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CURSO DO MECÂNICO

Novas tecnologias
de lubrificação: normas
ILSAC GF-6 e API SP
Material de apoio

Rodrigo Ferrugem é
mecânico do Rubinho
Barrichello na equipe
MobilTM Full Time,
na Stock Car, e é quem
apresenta as videoaulas
deste curso. 1
MÁRIO SÉRGIO DA COSTA SIMÕES - null - MÁRIO SÉRGIO DA C
SUMÁRIO
AULA 1
CAPÍTULO 1: Indústria em transformação

CAPÍTULO 2: A normatização dos lubrificantes

CAPÍTULO 3: Os órgãos reguladores

CAPÍTULO 4: ILSAC e sua norma mais recente

CAPÍTULO 5: Proconve e o Brasil

AULA 2
CAPÍTULO 1: Motores: novas características e tendências

CAPÍTULO 2: O padrão ILSAC GF-6 e novos testes

CAPÍTULO 3: ILSAC GF-6: benefícios estendidos

CAPÍTULO 4: Por que usar o óleo correto?


Como orientar seu cliente?

CAPÍTULO 5: Lista de veículos com motores no padrão


ILSAC GF-6 e produtos Mobil SuperTM

MÁRIO SÉRGIO DA COSTA SIMÕES - null - MÁRIO SÉRGIO DA C


AULA 1
CAPÍTULO

01

Indústria em
transformação
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MÁRIO SÉRGIO DA COSTA SIMÕES - null - MÁRIO SÉRGIO DA C
CAPÍTULO 1:
Indústria em transformação

Do fordismo e a linha de montagem até


a atual fase de transição para modelos
Fordismo é um sistema
movidos a energias limpas que vivemos hoje, de produção industrial
a indústria automotiva passou por muitas
transformações. Nos últimos anos, com o
em massa, criado pelo
endurecimento das legislações ambientais empresário norte-
mundo afora, os esforços principais do setor
se concentraram em produzir veículos mais
americano Henry Ford,
leves e que consumam menos combustível, fundador da Ford Motor
tudo isso para reduzir ao máximo a emissão
de gases poluentes.
Company, em 1914, e
adotado nas indústrias
As principais transformações, além da lataria
mais leve (nos carros de luxo com uso de
do mundo todo durante
alumínio), concentram-se nos motores, que o século 20.
precisam continuar potentes, mesmo tendo
que consumir menos combustíveis para
reduzirem as emissões. Estudos apontam que
10% de diminuição na massa total do veículo
em ordem de marcha permite economia de
5% a 7% no gasto de gasolina, álcool ou diesel
(saiba mais no box , na página seguinte).

Voltando aos motores, a nova geração é muito


mais sofisticada se comparada aos modelos
desenvolvidos em um passado relativamente
recente. Entra aqui outra palavra-chave desse
texto: eficiência térmica. É por meio dela que
os motores atuais conseguem fazer bom uso
da energia gerada pelo combustível, o que
significa obter mais potência da combustão a
partir de um litro de gasolina, etanol ou diesel.

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CAPÍTULO 1:
Indústria em transformação

Este novo contexto, principalmente nos


motores, trouxe mudanças também para
GUARDA ESSA!
a indústria de lubrificantes, que precisou
desenvolver óleos mais robustos, capazes
Lataria mais leve = menos gasto
de acompanhar a evolução representada
com combustível
por essa nova geração de propulsores.
Mais à frente vamos falar especificamente
O Mercedes-Benz Classe C (lançado
das mudanças ocorridas na motorização
em 2013) levava parcialmente
dos veículos, assim como citar algumas das
alumínio na composição da lataria,
principais inovações implementadas pela
pesando 70kg menos do que a
indústria automotiva.
versão toda em aço. A participação
do metal mais leve passou de
menos de 10% para quase 50%
ajudando na redução do peso total.
No Volkswagem Touareg, essa
redução chegou a 200kg.

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CAPÍTULO

02

A normatização
dos lubrificantes
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CAPÍTULO 2:
A normatização dos lubrificantes

Antes de explicar as mudanças ocorridas


no mercado de lubrificantes em função GUARDA ESSA!
das transformações no setor automotivo, é
importante contextualizar como funciona Entendeu como funciona
essa indústria, que têm padrões que o lubrificante no motor do carro?
normatizam a produção de óleos
mundialmente, tudo em parceria estreita com Agora, fica mais fácil de entender
as principais montadoras mundiais. também porque a troca de óleo no
intervalo correto é tão importante,
E, antes ainda, uma questão importante: você mas tem mais...
sabe para que serve o óleo dentro do motor?
Entenda melhor abaixo: •
É fundamental também que
o veículo utilize o óleo com
Para que serve o óleo no motor? as especificações corretas para
a perfeita operação do motor.
Primeiro, serve para reduzir o atrito entre
peças móveis dentro dos propulsores,
garantindo seu bom funcionamento. Foi justamente para garantir que cada
Segundo, com o tempo de uso o lubrificante propulsor faça uso do óleo adequado que
vai alterando sua viscosidade e, quando isso foram criados padrões de qualidade e
acontece, eleva-se gradualmente a fricção desempenho para os diferentes tipos de
interna no motor, comprometendo seu motores, com base em vários parâmetros.
desempenho. Sãos eles que regem a indústria de lubrificante
já há bastante tempo.
Então, sem a troca do lubrificante, o motor
naturalmente consome mais combustível e, Por meio deles, o cliente ou o mecânico que
obviamente, isso acaba diminuindo a vida útil o atende pode saber exatamente o que estão
do propulsor. Além disso, o lubrificante atua comprando – e, sobretudo, o que o automóvel
no resfriamento e troca de calor do motor, realmente necessita. Sem essas normas,
protege contra a corrosão, facilita a partida cada montadora teria que desenvolver seus
a frio, mantém a temperatura e a pressão do produtos um a um para seus propulsores.
equipamento, limpa e elimina ruído.

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CAPÍTULO

03
03
Os órgãos
reguladores
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CAPÍTULO 3:
Os órgãos reguladores

Cinco órgãos internacionais estabelecem as


normas de classificação existentes para os
GUARDA ESSA!
óleos, especificando padrões de desempenho
e de viscosidade. E, de fato, o segundo fator é
Você sabe o que é viscosidade?
uma informação relevante sobre o lubrificante.
Entender seu significado e especificações é
Viscosidade é a resistência que
essencial para oferecer um bom serviço de troca
um fluído oferece ao escoamento.
de óleo. Isso porque cada projeto de motor
Para facilitar, ela mede a fluidez de
demanda determinado nível de viscosidade
um lubrificante. Quando maior seu
para que seu funcionamento seja otimizado.
nível, menor é a fluidez do óleo (e
vice-versa).
No caso da viscosidade, a principal referência
global é a Sociedade dos Engenheiros
Automotivos dos Estados Unidos
(SAE, na sigla em inglês). A entidade
estabelece os padrões de viscosidade usados SAE: uma breve história
por toda indústria automotiva, definindo o
que cada tipo representa. A classificação No início do século XIX, havia centenas de
se divide em dois grupos: monoviscosos montadoras no mundo. Todas elas tinham
(representado por apenas um número, demandas em comum, como problemas
como 30 ou 10W) e multiviscosos (que de design técnico para criação de padrões
sempre têm dois números, como 10W- de engenharia. Essas necessidades deram
30) – são os mais utilizados no mercado. origem à SAE, que pretendia ser o palco
para troca de ideias. Fundada em 1906, a
Os lubrificantes multiviscosos têm como SAE tem hoje um braço internacional (a
principal característica a capacidade de ajustar SAE International), que conta com mais
a viscosidade às diferentes temperaturas de 128 mil engenheiros associados, além
operacionais do motor. O primeiro número de especialistas técnicos, ligados aos
indica o funcionamento do insumo em aeroespacial e automotivo. Mais tarde,
condições mais frias, críticas para a partida do durante a deçada de 1990, SAE International
motor. Já o segundo, por sua vez, diz respeito às anunciou a formação da SAE Brasil, que
condições em altas temperaturas. Ainda assim, atualmente conta com mais de 1,5 mil
lubrificantes podem ter a mesma viscosidade membros afiliados.
atendendo a diferentes padrões de qualidade.

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CAPÍTULO 3:
Os órgãos reguladores

Se a SAE é praticamente a referência única Japanese Automotive Standards


para as diferentes classificações de viscosidade, Organization (Jaso): como o nome indica,
o mesmo não pode ser dito a respeito dos é a entidade que estabelece os padrões de
órgãos que determinam as especificações qualidade e desempenho dos lubrificantes no
relacionadas ao desempenho e qualidade que Japão. Com grande relevância no que tange
os óleos lubrificantes devem atender. Há quatro normas para óleos destinados a motos, tem
associações internacionais em destaque: penetração limitada mundialmente na área
automotiva.
Quatro associações internacionais
que determinam as especificações Comitê Internacional de Padronização e
dos lubrificantes Aprovação de Lubrificantes (ILSAC, na sigla
em inglês): o órgão é formado por entidades
American Petroleum Institute (API): em asiáticas, como a Associação Japonesa dos
similaridade à Agência Nacional do Petróleo, Fabricantes de Automóveis (Jama, na sigla em
Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a API inglês), e norte-americanas, casos da própria API
certifica, regulamenta e fiscaliza o setor de e do Conselho Americano de Química (ACC, na
petróleo, gás e derivados nos Estados Unidos. sigla em inglês), que representa a indústria de
Criou os padrões – atualizados de tempos em aditivos. Por isso, as normas ILSAC sempre têm
tempos – mais usados nas Américas, sendo, categorias paralelas à da API, o que garante
portanto, a mais conhecida e aplicável no Brasil. maior abrangência para as especificações das
duas entidades globalmente. A ILSAC criou
Associação de Construtores Europeus de padrões de desempenho importantes para essa
Automóveis (ACEA): é o padrão europeu de nova geração de motores, mais econômicos e
qualidade e desempenho. Em relação à API, menos poluentes.
apresenta diferenças consideráveis, com testes
distintos. Uma razão explica isso: por lá é muito
fácil encontrar carros de passeio a diesel. As
normas da ACEA contam com categorias mistas,
que atendem a diferentes tipos de veículos, bem
em linha, portanto, com a realidade do mercado
automotivo local. Ainda assim, a associação
tem grande relevância internacional, uma vez
que algumas das principais montadoras globais
são europeias.

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MÁRIO SÉRGIO DA COSTA SIMÕES - null - MÁRIO SÉRGIO DA C
CAPÍTULO

04

ILSAC
e sua norma
mais recente
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MÁRIO SÉRGIO DA COSTA SIMÕES - null - MÁRIO SÉRGIO DA C
CAPÍTULO 4:
ILSAC e sua norma mais recente

Com a transformação atual na indústria


automotiva, que intensificou esforços para
reduzir as emissões de poluentes para cumprir GUARDA ESSA!
com legislações ambientais, as normas ILSAC
ganharam bastante relevância nos últimos Prazo para adaptação
anos globalmente. Seus padrões são sempre ao ILSAC GF-6
representados pela sigla GF (Gasoline Fueled
ou abastecidos com gasolina, na tradução Nos padrões criados pela ILSAC, só
livre), seguida de um número que estabelece o a categoria mais recente permanece
nível de desempenho do lubrificante (quanto ativa. Por isso, quando lançou GF-
maior, mais novo). 6, em maio de 2020, a entidade
estabeleceu um prazo de um ano
A última categoria lançada pela ILSAC é a GF-6 para que todas as fabricantes de
– falaremos especificamente sobre ela mais à lubrificantes adaptassem seus
frente nesta apostila. Apresentada em maio produtos. A partir de maio de 2021,
de 2020, foi criada para melhor atender aos portanto, quem não fizer os ajustes
novos tipos de motores, que são menores, mais necessários não poderá mais
potentes, com injeção direta de combustível e usar a certificação ILSAC, sendo
temperatura interna e densidade de potência obrigados a retirá-la dos rótulos e
muito mais altas, o que cria uma série de registros.
particularidades e um clima mais hostil para
o bom funcionamento dos lubrificantes. Sua
norma “irmã” é a API SP.

Nessa última atualização, um dos principais


objetivos da ILSAC foi buscar melhor eficiência
térmica dos propulsores. Além disso, o comitê
foca em viscosidades mais baixas, não sendo
aplicável para todos os lubrificantes. Por esta
razão, é possível encontrar no mercado óleos
com API SP que não são ILSAC GF-6, enquanto
o contrário não é verdadeiro. Para ser ILSAC
GF-6, API SP é um pré-requisito básico.

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MÁRIO SÉRGIO DA COSTA SIMÕES - null - MÁRIO SÉRGIO DA C
CAPÍTULO 4:
ILSAC e sua norma mais recente

E como foi a evolução das normas ao longo dos anos?

ILSAC GF-2 ILSAC GF-4 ILSAC GF-5


API SJ API SM API SN Plus

1990 2000 2010 2020

novo
ILSAC GF-1 ILSAC GF-3 ILSAC GF-5 ILSAC GF-6
API SH API SL API SN API SP

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CAPÍTULO

05

Proconve
e o Brasil
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CAPÍTULO 5:
Proconve e o Brasil

A poluição do ar tem sido, desde a primeira A iniciativa ganhou o nome de Programa


metade do século 20, um problema nos de Controle da Poluição do Ar por Veículos
grandes centros urbanos industrializados. Automotores (Proconve), que teve suas fases
Em São Paulo, por exemplo, 2,5 milhões de mais recentes regulamentadas em 2018 e
veículos licenciados circulavam pela cidade agendadas para entrar em vigor a partir de
em 1981, número que subiu para 18,2 milhões 2022, tanto para veículos leves como pesados.
em 2018, apontam informações do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para atender aos compromissos assumidos


que buscam minimizar o impacto sobre o
GUARDA ESSA!
clima do planeta, legislações mais rígidas
e programas de controle de emissões
Manual informativo sobre
de gases foram lançados por diferentes
o Proconve
países, impactando diretamente a indústria
automotiva.
O Transporte brasileiro é
responsável pela emissão de
No Brasil, esse movimento começou a partir
22,8% de gás carbônico (CO2) no
do final dos anos 1970, quando órgãos
país, sendo 89%,9% desse total
estaduais começaram a fazer ensaios de
proveniente do modal rodoviário,
determinação dos poluentes no gás de
apontam dados da Confederação
escapamento de veículos, tanto novos quanto
Nacional de Transportes (CNT). No
em uso. A indústria de motores passou a fazer
final de 2020, a entidade lançou
o mesmo.
o Caderno CNT de Perguntas e
Respostas sobre a Fase P-8 do
Em 1986, o Conselho Nacional do Meio
Proconve - a mais recente do
Ambiente (Conama) estabeleceu uma política
programa. O objetivo da publicação
de controle de emissões de longo prazo, com
é oferecer informaçãoes técnicas
exigências determinadas por fases, para que
e instrutivas sobre essa nova fase.
os diversos segmentos públicos e privados
pudessem contar com tempo para incorporar Para acessá-lo, clique em
as ações e tecnologias necessárias para a https://bit.ly/2NCxrLM.
redução das emissões.

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AULA 2
CAPÍTULO

01

Motores:
novas características
e tendências
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CAPÍTULO 1:
Motores: novas características e tendências

Diante do endurecimento das legislações


ambientais mundo afora, vimos ao longo
dessa postila que a indústria automotiva
iniciou um amplo movimento para adaptar
os veículos à economia de baixo carbono.
Nesse sentido, parte importante dos esforços A economia de baixo
foram direcionados para redesenhar os carbono é um sistema
propulsores, de forma que consumam menos
combustíveis, o que leva à menor emissão de econômico que tem baixa
gases poluentes. emissão de gases poluentes
Todo o foco dos engenheiros das montadoras que contribuem para o efeito
foi direcionado para elevar a eficiência estufa, como monóxido
térmica dos motores. O objetivo final é fazer
bom uso da energia gerada pelo combustível de carbono e dióxido de
para obter mais potência a partir de um litro carbono. A proposta é reduzir
de gasolina ou diesel e, com isso, gerar menos
emissões. Diante do desafio de reduzir as os impactos sobre o meio
emissões, quatro grandes tendências de ambiente, gerando emprego
motorização vêm ganhando espaço na
indústria automotiva mundial: e desenvolvimento a partir
da inovação dos processos
produtivos.

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CAPÍTULO 1:
Motores: novas características e tendências

Quatro tendências
de motorização GUARDA ESSA!

1. Redução do tamanho dos motores Downsizing, consumidores


(Downsizing) e menos cilindros
A tendência foi citada brevemente na primeira
Para as montadoras (e pensando
parte da apostila e será mais aprofundada nos clientes), a ideia central com
agora. A redução visa aumentar a eficiência a redução dos motores era - além
energética dos motores. Isso significa de atender à legislação - fazer com
gerar mais potência a partir de menos que o motorista não sinta que a
combustão, o que demanda aproveitar economia de combustível venha
melhor a energia interna gerada. Cilindros e associada à menor agilidade do
carro. Para isso, a nova geração de
pistões dessa nova geração de propulsores, propulsores reduziu a cilindrada,
por exemplo, também são menores, até mas manteve a potência, torque
porque injeta-se menos combustível. Além e resposta do acelerador. Nesse
disso, as proporções reduzidas tornam o movimento ao longo do tempo,
propulsor mais econômico, visto que é os motores de 8 cilindros foram
mais leve e gera menos arrasto. Acelerada sibstituídos pelos de 6, os de 6
deram lugar aos de 4, os de 4
globalmente na última década, a tendência passaram a 3.
de downsizing dos motores foi menos sentida
no Brasil. Isso se deve às características
do mercado nacional, que tem parcela
representativa de modelos econômicos
1.0, que já são naturalmente menores.

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MÁRIO SÉRGIO DA COSTA SIMÕES - null - MÁRIO SÉRGIO DA C
CAPÍTULO 1:
Motores: novas características e tendências

2. Incorporação de turbo ser uma forma mais eficiente para otimizar


Tecnicamente, o turbocompressor aproveita a combustão. Nos motores com injeção
os gases de escapamento para acionar a indireta, o combustível é pré-misturado com
turbina e permitir a compressão do ar que o ar no coletor de admissão para depois
entra no coletor de admissão do motor. Com chegar à câmara de combustão. Portanto,
isso, graças a uma maior massa de ar admitida, a mistura do combustível com o ar nunca é
a potência da combustão se eleva sem que seja aproveitada em sua totalidade. Mais ainda,
necessário injetar mais combustível na câmara não é possível garantir se o equilíbrio entre os
de combustão. Então, esse equipamento, que dois componentes – ar e combustível – está
no passado era utilizado principalmente para nos níveis ideais para uma combustão mais
elevar a potência de motores que já eram eficiente. Resumindo: nesses casos é utilizado
potentes e obviamente beberrões, agora mais combustível do que o ideal. Já na injeção
ganha nova função: a de permitir que os direta, o combustível é injetado diretamente na
atuais propulsores menores tenham potência câmara de combustão e, portanto, é possível
similar ou até mesmo maior que a dos antigos, atingir um nível de controle mais apropriado
só que consumindo menos combustível e, para fazer uma combustão mais eficiente e
consequentemente poluindo bem menos. produzir mais energia consumindo menos.
Nos modelos novos, o turbo é lubrificado
pelo mesmo óleo do motor. Isso justifica, 4. Filtros de partícula para motores a gasolina
inclusive, a necessidade de maior volume de Este componente é comum em SUVs e veículos
lubrificante. Devido às altas temperaturas a diesel. Isso porque os motores a diesel – que
de trabalho, a região do turbo é considerada é um combustível mais “pesado” – geram
uma área crítica de lubrificação, pois mais fuligens e partículas do que os movidos
é propensa a formação de depósitos à gasolina ou etanol, e os filtros são usados
decorrentes da oxidação do óleo. Portanto, é justamente para tratar essas partículas. A partir
de extrema importância utilizar o lubrificante da validação das novas fases do Proconve,
recomendado, pois o incorreto pode, além que vão entrar em vigor a partir de 2022, essa
de prejudicar o desempenho do motor, novidade poderá ser adotada também em
ocasionar sérios problemas de lubrificação nos propulsores a gasolina com injeção direta. Isso
componentes internos do turbo, diminuindo em função das novas legislações serem mais
drasticamente a vida útil do componente. rígidas, o que demanda emissões de alguns
poluentes praticamente zeradas.
3. Injeção direta de gasolina
Além de menores, os motores modernos
são também mais automatizados. Com a
tecnologia de controle de válvulas atual,
a injeção direta de combustível passou a

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MÁRIO SÉRGIO DA COSTA SIMÕES - null - MÁRIO SÉRGIO DA C
CAPÍTULO

02
02
O padrão ILSAC GF-6
e novos testes
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MÁRIO SÉRGIO DA COSTA SIMÕES - null - MÁRIO SÉRGIO DA C
CAPÍTULO 2:
O padrão ILSAC GF-6 e novos testes

Como vimos no capítulo anterior, os novos


motores evoluíram, são mais eficientes e
menos poluentes. No entanto, trabalham GUARDA ESSA!
em condições mais severas e exigentes de
operação, demandando maiores cuidados. ILSAC GF-6 sem confusão!
Com o aumento da temperatura interna, Nessa última atualização, um dos
diminuição da massa dos componentes e principais objetivos do ILSAC foi
maiores rotações de trabalho, essa nova buscar melhor eficiência térmica
geração de propulsores obrigou a indústria dos propulsores. Além disso, o
de lubrificantes global a se adequar para comitê focou em viscosidades
manter a durabilidade e condições de uso mais baixas, não sendo aplicável
para todos os lubrificantes. Por
adequadas. esta razão, é possível encontrar
no mercado óleos com API
É neste contexto que surge a norma GF- SP que não são ILSAC GF-6,
6, lançada pela ILSAC em maio de 2020. enquanto o contrário não existe:
O novo padrão, que tem como “norma para ser ILSAC GF-6, a API SP é um
irmã” a API SP, atende à demanda dos pré-requisito básico.
propulsores atuais, que adotam o conceito
de downsizing e as tendências citadas no
capítulo anterior.

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MÁRIO SÉRGIO DA COSTA SIMÕES - null - MÁRIO SÉRGIO DA C
CAPÍTULO 2:
O padrão ILSAC GF-6 e novos testes

Os sete ensaios usados para 5. Economia de combustível: permite


boas condições para a combustão ideal.
a criação da especificação
6. Proteção contra corrosão: condições
ILSAC GF-6 para uma melhor limpeza do motor,
com componentes que neutralizamos
Para criar o padrão GF-6, o ILSAC ácidos gerados na combustão.
desenvolveu novos testes, melhores e muitos
7. Pré-ignição: neste caso, o lubrificante
mais rigorosos, reproduzindo em laboratório deve permitir um melhor controle da
as condições internas estressantes que os temperatura de operação do motor. Aqui,
lubrificantes encontram nos motores atuais. além dos aprimoramentos usados no sistema
de arrefecimento, como dois sensores
1. Controle de oxidação: capacidade do e duas válvulas termostáticas, o sistema
óleo em manter sua viscosidade mesmo de lubrificação também deve possuir a
em variações constantes de temperatura. capacidade para evitar a Pré-Ignição em
Baixa Velocidade (LSPI, na sigla em inglês).
2. Limpeza do pistão (câmara de combustão):
nesse caso, uma melhor bombeabilidade
para lubrificação rápida do motor evita a
formação de depósitos no ponto de maior
temperatura dentro da câmara de combustão.

3. Desgaste do motor: capacidade que os


lubrificantes devem ter para proteger o motor
contra o desgaste da corrente de distribuição
que é provocado pela fuligem. Essa condição
é observada principalmente nos motores
modernos com injeção direta de gasolina. Stop-Start é uma tecnologia
que desliga o motor automaticamente
4. Proteção contra formação de borra: quando o veículo para e volta a ligá-lo,
análise do desempenho de um lubrificante no
controle da formação de depósitos no motor instantaneamente, quando o motorista
em condições de baixa temperatura, como por deseja movimentar o veículo. Essa estratégia,
exemplo os equipados com stop-start, que além de diminuir o consumo, também
permitem um ambiente propício à degradação, proporciona uma redução de emissão
contaminação e oxidação do produto. de poluentes na atmosfera, pois o motor
é acionado apenas quando o veículo se
movimenta.
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MÁRIO SÉRGIO DA COSTA SIMÕES - null - MÁRIO SÉRGIO DA C
CAPÍTULO 2:
O padrão ILSAC GF-6 e novos testes

LSPI e as novas
demandas dos motores
Já mostramos neste capítulo como
a norma ILSAC GF-6 atende bem
à demanda da nova geração de
propulsores. E, entre os diferentes
testes criados pela ILSAC, talvez o
LSPI seja o exemplo mais cristalino
de como esses novos motores têm
necessidades específicas decorrentes
da combinação das novas tendências
de motorização citadas no capítulo 1.

Identificado inicialmente nos Estados


Unidos há alguns anos, quando
ficaram comuns os motores turbos
com injeção direta de gasolina, o
problema ocorre quando há uma
ignição espontânea e prematura da
mistura ar-combustível na câmara
de combustão. Esse episódio gera
pressão excessiva no interior dos
cilindros e, se acontecer repetidas
vezes ao longo do tempo, pode
causar danos severos ao motor,
principalmente na superfície da
cabeça do pistão.

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MÁRIO SÉRGIO DA COSTA SIMÕES - null - MÁRIO SÉRGIO DA C
CAPÍTULO

03

ILSAC GF-6:
benefícios
estendidos
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MÁRIO SÉRGIO DA COSTA SIMÕES - null - MÁRIO SÉRGIO DA C
CAPÍTULO 3:
ILSAC GF-6: benefícios estendidos

Para a nova geração de motores dos Os benefícios do ILSAC GF-6 para o cliente
carros, apresentamos ao longo dos
capítulos anteriores os inúmeros benefícios • Elevada economia de combustível
proporcionados pelos lubrificantes do
padrão ILSAC GF-6. E o cliente? Será que • Melhor proteção antidesgaste nos motores
ele conseguirá ver de maneira palpável os modernos
ganhos ofertados pela linha de produtos com
a norma da ILSAC? • Maior limpeza do motor

É bem possível que sim... Para o cliente, • Lubrificante mais robusto


os benefícios mais visíveis do padrão (aumento da vida útil do motor)
ILSAC GF-6 são:

Principais benefícios
ILSAC GF-5 / API SN
ILSAC GF-5 / API SN Plus
ILSAC GF-5 / API SP Controle de oxidação

Pré Ignição Limpeza do pistão

Corrosão Desgaste do motor

Economia de combústivel Proteção de borra

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MÁRIO SÉRGIO DA COSTA SIMÕES - null - MÁRIO SÉRGIO DA C
CAPÍTULO 3:
ILSAC GF-6: benefícios estendidos

Além da economia de combustível, um


benefício bastante visível dos produtos padrão
ILSAC GF-6 tem relação com a limpeza GUARDA ESSA!
do motor. Em função dessa característica, Meu carro tem motor antigo, e aí?
bem superior à norma anterior (GF-5), será
possível que, ao final dos 10 mil quilômetros Essa é uma dúvida pertinente
recomendados para troca do lubrificante, o da parte de qualquer cliente.
óleo ainda esteja em boas condições e com Se o motor dele não tem
viscosidade adequada. turbocompressores ou injeção
direta, por exemplo, é possível ter
todos esses benefícios também?
A resposta é positiva, já que a norma
ILSAC GF-6 tem especificações
retrocompativeis com os padrões
anteriores, caso da ILSAC GF-5.

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MÁRIO SÉRGIO DA COSTA SIMÕES - null - MÁRIO SÉRGIO DA C
CAPÍTULO

04

Por que usar o óleo correto?


Como orientar
seu cliente?
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MÁRIO SÉRGIO DA COSTA SIMÕES - null - MÁRIO SÉRGIO DA C
CAPÍTULO 4:
Por que usar o óleo correto?
Como orientar seu cliente?

Um dos maiores desafios para os engenheiros Uma abordagem boa e didática é resumir
químicos que desenvolvem formulações como vem ocorrendo a evolução dos
de lubrificantes para atender ao padrão motores nos últimos tempos para atender às
ILSAC GF-6 tem relação com a necessidade regulamentações ambientais. Ao fazer isso,
de reduzir o potencial de degradação do é importante ressaltar que os propulsores
óleo, visto que, nos novos motores, as atuais são mais sensíveis, muito em função
temperaturas e a densidade de potência das condições de operações internas mais
são muito maiores do que nos modelos complexas para os lubrificantes.
anteriores. Ainda assim, não foram os únicos.

Sem a tecnologia de lubrificante correta,


as temperaturas médias mais elevadas nos
GUARDA ESSA!
novos motores podem gerar impactos e
riscos significativos para o lubrificante e, em
Boa abordagem relação
consequência, para o motor. O mais previsível
custo-benefício
é acelerar a degradação do óleo, redundando
na formação de depósitos e borras. Esse
Além da parte didática indicada
problema, por sua vez, pode entupir válvulas
acima, outra abordagem é citara
e o sistema de circulação do propulsor,
boa relação curto-benefício que o
reduzindo sua eficiência e aumentando o
uso de um produto que cumpra as
consumo de combustível – e elevando as
especificações do fabricante pode
emissões de poluentes também.
trazer. Trata-se de um investimento
relativamente pequeno perto dos
Agora, uma vez que muitos consumidores
riscos que o uso inadequado pode
não têm conhecimento sobre a importância
representar. Mais ainda, a melhor
da utilização do lubrificante correto para o
performance geral do óleo frente aos
motor do seu carro, além de interesse sobre
padrões anteriores da ILSAC garante
o assunto, como o mecânico pode explicar
que o motor vai funcionar da forma
essa questão ao cliente?
adequada por mais tempo.

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CAPÍTULO

05

Lista de veículos com motores


no padrão ILSAC GF-6
e produtos Mobil SuperTM
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CAPÍTULO 5:
Lista de veículos com motores no padrão ILSAC
GF-6 e produtos Mobil SuperTM

A corrida das montadoras para atender às Já a MobilTM oferece no Brasil uma linha
legislações ambientais mundo afora trouxe de produtos com a norma ILSAC GF-6.
inovações na produção dos veículos, como O Mobil SuperTM 10W-40 Semissintético, por
apresentado ao longo de toda apostila. Falamos exemplo, foi atualizado com a norma API SP.
de carros com turbocompressores, injeção Já o Mobil SuperTM 0W-20 e Mobil SuperTM
direta e o chamado downsizing dos motores. 5W-30 D1, ambos sintéticos, são API SP e
ILSAC GF-6. Nossos produtos foram testados
Mostramos também o caminho que a e, além de atender às especificações exigidas
indústria de lubrificantes percorreu no pelas novas normas, possuem benefícios
desenvolvimento de novos produtos para ainda melhores do que o padrão do mercado,
cumprir com as novas exigências dos o que significa uma performance superior do
propulsores. Como a norma foi lançada em mínimo exigido em um produto API SP.
maio de 2020, muitos veículos ainda não
pedem o uso de lubrificantes ILSAC GF-6 em Comparados ao padrão de mercado, os três
seus manuais, mas segue uma lista daqueles lubrificantes possuem 32% maior proteção
que contam com turbo e injeção direta e já antidesgaste, criando uma barreira protetora
podem se beneficiar do uso desses produtos. extra nas partes internas do motor com maior
pressão, atrito e temperatura. Em controle
Veículos com novos motores de temperatura, a performance é 67%
maior, o que significa que mesmo em altas
• Volkswagen up! Connect 170 TSI temperaturas, os lubrificantes atuam para
• Hyundai HB20 1.0 TGDI Evolution arrefecer o motor, aumentando a resistência
• Hyundai HB20S 1.0 TGDI Evolution à oxidação, além de manter a viscosidade
• Volkswagen Polo Comfortline 200 TSI correta.
• Volkswagen Virtus Comfortline 200 TSI
• Volkswagen T-Cross 200 TSI manual
• Peugeot 2008 Griffe 1.6 THP
• Volkswagen Jetta 250 TSI
• Chevrolet Cruze LT 1.4 Turbo
• Citroën C4 Lounge Shine 1.6 THP

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CAPÍTULO 5:
Lista de veículos com motores no padrão ILSAC
GF-6 e produtos Mobil SuperTM

Especificamente, o Mobil SuperTM 10W-


40 com a classificação API SP proporciona
economia de combustível em até 1,9% quando
comparado a viscosidades mais utilizadas
no mercado, no caso 20W-50, e 6% maior
limpeza do motor, impedindo a formação de
depósitos e garantindo que impurezas sejam
retiradas pelo filtro e eliminadas na próxima
troca de óleo.

Já os lubrificantes 0W-20 e 5W-30, com


classificação ILSAC GF-6, ainda conseguem
consumo de combustível 4% menor, 18%
melhor limpeza do motor e proteção de A MobilTM oferece no Brasil uma linha
de produtos com a norma ILSAC GF-6.
motores modernos 60% maior, garantindo
O Mobil SuperTM 10W-40 Semissintético
que o lubrificante continue no motor, sem foi atualizado com a norma API SP.
retornar ao cárter, mesmo com o carro Já o Mobil SuperTM 0W-20 e Mobil
desligado, facilitando a partida a frio e o SuperTM 5W-30 D1, ambos sintéticos,
funcionamento do sistema de stop-start. são API SP e ILSAC GF-6.

Vale lembrar que a tecnologia superior dos


lubrificantes API SP e ILSAC GF-6 permite
que, ao final do período recomendado para
troca, o óleo ainda esteja em boas condições
e com viscosidade adequada. O melhor de
tudo é que as normas são retrocompatíveis, Além do material de apoio, você pode baixar
ou seja, veículos mais antigos também um resumo com os principais destaques do
podem receber os lubrificantes MobilTM com curso, para você imprimir e guardar para
as tecnologias mais avançadas do mercado. consulta na oficina.

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www.moovelub.com/mobil/

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