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Tema Transversal de

Empreendedorismo

Material do aluno

Moçambique

Abril 2010
CARVALHO, Tiago da Costa

Programa Curricular de Formação de Empreendedores. Material do aluno. Tema Transversal


“Empreendedorismo” – Maputo, Moçambique, UNIDO, 2010.

16 p.

[Material do aluno]

1. Programa Curricular de Formação de Empreendedores I. Título

SUMÁRIO

I - APRESENTAÇÃO

I – a. Introdução ao tema

A Globalização impõe mudanças rápidas e constantes ao mercado, exigindo profissionais


cada vez mais preparados. Entretanto, Moçambique ainda preocupa-se com sectores da
economia pelos quais a inovação agora é que se inicia como ponto focal, como a agricultura e a
prestação de serviços.

Há pouco mais de 5 anos em parceiras com escritórios especiais das Nações Unidas, o
governo moçambicano vem fazendo grandes investimentos, principalmente em novas
metodologias, visando o desenvolvimento regional sustentável com base no desenvolvimento
de novos empreendimentos, por meio da mentalidade empreendedora imputada nos jovens e
adultos de nível médio e superior.

Sabe-se que o empreendedorismo é fundamental na formação de uma sociedade e o


determinante para qualquer país que busque o desenvolvimento sustentável do seu povo. É
com base nesta ideologia que a Unido - United Nations Industrial Development Organization,
juntamente com a UP - Universidade Pedagógica, desenvolvem este programa que você
começará a conhecer a partir da leitura deste material.

A superação dessa realidade é condição fundamental para o pleno aproveitamento das


potencialidades locais, como factor determinante ao desenvolvimento regional sustentável e
para isso, são necessários investimentos que propiciem a disseminação da cultura e atitude
empreendedora e dos novos conceitos e práticas de gerenciamento que exigem agilidade,
flexibilidade, criatividade e inovação.

A criação de empresas tem uma grande importância na sociedade, pois gera diversos
benefícios como empregos e riquezas para o país, principalmente quando atreladas às
oportunidades identificadas nos mercados.

MÓDULO 1 – O INDIVÍDUO – EMPREENDEDOR E EMPREENDEDORISMO

1.1 - O Empreendedorismo como eixo temático

A palavra “empreendedor” (entrepreneur) tem origem francesa e quer dizer aquele que
assume riscos e começa algo novo. E esta associação do risco à actividade empreendedora vem
do século XVIII, quando apareceram os primeiros indícios desta relação. Os economistas
Richard Cantillon (1755) e Jean-Baptiste Say (1803) deram notoriedade ao tema, pois ambos
divulgaram considerar os empreendedores como pessoas que corriam riscos. Jean-Baptiste,
associou-os à inovação e viu-os como agentes da mudança e por esta associação, a literatura o
considera o pai do empreendedorismo.

Inicia-se o tema, diferenciando o que é ser empresário do que é ser empreendedor.

O Empresário é o dono da empresa, que age por meio de métodos, de controlos já


elaborados. Busca metas, avalia o trabalho dos funcionários, porém sem propor uma maior
participação a eles, fazendo sempre a tarefa trivial da organização: comercializar produtos ou
serviços em busca de lucro, sem que haja inovação nos processos e nos produtos e serviços.

O Empreendedor “é aquele que inicia ou opera um negócio para realizar uma ideia,
assumindo riscos e responsabilidades e inovando continuamente” (DRUCKER, 1986), isso quer
dizer que a acção empreendedora não se limita a apenas uma actividade específica, mas a um
comportamento relacionado às actividades desempenhadas.
Empreendedores de sucesso são aqueles que ajudam a economia de um país a crescer.
Geram empregos, inovam o mercado, trazem soluções às cidades e criam as verdadeiras
mudanças de comportamento através de diferentes transformações, que geram crescimento.

O que diferencia o empreendedor das outras pessoas é a maneira como percebe a mudança
e lida com as oportunidades tendo iniciativa para gerar um novo empreendimento, assumindo
riscos calculados, criando sempre valor para a sociedade.

O empreendedor de sucesso é aquele que não se cansa de observar, procurando novas


oportunidades, seja no caminho de casa, no ônibus, nos "papos" com amigos, nos contactos
familiares, nas compras, lendo jornais ou revistas, vendo televisão.

Outras definições importantes para o tema são as que tratam a relação da oportunidade x a
necessidade em empreender:

Entende-se como empreendedor por oportunidade, aquele que mesmo já possuindo uma
actividade profissional decide por iniciar um empreendimento, de acordo com uma indicação
dada pelo mercado, ou seja, vai de encontro a uma oportunidade detectada. Neste caso a
chance de este empreendimento perdurar e obter sucesso é grande, pois o mesmo preenche
uma carência anteriormente identificada no mercado.

No segundo caso, o empreendedor por necessidade não possui escolha por questão do
desemprego ou da falta de alternativas, e inicia um empreendimento para atender uma
necessidade pessoal de se ocupar com alguma actividade profissional. Estes empreendimentos
têm chances menores de serem duradouros

Contudo, não há uma maneira correcta de se iniciar no mundo empreendedor. Há sim uma
indicação mais adequada de quais decisões o indivíduo deve tomar ao decidir por se tornar um
empreendedor de sucesso.

1.2 – Características do perfil e comportamento empreendedor

Na verdade ninguém nasce empreendedor, a participação da família, a vivência com os


amigos de escola, de trabalho, o relacionamento com a sociedade vai favorecendo o
desenvolvimento de algumas características como:

 Aceitação do risco – o empreendedor aceita riscos, ainda que muitas vezes seja
cauteloso e precavido contra o risco.
 Ambição – o empreendedor procura fazer sempre mais e melhor, nunca se contentando
com o que já atingiu. Não tentar progredir significa estagnar e um empreendedor é
ambicioso para chegar mais além do que da última vez.
 Autoconfiança – o empreendedor tem autoconfiança, acredita em si mesmo. Se não
acreditasse, seria difícil tomar a iniciativa. A crença em si mesmo faz o indivíduo
arriscar mais, ousar, oferecer-se para realizar tarefas desafiadoras, enfim, torna-o mais
empreendedor.
 Busca por informações – para ser um empreendedor é preciso saber onde encontram-
se as informações principalmente relacionadas ao empreendimento e às
oportunidades que o mercado indica.
 Comprometimento – o empreendedor precisa estar “imerso” e comprometido com o
que faz. Deve saber que ele é o responsável pelo sucesso de seu empreendimento.
 Criatividade – à medida que a concorrência se intensifica, a necessidade de criar novas
coisas em novos mercados também aumenta. Já não é suficiente fazer a mesma coisa
de maneira melhor. Pelo contrário, é preciso que o empreendedor vá mais longe,
apostando na criatividade, para que os empreendimentos possam evoluir com as
mudanças.
 Exigência – deve ser exigente principalmente com a qualidade do que faz. Primar pela
qualidade e preocupar-se com ela é o grande ponto para o sucesso.
 Flexibilidade – o empreendedor adapta-se às circunstâncias que o rodeiam, pois se algo
corre diferente do inicialmente previsto, o empreendedor não deve desistir, mas sim
alterar os seus planos de modo a atingir os seus objectivos.
 Fixação de metas – trabalhar com objectivos é um grande estímulo para o dia-a-dia do
empreendedor. Portanto a fixação de metas dá o impulso necessário para que o
empreendedor as atinja em suas actividades.
 Iniciativa – o empreendedor não fica à espera que os outros venham resolver o seu
problema. A iniciativa é a capacidade daquele que, tendo um problema qualquer, age
buscando soluções.
 Liderança – o empreendedor tem a capacidade de planear um projecto e pô-lo em
prática, liderando a equipa que com ele trabalha.
 Persistência – o empreendedor, por estar motivado, convicto, entusiasmado e crente
nas possibilidades, é capaz de persistir até que as coisas comecem a funcionar
adequadamente.
 Planificação – planificar as actividades e o empreendimento demonstram que o
empreendedor é um individuo que sabe aonde quer chegar, é organizado e
comprometido com o sucesso do empreendimento.
 Trabalho em equipa – o empreendedor cria equipa, delega, acreditam-nos outros e
obtém resultados por meio de outros indivíduos.

1.3 - Intra-empreendedorismo

Outro conceito muito tratado nos dias de hoje é o de intra-empreendedorismo, versão em


português do termo francês intrapreneur, que significa empreendedor interno. (DOLABELA,
1999)
O conceito de intra-empreendedorismo foi estabelecido há duas décadas, mas as empresas
não estavam dispostas a dar aos empregados a liberdade para criar e, consequentemente, errar
e oferecer-lhes um orçamento para financiar inovação, além do mais não queriam arcar com os
custos dos erros que inevitavelmente acontecem no percurso.

Hoje esse conceito já está muito difundido e valorizado nas organizações, e o intra-
empreendedorismo, pode ser considerado uma prática que revolucionou o aspecto crítico dos
empregados, já que ele permite acelerar as inovações dentro das empresas, através do uso
melhor dos seus talentos empreendedores. Este é um novo valor que os empreendedores
precisam ter, buscando assim um diferencial profissional frente aos concorrentes.

As empresas hoje estabelecidas precisarão mudar e mudar muito, em toda e qualquer


situação, em toda mudança de cenário. Elas têm que aprender como sobreviver e, ainda, como
prosperar nesses tempos de grandes mudanças, mas só poderão fazer isso se aprenderem a ser
empreendedoras e bem sucedidas. Isto é o grande diferencial competitivo.

Para que uma empresa seja empreendedora, é muito importante que ela saiba gerir
pessoas, seu capital intelectual, que é o verdadeiro centro de lucro para a empresa. Tratar os
seus colaboradores como parceiros, incentivando a sua participação nas decisões e utilizando
ao máximo os seus talentos para a obtenção da sinergia necessária para seu desenvolvimento.

O intra-empreendedorismo é fortalecido e estimulado nas empresas através dos


mecanismos de remuneração variável, onde o profissional ganha a partir dos resultados que
apresenta. A competitividade nas empresas e no próprio mercado é muito grande. Vence quem
consegue fazer a diferença.

Quando o conceito de intra-empreendedorismo foi concebido por consultores suecos nos


anos 70, eles perceberam que as boas ideias geradas pelos empregados não eram bem
aproveitadas e eles propuseram desistir dos sistemas de controlo e começar a investir nas
pessoas e estimular que assumissem os riscos e implantassem as inovações.

Para as empresas, investir no potencial intra-empreendedor dos colaboradores é uma


grande premissa, pois, um empregado que introduz inovações em uma organização, provoca o
surgimento de valores adicionais para a empresa, tornando-se uma grande vantagem
competitiva.

Para desenvolver este potencial, as organizações devem treinar os seus colaboradores, a fim
de desenvolver comportamentos empreendedores para que possam actuar como agentes de
mudança dentro das organizações, melhorando processos e criando oportunidades.

Muitas empresas têm medo de treinar os seus colaboradores, achando que logo poderão
perdê-los para os concorrentes. Porém, o grande receio que a empresa deverá ter é deixá-los
sem esse treinamento. Elas devem incentivá-los a trabalhar em equipas,
oferecendo recursos financeiros, materiais e tecnológicos, ou seja, as ferramentas necessárias
ao desenvolvimento dessa competência.

MÓDULO 2 – O MERCADO - AS IDEIAS E AS OPORTUNIDADES

2.1 - Transformando ideias em oportunidades

Diferente do que muita gente pensa, uma ideia de empreendimento não significa uma
oportunidade de negócio. Uma ideia somente se transforma em oportunidade quando seu
propósito vai ao encontro de uma necessidade de mercado. Ou seja, quando existem potenciais
clientes.

Uma oportunidade também tem o seu tempo, isto é, o seu momento correcto. Por exemplo,
um produto que num primeiro momento traduz o aproveitamento de uma grande
oportunidade, um ano depois pode estar ultrapassado e não ser mais lembrado pelos
consumidores. Se a empresa que o comercializa não estiver preparada para melhorar,
actualizar ou até mesmo substituir o produto, poderá estar prestes a desaparecer.

Assim, um empreendimento somente pode permanecer no mercado se ele está


aproveitando as oportunidades que se apresentam. E fazer isso exige inicialmente uma postura
do empreendedor de sempre estar atento ao que está acontecendo ao redor do seu
empreendimento.

Se considerarmos o empreendimento como se fosse uma árvore, a atitude do


empreendedor, neste caso, seria a de olhar para a floresta, ou para o todo, ou para o sistema,
como se costuma dizer.

Na prática, esta postura significa participar de várias actividades como feiras, exposições e
eventos relacionados ao sector em negócios no qual a empresa actua, procurar ler revistas do
segmento, participar de reuniões e encontros em associações, conversar com os concorrentes,
clientes, empregados, fornecedores e empresários de outros sectores. Procurar compreender
as tendências do mercado, situações económicas, políticas, sociais etc.

Este hábito constrói-se com o tempo e ajuda o empreendedor a ter muitas ideias. Quando
uma destas ideias resulta na constatação de uma oportunidade, o empreendimento tem um
momento especial para transformar todo o seu potencial em “ouro”.

2.2 - O empreendedorismo na sociedade moçambicana


Sabe-se pelo último censo populacional realizado em Moçambique que mais de 70% da
população está concentrada em áreas rurais, tendo a agricultura como base de subsistência.
Este programa, portanto, pretende realizar uma mudança na economia moçambicana,
reduzindo a diferença que há entre as actividades rurais e as urbanas por meio da mentalidade
empreendedora que será imputada nos jovens que por meio de metodologias criadas pela
Unido, irão empreender na sociedade, aumentando assim as oportunidades de geração de
renda e emprego à população.

Outro dado é que de acordo com o IPEME (Instituto para Promoção das Micro, Pequenas e
Médias Empresas), vinculado ao Ministério da Indústria e Comércio de Moçambique, entidade
que também dá apoio ao empreendedorismo na sociedade moçambicana, Moçambique
concentra cerca de 29 mil micros e pequenas empresas que representam 87,5% do total.
Segundo um estudo realizando no país, a maioria no sector de serviços e agricultura.

Segundo a investigadora Maria Carlos (Sitio Portugal Digital), “o desenvolvimento


económico e empresarial de Moçambique terá de ser realizado a partir dos empresários
moçambicanos”.

Ela ainda afirma que 30 anos após a independência, as elites moçambicanas têm de se
concentrar na criação de riqueza através de uma classe empresarial sólida, diversificada,
actuante e competente, assim garantirão o seu papel num grande país da África - Austral dum
modo global.

Hoje a situação de Moçambique mesmo em queda, é ainda a de se salvaguardar em


investimentos estrangeiros, porém já não duradouros e satisfatórios quanto tempos atrás.

Sabe-se que o empreendedorismo é uma tendência mundial e em todo o mundo o interesse


dos jovens pelo empreendedorismo como uma opção de carreira, está crescendo enquanto que
o interesse no emprego profissional em grandes empresas tradicionais está gradualmente a
diminuir.

Pesquisas têm mostrado que a presença de programas de educação para o


empreendedorismo e uma imagem positiva dos empresários dentro da universidade são os
incentivos para que os participantes escolham uma carreira empresarial (FAYOLLE, 2005).

Por estes motivos que diversos estudiosos e membros de órgãos ligados ao


empreendedorismo, como Paulo Okamotto (presidente do Serviço de apoio às micro e
pequenas empresas do Brasil - SEBRAE) e o embaixador de Moçambique no Brasil, Murade
Murargy, salientaram a importância da capacitação empreendedora para o desenvolvimento de
um país:

“Nosso país precisa de capacitações, da transferência de conhecimentos técnicos. Sem isso


não se tem desenvolvimento. É preciso apostar no homem moçambicano e dar a ele as
ferramentas para que ele próprio gerencie um bom negócio”, ressaltou Murade.
2.3 – A importância da pesquisa social no empreendedorismo moçambicano

Factor importante também para o desenvolvimento do empreendedorismo na sociedade


moçambicana será o incentivo à pesquisa, e a busca por oportunidades por meio de tendências
de mercados e indicadores sociais.

Conhecer o mercado e o que os clientes precisam, para assim se tomar uma decisão
empreendedora, só é possível através de investigações estruturadas e com métodos. Afinal as
informações sobre como agir, e o que tem-se como carência, estão disponíveis no mercado,
caso contrário as decisões ficam baseadas apenas em “impressões”, sem uma clara definição de
quais os parâmetros adequados para as acções.

As pesquisas são também muito importantes, para avaliar as alternativas quanto à


viabilidade das ideias e oportunidades detectadas.

Para os alunos da UP, o processo de pesquisa precisa ter um carácter de contactos reais com
o mercado em busca de informações sobre as decisões a tomar-se e quais serão os rumos do
empreendimento, ou seja, é preciso motivar os alunos a “irem” ao mercado e pessoalmente
constatarem o que nele ocorre no que diz a: níveis de satisfação quanto a um determinado
segmento de negócio, carências em determinadas áreas de serviços, tendências para os
próximos anos e inovações e oportunidades detectadas.

Para formular-se uma boa pesquisa é preciso alertar-se a 3 passos:

 Quais os propósitos e os objectivos? Ou seja, o que pretende-se investigar.


 Qual a urgência da pesquisa e qual o tempo disponível para as investigações.
 Se haverá algum custo para realizá-la.

Dois são os tipos básicos de pesquisa que devem ser demonstrados aos alunos como
alternativas para atingir-se os objectivos:

 Pesquisa qualitativa: possui um carácter mais aprofundado e detalhado das


investigações e permite extrair informações com maior qualidade dos dados de um
mesmo pesquisado;
 Pesquisa quantitativa: possui carácter mais estatísticos dos dados e é realizada com um
número grande de pesquisados.

No início da planificação de um empreendimento ou no surgimento de uma ideias sugere-se


a realização de um método de pesquisa denominado exploratória pelo qual segundo Hair (2005
p. 84), “é particularmente útil quando o responsável pelas decisões dispõe de poucas
informações” o que é o caso de quem inicia um empreendimento. Esta pesquisa permite
identificar as indicações dos consumidores e concorrentes quanto à ideia pela qual está
disposto a implantar.

MÓDULO 3 – A EMPRESA – A PLANIFICAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

3.1 – A planificação do empreendimento

Planificar é o exercício de se antecipar ao futuro da empresa, de traçar o caminho a seguir,


de definir rumo, de preparar o empreendimento para vencer as condições adversas do
mercado, de combinar adequadamente os recursos para produzir a competitividade necessária.

Esta decisão deve ser tomada antes de o empreendimento estar em funcionamento. Porém
nunca é tarde para iniciar o planejamento e a estruturação de uma empresa já aberta, pois isso
será uma ação contínua na empresa.

Os próximos passos da empresa precisam ser imaginados e definidos e as condições e


recursos necessários para dar estes passos precisam ser alcançados.

Quando o empreendedor não sabe para onde ir, qual a melhor direcção, se não sabe o que a
empresa precisa ter ou qual empreendimento ele deve abrir ou que lucro deseja ter ou qual
será o alcançado, este é o momento exacto para se planificar a estruturar o empreendimento,
por meio de uma ferramenta denominada de “Plano de Negócios-PN”. Neste material esta
ferramenta será nomeada de “Projecto Empreendedor-PE”, obedecendo às mesmas normas do
Plano de Negócios padrão.

Iniciando-se um empreendimento a partir de um plano que apontará a viabilidade


mercadológica, económica e financeira deste empreendimento, a chance de se ter um
empreendimento sustentável é enormemente maior. Tem-se aqui o fluxo desejável para que o
empreendedor oriente suas actividades:

Após a identificação de uma oportunidade ou da necessidade por empreender, o


empreendedor elabora sua ideia a organização em forma de planificação (Projecto
Empreendedor). Feito todo o PE, o empreendedor tem aí a base para iniciar suas atividades e a
execução do empreendedor torna-se mais facilmente realizada.

3.2 - O Projecto Empreendedor

É um documento com o objectivo de estruturar as principais ideias, opções que o


empreendedor analisará para decidir quanto à viabilidade da empresa a ser criada, além de
orientar para onde os propósitos da empresa irão.
3.3 – O modelo do Projecto Empreendedor

A seguir apresenta-se um roteiro básico para auxiliar na confecção do Projecto


Empreendedor que deverá ser realizado em equipas:

A) Sumário Executivo

A.1) Conceito do Negócio

Explique em poucas palavras como será a empresa e o que ela comercializará ou fará para os
clientes.

A.2) Missão Empresarial

Missão é uma declaração única que representa a identidade da empresa, estabelecendo o seu
propósito mais amplo. Para escrever a missão do empreendimento, inicie com um verbo no
infinitivo, denotando a acção que se pretende. Em seguida acrescente as demandas que serão
atendidas e como atendê-las.

A.3) Visão de Futuro da Empresa

Lista-se e especifique os objectivos/metas que serão atingidos, e que podem ser mensurados.
Normalmente tem-se um número pequeno de objectivos seleccionados.

A.4) Ambiente geral do negócio

Matriz SWOT-FOFA (Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças).

 Descreva as principais ameaças e oportunidades para o empreendimento com relação


ao ambiente externo, ou seja, o que o mercado ajuda ou atrapalha a empresa?
 Liste agora Pontos Fortes e Fracos da empresa, ou sejsa onde ela será boa e onde ela
ainda precisa melhorar.

A.5) Estudo do mercado:


B) Plano de Marketing

C) Plano operacional

D) Aspectos Legais

Determine aqui quem serão os sócio-fundadores do empreendimento. Lembre-se de que nem


todos os alunos do grupo precisam ser sócios ou donos do negócio, pois quanto mais sócios
mais difícil são as decisões etc.

E) Plano Gerencial e de Pessoal

Este tópico é usado para destacar os principais pontos da estrutura organizacional, ou seja, a
organização funcional dos colabores e os aspectos relacionados à remuneração, treinamento e
avaliações relacionadas às pessoas do empreendimento.

F) Plano Financeiro - Previsões

Liste os pontos principais como: crescimento das vendas, lucratividade, rentabilidade e tempo
de retorno. Estipule o valor do Investimento Inicial para abrir o empreendimento.

REFERÊNCIAS

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BERNARDI, L. A. Manual de Empreendedorismo e Gestão. São Paulo, Atlas. 2008.

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