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Empreendedorismo

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On-line

Empreendedorismo

1ª Edição
Introdução da

Disciplina
Objetivos de aprendizagem

• Introduzir o conceito de empreendedorismo, sua origem, evo-


lução e importância para os contextos mundial e brasileiro. Ao
final deste capítulo, o estudante deverá ser capaz de analisar o
contexto de atuação do empreendedor e sua importância para a
economia.
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1.1 Empreendedorismo

Empreender, no sentido de fazer algo novo, mudar o estado atual


das coisas, parece ser algo intrínseco ao ser humano que, ao longo
da história da humanidade, modificou a paisagem natural, construin-
do de prédios a navios. As grandes obras da humanidade só existem
porque alguém resolveu empreender.
No nível local, o empreendedorismo é tão importante quanto as gran-
des empresas no cenário global, pois ele contribui para a geração de
empregos e dinamiza a economia com criatividade e inovação.
Neste sentido, Dornelas (2013, p. 35) aponta que
[...] as definições de empreendedorismo são várias, mas sua
essência se resume em fazer algo diferente, empregar os
recursos disponíveis de forma criativa, assumir riscos calcu-
lados, buscar oportunidades e inovar.
Para Maximiano (2012, p. 7), “o empreendedor é aquele que faz acon-
tecer, se antecipa aos fatos e tem uma visão futura de organização”.
Percebe-se, então, que empreendedorismo e empreendedor são
expressões que remetem à realização, à transformação de ideias em
realidade, modificando a estrutura atual para uma estrutura mais
inovadora, capaz de romper com os velhos paradigmas.
Para Maximiano (2012, p. 4), o empreendedor deve possuir algumas
características, as quais estão expostas na Figura 1.1:
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Figura 1.1: Principais características do empreendedor.


Criatividade

Capacidade de
implementação

Senso de Disposição para


independência
Empreendedor assumir riscos

Otimismo

Perseverança

Fonte: Maximiano (2012, p. 4).

O autor também enfatiza que há vantagens e desvantagens em ser


um empreendedor, a sensação de liberdade, independência e rea-
lização pessoal pode ser encarada como um aspecto positivo. No
entanto, há uma carga excessiva de trabalho, ao contrário dos que
pensam que, sendo donos do próprio negócio, poderão dormir até
mais tarde. O empreendedor está sempre envolvido em todos os
processos, lidando com as pressões, riscos e incertezas.
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Unidade 1 - Introdução ao empreendedorismo

Para Maximiano (2012, p. 8), as vantagens e desvantagens do em-


preendedorismo podem ser resumidas em:
• Autonomia
• Desafio
• Controle financeiro
Enquanto as desvantagens são:
• Sacrifício pessoal
• Sobrecarga de responsabilidade
• Pequena margem de erro
Nota-se, portanto, que empreender exige dedicação e coragem para
se lançar em novos desafios, além de encarar os desgastes psicoló-
gicos e pessoais que o acompanharão ao longo da jornada em que a
mudança é vista como uma oportunidade.
Para o SEBRAE (2017), o sucesso do empreendedor vai além da ca-
pacidade de gerenciamento do negócio. Ele depende também das
atitudes e do comportamento do indivíduo. Algumas dessas carac-
terísticas comportamentais podem ser trabalhadas e desenvolvidas,
tais como:
Busca de oportunidade e iniciativa: está relacionada à capa-
cidade de um empreendedor criar novas oportunidades de
negócio, agindo com proatividade e se antecipando às situ-
ações, buscando expandir seu negócio por meio de oportu-
nidades incomuns.
Persistência: não desistir diante dos obstáculos, esforçar-se
para atingir objetivos e ter capacidade de resiliência, adap-
tando-se com mais facilidade, mudando planos e revendo
objetivos.
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Correr riscos calculados: empreendedores são capazes de


buscar e analisar alternativas que ajudem a reduzir erros e
tomar melhores decisões.
Exigência de qualidade e eficiência: fazer sempre mais e
melhor, buscando continuamente satisfazer as necessidades
dos clientes, cumprindo prazos e padrões de qualidade.
Comprometimento: o empreendedor assume para si a res-
ponsabilidade de sucesso ou fracasso do negócio, muitas
vezes sacrificando-se pessoalmente. O relacionamento com
clientes e o trabalho em colaboração com os funcionários é
encarado pelo empreendedor como uma necessidade vital
para o sucesso do empreendimento.
Busca de informações: o empreendedor deve ser uma pes-
soa muito bem informada, que busca constante atualização
sobre o negócio, os clientes, os fornecedores e concorrentes
etc., com a intenção de sempre oferecer inovação.
Estabelecimento de metas: determinar objetivos que pos-
sam ser mensurados a longo e curto prazo.
Planejamento e monitoramento sistemático: organização,
prazos e resultados devem ser medidos e avaliados para que
o empreendedor possa agir por etapas bem definidas, que
permitam sua adaptação às mudanças do mercado, sempre
atento aos indicadores financeiros para a tomada de decisão.
Persuasão e redes de contato: relacionar-se e influenciar
pessoas-chave para o negócio; capacidade de estabelecer
parcerias estratégicas, desenvolvendo bons relacionamen-
tos comerciais que o ajudem a atingir seus objetivos.
Independência e autoconfiança: autonomia e confiança
para a tomada de decisão, otimismo e determinação, capa-
cidade de transmitir confiança.
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Figura 1.2: O empreendedor é aquele que transforma


ideias em oportunidades.

Fonte: Plataforma Deduca (2017).

O empreendedor enxerga a mudança como algo positivo e busca


por ela constantemente, pois é dessa busca que ele consegue ver as
oportunidades que podem ser exploradas como negócio.

O empreendedorismo, no entanto, não é algo nato ao


indivíduo. Ele depende de fatores culturais e sociais,
não se referindo somente ao fato de inaugurar novas
empresas. O seu conceito é amplo e se manifesta de
várias formas, desde a atuação interna de um profis-
sional inovador dentro da empresa até a formulação
de políticas públicas capazes de modificar a realida-
de dos cidadãos.
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1.1.2 Tipos de Empreendedores

Apesar de haver várias pesquisas que buscam identificar um estereóti-


po de empreendedor, os inúmeros tipos de empreendedores que exis-
tem na prática não podem ser caracterizados de uma mesma maneira.
Isso demonstra que ser empreendedor é algo que está associado
ao desenvolvimento de inúmeras habilidades que qualquer pessoa
pode desenvolver.
De acordo com pesquisa realizada por Dornelas (2015), existem vá-
rios tipos de empreendedores, desde o que ele chama de “empreen-
dedor normal” até o empreendedor social, que atualmente tem ga-
nhado destaque no mundo dos negócios, especialmente nos países
em desenvolvimento.
Vamos conhecer esses tipos de empreendedores?

O “normal”

O empreendedor “normal”, assim definido por Dornelas (2015), é


aquele que planeja. Para o autor, este desígnio de “normal” significa
que a pessoa age conforme o que se espera de um empreendedor,
preocupando-se com cada passo, planejando o negócio com visão
de futuro e buscando sempre alcançar metas. O autor relata que o
adjetivo “normal” é posto como em uma relação com aquilo que, na
prática, muitas vezes, não costuma ser assim. Ou seja, muitos em-
preendedores não agem como empreendedores, deixando de lado
o planejamento e o preparo para novos negócios e para novos desa-
fios. O empreendedor “normal” é uma referência a ser seguida, dada
sua qualidade de planejador.
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Empreendedor herdeiro

O perfil do empreendedor herdeiro é variado. Ele pode ser aquele


que se envolveu ainda jovem com os negócios da família e desde
cedo já aprendeu a empreender com os exemplos que teve e seguiu
esses passos. Ou pode ser mais inovador, aquele que quer mudar
as regras do jogo e fazer diferente na empresa. Ou, ainda, o empre-
endedor herdeiro pode ser conservador e buscar não alterar nada
daquilo que tem dado certo, como naquele ditado: “em time que
está ganhando, não se mexe”. O empreendedor herdeiro, conforme
Dornelas (2015, p. 14) “recebe logo cedo a missão de levar à frente o
legado de sua família”.

Empreendedor por necessidade

Esse tipo de empreendedor é aquele que, sem outras alternativas de


sustento, vê na criação da empresa a única oportunidade de gerar
renda depois de ser demitido e ficar desempregado. Dornelas (2015,
p. 14) argumenta que esses empreendedores:
[…] são vítimas do modelo capitalista atual, pois não têm
acesso a recursos, à educação e às mínimas condições para
empreender de maneira estruturada. Suas iniciativas empre-
endedoras são simples, pouco inovadoras, geralmente não
contribuem com impostos e outras taxas, e acabam por
inflar as estatísticas empreendedoras de países em desen-
volvimento, como o Brasil. Sua existência em grande quan-
tidade é um problema social que, no caso brasileiro, ainda
está longe de ser resolvido.
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Unidade 1 - Introdução ao empreendedorismo

Isso porque, geralmente, estão envolvidos com atividades informais,


que geram pouco retorno financeiro, ainda que sejam pessoas que
buscam arduamente a subsistência familiar.

Figura 1.3: O empreendedor precisa ter coragem para


assumir riscos.

Fonte: Plataforma Deduca (2017).

Empreendedor corporativo

A necessidade de inovação é cada vez mais presente no mundo dos


negócios. Assim, surge também a necessidade de que, em grandes
empresas, haja empreendedores que assumam riscos e tenham óti-
mas capacidades administrativas e gerenciais. Ainda que não te-
nham total autonomia, precisam, por isso mesmo, desenvolver sua
capacidade de negociação. Sendo assim, é importante que tenham
uma boa rede de network dentro e fora da organização. São pesso-
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as ambiciosas e ousadas, com características de liderança, capazes


de motivar pessoas para realizarem os objetivos da empresa.

Empreendedor serial

O empreendedor serial é aquele que é apaixonado por empreen-


der. Dificilmente troca a adrenalina e os desafios por um cargo de
liderança em uma grande empresa. Seu perfil demonstra que é uma
pessoa dinâmica, sempre de olho nas oportunidades, que gosta de
relacionamentos e mantém um excelente network. Sempre que con-
clui um desafio, precisa de outro para se sentir motivado, é, portan-
to, uma pessoa que busca constantemente realizar seus objetivos,
envolvendo-se na criação de vários negócios e encarando os fra-
cassos pelo caminho como aprendizados e estímulo para superação
dos desafios que terá à frente.

Empreendedor que aprende

Sabe quando a oportunidade bate à porta? Esse tipo de empreen-


dedor não costuma desprezá-la, mesmo que nunca tenha empre-
endido antes. Esse tipo aprende a empreender quando se sente
motivado por uma oportunidade de criar um negócio próprio, ou
quando alguém o convida a fazer parte de um negócio.

Empreendedor nato

Este é um tipo de empreendedor que começou do nada e construiu


um império! Com habilidades para vendas e negociação, motivados
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por exemplos familiares, começam a trabalhar cedo, são visionários e


otimistas, comprometem-se firmemente na busca por atingir objetivos.

Empreendedor social

A maior característica desse tipo de empreendedor é que ele preci-


sa ter um forte propósito em seu trabalho. Sua vontade é mudar o
mundo, envolvendo-se com causas sociais e criando oportunidades
para pessoas carentes. Atualmente, inúmeros negócios têm surgido
do empreendedorismo social, buscando impactar a vida de comu-
nidades de países em desenvolvimento, desde o ramo de medici-
na diagnóstica até reformas em moradia. O que move este tipo de
empreendedor não é o lucro a qualquer custo, mas, principalmente,
contribuir de alguma forma com a sociedade.
Por meio dessas definições, podemos notar que as habilidades neces-
sárias para ser um empreendedor podem ou não ser natas, assim, é
possível compreender que o empreendedorismo está ao alcance de
qualquer pessoa, é preciso, então, preparar-se para essa prática.

1.2 Empreendedorismo no Brasil

Pode-se dizer que o empreendedorismo no Brasil se iniciou a partir da


chegada dos portugueses, que começaram a empreender de diversas
formas. Uma figura que se destaca enquanto empreendedor é o notá-
vel Irineu Evangelista de Souza, conhecido como Barão de Mauá.
Barão de Mauá foi responsável por diversos empreendimentos de
vultuosa importância para o Brasil, dentre os quais se destacam: sua
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Unidade 1 - Introdução ao empreendedorismo

contribuição para a organização da navegação a vapor no Amazo-


nas e Rio Grande do Sul, seu envolvimento com a implantação de
ferrovias, participação na implantação da iluminação e fornecimento
de gás públicos, pavimentação de rodovias, entre outros. Um ho-
mem inquieto e em busca constante de desafios (LEITE, 2008).
Mas, oficialmente, o empreendedorismo no Brasil foi fortalecido e
incentivado no governo de Getúlio Vargas, que implantou importan-
tes órgãos como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
(BNDES), a Petrobras e a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN),
elevando o Brasil ao status de país empreendedor (LEITE, 2008).
Já no governo de Juscelino Kubitschek, houve a abertura do Brasil
para o capital estrangeiro, e então instalaram-se, no ABC Paulista, as
indústrias automobilísticas, dinamizando a economia da região. Na
década de 1970, embora o país vivesse um período conturbado com o
governo militar, a economia brasileira viveu seu período chamado de
Milagre Econômico, passando por rápido crescimento. (LEITE, 2008)

Você sabia que o mercado de games fatura cerca de


1 bilhão por ano no Brasil e que o número de desen-
volvedores aumentou 600% em oito anos? Se refletir
a esse respeito, verá que este é um mercado muito
promissor. Na educação e em treinamentos, os ga-
mes também vêm sendo muito utilizados por auxilia-
rem a aprendizagem.
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Unidade 1 - Introdução ao empreendedorismo

Nessa época, surgiu o CEBRAE (Centro Brasileiro de Apoio à Peque-


na e Média Empresa), que, mais tarde, na década de 1990, passou a
ser chamado de Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas
Empresas (SEBRAE), que contribuiu para estimular o empreendedo-
rismo no país.
Mas foi somente a partir da década de 1990 que as universidades
passaram a fomentar o ensino do empreendedorismo, coincidindo
com um período de instabilidade econômica que empurrou muitos
brasileiros para esta atividade. A partir desse período, as atividades
empreendedoras avançaram no país.
De acordo com os dados do GEM (2016), houve um aumento na
taxa total de empreendedores, especialmente do ano de 2005 a
2010, de 21% a 32%, e no ano de 2015 essa taxa atingiu 39%. No en-
tanto, em 2016, a taxa recuou para 36%, totalizando 48,3 milhões
de indivíduos ligados a alguma forma de empreendedorismo. Essa
queda no número total de empreendedores pode estar relacionada
ao agravamento da crise no Brasil. Ainda assim, nota-se que a taxa
de 2016 é maior do que as taxas dos períodos anteriores, conforme
mostra o seguinte gráfico:
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Unidade 1 - Introdução ao empreendedorismo

Gráfico 1.1: Evolução das taxas de empreendedorismo no


percentual da população entre 18 e 64 anos, segundo o
estágio do empreendimento.

Empreendedores Iniciais
Empreendedores Estabelecidos
Total Empreendedores
39
36
34
32 32
30
26 27 27
23 23
22
21 20 21 21
20
18 17 18
14 14 15 15 15 15
13 13
11 12 19
17 17
15 15 15
12 12 12 12
10 10 10
8 8

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Fonte: Global Entrepreneurship Monitor (GEM, 2016).

A pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro da Qualidade e Produ-


tividade (IBQP), em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) e apoio técnico do Grupo de
Pesquisa Inovação, Sustentabilidade e Empreendedorismo em Pe-
quenas Empresas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) revela
também o perfil dos empreendedores brasileiros.
Em relação à motivação que leva ao empreendedorismo, a pesquisa
considerou os empreendedores que foram motivados por necessi-
dade, aqueles que, sem emprego, enxergam no empreendedorismo
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Unidade 1 - Introdução ao empreendedorismo

uma alternativa para a geração de renda, e os por oportunidade,


aqueles que enxergaram no mercado oportunidades interessantes e,
mesmo com outras alternativas de geração de renda, como empre-
go tradicional, resolveram empreender.
Nesse cenário, a pesquisa mostrou que a cada 100 empreendedores,
57 empreendem por identificarem uma oportunidade no mercado,
enquanto 42 empreendem por necessidade. A taxa de empreende-
dores por oportunidades costuma ser mais alta nos países que apre-
sentam uma busca maior por inovação.
Quanto ao gênero, a pesquisa do GEM (2016) mostra que, no Brasil,
a participação de homens e mulheres em atividades empreendedo-
ras iniciais está bastante equilibrada, sendo que a participação fe-
minina apresenta uma leve superioridade em relação à participação
masculina, aproximadamente 51,5% dos empreendedores iniciais são
do sexo feminino, enquanto 48,5% são do sexo masculino, conforme
indica o gráfico 2.
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Unidade 1 - Introdução ao empreendedorismo

Gráfico 1.2: Distribuição de empreendedores iniciais,


segundo gênero – Brasil.

Masculino
Feminino

100

90

80

70

60 52,4 53,0
52,2 51,2
52,7
50 50,7 51,4 51,0 51,5
50,4
40
47,3 49,3 48,6 49,6
30 47,8 48,8 49,0 48,5
47,6 47,0
20

10

0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Fonte: GEM (2016).

Contudo, embora as mulheres estejam se destacando no empreende-


dorismo quando se trata da abertura de novos negócios, a pesquisa
do GEM (2016) também revela que em relação aos empreendimentos
já estabelecidos, ou seja, já em funcionamento há mais de três anos e
meio, o equilíbrio observado no Gráfico 2 não se mantém.
Os negócios já estabelecidos e liderados por homens atingem 57,3%,
enquanto as empresas lideradas por mulheres e que no mercado há
mais de três anos e meio são de 42,7%, conforme observado no Gráfi-
co 3. Contudo, essa situação já foi pior, e apresenta melhoras significa-
tivas. No ano de 2009, a participação das mulheres em negócios já es-
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Unidade 1 - Introdução ao empreendedorismo

tabelecidos era de apenas 37,3%, enquanto a de homens era de 62,7%.


A pesquisa sugere que os motivos para essa situação estão relacio-
nados ao preconceito de gênero, especialmente no mundo dos ne-
gócios, muito mais ligado, até então, ao masculino. Assim, há dificul-
dades em se obter financiamentos e em lidar com os preconceitos
no ambiente de negócios. Além disso, a dificuldade de conciliar as
demandas familiares, como o cuidado com os filhos, por exemplo,
contribui para que as mulheres fiquem atrás dos homens em relação
à dedicação disponível para estabelecer um empreendimento.

Gráfico 1.3: Distribuição Percentual dos empreendedores


estabelecidos, segundo o gênero – Brasil 2016.

Fonte: GEM (2016).


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Unidade 1 - Introdução ao empreendedorismo

Quanto à faixa etária dos empreendedores, o GEM (2016) os divide


em cinco faixas etárias: 18 a 24 anos; 25 a 34 anos; 35 a 44 anos; 45
a 54 anos; e 55 a 64 anos. Observou-se que, no Brasil, a participa-
ção de pessoas entre 25 e 34 anos é maior em empreendimentos
iniciais, representando 30,3% do universo de pesquisa, seguidos por
pessoas na faixa etária entre 35 a 44 anos, que representam 29,4%
dos pesquisados, enquanto as pessoas de faixa etária entre 55 e
64 anos são as menos representativas, aproximadamente 10, 4% de
participação em empreendimentos iniciais.
Contudo, quando se observam os dados para os empreendimentos
estabelecidos, os que estão no mercado há mais de três anos e meio,
destacam-se os que são comandados por pessoas na faixa etária en-
tre 35 e 44 anos de idade, representando 30,1%, e de pessoas entre 45
a 54 anos de idade, com participação de 25,5%. Do mesmo modo, a
pesquisa indica que a participação de pessoas comandando negócios
estabelecidos na faixa etária entre 55 e 64 anos também é mais ex-
pressiva do que nos empreendimentos iniciais, representando 19,2%.
Nesse sentido, para o GEM (2016, p. 47):
A representatividade dos indivíduos mais experientes em
negócios iniciais e estabelecidos, por exemplo, demanda
atenção. Podem ser apontadas como tendências atuais
de diversos países, que passam por um período de transi-
ção demográfica, a diminuição da taxa de fecundidade e o
aumento da expectativa de vida. Estas alterações sustentam
a previsão de que para a América Latina e Caribe haverá um
aumento de 71% na população com mais de 60 anos até 2030.
Dentre outras medidas de caráter social, uma ação necessá-
ria neste cenário é o delineamento de programas para apoiar
o empreendedorismo de pessoas com mais idade.
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Unidade 1 - Introdução ao empreendedorismo

O nível de escolaridade dos empreendedores brasileiros também foi


objeto de análise na pesquisa, que estabeleceu quatro faixas de es-
colaridade, a saber (GEM, 2016, p. 47-48):
Educ0: representando os empreendedores inicias.
Educ1: composta pelos respondentes com Ensino Funda-
mental completo e Ensino Médio incompleto.
Educ2: contemplando aqueles com Ensino Médio completo
e Superior incompleto.
Educ3+: agregando as demais faixas de escolaridade (supe-
rior completo e cursos completos ou não de pós-graduação:
especialização, mestrado e doutorado).
Como resultado, observou-se que, tanto em termos de empreendi-
mentos iniciais como nos empreendimentos já estabelecidos, preva-
lecem aqueles indivíduos com faixa de escolaridade Educ3+, ou seja,
aqueles que possuem Ensino Superior completo e cursos de pós-
-graduação completos ou não, sendo representados por 46,4% nos
empreendimentos iniciais e 38,1% nos empreendimentos estabeleci-
dos. Esse fato aponta que um nível maior de escolaridade contribui
para que os empreendedores encontrem melhores oportunidades
para começar e estabelecer um negócio.
A pesquisa também abordou a cor dos empreendedores no Brasil e
evidenciou que, entre os empreendedores iniciais, 54,4% se identifi-
cam como pardos, 14,3% como pretos, 30,5% são brancos, e apenas
0,8% são amarelos ou indígenas. Já nos empreendimentos estabe-
lecidos, foi identificado que 49,8% são pardos, 12,6% pretos, 36,3%
brancos e 1,4% amarelos ou indígenas.
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Unidade 1 - Introdução ao empreendedorismo

Resumidamente a pesquisa GEM (2016, p. 51) revela que:


[…] os empreendedores iniciais no Brasil são predominan-
temente mulheres (51,5%), têm entre 25 e 34 anos (30,3%),
possuem renda familiar de dois salários-mínimos (28,8%),
têm segundo grau ou estão cursando o ensino superior
(46,4%), são casadas (41,7%) e tem pele parda (54,4%). Já os
empreendedores estabelecidos são homens (57,3%), com
idade entre 35 e 44 anos (30,1%), possuem renda familiar
entre três e seis salários mínimos (34,6%), possuem segundo
grau completo ou estão cursando o ensino superior (38,1%),
são casados (45,7%) e têm pele parda (49,8%).
Esses dados mostram que o empreendedorismo é uma atividade
crescente no Brasil, mesmo que a crise financeira tenha afetado di-
versos setores da economia. Em tempos de crise, as pessoas ten-
dem a comprar menos, dessa forma, setores ligados a reparos e re-
formas ganham mais dinamismo, por exemplo, evidenciando que é
preciso estar atento às oportunidades que surgem de acordo com o
momento da sociedade.
Nesse sentido, a Revista Exame publicou, em setembro de 2017, o
ranking das 100 pequenas e médias empresas que mais cresceram
na economia nos últimos dois anos, uma pesquisa realizada em par-
ceria com a empresa Delloite, e identificou que as empresas no se-
tor de Tecnologia de Informação lideram o topo da lista, seguidas
da oferta de serviços voltados para empresas, construção e serviços
ligados a construção, comércio e indústria química.
O SEBRAE (2017) sugere algumas tendências para o empreendedo-
rismo no ano de 2017, que são:
• Negócios Digitais: o SEBRAE indica que esses negócios estão
cada vez mais em alta, pois em muitos casos não dependem
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Unidade 1 - Introdução ao empreendedorismo

de investimentos altos, sendo a visão do empreendedor o fator


de maior importância. As principais tendências nesta área são
e-commerce e consultoria on-line.
• Franquias: vistas como uma das grandes promessas de 2017, as
franquias podem oferecer diversas opções sem que o valor do
investimento seja muito alto, e ainda podem oferecer modelos de
negócios mais enxutos e baratos como, por exemplo, os quios-
ques, que já abarcam diversos segmentos.
• Alimentação saudável: com a preocupação cada vez maior das
pessoas em cuidar do corpo e da saúde, esse tipo de negócio é
bastante promissor. O SEBRAE indica ainda que os food trucks
são grandes tendências para os próximos anos.
• Beleza e cosméticos: da mesma maneira que o setor de alimenta-
ção saudável, os cuidados com o corpo e saúde têm também impul-
sionado o setor de beleza e cosméticos. É um setor vasto e que,
com diferenciação e boa localização, pode ser bastante lucrativo.
• Customização: a crise econômica e a questão da sustentabili-
dade, em relação à reciclagem e ao reuso, tem impulsionado o
reaproveitamento de móveis, roupas e outros que podem ser
personalizados.
• Consertos automotivos: do mesmo modo que a customização,
o setor de consertos e reparos automotivos vem ganhando cada
vez mais espaço no mercado.
Em um mercado cada vez mais competitivo, é imprescindível que
o empreendedor esteja atento às mudanças que ocorrem cada vez
mais rápido. Assim, a capacitação e a atualização em relação a essas
tendências são fatores primordiais para que o empreendedor possa
ser bem-sucedido.
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Unidade 1 - Introdução ao empreendedorismo

1.2.1 A formalização da empresa

As empresas são classificadas de acordo com o seu ramo de atuação


e se podem produzir bens e/ou serviços. Em relação à produção de
bens, podemos dividi-las entre bens de consumo e bens de produção.
Os bens de consumo podem ser definidos como produtos alimen-
tícios, produtos de vestuário, eletrodomésticos, automóveis, entre
outros. Os bens de produção são aqueles que contribuem com a
produção de outros bens, por exemplo, máquinas e matéria-prima.
O setor de serviços também é extenso, e inclui setores como: finan-
ças, transporte, hotelaria, restaurantes etc.
Dessa maneira, as empresas são também classificadas de acordo
com o seu ramo de atuação, que são compreendidos como: indus-
triais, comerciais e prestação de serviço. O tamanho da empresa
também é importante na classificação, e elas podem ser empresas
pequenas; de 20 a 99 funcionários no caso de indústrias; e 10 a 49
funcionários se forem de comércio ou serviços. As empresas são
consideradas de médio porte quando possuem de 100 a 499 funcio-
nários em indústrias, e 50 a 99 funcionários em comércio e serviços.
As grandes empresas são aquelas que possuem mais de 500 funcio-
nários, no caso da indústria, e mais de 100 funcionários, no caso de
comércio e serviço, de acordo com o SEBRAE (2013).
O faturamento também é um critério de classificação das empresas,
de acordo com o BNDES (2017):
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Unidade 1 - Introdução ao empreendedorismo

Microempresas são aquelas cujo faturamento anual é de até


360 mil reais.
Pequenas empresas faturam anualmente entre 360 mil reais
até 3,6 milhões de reais.
Médias empresas e grandes empresas são consideradas
assim por apresentarem faturamento anual de 3,6 milhões
de reais a 300 milhões de reais.
Os empreendedores que são autônomos e têm ganhos de até 60
mil anuais podem ser classificados como Microempreendedores In-
dividuais (MEI). Para isso, é preciso que o empreendedor seja maior
de 18 anos, ou emancipado, não ser titular ou sócio de outra empre-
sa, não pode ter filiais e ter no máximo um empregado, registrado e
regulamentado de acordo com a lei.
Registrado como MEI, o empreendedor deverá pagar uma taxa
mensal que varia de acordo com o ramo de atividade de atuação do
negócio, que equivale a 5% do salário-mínimo, mais impostos, que
podem ser R$ 1,00 de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercado-
rias e Serviços) ou R$ 5,00 de ISS (Imposto sobre Serviços).
O pagamento deve ser feito por um Documento de Arrecadação
do Simples Nacional (DAS), um boleto que é emitido no Portal do
Empreendedor. Enquadrado no Simples Nacional, o empreendedor
fica isento do pagamento de outros tributos federais, como Imposto
de Renda (IR), PIS, Contribuição para Financiamento da Seguridade
Social (Confins), Impostos sobre Produtos Industrializados (IPI) e
Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL).
O pagamento dessas taxas dá direito ao microempreendedor in-
dividual aos benefícios previdenciários, como auxílio-maternidade
26

Unidade 1 - Introdução ao empreendedorismo

e aposentadoria, entre outros. Uma vez regularizado, o microem-


preendedor passa a ter um número de CNPJ (Cadastro Nacional de
Pessoa Física), o que permite a emissão de notas fiscais e facilita o
acesso aos investimentos.
A Lei Complementar nº 128/2008 expõe os critérios exigidos para o
enquadramento do empreendedor como MEI. Também é importante
verificar se o seu negócio faz parte das atividades permitidas pelo
MEI, e consultar a prefeitura de seu município para obter mais infor-
mações para a viabilidade do negócio.
Para se cadastrar como MEI, o empreendedor precisa entrar no site
Portal do Empreendedor. Lá, irá preencher um cadastro informando
seus dados pessoais, dar um nome fantasia para a sua empresa, de-
finir suas atividades etc. O processo de formalização do microem-
preendedor individual é simples e rápido. Logo depois de formaliza-
do, ele deve recorrer à prefeitura do seu município para se informar
sobre a emissão de notas fiscais.
27

Unidade 1 - Introdução ao empreendedorismo

Figura 1.4: O registro de microempreendedor individual


permite que o trabalhador saia da informalidade e tenha
acesso aos benefícios previdenciários.

Fonte: Plataforma DEDUCA.

Para abrir uma microempresa individual (MEI), é preciso verificar se


o nome comercial escolhido pelo empreendedor já existe no merca-
do e procurar também a prefeitura do município em que será insta-
lado negócio para a concessão do alvará de funcionamento.
A microempresa deverá ser registrada legalmente na Junta Co-
mercial ou no Cartório de Registro de Pessoa Jurídica. Para isso, é
preciso, além dos documentos pessoais dos sócios ou do empre-
endedor, o contrato social da empresa. Para o SEBRAE (2017), o
contrato social é:
28

Unidade 1 - Introdução ao empreendedorismo

[...] a peça mais importante do início da empresa, e nele


devem estar definidos claramente os seguintes itens: Inte-
resse das partes; Objetivo da empresa; Descrição do aspecto
societário e a maneira de integralização das cotas. Para ser
válido, o Contrato Social deverá ter o visto de um advogado.
As microempresas e empresas de pequeno porte são dis-
pensadas da assinatura do advogado, conforme prevê o
Estatuto da Micro e Pequena Empresa.
Os setores de comércio, indústria e serviços de transporte, comu-
nicação e energia que produzem bens ou serviços são obrigados a
fazer registro também na Secretaria Estadual da Fazenda, obtendo,
assim, uma inscrição estadual que permite a inscrição no ICMS (Im-
posto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). A solicitação
deve ser feita via internet por um contador que esteja autorizado e
tenha uma senha de acesso ao sistema. Algumas empresas devem
ser preocupar também com alvarás de segurança, como o fornecido
pelo Corpo de Bombeiros.
A partir dessas informações, evidencia-se que, ao longo dos anos, o
processo de formalização das empresas no Brasil tem sido desburo-
cratizado, permitindo que empreendedores de diversos segmentos
e tamanhos possam se inserir no mercado de modo mais simplifica-
do. Ainda existem entraves que dificultam a vida dos empreendedo-
res, como a demora na emissão de licenças e dificuldades em obter
financiamento.
Mas, ao que tudo indica, no futuro, o país estará cada vez mais aber-
to ao empreendedorismo, simplificando também a vida dos empre-
endedores, pois são peças fundamentais para o desenvolvimento
econômico no país.
29

Unidade 1 - Introdução ao empreendedorismo

1.3 Mudanças disruptivas e o contexto do empreendedorismo no


século XXI

A humanidade chega ao século XXI imersa nas questões relacionadas


ao aquecimento global, à ascensão da inteligência social e à crise do
emprego. A questão ambiental está cada vez mais presente no dis-
curso do desenvolvimento econômico, direcionando toda a socieda-
de na busca pelo desenvolvimento sustentável, compreendido como
a necessidade de manter as condições de vida para as futuras gera-
ções, ao mesmo tempo em que é preciso incluir as parcelas cada vez
mais empobrecidas da população no mercado consumidor.
O debate acerca da Inteligência Artificial (IA) e a chamada Revolu-
ção 4.0 está promovendo uma verdadeira revolução no mundo do
trabalho na medida em que a automação dos processos produtivos
perpassa a condição do desaparecimento de inúmeros postos de
trabalho, reconfigurando as profissões.
Além desse fato, inúmeros críticos da junção entre robôs e inteligên-
cia artificial apontam que, sem controle, essa união pode represen-
tar uma ameaça à raça humana, que não teria condições de compe-
tir com máquinas autoprogramáveis e com inteligência superior à
do ser humano.
30

Unidade 1 - Introdução ao empreendedorismo

Figura 1.5: Aquecimento Global é intensificado pelas ati-


vidades antrópicas.

Fonte: Plataforma Deduca (2017).

Cada vez mais ouvimos termos como: impressão 3D, robótica, inter-
net das coisas, nanotecnologia, biotecnologia, entre outras que aju-
dam a caracterizar o século XXI. O robô de conversação, conhecido
como ChatBot, já é uma realidade e, muitas vezes, somos atendidos
por eles nos canais que costumam servir como ponte entre empre-
sas e consumidores sem sequer percebermos que não estamos fa-
lando com um ser humano.
Existem previsões que dizem que, até o ano de 2029, até mesmo a
morte deixará de ser temida, sendo a vida eterna possibilitada tecni-
camente com os avanços tecnológicos dos últimos anos. Em futuro
próximo, você poderá falar com sua impressora, dar tarefas para a
sua casa realizar por você e programar sua geladeira para comprar
os alimentos que estiverem faltando (RIBEIRO, 2017).
31

Unidade 1 - Introdução ao empreendedorismo

Nesse ínterim, há uma preocupação cada vez maior com o futuro,


especialmente em relação ao emprego. Muitos estudiosos afirmam
que a ascensão da inteligência artificial poderá acabar com inúme-
ros postos de trabalho e exigir que vários tipos de profissionais se
adaptem às condições dadas pelo progresso técnico da humanida-
de (ARAUJO, 2017).
A Revolução Industrial ocorrida no século XVIII provocou mudanças
parecidas. A força de trabalho passou a ser substituída por máqui-
nas e muitas profissões desapareceram. Até mesmo a força animal,
que era empregada para diversos fins, foi substituída pela força de
um motor (LEITE, 2008).
Contudo, naquele período, as atividades consideradas de baixa qua-
lificação foram as mais atingidas, mas, com o avanço da Inteligência
Artificial, médicos, advogados e outras profissões serão afetadas
pela capacidade de aprendizagem das máquinas.
O fim da privacidade é outro assunto bastante debatido entre os
críticos dos avanços da inteligência artificial. Você já deve ter per-
cebido que, após uma busca no Google sobre algum produto que
você tenha interesse em comprar, anúncios desse produto passam
a fazer parte da sua timeline na rede social, no e-mail, e até mesmo
nas páginas que você entra e que contém anúncios. Tudo está te
direcionando para a efetivação da compra.
Os algoritmos são os tesouros no século XXI: hoje, nossas informa-
ções são coletadas com facilidade pelas empresas e geram uma
espécie de troca da nossa privacidade pela conveniência de termos
sempre à mão ofertas e mais ofertas de produtos variados, os quais
nos são oferecidos a partir de informações que repassamos gratui-
32

Unidade 1 - Introdução ao empreendedorismo

tamente e são processadas por algoritmos inteligentes, capazes de


identificar e prever nossos hábitos de consumo.

Figura 1.6: Inteligência Artificial e Robótica.

Fonte: Plataforma Deduca (2017).

O “tom” do século XXI é dado, portanto, pela quantidade de infor-


mações disponíveis e pela velocidade com que as mudanças ocor-
rem. As inovações tecnológicas e as diversas oportunidades que
surgiram com a internet, aliadas às mudanças no mercado de traba-
lho, contribuíram para que o empreendedorismo esteja sendo consi-
derado a mola propulsora deste século.
33

Unidade 1 - Introdução ao empreendedorismo

Planejar e criar mercados via ideias inovadoras, identi-


ficando oportunidades locais e globais e desenvolver
soluções que gerem impacto social e retorno finan-
ceiro tornaram-se atividades ainda mais complexas
diante da velocidade das mudanças. Você já pensou
sobre como, não raro, um produto tido hoje como
inovador, amanhã já está obsoleto?

Para Dornelas (2013), o momento atual da humanidade pode ser


chamado de Era do Empreendedorismo, pois as inovações disrup-
tivas estão sendo lançadas no mercado por empreendedores que
quebram paradigmas, promovem novas relações de trabalho e em-
prego e eliminam barreiras para gerar riqueza para a sociedade.
Outro fator que tem aumentado o empreendedorismo no Brasil é a
crise política que se instalou no país desde 2015, aumentando o de-
semprego que, segundo o IBGE (2016), passou de 8 milhões de de-
sempregados em 2015 para 14,2 milhões em 2017. Essa instabilidade
acaba estimulando a prática empreendedora, ainda que, em muitos
casos, sem o devido preparo.
Sob condições de incerteza, os empreendedores destacam-se pela
persistência e capacidade de identificar oportunidades por sua vi-
são de futuro apurada, promovendo inovação e contribuindo para
dinamizar a economia e também para o progresso social.
Esse processo de criar algo inovador, na maioria das vezes, acaba por
destruir a situação anterior, ou seja, modifica a estrutura, os costumes e
o modo como as coisas antes eram realizadas; foi o que o economista
austríaco Joseph Schumpeter, em 1939, chamou de Destruição Criativa.
34

Unidade 1 - Introdução ao empreendedorismo

Uma inovação diferencia-se de uma descoberta justamente por estar


disponível no mercado. Muitas descobertas não podem ou não são
comercializadas, não sendo, portanto, caracterizadas como inovação.
Quando uma inovação é comercializada, ela implica em uma mu-
dança social. Por exemplo, antigamente, se quiséssemos nos comu-
nicar com alguém distante, tínhamos a opção de uma chamada pelo
telefone fixo ou de enviar uma carta via correios. Hoje, basta uma
mensagem enviada rapidamente pelo celular, seja nas redes sociais
ou aplicativos de mensagens como o Messenger ou o Whatsapp,
por exemplo.
Portanto, o telefone celular e a internet foram inovações que modifica-
ram o modo de vida da sociedade, promovendo, então, a Destruição
Criativa, ou seja, reinventando o velho jeito de fazer as coisas. Tais mu-
danças têm ocorrido com grande rapidez nos últimos vinte anos.
Inspirado no conceito de Destruição Criativa, emerge o que hoje
todos chamam de Inovações Disruptivas. O termo surgiu em 1995,
cunhado pelo professor de Harvard Clayton Christensen e, basica-
mente, refere-se a um produto ou serviço capaz de criar novos mer-
cados, colocando em xeque o modo como as coisas eram feitas an-
tes do seu aparecimento, tornando obsoleto o modelo anterior.
Nesse sentido, podemos citar várias inovações disruptivas, por exem-
plo, o próprio Google. Antes dele, as enciclopédias eram peças fun-
damentais; depois do surgimento da internet e dessa ferramenta de
busca, passaram a ser obsoletas. Da mesma maneira, ocorreu com o
surgimento do Wikipedia, um site colaborativo de pesquisa. Enciclo-
pédias e listas telefônicas ficaram como exemplos de como as coisas
eram feitas no passado. Aplicativos como o Uber e o Airbnb também
35

Unidade 1 - Introdução ao empreendedorismo

mexeram com o mercado tradicional. E o que dizer da revolução cau-


sada pelo Netflix? Hoje não há nada mais obsoleto do que uma loca-
dora de vídeos, se é que ainda existem.
Percebe-se que mercados antes considerados como sólidos estão
sendo impactados por inovações disruptivas. Produtos, processos,
serviços carecem de inovação, e o empreendedorismo, enquanto uma
força modernizadora, tem desbravado esse caminho para o novo.

Ao longo da história do planeta Terra, sempre foram


observadas alterações no clima. Contudo, a mudança
do clima que ocorre atualmente tem características
distintas. No passado, tais mudanças estavam rela-
cionadas aos fenômenos naturais, enquanto, no pre-
sente, o aquecimento global é consequência direta
das atividades humanas.

O empreendedorismo pode contribuir também no ambiente inter-


no de uma empresa já constituída, isso por meio dos chamados
intraempreendedores ou empreendedores corporativos. A cultura
empreendedora, no sentido de sempre buscar a inovação, está per-
meando o mercado atual e, alinhada à estratégia, visão e missão da
empresa, é capaz de atrair talentos e ampliar as vantagens competi-
tivas da organização.
Assim, o empreendedorismo, em todas as esferas, está sendo con-
siderado como motor do século XXI por conta da busca de solu-
ções para os problemas atuais de modo inovador e sustentável. Aos
poucos, uma sociedade transformada emerge. O grande desafio é a
36

Unidade 1 - Introdução ao empreendedorismo

rapidez com que as mudanças têm ocorrido na sociedade. Para su-


perá-lo, é preciso estar atento ao futuro.

1.4 Negócios de impacto social e startups

Na sociedade atual, o empreendedorismo ganha cada vez mais re-


levância, assim como a inovação. No entanto, quando se fala de
empreender, logo se pensa em uma empresa tradicional, que vende
determinados produtos ou serviços com o objetivo de gerar lucro
cada vez maior ao negócio.
Contudo, vivemos em um mundo que apresenta muitos problemas
que muitas vezes não são solucionados pelo poder público, espe-
cialmente nos países em desenvolvimento. É dessa maneira, buscan-
do soluções para os problemas sociais, que surge o empreendedo-
rismo social.
37

Unidade 1 - Introdução ao empreendedorismo

Figura 1.7: Para muitos, as condições de vida nos


países em desenvolvimento são péssimas, contudo
abrem espaço para o empreendedorismo social.

Fonte: Plataforma Deduca (2017).

A concentração de renda em nível mundial é gigantesca, e o cresci-


mento pensado a qualquer custo contribui para que seus impactos
continuem a penalizar grande parte da sociedade. Para os empre-
endedores sociais, o crescimento econômico deve ser planejado de
maneira sustentável e inclusiva, estabelecendo um novo paradigma
no mundo dos negócios. Para o SEBRAE (2017, p. 5):
Os negócios sociais buscam impacto socioambiental posi-
tivo gerado por meio do próprio core business do empreen-
dimento, ou seja, a atividade principal deve beneficiar direta-
mente pessoas com faixa de renda mais baixas, as chamadas
classes C, D e E. Portanto, viabilidade econômica e preocu-
pação social e ambiental possuem a mesma importância e
fazem parte do mesmo plano de negócios.
38

Unidade 1 - Introdução ao empreendedorismo

A Artemísia é uma aceleradora de negócios sociais, cujo slogan é:


“entre ganhar dinheiro e mudar o mundo, fique com os dois”. A insti-
tuição aponta as seguintes características para esse tipo de negócio:
• O produto ou serviço que a empresa vende contribui para melho-
rar a qualidade de vida da população de baixa renda.
• O negócio não depende de doações ou captação de recursos, é
uma empresa que, pela venda de produtos ou serviços, se sus-
tenta financeiramente.
• A inovação está presente em seu modelo de negócio.
• É um negócio gerido com eficiência e pode alcançar escala.
• Empreendedor e equipe estão comprometidos em contribuir
com a sociedade, melhorando a qualidade de vida de pessoas
de baixa renda.

Observe que, para a Artemísia, como pode ser visto


em seu site, os negócios sociais são “iniciativas eco-
nomicamente rentáveis que, por meio da sua ativida-
de principal (core business) oferecem soluções para
problemas sociais e/ou ambientais utilizando meca-
nismos de mercado”.

Nota-se que o público-alvo dos negócios sociais são pessoas de


baixa renda que adquirem produtos ou serviços com preços mais
acessíveis. Os negócios sociais podem ser constituídos de várias for-
mas jurídicas, por exemplo: empresas comerciais, cooperativas, Or-
ganizações da Sociedade Civil de interesse Público (OSCIP).
39

Unidade 1 - Introdução ao empreendedorismo

Contudo, um negócio social não pode ser uma Organização Não


Governamental (ONG), pois o empreendedorismo social é uma es-
tratégia de negócio, um modelo que gera retorno financeiro, e não
uma ação de filantropia.
Para o SEBRAE (2017), os setores econômicos considerados priori-
tários para os negócios sociais são:
• Água e Saneamento Básico
• Agricultura
• Artesanato
• Meio Ambiente
• Habitação
• Energia
• Educação
• Turismo
• Cultura
• Saúde
• Serviços Financeiros/Microfinanças
O termo negócios sociais surgiu com Muhammed Yunus, economis-
ta indiano, ganhador do prêmio Nobel da Paz de 2006. É conside-
rado o pai do microcrédito, fundador do Grammen Bank, em Ban-
gladesh, um banco que empresta dinheiro para populações de baixa
renda, principalmente mulheres.
No Brasil, há uma empresa ligada à global Yunus Social Business Glo-
bal Initiatives, é Yunus Negócios Sociais Brasil, que desenvolve negó-
cios sociais por meio de aceleradoras e de um fundo de investimento.
40

Unidade 1 - Introdução ao empreendedorismo

Os negócios sociais têm crescido significativamente no Brasil. Há um


número bastante considerável de incubadoras, aceleradoras e financia-
dores para esse tipo de negócio. Entre elas, a Artemísia, que já citamos,
Fundação Avina, Potencia Ventures, Polo Ande Brasil, entre outras,
incluindo o SEBRAE, que dá suporte para esse tipo de negócio.
O primeiro mapeamento sobre Negócios Sociais no Brasil foi reali-
zado em 2011, uma parceria entre a Fundação Avina Potencia Ven-
tures e o Polo Ande Brasil. E, em 2017, uma pesquisa mais recente
aponta que esse mercado tem apresentado um crescimento rápido,
atraindo os olhares de muitos empreendedores e investidores.
A pesquisa da PIPE Social (2017) mapeou 579 negócios sociais e
identificou que, do total da amostra, 70% já estão formalizados e
40% deles têm menos de três anos de fundação, e ainda 20% desses
negócios foram fundados exclusivamente por mulheres. A maioria
dessas empresas está localizada na região Sudeste.
41

Unidade 1 - Introdução ao empreendedorismo

Figura 1.8: Perfil dos negócios de impacto no Brasil.


PERFIL DOS NEGÓCIOS BASE GERAL: 579 NEGÓCIOS

579
Têm apenas homens
NEGÓCIOS 70% como fundadores
MAPEADOS

Têm apenas mulheres


20% como fundadoras

40%

Têm
MENOS
DE 3
ANOS de
fundação

70% Já estão FORMALIZADOS

63%
Têm equipe própria com mais de
90% 2 funcionários (sendo 19% equipes Estão no Sudeste
próprias acima de dez funcionários) (43% no estado de SP)

2% não responderam

Fonte: PIPE Social, Mapeamento de Negócios Sociais no Brasil (2017).

A pesquisa ainda aponta as áreas de impacto desses negócios, con-


forme a Figura 1.9. Nota-se que a educação é a área que mais con-
ta com negócios sociais, seguida de tecnologias verdes, cidadania,
saúde, cidades e finanças sociais.
42

Unidade 1 - Introdução ao empreendedorismo

Figura 1.9: As áreas impactadas pelos negócios sociais.


ÁREAS DE IMPACTO

* Definição da principal área de impacto do negócio pela análise da pergunta aberta:

“Qual problema seu negóxio resolve no mundo?”

Saúde Educação
Tecnologias verdes Cidadania
Finanças Sociais Cidades
10%
8% 38% 23% 12%
9%

Fonte: PIPE Social, Mapeamento de Negócios Sociais no Brasil (2017).

Os negócios de impacto social estão em busca de soluções para os


problemas sociais e ambientais, oferecendo produtos e serviços a
preços acessíveis para a base da pirâmide. No site da PIPE Social,
você pode encontrar vários exemplos de empresas que já estão pro-
movendo uma grande mudança no mundo dos negócios, aliando o
lucro a um propósito maior, que é melhorar as condições de vida da
população de baixa renda.
43

Unidade 1 - Introdução ao empreendedorismo

1.3.1 Startup

Com certeza, estamos todos acostumados com o termo Startup!


Temos ouvido falar cada vez mais dessas empresas no mundo dos
negócios. Mas, afinal, o que é uma startup?
As startups podem ser definidas como empresas iniciantes que estão
em fase de desenvolvimento. Geralmente utilizam tecnologia de ma-
neira intensiva, especialmente as Tecnologias da Informação e Comu-
nicação (TIC), e se diferenciam pela busca constante de um modelo de
negócios inovador que possa ser altamente escalável a um baixo custo.

Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC): são


todas as tecnologias relacionadas aos processos infor-
macionais e comunicativos, formando um conjunto de
recursos tecnológicos integrados, que promovem au-
tomação e comunicação dos processos de negócio.

Essas empresas que estão emergindo no mercado enfrentam vários


desafios nessa fase inicial. Cada fase do seu desenvolvimento requer
investimentos diferentes e representam alto grau de incerteza. Por
essa razão, o financiamento é um dos principais desafios.
Contudo, existem vários investidores em busca de uma boa ideia.
Assim, as startups que apresentam ideias inovadoras de negócio
em sua fase inicial têm mais chances de encontrar um investidor
para o projeto.
44

Unidade 1 - Introdução ao empreendedorismo

Nesse sentido, o termo investidor anjo tem se popularizado na mesma


medida que o termo startup. Investidores anjos são pessoas físicas que
buscam ideias inovadoras e emergentes com grande potencial para
crescer, investindo seu capital próprio no desenvolvimento do negócio.
Sua participação é geralmente minoritária na empresa, não ocupam
cargos executivos nela, mas costumam ajudar o empreendedor com
mentoria, que é uma espécie de conselheiro do empreendedor, pois
geralmente são empresários ou executivos que contam com bastan-
te experiência no mercado.
A organização Anjos do Brasil fomenta o investimento anjo apoiando
o empreendedorismo de inovação por meio de uma rede de compar-
tilhamentos que ajuda a conectar empreendedores aos investidores.
Um exemplo de negócio inovador é a Boomera, uma startup es-
pecializada em materiais que tem pouco interesse no mercado de
reciclagem. Recentemente, a empresa patenteou um sistema de
reciclagem de fraldas descartáveis, além de possuir tecnologia para
reciclar cápsulas de café expresso e embalagens de plástico reves-
tido de alumínio, como as de biscoitos, conforme a reportagem do
jornal Folha de São Paulo, do dia 07 de outubro de 2017.
A reciclagem de embalagens de biscoito foi uma das primeiras tec-
nologias desenvolvidas pela empresa: a partir desse material tritura-
do, foi desenvolvida uma resina que passou a ser utilizada pela mul-
tinacional PepsiCo na fabricação de displays em que os produtos
ficam expostos para a venda nos pontos comerciais. Esse exemplo
demonstra como a matéria-prima utilizada para embalar produtos
pode retornar à empresa de modo eficiente, fechando um ciclo de
produção sustentável.
45

Unidade 1 - Introdução ao empreendedorismo

As startups têm ganhado cada vez mais relevância no Brasil e no mun-


do, nascem geralmente da busca pela solução de um problema, pro-
movem novos empregos e contribuem para o desenvolvimento social.
A Associação Brasileira de Startups (Abstartups) aponta que as
principais características que definem as startups são:
Inovação: a startup apresenta um produto ou serviço novo – ou com
aspectos novos em seu modelo de negócio – para o mercado a que
se destina, como elementos de diferenciação.
• Escalabilidade: o modelo de negócio de uma startup precisa ser
escalável, isto é, poder atingir rapidamente um grande número
de usuários a custos relativamente baixos.
• Repetibilidade: o modelo de negócios de uma startup deve ser
repetível, ou seja, deve ser possível replicar ou reproduzir a expe-
riência de consumo de seu produto ou serviço de forma relativa-
mente simples, sem exigir o crescimento na mesma proporção
de recursos humanos ou financeiros.
• Flexibilidade e rapidez: em função de sua característica inova-
dora, do ambiente incerto e altamente competitivo, a startup
deve ser capaz de atender e adaptar rapidamente demandas do
mercado. Geralmente, tem estruturas enxutas, com equipes for-
madas por poucas pessoas, com flexibilidade e autonomia.
A descrição formal de uma startup é algo bastante difícil, pois como
são empresas emergentes, que atuam com alto grau de incerteza
e num ambiente de rápidas mudanças, fica difícil manter um Plano
de Negócios desde o início. Assim, as startups costumam desenvol-
ver modelos de negócios com a ferramenta Business Model Can-
vas (BMC), hoje já bastante popular. A diferença entre um modelo
de negócio e um plano de negócios é que o modelo de negócios
é mais flexível, permitindo modificações que, nas fases iniciais das
46

Unidade 1 - Introdução ao empreendedorismo

startups, são bastante frequentes. Contudo, quando o negócio esti-


ver melhor estruturado, deve ser realizado o Plano de Negócios, que
é fundamental para o empreendedor.
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tendencias-para-empreender-em-2017,62d3ad3d2d16a510VgnV-
CM1000004c00210aRCRD?origem=estadual&codUf=8>. Acesso em:
30 out 2017.

_____. Negócios Sociais na Prática. 2017. Disponível em: <https://


www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/negocios-sociais-na-
-pratica-conheca-algumas-iniciativas,9172ebb38b5f2410VgnVCM-
100000b272010aRCRD>. Acesso em: 30 out 2017.
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