma empresa, ficará mais fácil e lógico. Localização, decoração, programação visual,
comunicação, pessoal etc.
É mais ou menos assim que se construe uma
empresa com cabeça, troncos e membros. É por
aí que empresas já existentes podem fugir do
vôo cego.
QUEM É O EMPREENDEDOR ?
É aquele que está disposto a sacrificar a vida pessoal e dedicar o tempo que estava
reservado à família, ao seu negócio.
É aquele que cria algo novo ou inova o que já existe e está sempre pesquisando.
O empreendedor deverá olhar para fora e para dentro da sua empresa, ou seja, identificar
oportunidades de negócios, bem como diagnosticar as necessidades, preparando, assim, as
pessoas para o desenvolvimento da organização.
O insensível – Com seu estilo, não dá a mínima para as regras básicas de relacionamento e
segue atropelando e intimidando subordinados.
Por outro lado há empresas que fecham suas portas, traduzindo-se em impactos negativos
na sociedade. As pessoas ficam sem seus empregos, o governo deixa de arrecadar
impostos, e todo investimento realizado no negócio é perdido.
Entretanto, as oportunidades estão à vista de todo mundo. Por que então só algumas
pessoas as vêem e conseguem aproveitá-las? Observar não é simplesmente ver, mas fazer
isso com intenção, com um plano, com a vontade de descobrir o que está oculto ou o que
não é evidente.
Este artigo vem mostrar como um empreendedor identifica e aproveita uma oportunidade de
negócio, abordando aspectos teóricos e relacionando-os com aspectos práticos a partir do
caso da pastelaria Real, cuja implantação será objecto de estudo desse trabalho.
1.3.1. CONCEITUAÇÃO DE OPORTUNIDADE
Pode ser de uma conversa entre amigos, através da leitura de um artigo em um jornal ou
revista. Ou, até mesmo por meio de uma ideia que surge de repente, da mesma forma como
um músico compõe uma canção.
As oportunidades têm a ver com criação de valor, e não necessariamente com redução de
custos;
Ele deve ter consciência que as oportunidades não são iguais para todos, pois, tem em
mente que factores como informação e experiência no tipo de negócio que está se tentando
abrir são importantes para a avaliação real dessa oportunidade, uma vez que esses factores
ajudam muito no momento de ingressar em um determinado mercado.
Deve saber também que quanto mais complexa uma oportunidade, mais difícil será torná-la
prática uma vez que, essa exige o envolvimento de muitas pessoas e processos para que se
realize com êxito.
É importante lembrar que um empreendedor deve ter consciência das áreas que já possuam
um grande número de empresas de um mesmo sector, que devem ser evitadas no momento
da escolha do local para implantação do negócio, e que essa escolha não deve ser somente
pautada na criação de algo revolucionário, pois nem sempre empreender deve ser visto
como a criação de algo completamente diferente do que já exista disponível no mercado.
“O que na minha actividade pode se fazer para melhorar aquilo que já está feito?”
1.3.4. COMO AVALIAR UMA OPORTUNIDADE DE NEGÓCIOS
Que tipos de renúncias terão que ser feitas para a transformação dessa
oportunidade em efectividade de negócio
Peter Saunders em sua obra “Como ter uma Boa Ideia”, lista algumas maneiras para
ajudar o empreendedor a desenvolver sua criatividade. Segundo Saunders há, em essência
duas maneiras pelas quais um empreendedor pode criar ideias de negócios. Gerar a sua
própria ou desenvolver a de outrem. A segunda é muito mais comum porque todo negócio
bem-sucedido é um desenvolvimento de um conceito de negócio existente. Saunders ainda
fala que existem três fontes de oportunidades no que se refere à geração de ideias de
negócios: anúncios, agentes e busca de oportunidades ou aguardar atentamente o
surgimento de um negócio que você considere adequado aos seus objectivos.
Segundo Dornelas (2001) um dos maiores mitos a respeito de novas ideias de negócios é
que elas devem ser únicas. O fato de uma ideia ser ou não única não importa. O que
importa é como o empreendedor utiliza a sua ideia, inédita ou não, de forma a transformá-la
em um produto ou serviço que faça sua empresa crescer. As oportunidades é que
geralmente são únicas, pois o empreendedor pode ficar vários anos sem observar e
aproveitar uma oportunidade de desenvolver um novo produto, ganhar e aproveitar ma
oportunidade de desenvolver um novo produto, ganhar um novo mercado e estabelecer uma
parceria que o diferencie de seus concorrentes.
Dornelas ainda diz que se você tem uma ideia que acredita ser interessante e que pode se
transformar em um negócio de sucesso, pergunte a si mesmo e a seus sócios:
Caso você e seus sócios não conseguirem responder a essas perguntas básicas iniciais
com dados concretos, vocês têm apenas uma ideia, e não uma oportunidade de mercado.
Segundo Dornelas (2001) outro factor que deve ser considerado é o timing da ideia
(momento em que a ideia foi gerada). Principalmente em empresas de base tecnológicas,
de nada adianta o empreendedor ter uma ideia criativa de um software que rode no
ambiente DOS, pois o mesmo já está ultrapassado. Existem, porém, alguns mercados que
evoluem em menor velocidade que os de alta tecnologia e o que mais importa nesses casos
é o serviço prestado aos clientes.
Dornelas (2001) finalmente diz que, um dos factos que ocorrem com grande frequência é o
candidato a empreendedor ter uma ideia brilhante dirigida a um mercado que ele conhece
muito pouco, em um ramo no qual nunca actuou profissionalmente. Com isso suas chances
de sucesso são mínimas. Por isso o melhor a fazer nesses casos é procurar criar negócios
em áreas que ele já conhece, em que já tenha alguma experiência e que já tenha
trabalhado, ou tenha sócios que já trabalharam no ramo.
Segundo Dornelas (2001), uma das mais conhecidas formas de se estimular a criatividade e
a geração de novas ideias é o método de “brainstorming” (tradução literal: tempestade
cerebral), que se baseia no fato de as pessoas serem estimuladas a gerar novas ideias
quando estão em grupo, reunidas com outras pessoas. Para se estruturar o “brainstorming”,
aconselham-se as seguintes regras:
Ninguém pode criticar outras pessoas do grupo e todos estão livres para expor as ideias que
vierem à cabeça, mesmo que aparentemente pareçam absurdas.
Quanto mais rodadas entre os participantes melhor, pois serão geradas mais ideias. E
sempre, em cada rodada, todos os participantes devem dar uma ideia a respeito do tópico
em discussão.
Podem-se dar ideias baseadas em ideias anteriores de outras pessoas. Essas combinações
são bem-vindas e podem gerar bons resultados.
A sessão deve ser divertida, sem que haja uma ou outra pessoa dominando a mesma.
Apenas deve ser garantido que todos participem, sem restrições.
1.3.9. BLOQUEIOS QUE IMPEDEM A CRIATIVIDADE
Bloqueios culturais: Barreiras que impomos a nós mesmos, geradas por pressões da
sociedade, cultura ou grupo a que pertencemos. Eles nos levam à rejeição do modo de
pensar de pessoas ou grupos diferentes. Alguns destes bloqueios:
Medo de correr riscos; desde criança somos ensinados a ser cautelosos e não falhar
nunca.
Receio de parecer tolo ou ridículo.
Dificuldade em isolar o problema.
Desconforto com incertezas e ambiguidades.
Negativismo: procura prematura de razões para o fracasso, por que não vai dar
certo.
Inabilidade para distinguir entre realidade e fantasia.
Bloqueios de percepção: Obstáculos que nos impedem de perceber claramente o
problema ou a informação necessária para resolvê-lo. Inabilidade para ver o problema sob
diversos pontos de vista. Exemplos:
Estereótipos: ignorar que um objecto pode ter outras aplicações além de sua função
usual. Gutenberg adaptou a prensa de uvas para imprimir livros; Santos Dumont
usou a corda de piano para substituir as pesadas e grossas cordas usadas nos
balões.
Os bloqueios são paredes invisíveis que nos impedem de sair dos estreitos limites do
cubículo que construímos ao longo dos anos. Os tijolos desta parede são feitos de nossos
medos, frustrações, ansiedades e imposições da sociedade, família, colegas e superiores.
Quando se sentir paralisado e incapaz de pensar diferente, relaxe e procure enxergar estes
tijolos. A consciência dos bloqueios mentais já é meio caminho andado no desenvolvimento
de suas habilidades criativas.
O que isto significa? Significa que, por mais que nos esforcemos, nós não conseguimos ser
inteiramente racionais e objectivos. Nas nossas análises e conclusões estaremos sempre
influenciados pelas nossas experiências, emoções, interesses, crenças, valores, etc. Isto é
natural e humano, o que se faz necessário é a consciência destas influências sobre nosso
pensamento e nosso julgamento, e como elas criam bloqueios à criatividade e à aceitação
de ideias inovadoras.
1.4. ANÁLISE DA MATRIZ FOFA NA IDENTIFICAÇÃO DE
OPORTUNIDADES
O que é a matriz SWOT- FOFA? Porquê usar a matriz FOFA e quando usar?
SWOT é uma sigla que indica a primeira letra das palavras Strenghts, Weaknesses,
Opportunities e Threats (Pontos fortes, Pontos fracos, Oportunidades e Ameaças) e é uma
definição das fraquezas e fortalezas de uma empresa, bem como as oportunidades e
ameaças inseridos em seu ambiente.
1º Passo: Deve estar claro quem é o actor que planeja, ou o projecto que está sendo
analisado, seus objectivos e sua missão.
Os factores externos (situações não influenciáveis pela instituição) - São classificados como
Oportunidades e Ameaças. São aqueles decorrentes do ambiente ou de outros atores
sociais, não estando sob responsabilidade directa do actor que planeia.
É muito importante compreender a diferença entre factores internos e externos, pois todo
diagnóstico objectiva um bom planeamento, e factores internos podem ser fortalecidos ou
eliminados factores externos podem ser aproveitados ou evitados.
Concluído esse momento inicial de análise da situação, deve-se então preparar o Plano de
Acção com as propostas de acções que incidirão sobre os factores identificados.
Objectivos estratégicos são as acções que a instituição deverá tomar para alcançar sua
visão, de acordo com o ambiente em que ela está inserida.
O nome da matriz é FOFA por que o cruzamento é feito em cima das FORÇAS,
OPORTUNIDADES, FRAQUEZAS e AMEAÇAS com as quais a instituição terá que lidar.
A matriz FOFA gera tipos diferentes de objectivos estratégicos, de acordo com este
quadro:
Nos pontos de defesa estão os diferenciais de desenvolvimento, pois cruzam ameaças que
irão atingir a todo mercado com as forças da instituição, ou seja, são os momentos em que
todo mundo vai se dar mal, mas sua instituição vai ser soberana.
Como posso tirar vantagem das novas oportunidades, utilizando meus pontos fortes?
Quais pontos Fracos posso melhorar?
Com quais pontos fortes é possível neutralizar as ameaças?
Quais ameaças, aliadas às fraquezas, preciso temer mais?
Respostas a estas idéias, bem como novas idéias e planos que apareçam durante o seu
trabalho podem ser incluídas nos sub tópicos. Então, qualquer detalhe importante, idéia ou
perspectiva não escapará à sua atenção.
Portanto. Logo, após ter realizado uma Análise SWOT você será capaz de observar as
vantagens e os pontos fracos de seu empreendimento de maneira mais transparente, bem
como sua situação perante o mercado. O Uso desta ferramenta irá lhe ajudar a estruturar a
informação disponível do seu empreendimento ou um produto no mercado, bem como ter
uma boa visão de sua situação actual e do desenvolvimento de seus prospectos.