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Empreendedorismo
Material do aluno
Moçambique
Abril 2010
CARVALHO, Tiago da Costa
16 p.
[Material do aluno]
SUMÁRIO
I - APRESENTAÇÃO
I – a. Introdução ao tema
Há pouco mais de 5 anos em parceiras com escritórios especiais das Nações Unidas, o
governo moçambicano vem fazendo grandes investimentos, principalmente em novas
metodologias, visando o desenvolvimento regional sustentável com base no desenvolvimento
de novos empreendimentos, por meio da mentalidade empreendedora imputada nos jovens e
adultos de nível médio e superior.
A criação de empresas tem uma grande importância na sociedade, pois gera diversos
benefícios como empregos e riquezas para o país, principalmente quando atreladas às
oportunidades identificadas nos mercados.
A palavra “empreendedor” (entrepreneur) tem origem francesa e quer dizer aquele que
assume riscos e começa algo novo. E esta associação do risco à actividade empreendedora vem
do século XVIII, quando apareceram os primeiros indícios desta relação. Os economistas
Richard Cantillon (1755) e Jean-Baptiste Say (1803) deram notoriedade ao tema, pois ambos
divulgaram considerar os empreendedores como pessoas que corriam riscos. Jean-Baptiste,
associou-os à inovação e viu-os como agentes da mudança e por esta associação, a literatura o
considera o pai do empreendedorismo.
O Empreendedor “é aquele que inicia ou opera um negócio para realizar uma ideia,
assumindo riscos e responsabilidades e inovando continuamente” (DRUCKER, 1986), isso quer
dizer que a acção empreendedora não se limita a apenas uma actividade específica, mas a um
comportamento relacionado às actividades desempenhadas.
Empreendedores de sucesso são aqueles que ajudam a economia de um país a crescer.
Geram empregos, inovam o mercado, trazem soluções às cidades e criam as verdadeiras
mudanças de comportamento através de diferentes transformações, que geram crescimento.
O que diferencia o empreendedor das outras pessoas é a maneira como percebe a mudança
e lida com as oportunidades tendo iniciativa para gerar um novo empreendimento, assumindo
riscos calculados, criando sempre valor para a sociedade.
Outras definições importantes para o tema são as que tratam a relação da oportunidade x a
necessidade em empreender:
Entende-se como empreendedor por oportunidade, aquele que mesmo já possuindo uma
actividade profissional decide por iniciar um empreendimento, de acordo com uma indicação
dada pelo mercado, ou seja, vai de encontro a uma oportunidade detectada. Neste caso a
chance de este empreendimento perdurar e obter sucesso é grande, pois o mesmo preenche
uma carência anteriormente identificada no mercado.
No segundo caso, o empreendedor por necessidade não possui escolha por questão do
desemprego ou da falta de alternativas, e inicia um empreendimento para atender uma
necessidade pessoal de se ocupar com alguma actividade profissional. Estes empreendimentos
têm chances menores de serem duradouros
Contudo, não há uma maneira correcta de se iniciar no mundo empreendedor. Há sim uma
indicação mais adequada de quais decisões o indivíduo deve tomar ao decidir por se tornar um
empreendedor de sucesso.
Aceitação do risco – o empreendedor aceita riscos, ainda que muitas vezes seja
cauteloso e precavido contra o risco.
Ambição – o empreendedor procura fazer sempre mais e melhor, nunca se contentando
com o que já atingiu. Não tentar progredir significa estagnar e um empreendedor é
ambicioso para chegar mais além do que da última vez.
Autoconfiança – o empreendedor tem autoconfiança, acredita em si mesmo. Se não
acreditasse, seria difícil tomar a iniciativa. A crença em si mesmo faz o indivíduo
arriscar mais, ousar, oferecer-se para realizar tarefas desafiadoras, enfim, torna-o mais
empreendedor.
Busca por informações – para ser um empreendedor é preciso saber onde encontram-
se as informações principalmente relacionadas ao empreendimento e às
oportunidades que o mercado indica.
Comprometimento – o empreendedor precisa estar “imerso” e comprometido com o
que faz. Deve saber que ele é o responsável pelo sucesso de seu empreendimento.
Criatividade – à medida que a concorrência se intensifica, a necessidade de criar novas
coisas em novos mercados também aumenta. Já não é suficiente fazer a mesma coisa
de maneira melhor. Pelo contrário, é preciso que o empreendedor vá mais longe,
apostando na criatividade, para que os empreendimentos possam evoluir com as
mudanças.
Exigência – deve ser exigente principalmente com a qualidade do que faz. Primar pela
qualidade e preocupar-se com ela é o grande ponto para o sucesso.
Flexibilidade – o empreendedor adapta-se às circunstâncias que o rodeiam, pois se algo
corre diferente do inicialmente previsto, o empreendedor não deve desistir, mas sim
alterar os seus planos de modo a atingir os seus objectivos.
Fixação de metas – trabalhar com objectivos é um grande estímulo para o dia-a-dia do
empreendedor. Portanto a fixação de metas dá o impulso necessário para que o
empreendedor as atinja em suas actividades.
Iniciativa – o empreendedor não fica à espera que os outros venham resolver o seu
problema. A iniciativa é a capacidade daquele que, tendo um problema qualquer, age
buscando soluções.
Liderança – o empreendedor tem a capacidade de planear um projecto e pô-lo em
prática, liderando a equipa que com ele trabalha.
Persistência – o empreendedor, por estar motivado, convicto, entusiasmado e crente
nas possibilidades, é capaz de persistir até que as coisas comecem a funcionar
adequadamente.
Planificação – planificar as actividades e o empreendimento demonstram que o
empreendedor é um individuo que sabe aonde quer chegar, é organizado e
comprometido com o sucesso do empreendimento.
Trabalho em equipa – o empreendedor cria equipa, delega, acreditam-nos outros e
obtém resultados por meio de outros indivíduos.
1.3 - Intra-empreendedorismo
Hoje esse conceito já está muito difundido e valorizado nas organizações, e o intra-
empreendedorismo, pode ser considerado uma prática que revolucionou o aspecto crítico dos
empregados, já que ele permite acelerar as inovações dentro das empresas, através do uso
melhor dos seus talentos empreendedores. Este é um novo valor que os empreendedores
precisam ter, buscando assim um diferencial profissional frente aos concorrentes.
Para que uma empresa seja empreendedora, é muito importante que ela saiba gerir
pessoas, seu capital intelectual, que é o verdadeiro centro de lucro para a empresa. Tratar os
seus colaboradores como parceiros, incentivando a sua participação nas decisões e utilizando
ao máximo os seus talentos para a obtenção da sinergia necessária para seu desenvolvimento.
Para desenvolver este potencial, as organizações devem treinar os seus colaboradores, a fim
de desenvolver comportamentos empreendedores para que possam actuar como agentes de
mudança dentro das organizações, melhorando processos e criando oportunidades.
Muitas empresas têm medo de treinar os seus colaboradores, achando que logo poderão
perdê-los para os concorrentes. Porém, o grande receio que a empresa deverá ter é deixá-los
sem esse treinamento. Elas devem incentivá-los a trabalhar em equipas,
oferecendo recursos financeiros, materiais e tecnológicos, ou seja, as ferramentas necessárias
ao desenvolvimento dessa competência.
Diferente do que muita gente pensa, uma ideia de empreendimento não significa uma
oportunidade de negócio. Uma ideia somente se transforma em oportunidade quando seu
propósito vai ao encontro de uma necessidade de mercado. Ou seja, quando existem potenciais
clientes.
Uma oportunidade também tem o seu tempo, isto é, o seu momento correcto. Por exemplo,
um produto que num primeiro momento traduz o aproveitamento de uma grande
oportunidade, um ano depois pode estar ultrapassado e não ser mais lembrado pelos
consumidores. Se a empresa que o comercializa não estiver preparada para melhorar,
actualizar ou até mesmo substituir o produto, poderá estar prestes a desaparecer.
Na prática, esta postura significa participar de várias actividades como feiras, exposições e
eventos relacionados ao sector em negócios no qual a empresa actua, procurar ler revistas do
segmento, participar de reuniões e encontros em associações, conversar com os concorrentes,
clientes, empregados, fornecedores e empresários de outros sectores. Procurar compreender
as tendências do mercado, situações económicas, políticas, sociais etc.
Este hábito constrói-se com o tempo e ajuda o empreendedor a ter muitas ideias. Quando
uma destas ideias resulta na constatação de uma oportunidade, o empreendimento tem um
momento especial para transformar todo o seu potencial em “ouro”.
Outro dado é que de acordo com o IPEME (Instituto para Promoção das Micro, Pequenas e
Médias Empresas), vinculado ao Ministério da Indústria e Comércio de Moçambique, entidade
que também dá apoio ao empreendedorismo na sociedade moçambicana, Moçambique
concentra cerca de 29 mil micros e pequenas empresas que representam 87,5% do total.
Segundo um estudo realizando no país, a maioria no sector de serviços e agricultura.
Ela ainda afirma que 30 anos após a independência, as elites moçambicanas têm de se
concentrar na criação de riqueza através de uma classe empresarial sólida, diversificada,
actuante e competente, assim garantirão o seu papel num grande país da África - Austral dum
modo global.
Conhecer o mercado e o que os clientes precisam, para assim se tomar uma decisão
empreendedora, só é possível através de investigações estruturadas e com métodos. Afinal as
informações sobre como agir, e o que tem-se como carência, estão disponíveis no mercado,
caso contrário as decisões ficam baseadas apenas em “impressões”, sem uma clara definição de
quais os parâmetros adequados para as acções.
Para os alunos da UP, o processo de pesquisa precisa ter um carácter de contactos reais com
o mercado em busca de informações sobre as decisões a tomar-se e quais serão os rumos do
empreendimento, ou seja, é preciso motivar os alunos a “irem” ao mercado e pessoalmente
constatarem o que nele ocorre no que diz a: níveis de satisfação quanto a um determinado
segmento de negócio, carências em determinadas áreas de serviços, tendências para os
próximos anos e inovações e oportunidades detectadas.
Dois são os tipos básicos de pesquisa que devem ser demonstrados aos alunos como
alternativas para atingir-se os objectivos:
Esta decisão deve ser tomada antes de o empreendimento estar em funcionamento. Porém
nunca é tarde para iniciar o planejamento e a estruturação de uma empresa já aberta, pois isso
será uma ação contínua na empresa.
Quando o empreendedor não sabe para onde ir, qual a melhor direcção, se não sabe o que a
empresa precisa ter ou qual empreendimento ele deve abrir ou que lucro deseja ter ou qual
será o alcançado, este é o momento exacto para se planificar a estruturar o empreendimento,
por meio de uma ferramenta denominada de “Plano de Negócios-PN”. Neste material esta
ferramenta será nomeada de “Projecto Empreendedor-PE”, obedecendo às mesmas normas do
Plano de Negócios padrão.
A) Sumário Executivo
Explique em poucas palavras como será a empresa e o que ela comercializará ou fará para os
clientes.
Missão é uma declaração única que representa a identidade da empresa, estabelecendo o seu
propósito mais amplo. Para escrever a missão do empreendimento, inicie com um verbo no
infinitivo, denotando a acção que se pretende. Em seguida acrescente as demandas que serão
atendidas e como atendê-las.
Lista-se e especifique os objectivos/metas que serão atingidos, e que podem ser mensurados.
Normalmente tem-se um número pequeno de objectivos seleccionados.
C) Plano operacional
D) Aspectos Legais
Este tópico é usado para destacar os principais pontos da estrutura organizacional, ou seja, a
organização funcional dos colabores e os aspectos relacionados à remuneração, treinamento e
avaliações relacionadas às pessoas do empreendimento.
Liste os pontos principais como: crescimento das vendas, lucratividade, rentabilidade e tempo
de retorno. Estipule o valor do Investimento Inicial para abrir o empreendimento.
REFERÊNCIAS
DRUCKER, P. F. Innovation and entrepreneurship. New York, Harper Collins Publishers, 1986.
FILION, L. J. et al. Boa ideia! E agora? São Paulo, Cultura Editores Associados, 2000.
HAIR, Joseph F; BABIN, Barry; MONEY, Arthur H.; SAMOUEL, Phillip. Fundamentos de Métodos
de Pesquisa em Administração. São Paulo: Bookman. 2005.
NUNES, Jonas Custódio e CARVALHO, Tiago da Costa. Empresa Simulada. Belo Horizonte,
SEBRAE/MG, 2007. 52 p.