Você está na página 1de 34

EMPREENDEDORISMO

Professora
Michele Aragão Fernandes
1
EMPREENDEDORISMO

2
EXPEDIENTE

Diretor geral: prof. Malverique Neckel

Diretora administrativo financeiro: Profa. Wellyssianne Lindoso

Coordenador Geral da Unidade: José Deyvid Rodrigues Massole

Design Instrucional: Caniggia Carneiro

Revisão Textual: Jacqueline Celedônio Pereira

3
MÓDULO I - O CONCEITO DE EMPREENDEDORISMO E SEU
PAPEL NAS ORGANIZAÇÕES

AULA 1 - PRINCIPAIS CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS

Neste primeiro momento da disciplina, você compreenderá o que vem a ser um


empreendedor, o espírito de ser um empreendedor de sucesso e as características
essenciais que um empreendedor precisa obter.

Conhecendo o Espírito Empreendedor

Para ser um empreendedor é preciso ter um sonho para colocar em prática, na


verdade, precisa acreditar no negócio e ter muita perseverança e acreditar em seu
objetivo. Podemos dizer que o segredo consiste em acreditar em si, inicialmente.Ser
empreendedor significa ser um realizador, que produz novas ideias através da
congruência entre criatividade e imaginação (SCHUMPETER, 1942 apud
CHIAVENATO, 2012).

Acredito que você já tenha ouvido falar em grandes empreendedores de


sucesso como Bill Gates, da Microsoft; Abílio Diniz, do Grupo Pão de Açúcar. Esses
empreendedores não são exceção no mundo corporativo, da mesma forma, não seria
justo, considerarmos empreendedores de sucesso apenas para corporações de
grande porte.

Na verdade, a economia do país é gerada tanto por empresas de grande, médio


e pequeno porte. Apesar das suas diferenças, elas possuem algo em comum, não
geram apenas riqueza para seus empreendedores, mas sim, empregam funcionários,
pagam impostos, geram benefícios diretos e indiretos na região onde estão instaladas.

O espírito empreendedor, segundo os autores (LONGENECKER; MOORE;


PETTY, 1998 apud CHIAVENATO, 2012) visa ser uma pessoa que idealiza um

4
negócio para concretizar um projeto pessoal assumindo riscos e responsabilidades,
não se esquecendo de inovar continuamente.

Para refletir
Falar sobre a personalidade do empreendedor ainda requer muitos debates e estudos, pois ao longo
dos anos ainda não se chegou a um denominador comum sobre as reais características e perfil da
personalidade empreendedora (BIAGIO, 2012). Logo, os maiores debates sobre o tema discorrem
sobre os seguintes questionamentos:
● Será que uma personalidade empreendedora já nasce com alguns indivíduos?
● Alguns indivíduos adquirem o comportamento empreendedor com o passar do tempo?

Diante destes questionamentos, qual a sua opinião: o empreendedor já nasce com essas
peculiaridades ou são adquiridas pelo meio?

Para ajudar em sua reflexão sobre o perfil de um empreendedor, assista ao


vídeo disponível pelo SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas que retrata sobre as 10 principais características que precisa obter um
empreendedor de sucesso.

Saiba Mais

Vídeo – Empreendedorismo: as 10 características do empreendedor


Por: SEBRAE/SP.
Disponível em:
http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/sp/videos/as-10-caracteristicas-do-bom-
empreendedor,d1bdd85dea889510VgnVCM1000004c00210aRCRD

Características de um Empreendedor

Para você se familiarizar com os atributos de um empreendedor, conheça


alguns aspectos mais comuns identificados entre esses indivíduos que resolveram
criar benefícios para si mesmo, ao invés de aceitar qualquer destino para sua carreira
profissional, sem dúvidas, o mundo corporativo é consideravelmente mais atrativo.

5
O talento de identificar oportunidades: o empreendedor precisa ter
conhecimento que uma boa ideia é uma condição essencial para o negócio, porém,
não é o suficiente, para alavancar um novo empreendimento de sucesso. Logo, uma
ideia somente se transforma em oportunidade quando seu propósito vai ao encontro
de uma necessidade de mercado, ou melhor, quando existem potenciais clientes.
Sendo assim, o empreendedor deve ser capaz de observar circunstâncias e encontrar
maneiras de captar benefícios para si e para os demais, por intermédio de suas
atitudes e proatividade, aconselha (SOUZA, 2013).
A capacidade de promover soluções para problemas: Além de identificar as
oportunidades do mercado, o empreendedor deve ser competente para diagnosticar
problemas e encontrar soluções relevantes e significativas que promovam benefícios
e bons resultados para a sustentabilidade do negócio. Vale ressaltar que todos os
empreendimentos, independente da sua área de atividade, buscam se sobressair do
desafio de resolverem problemas.
A inteligência de enfrentar riscos de forma coerente: A vida de um
empreendedor possui muito mais riscos financeiros em relação a um empregado
estável e de salário garantido todos os meses. Um dos maiores riscos consiste que o
empreender lida com pessoas, sejam elas fornecedores, funcionários ou clientes.
Sendo assim, as incertezas dos comportamentos são invariáveis e influenciadoras no
resultado do negócio. A questão também é que os riscos devem ser sempre vistos
como reduzidos em proporção ao empenho, através da qualidade e quantidade de
informações coerentes para a promoção de ações que proporcionem bons resultados.
Aconselha ainda o autor Souza (2013) o empreendedor deve ludibriar a lei das
probabilidades: corra sim os riscos, mas sempre esteja preparado para eles e supere-
os.
A habilidade de vender suas ideias, seus produtos e projetos: Não adianta
você ter um bom produto se não consegue se comunicar com o seu público-alvo.
Vender consiste numa ação de informar ao seu potencial comprador sobre os
benefícios de uma determinada proposta, apresentando-lhe que essa será a melhor
opção de aquisição em relação às demais ofertas da concorrência. Em suma,
empreendedores também devem ser bons vendedores.
A faculdade de executar ideias: A obtenção de boas ideias pode constatar
que faz parte da essência energética da rotina do empreendedor. Afinal qual o peso

6
desta ideia na vida do empreendedor? Não podemos dizer, talvez possa ser algo
formidável para alguns, assim como, uma frustração para outros. Na verdade, as
ideias por si só não valem nada. Seu valor advém da forma como são planejadas e
executadas, criando ou não benefícios reais para o seu idealizador e para outras
pessoas.
A magia de construir tendências de comportamento: Como o
empreendedor lida com muitas pessoas (clientes, fornecedores, parceiros entre
outros) é por um desses motivos que é importante conhecerem melhor essas pessoas,
principalmente, seu público-alvo. Compreender melhor seus interesses, suas
motivações e necessidades. Desta forma é possível conciliar às expectativas dos
indivíduos, obtendo respostas favoráveis para a empresa, como o consumo dos
produtos, a execução eficiente das atividades produtivas ou mesmo o apoio de
investidores. Sendo assim, significa que é possível construir tendências de
comportamento. Ser capaz de estimar o que o público almeja, sejam esses benefícios
tangíveis ou intangíveis.
O privilégio de estabelecer um bom networking: O trabalho do
empreendedor é essencialmente de conquistar e consolidar oportunidades de
relacionamento com eles, obtendo recursos necessários aos seus projetos. Para isso,
uma palavra faz muita diferença: network.

Saiba Mais

O termo NETWORK vem da junção de net (em inglês, rede) e work (em inglês, trabalho). Traduzindo
literalmente para o português, network quer dizer rede de trabalho ou ainda trabalho de rede.

O Network é todo esforço e ação empreendida para que seja construída um relacionamento com várias
pessoas que possam gerar benefícios mútuos tanto a nível pessoal como profissional.
Fonte: Portal Educação (2019).
Disponível em: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/administracao/o-que-e-
network/43483 .

O dom de liderar: Como o empreendedor precisa trabalhar em equipe, orientar


outras pessoas a executar suas tarefas, ou como pretende que seja desenvolvido um
produto ou serviço. Na verdade, o empreendedor está sempre se relacionamento com
outras pessoas e com equipes, dessa forma, há uma necessidade de liderar e que

7
seu esforço e empenho para o sucesso do negócio sirvam de inspiração para seus
liderados.
A propriedade de manter a confiança: O ambiente do negócio é cheio de
desafios e incertezas, devido a esse contexto, o empreendedor precisa ter visão do
potencial do negócio e manter confiança do sucesso do empreendimento. Na verdade,
trata-se de ingredientes essenciais para motivar o empreendedor a persistir no
resultado.
A virtude de aprender com os fracassos: Os empreendedores bem-
sucedidos analisam os fracassos como aprendizado e energizam-se para apostar num
novo empreendimento, ou em novas estratégias do mesmo negócio. Com essa
situação inusitada, eles buscam respostas para o seguinte questionamento: Onde foi
que falhei? Diante da resposta, ele procura não cometer o mesmo equívoco do
passado. Buscando novos caminhos e modelos estratégicos.

A HISTÓRIA DO EMPREENDEDORISMO

O termo empreendedorismo é discutido por diversos especialistas das áreas


afins, sendo assim, a partir de 1725 já abordava o assunto através do economista
Richard Cantillon que retratava que o empreendedor é aquele indivíduo que precisa
está disposto para assumir riscos. Outro economista conhecido por Jean Say também
contribuiu em décadas posteriores que o empreendedor tem a capacidade de
transferir recursos econômicos de um setor de produtividade baixa para um setor de
produtividade mais elevado, contribuindo para a economia local. Já em 1871, Carl
Menger também economista definiu o empreendedor como aquele que busca
antecipar as necessidades que ainda serão futuras.
Já no século XX, em 1949, o economista Ludwing Mises complementa que o
empreendedor é um legítimo tomador de decisões constantes. Acrescenta ainda o
economista, Friedrich Hayek, na década de 50, que o empreendedorismo não significa
apenas que está envolvido com grandes riscos e incertezas, mas, sobretudo direciona
para um processo de grandes descobertas das condições produtivas e das
oportunidades de mercado por parte dos próprios atores sociais, sintetiza o autor
Chiavenato (2012).

8
Agora, acompanhe a evolução das discussões sobre o empreendedorismo por
três décadas seguintes, conforme a ilustração da tabela 1 a seguir.

Tabela 1 – Contribuições para a evolução e significado do empreendedorismo.


Período Autores Contribuições

Década de 60 McClelland O empreendedor precisa ter três necessidades


essenciais: poder, afiliação e sucesso.

O comportamento do empreendedor reflete num


Década de 70 Drucker estilo de desejo ao ponto de abandonar sua carreira
e segurança financeira para idealizar uma ideia, que
requer investimentos para um negócio incerto.

Década de 80 Casson O empreendedor toma decisões criteriosas e


coordena recursos escassos.

Fonte: Chiavenato (2012), com adaptações.

As discussões sobre empreendedorismo não pararam na década de 80, até os


tempos atuais se discute muito sobre o tema, suas características e perfil atual do
empreender, além das ideias que despertam interesses de investidores e novos
modelos de empreendimento. Assuntos estes que serão discutidos em momentos
posteriores desta disciplina.
Segundo os dados estatísticos das pesquisas realizadas pelo SEBRAE, sobre
a idade média do empreendedor brasileiro, visa ser 44,7 anos. De acordo com o
gráfico 01, evidencia-se que o grupo dos empreendedores é formado principalmente
por indivíduos que têm entre 35 e 44 anos com representatividade de 25%, assim
como, a faixa etária entre 45 e 54 anos que representa também 25%. Em seguida no
ranking vem os empreendedores com a faixa etária 25 e 34 anos, com 19%. Logo, os
mais jovens, que possuem entre 18 e 24 anos, representam apenas 5% do total.
Diante deste levantamento, podemos constatar que uma das variáveis
influenciadoras para esse resultado consiste no envelhecimento da população
brasileira, assim como, o mercado de trabalho que não absorve na mesma proporção
que os jovens, os profissionais acima de 40 anos.

9
Gráfico 1 – Idade média dos empreendedores brasileiros.

Fonte: Unidade de Gestão Estratégica do Sebrae Nacional (2019).

Um empreendedor para conhecer melhor as oportunidades de um negócio, se


faz necessário aprofundar no conhecimento sobre o tema. Para iniciar, que tal
despertar em você as peculiaridades de um empreendedor através de boas
indicações literárias?

Saiba Mais

Conheça o ranking dos 10 (dez) livros que todo empreendedor precisa ler

1. O Jeito Disney de Encantar Clientes, Disney Institute – Editora Saraiva.


2. Pense Simples, Gustavo Caetano – Editora Gente.
3. Abilio (Determinado, Ambicioso, Polêmico), Cristiane Correa – Selo Primeira Pessoa.
4. Nasce um empreendedor, Bob Wollheim e Dony De Nuccio, Companhia das Letras.
5. A Estratégia do Oceano Azul, W. Chan Kim e Renée Mauborgne – Editora Sextante.
6. Startup: Manual do Empreendedor, Bob Dorf e Steve Blank – Editora Alta Books
7. Os segredos da arte de vender, Zig Ziglar – Editora Record.
8. Criatividade S.A., Ed Catmull – Editora Rocco
9. O mito do empreendedor, Michael E. Gerber, Editora Fundamento
10. Sonho Grande, Cristiane Correa - Selo Primeira Pessoa
Fonte: Escola Conquer (2019).
10
ESTUDO DE CASO

Depois de enfrentar diversos desafios, inclusive com o nome sujo, o jovem


empreendedor conseguiu superar e abriu Hamburgueria que hoje é um
Sucesso

Frederico Santos, o Fred, quebrou duas vezes antes de abrir o The Burger em São José dos Campos

Fred, começou a empreender ainda adolescente, aos 16 anos, em 2005. Vendia prataria (pingentes,
colares e pulseiras) e roupas para colegas de escola em São José dos Campos.

O nome “sujo” no Serasa e a ausência de capital para investir não desanimou Fred. Com um
sócio, decidiu abrir uma hamburgueria artesanal, bem ao estilo das casas que já vinham crescendo em
São Paulo, mas que ainda não existiam no interior. Conseguiram um empréstimo com a mãe do sócio.

Foram R$ 20 mil. “Como ninguém era do ramo, e o capital era baixo e emprestado, não
podíamos mais errar. Buscamos o SEBRAE e fizemos o Empretec e alguns cursos na área da
alimentação”. O Empretec, segundo Fred, ensinou-o a ver seu negócio com mais frieza e objetividade,
auxiliando-o na tomada de decisões mais precisas.

Depois de se prepararem melhor, Fred e Melão abriram a The Burger com equipamentos de
segunda mão e nenhum luxo. “Montamos em um terreno do meu sócio justamente para economizar
com o aluguel”, conta Fred. Como São José ainda não tinha uma hamburgueria na linha artesanal e
autoral, o negócio engrenou. Fred conta que as mídias sociais ajudaram a difundir os produtos e a
identidade da empresa.

Hoje seu estabelecimento tem uma clientela fiel, um nome consolidado e equipamentos
importados da mesma marca utilizada por grandes redes. “Temos uma autenticidade e originalidade
que são nossas”, explica. Enquanto Fred trabalha com a gestão do negócio, que envolve finanças,
compras e contatos com fornecedores, Melão fez cursos e se aprofundou no mundo das carnes e
hambúrgueres; trabalha na cozinha, seleciona matérias-primas e cria receitas.

A hamburgueria se expandiu e já conta com uma cozinha de preparação e delivery em outro


endereço, mas Fred não está satisfeito e pretende crescer mais ainda. “Primeiro, quero transformar o
espaço de delivery em uma distribuidora de nossos produtos e outros alimentos. Mais à frente, pretendo
fazer cursos de franquia para realmente expandir”

Fonte: Revista Pequena Empresa Grande Negócios - JUN (2019). (com adaptações)
Por: Jornal de Negócios do SEBRAE/SP (2019).
Disponível em: <https://revistapegn.globo.com/Banco-de-ideias/Alimentacao/noticia/2019/06/depois-
de-ficar-com-o-nome-sujo-ele-deu-volta-por-cima-e-abriu-hamburgueria-de-sucesso.html>.

Portfólio

1. O que é ser um empreendedor de sucesso?


2. Quais as principais características de um empreendedor?

11
3. Para empreender se faz necessário ter uma boa ideia?
4. Por quais motivos um empreendedor precisa ser líder?

5. Você acha que um empreendedor mais maduro possui melhores chances de


sucesso do que um empreendedor jovem? Justifique.

Resumo

Nesta aula foi possível compreender os conceitos sobre empreendedorismo,


as principais características essenciais para ser um empreendedor e ter um negócio
de sucesso e as contribuições ao longo de diversos anos sobre o que vem a ser
empreendedorismo e o perfil da faixa etária do empreendedor brasileiro.

12
AULA 2 - A GESTÃO EMPREENDEDORA E SUAS IMPLICAÇÕES PARA AS
ORGANIZAÇÕES

Neste segundo momento será possível compreender o que significa realizar


uma boa gestão empreendedora, através de diversos conceitos fundamentais para o
mundo do negócio, como: gerenciamento, criatividade e inovação. Termos esses que
já fazem parte da conjuntura empresarial e fundamentais para a visão
empreendedora, além de suporte para os resultados da empresa nos tempos atuais.

A Importância e as Implicações do Empreendedorismo para a Economia

Em muitos países após a 2ª guerra mundial, como a Alemanha, o Japão e


demais países aliados tiveram que se reorganizar em relação a sua economia. Logo,
para isso, a população local se uniu e encontraram juntas soluções que estão
diretamente relacionadas com o empreendedorismo. Na verdade, eles tinham que
gerar benefícios mútuos que envolvessem o maior número possível de pessoas para
atrair dinheiro de outras nações, por meio das vendas de produtos que eles próprios
fossem capazes de produzir para mercados potenciais.
E como seus países encontravam-se limitados de recursos naturais devido às
consequências do período da guerra, tiveram que ser muito criativos e inovadores
com o que possuíam, além disso, obter atratividade. Neste caso, usaram ingredientes
essenciais que promoveram o entusiasmo de querer vencer, a educação e o
conhecimento. Houve incentivos governamentais com a formação educacional e
profissionalizante promovendo qualificação na mão de obra, porém, de custo baixo.
De certa forma, essa mão de obra era considerada a matéria prima para atuar nos
segmentos econômicos do momento, por exemplo, criar tecnologia.
A proposta da educação deu certo e conseguiram em 20 anos quintuplicar o
PIB de seus países. Promoveram também, a elevação no ranking e se tornaram as
nações que oferecem melhor qualidade de vida a sua população, com oferta de
emprego e renda, saúde e educação para todos. Além de manterem liderança na
indústria da alta tecnologia, como o caso das empresas: Toyota, Samsung, Hyundai,
LG, Panasonic entre outras.
13
Por meio deste contexto dos países que se reinventaram diante da escassez
de recursos e hoje são consideradas grandes potenciais mundiais, pela sua
incessante persistência de tentar melhorar e construir algo que promovesse benefícios
para si e para demais pessoas através da criatividade, isso sim, podemos afirmar que
temos boas histórias de empreendedorismo para nos inspirar.

Saiba Mais
Conheça um pouco mais da história da marca Toyota em:

https://www.toyota.pt/world-of-toyota/toyota-no-mundo/toyota-in-the-world.json

A influência do empreendedorismo para a economia do Brasil

Diante de diversas inseguranças que a economia brasileira enfrenta nas últimas


décadas com inflações e juros elevados, que acarretam diversas consequências
negativas ao país, atingindo os mais variados setores empresariais como indústrias,
comércios e serviços. Diante desta instabilidade econômica do país em relação à
oferta de empregos, podemos considerar que foi uma das variáveis responsáveis pelo
aumento do empreendedorismo do Brasil.

Saiba Mais

O que é inflação?

Inflação é o aumento dos preços de bens e serviços. Ela implica na diminuição do poder de compra
com a moeda local. A inflação é mensurada pelos índices de preços, que no Brasil há vários índices
de preços, dentre eles, destaca-se o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA, o qual
é utilizado para o sistema de metas da inflação.

Leia mais em: https://www.bcb.gov.br/controleinflacao/oqueinflacao

Pesquisas apontam que o brasileiro tem se tornado cada vez mais criativo, ao
ponto de investir tempo e dinheiro nas mais variadas áreas, expressivamente, em
empresas de pequeno porte e startups de tecnologia. Segundo dados do GEM –
Global Entrepreneurship Monitor (2017). A interpretação dos dados aponta que o
14
empreendedorismo brasileiro ganhou força diante de um cenário em crise econômica,
que inclusive trouxe uma das maiores taxas de desemprego na história do país.
Logo, constata-se que o empreendedorismo por necessidade tem emergido no
cenário econômico de forma considerável. Nele, os profissionais não conseguem uma
recolocação no mercado de trabalho e partem para a abertura das próprias empresas.
Acompanhe melhor os dados levantados pela GEM (2017) entre os anos de 2002 a
2017 sobre o perfil do empreendedorismo no Brasil, na tabela 2, apontam as
motivações que promoveram o empreendedorismo.

Tabela 2 – Motivações do empreendedorismo no Brasil entre 2002 a 2017.


Motivação Taxas Nº de Empreendedores

Oportunidade 12,1% 16.313.253

Necessidade 8,1% 10.965.755

Fonte: GEM Brasil 2017 (com adaptações).

Na tabela 2, destaca-se o perfil das pessoas que se tornaram empreendedoras


por motivações específicas. Desta forma, existem os empreendedores por
necessidade que decidem empreender por não possuírem melhores alternativas de
emprego, propondo-se criar um negócio que gere rendimentos, visando basicamente
a sua subsistência e de seus familiares. Já no caso, dos empreendedores que são
motivados por oportunidade, o GEM os define como gestores capazes de identificar
uma sacada de negócio ou, até mesmo, um nicho de mercado, mesmo obtendo
concorrentes, porém, vislumbra algo que ainda não os oferecem, e assim, visualizam
o diferencial competitivo e assume os riscos de implantar o novo negócio.
Interpretando a tabela 2, ainda é possível constatar que o empreendedorismo
por oportunidade é mais considerável em relação ao empreendedorismo por
necessidade, porém, a pesquisa aponta uma linha de tempo entre 2002 a 2016, e
após esse período o cenário econômico do país agravou, podendo neste caso,
promover resultados contrários em relação aos percentuais entre as motivações de
empreender.
É possível também acompanhar na pesquisa do GEM (2017), o levantamento
anual das taxas de empreendedorismo no Brasil entre o período de 2002 a 2017.
Conforme o gráfico 2 a seguir:
15
Gráfico 2 – Taxa anual de empreendedorismo por oportunidade e por necessidade no Brasil (2002 – 2017).

Fonte: GEM Brasil (2017).


Disponível em:
<https://m.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/Relat%C3%B3rio%20Executivo%20BRA
SIL_web.pdf>.

O Gráfico 2 apresenta uma escala que mensura poucos declínios em alguns


anos, mas não são considerados extremistas, em análise global o empreendedorismo
no Brasil vem crescendo substancialmente.
Diante desses levantamentos de motivações que promovem o empreendedor
brasileiro na última década, podemos destacar peculiaridades sobre seu perfil, neste
caso, destaca-se a tabela 3 abaixo, com a seguinte síntese.

Tabela 3 – Conceitos sobre os tipos de empreendedores por meio de suas motivações.


Empreendedorismo

Por Oportunidade Por Necessidade

- Os empreendedores por oportunidade são - Os empreendedores por necessidade querem se


aqueles indivíduos que identificam no mercado a manter economicamente ativos na sociedade a
necessidade de algo novo ou reestruturação de qual estão inseridas.
algo já existente.

- É o indivíduo que tem a sensibilidade de criar - É o indivíduo que perdeu o emprego e precisa
coisas novas ser capaz de perceber e assimilar as encontrar uma forma de sobreviver, prover o
mudanças no ambiente no qual está inserido, próprio sustento e o da família.
mesmo tendo opções de emprego eles iniciam o
negócio.

Fonte: SEBRAE (2017).


Disponível em: <https://m.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/estudos_pesquisas/pesquisa-gem-
empreendedorismo-no-brasil-e-no-mundodestaque9,5ed713074c0a3410VgnVCM1000003b74010aRCRD>.

16
O empreendedorismo no Brasil está em ascensão mesmo com o índice de
desemprego elevado nos últimos anos no país. Assim, podemos considerar que o
surgimento destas empresas, independente de porte e segmento serão as
responsáveis por gerar novas contratações. Logo, a influência do empreendedorismo
no Brasil promoverá uma onda de empregos, a produção de riquezas, e os benefícios
presentes nas inovações, como também, ajudam a sociedade e reduzem as
instabilidades deixadas pela crise.

A importância e as Implicações do Empreendedorismo para o Desenvolvimento


Social

A intenção do empreendedorismo social foi buscar outra alternativa de


empreender com o intuito de envolver um número maior de beneficiados,
principalmente aqueles que estivessem de fato necessitando de recursos mediante a
ausência deles, em específico o financeiro. Essas empresas poderiam coexistir com
os negócios tradicionais, orientados ao lucro, cada qual com a sua finalidade e
satisfazendo motivações humanas distintas.
Desse modo, seria possível que, por exemplo, grandes corporações fundassem
suas próprias iniciativas sem fins lucrativos, com o único objetivo de combater
problemas sofridos pela população de uma determinada localidade (SOUZA, 2013).
Um economista chamado Muhammad Yunus concretizou sua ideia e
emprestou dinheiro a um grupo de artesãos e que em pouco tempo pagaram o
empréstimo, após essa percepção, Yunus decidiu implantar um banco social, na
verdade o banco dos pobres. O empréstimo não exigia garantia, e nem fiador a juros
baixos, a única exigência que aquele valor fosse usado diretamente para gerar alguma
renda à família.
Em 25 anos, os resultados da região de Bangladesh foram impressionantes,
por exemplo, a região conseguiu sair do nível social de pobreza, a criminalidade foi
reduzida, as principais pessoas pelo sustento familiar com empregos, todas as
crianças até 14 anos matriculadas e frequentando as escolas. Desta forma, a
repercussão da lógica e das ferramentas do empreendedorismo promovidas por
Yunus, com o intuito do auxílio humanitário rendeu a ele um prêmio Nobel da paz.

17
Saiba Mais
Empreendedorismo social é um termo que significa um negócio lucrativo e que ao mesmo
tempo traz desenvolvimento para a sociedade. As empresas sociais, diferentes das ONGs
ou de empresas comuns, utilizam mecanismos de mercado para, por meio da sua atividade
principal, buscar soluções de problemas sociais.

Desta forma, o empreendedorismo é de suma importância para o


desenvolvimento da sociedade em todos os países, principalmente, por promover o
crescimento econômico da região, gerar emprego e renda para a população. No
entanto, o empreendedorismo é a melhor arma contra o desemprego e implica na ideia
de sustentabilidade.

Saiba Mais

Vídeo – O que é empreendedorismo social?

https://www.youtube.com/watch?v=MxJJNwOx8TE

Ser empreendedor pode proporcionar benefícios mútuos para quem está


implantando o negócio, assim como, para a população local. Desta forma, conheça
algumas peculiaridades de se tornar um empreendedor no Brasil conforme a tabela 3,
abaixo.

Tabela 3 – Vantagens do empreendedorismo no Brasil.


Vantagens de ser empreendedor no Brasil

Quanto maior o número de empresas abertas, maior o número


Geração de novos empregos
de novas contratações.
O empreendedorismo promove oportunidade para quem não
Favorecimento dos desempregados conseguiu um emprego formal por conta da crise. Mais
empregos, mais desenvolvimento social e econômico.
Reforço da coerência social e O surgimento de novos empreendedores estimulou outras
econômica da população pessoas a se tornarem empreendedoras.
O país ou a região torna-se mais competitiva, quando há
Maior inovação inovação nos empreendimentos. As startups estão galgando
esse caminho da inovação tecnológica.
Mais oferta para os consumidores Maior o número de empresas proporciona mais opções de
oferta de produtos ou serviços. A concorrência é saudável
para o mercado consumidor.
Fonte: Souza (2019).

18
Saiba Mais
Pesquisa científica sobre o tema, na íntegra:

O Comportamento Empreendedor e suas Implicações: a Organização Produtiva de Micro e Pequenas


Empresas no Turismo. Autoria: Francisco Sávio de Oliveira Barros, Maria Vilma Coelho Moreira.
Disponível em: <http://www.anpad.org.br/admin/pdf/enanpad2005-esoc-1650.pdf>.

In: Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração - EnAnpad


2005. Disponível em: < http://www.anpad.org.br>.

Saiba Mais
Revistas, Sites Especializados e Redes Sociais para empreendedores

Esses canais que proporcionam debates e conhecimentos sobre questões administrativas


relacionadas aos negócios:

● Portal do Administrador (administradores.com)


● Revistas: Exame, Você S/A e PEGN
● LinkedIn (http://linkedin.com)
● Empreendemia (http://empreendemia.com.br)

19
Curiosidade – Perfil dos Empreendedores no Brasil

Figura 1 – Perfil do empreendedorismo


De acordo com o
infográfico ao lado, que retrata a
pesquisa realizada pelo governo
do Brasil em parceria com o
SEBRAE e demais órgãos,
apresenta o perfil dos
empreendedores no Brasil,
através disso, pode-se constatar
que dos entrevistados 38,5
milhões possuem a intenção de
empreender, destes 50%
possuem ensino fundamental e
uma representatividade por
gênero em 53% para os homens.
E estão entre a faixa etária
pessoas de 18 a 35 anos. Nas
regiões norte e nordeste do país
há uma concentração destes
futuros empreendedores.
Acredita-se que esse seja reflexo
da escassez da oferta de
empregos pelas empresas.
Fonte: Brasil (2015).
Disponível em:<http://www.brasil.gov.br/economia-e-
emprego/2015/06/Perfil%20dos%20empreendedores>.

20
ESTUDO DE CASO

Empreendedorismo por necessidade volta a crescer no Brasil


11 milhões de empresas foram criadas no país nos últimos anos por pessoas que precisavam de
trabalho, mostram dados do SEBRAE.

Cael Horta abriu uma agência de marketing dentro de casa depois de procurar emprego por um ano e
meio; hoje fatura de R$ 3 mil a R$ 4 mil por mês.

Depois de fazer mais de 30 entrevistas e procurar emprego por um ano e meio, Cael Horta,
formada em marketing, decidiu trabalhar por conta própria em 2016. Sem dinheiro e com um
financiamento imobiliário para pagar, abriu uma agência de marketing digital em São Paulo. Hoje
trabalha em casa, sozinha, e fatura entre R$ 3 mil e R$ 4 mil por mês.
"Eu tinha um bom currículo e não entendia por que não era contratada. Era só o meu marido
para pagar todas as contas, eu tinha urgência em voltar a trabalhar", lembra Cael.
Assim como ela, muitos brasileiros que perderam o emprego na crise enxergaram no
empreendedorismo a saída para voltar ao mercado de trabalho. Segundo o SEBRAE, 11,1 milhões de
empresas foram criadas por necessidade nos últimos 3,5 anos no Brasil.
Por: MELO, Luísa. (2017). Repórter do G1. (com adaptações)
Disponível em: <https://g1.globo.com/economia/pme/noticia/crise-faz-empreendedorismo-por-
necessidade-voltar-a-crescer-no-brasil.ghtml>.

Portfólio

1. Qual a importância do empreendedorismo?


2. Quais as implicações que o empreendedorismo pode promover para o
desenvolvimento econômico?
3. Quais as implicações que o empreendedorismo pode promover para o
desenvolvimento social?
4. O que significa ser empreendedor de oportunidades?
5. O que significa ser empreendedor por necessidade?

Resumo

Nesta aula foi possível compreender a importância e implicações que podem


acarretar com o estímulo do empreendedorismo para as questões do desenvolvimento

21
econômico e social da região e do país. Assim como, as peculiaridades das
necessidades dos motivos que inspiraram os empreendedores pelos aspectos da
oportunidade ou da necessidade. E por fim, o cenário econômico do Brasil em relação
a economia e a importância de incentivar o empreendedorismo para a obtenção de
benefícios mútuos.

22
AULA 3 – O PAPEL DO EMPREENDEDOR PARA OS NEGÓCIOS

Neste terceiro momento será possível compreender o papel do empreendedor


como agente de transformação e como agente imprescindível para o desenvolvimento
de novos negócios. Além disso, identificar a atuação do empreendedor nas
organizações e desvendar alguns mitos que existem sobre o que é empreender.

O papel do empreendedor

Há muitos debates e discussões sobre o papel do empreendedor, e muitos


acham que empreender vem ser aquela pessoa que precisa ter longas jornadas de
expediente para que o negócio se sustente. No entanto, o verdadeiro papel do
empreendedor é proporcionar o surgimento da empresa e que o foco do negócio seja
promissor. Desta forma, o empreendedor se empenha e acredita no sucesso da
empresa e convence outras pessoas a acreditarem também na sustentabilidade da
empresa, como clientes, fornecedores, funcionários entre outras, argumenta o
especialista Bernardi (2012).
É comum ouvirmos falar que o empreendedor é um sonhador, um visionário.
Na verdade, ele é o idealizador que transforma uma ideia que ainda está no rabisco e
concretiza em negócio. No entanto, esse processo de transcrever as ideias em algo
concreto não é nada fácil, pelo contrário. Persistência e otimismo devem caminhar
juntos nesta fase.
O papel do empreendedor é convencer a si mesmo, e as demais pessoas,
principalmente, aos clientes que o seu negócio é viável e o produto ou serviço que
está oferecendo é de qualidade e atenderá suas necessidades ou quem sabe
despertar desejos. No entanto, a função do empreendedor é inspirar os colaboradores
de sua empresa a acreditarem no potencial do que vendem, é engajar todos a
trabalharem bem e motivados, e além de tudo, convencer os clientes de que eles vão
encontrar o que precisam.

23
Saiba Mais

Vídeo – O papel do empreendedor

https://www.youtube.com/watch?v=p4SFXd3Voa0

A diferença entre empreendedor e administrador

Ao implantar um novo negócio é comum que o empreendedor esteja à frente


de todos os processos, administrativos, técnicos, operacionais, financeiro, burocrático
entre outros. No entanto, acompanhar de perto todos os setores é fundamental para
a sustentabilidade da empresa. Porém, como empreendedor e visionário do negócio
alguns papéis devem ser alinhados e distribuídos para demais especialistas. Afinal,
um empreendedor não consegue centralizar todas as atividades nele mesmo.
Caso o empreendedor com o passar do tempo, não descentralize as
atribuições, ele dificilmente conseguirá ser um empreendedor de sucesso. Por estar
atarefado com processos que outras pessoas poderão exercer e em alguns casos, até
melhor, por sua expertise.

Glossário

Expertise é uma palavra de origem francesa que significa experiência, especialização, perícia.
Consiste no conjunto de habilidades e conhecimentos de uma pessoa, de um sistema ou tecnologia.

O empreendedor precisa estar focado para criar e inovar, promover que sua
empresa ofereça algo atraente para o mercado. Nem sempre, precisa ser algo inédito,
mas uma boa ideia precisa ser funcional para promover diferença. Já o administrador
de empresas é um especialista capaz de planejar, organizar, dirigir e controlar os
recursos da empresa de forma eficiente para obter resultados otimizados para a
empresa.
Um administrador irá auxiliar na concretização das ideias de um empreendedor,
porém, não assume o papel do empreendedor de criar e vislumbrar oportunidades,
complementam (HISRICH et al., 2014).

24
Analisando os maiores empreendedores nas últimas décadas, podemos
destacar o célebre Steve Jobs, que só criava, levava a proposta da ideia e deixava a
parte técnica da empresa para outros especialistas, no caso, gestores que tomavam
a frente da área financeira e pessoal do negócio. Desta forma, o intuito de Jobs era
exclusivamente em criar produtos inovadores, como o iPhone, iPad e diversos outros
produtos criados pela marca Apple.

Saiba Mais

Empreendedor: é o indivíduo que toma a iniciativa e se arrisca para que um projeto saia do papel e
tome vida.

Administrador: utiliza-se dos recursos e ferramentas da empresa para gerenciar e atingir os objetivos
de forma eficiente para atingir os melhores resultados.

Mitos sobre o empreendedorismo

Acredita-se que o empreendedor dedica-se boa parte do seu tempo em prol do


desenvolvimento da empresa, da mesma forma, que as jornadas de trabalho são
extensas e ele precisa estar atento a todos os processos, caso contrário, nada
funciona. Da mesma forma que não tem como implantar um negócio sem recursos
financeiros. Na verdade, tudo isso é mito do empreendedorismo, não é exatamente
assim, que se deve pensar antes mesmo de colocar em prática uma boa ideia.
Algumas pesquisas apontam situações que poderiam ser evitadas antes
mesmo de abrir um negócio. E reduzir alguns mitos criados pelos empreendedores
frustrados pelo insucesso de seu negócio. Podemos destacar a pesquisa anual
realizada pelo Global Entrepreneurship Monitor - GEM de 2015, sobre o perfil do
empreendedorismo no Brasil, a qual revelou que apenas (04) quatro entre (10) dez
brasileiros empreendedores possuem conhecimento do segmento do negócio e se
sentem aptos a gerir a empresa, neste caso, conclui-se que apenas esses terão mais
oportunidades de obter sucesso no empreendimento.
A Revista Pequenas Empresas Grandes Negócios – Revista PEGN (2016)
apresentou junto com alguns especialistas renomados como Thiago de Carvalho,

25
professor de empreendedorismo do Insper e Marcelo Aidar, professor do Centro de
Empreendedorismo e Novos Negócios da FGV/SP apresentam uma lista de mitos
polêmicos entre os futuros empreendedores, antes mesmo de abrir o negócio.
Empreendedor já nasce sabendo: O assunto é instigante e muitas pesquisas
já foram realizadas sobre o questionamento de que as peculiaridades do
empreendedor está no DNA da pessoa. No entanto, para os especialistas,
empreender é algo que pode ser aprendido. O mito que retrata sobre o empreendedor
ser um dom, que já nasce empreendedor não condiz com grandes exemplos de
empreendedores de sucesso. Na verdade, embora algumas pessoas apresentem
familiaridades com as características de personalidade de um empreendedor, no
entanto, empreender é uma trajetória de acertos e erros que acabam moldando a
pessoa.
Empreendedor tem flexibilidade e vida tranquila: Abrir um negócio quando
se aposentar ou em busca de obter mais tempo com a família pode ser uma grande
armadilha. Isso também é um mito, geralmente, o empreendedor tem longas horas de
trabalho, normalmente entre 10-12 horas diárias. Porém, a legislação trabalhista não
permite que um empregado possua essa mesma carga horária. O empreendedor pode
sim, obter flexibilidade, porém com limitações. Apesar de não precisar bater ponto de
horas, mas devem servir de exemplo para os demais colaboradores.
Sem dinheiro, não tem como empreender: O capital de investimento inicial
costuma ser um grande impasse para os novos empreendedores. A maioria das
pessoas postergam a possibilidade de concretizar uma grande oportunidade pelo
simples fato, de não possuir recursos financeiros necessários. De acordo com a
opinião dos especialistas, a falta de recursos próprios não deve ser utilizada como
justificativa para tal fato. No entanto, trata-se também de um mito, argumentar que o
insucesso do empreendimento seja consequência por falta de dinheiro. Às vezes, a
escassez de recursos promove inovações nos processos e na empresa, estimula a
criatividade. Em muitos casos, surgem empresas com novas modalidades de oferta,
por causa da limitação dos recursos.
Trocar muitas opiniões pode ser que o negócio não decole: Contar sua
ideia de negócio para muitas pessoas, em alguns casos, pode ser saudável, porque
elas podem opinar e trazer complemento de sua ideia. Porém, atrai todo tipo de
opinião, das mais otimistas e incentivadoras às pessimistas e infundadas. No entanto,

26
os insucessos podem ocorrer a qualquer momento do estágio do ciclo de vida da
empresa. E a principal dica de sucesso num empreendimento é relativa, depende da
influência de diversas variáveis.
Para empreender tem que apostar todas as fichas: Retrata mais um mito,
em que o empreendedor precisa correr riscos o tempo inteiro. Ele é, de fato, mais
propenso a correr riscos, porém, não significa que isso seja regras para todos os
empreendimentos. O bom empreendedor deve saber avaliar e ponderar os riscos do
negócio. Para reduzir o grau destes riscos e até mesmo, antecipá-los com previsões
e cautelas, o empreendedor deve alinhar suas decisões mediante planejamento.
Logo, o melhor termômetro para o suporte nas decisões é ouvir o mercado,
acompanhar as tendências, conversar com pessoas especialistas que conhecem o
segmento.

Indicação de Leitura

Livros:

- O mito do empreendedor - Michael E. Gerber

- A mente do empreendedor – Kevin D. Johnson

Curiosidade
O papel do empreendedorismo
Fomentar abertura de negócios e a proatividade é uma saída

O empreendedorismo é também uma alternativa que se apresenta para que os


jovens ingressem na geração “com com”. O desafio, no Brasil, é fazer com que o
empreendedorismo por oportunidade substitua o por necessidade. Ou seja: que mais
pessoas abram seus negócios não apenas para sobreviver, mas de olho em um nicho
de mercado com chances de crescer.
Nem todo empreendimento depende de grande investimento inicial. E hoje já
existem mecanismos de formalização que não têm custos, afirma Juliana Lohmann,
analista de Políticas Públicas do Sebrae/RJ, dando o exemplo do MEI. Para se tornar
um Microempreendedor Individual o custo de formalização é gratuito. É uma
oportunidade para a geração “nem nem”.

27
Fonte: O Globo (2014). O papel do empreendedorismo. 07/09/2014 (com adaptações)
Reportagem: Maira Amorin
Disponível em: <https://oglobo.globo.com/economia/emprego/o-papel-do-empreendedorismo-
13844056>. Acessado em: 12/07/2019.

Glossário

Geração Nem-Nem:

Mais de 10 milhões de jovens brasileiros entre a faixa etária de 15 a 29 anos NEM trabalham e NEM
estudam. O IBGE aponta em sua Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio que este perfil de
jovens em 2012 já representava 19,6% da população brasileira.

ESTUDO DE CASO

A história de uma empresa de Designer Gráficos

Pedro tem 27 anos e é um dos sócios da We Do Logos, uma empresa


especializada em design gráfico, mais precisamente na produção de logotipos, e que
começou em 2010 com um investimento inicial de 20 mil reais, valor que compreende
tanto o capital financeiro da empresa quanto as horas de trabalho dos
empreendedores.

Para Pedro, um bom conselho a dar para aqueles que querem iniciar um
negócio com pouco dinheiro é ter uma equipe multidisciplinar. Assim, quando uma
lacuna precisar ser preenchida, nenhuma terceirização ou contratação emergencial
serão necessárias, já que estas são duas coisas que prejudicam e muito o
desenvolvimento inicial de uma empresa com objetivo e capital limitados.

Citando seu próprio exemplo, Pedro diz que se fosse criar novamente uma
empresa do mesmo gênero, conseguiria bons profissionais na área de marketing,
desenvolvimento de software e negócios.

Fonte: Canaltech (2016). 10 histórias de sucesso para quem quer iniciar um negócio com pouco
dinheiro. (com adaptações).
Disponível em: <https://canaltech.com.br/lideranca/10-historias-de-sucesso-para-quem-quer-
iniciar-um-negocio-com-pouco-dinheiro-78997/>.

28
Portfólio

1. Qual o papel do empreendedor?


2. Qual a diferença de papéis entre o empreendedor e administração numa
organização?
3. Por quais motivos não é saudável o empreendedor centralizar funções?
4. Destaque os mais relevantes mitos sobre o empreendedorismo?
5. Por que a geração nem nem visa a ser uma preocupação para o futuro do Brasil?

Resumo

Nesta aula foi possível compreender o papel do empreender numa


organização, suas funções e modo de agir perante um negócio. No entanto, o
empreendedor precisa entender que alguns processos devem ser descentralizados,
competindo a execução destas atividades para outros profissionais competentes e
especializados na área, como o administrador que vai gerenciar os recursos da
empresa e promover otimização e a operacionalização de técnicos para atividades
mais específicas. E o empreendedor precisa ter cuidado para não se deparar com
certos mitos relacionados a investidura de um novo negócio. Livre-se dessa
armadilha!

29
AULA 4 – O PERFIL DOS PROFISSIONAIS EMPREENDEDORES NAS
ORGANIZAÇÕES

Neste quarto momento será possível compreender por qual razão as


organizações estão buscando profissionais que possuam um perfil empreendedor, no
entanto, esse perfil condiz com colaboradores engajados com a empresa, que
possuem em sua atitude o entusiasmo como quem estivesse tocando seu próprio
negócio.

A multiplicação do espírito empreendedor nas organizações

Para que o sucesso do negócio ocorra é essencial que o empreendedor se


cerque de pessoas que obtenha o mesmo entusiasmo para a sustentabilidade da
empresa. Neste caso, o empreendedor ou o gestor responsável precisa delinear o
perfil do colaborador competente ao cargo a mais um atributo, profissionais que
estejam dispostos a vestir a camisa da empresa.
No entanto, o espírito empreendedor que as organizações buscam em seus
colaboradores consiste naquele profissional que está sempre conectado com as
principais tendências de mercado e disponível para ajudar a empresa a superar
os desafios de forma inovadora. Além disso, podemos ressaltar que é um
profissional extremamente alinhado aos objetivos da empresa e que busca
atingir os resultados, argumenta o autor (CHIAVENATO, 2012).
Podemos também considerar que não ter medo de apostar, buscar se
reciclar continuamente e superar as expectativas dos gestores são
características também de profissionais que têm o perfil empreendedor,
acrescenta Dornelas (2008). Desta forma, os profissionais que obtêm esses
atributos são fundamentais para fazer a diferença das empresas, e muito
valorizadas nos tempos atuais.

30
Saiba Mais

Vídeo – O que é estar engajado?


Por: Pedro Calabrez
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=5ESdu3dSMfs>.

Vídeo – Como engajar pessoas nas empresas?


Por: Mário Sérgio Cortella
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=817P4xu-5N8>.

Saiba que os gestores precisam contar com os profissionais que apresentam o


mesmo perfil de empreender atuando nos processos internos das organizações. Essa
contratação assertiva, vai além do vínculo empregatício, pois promove uma sucessão
de benefícios contínuos e mútuos entre empresa e colaborador. Na verdade, essas
pessoas auxiliam a empresa a solucionar problemas de maneira única, permitindo que
ela se diferencie no mercado (FARAH et al., 2012)
O mais interessante, é que esse tipo de profissional está sempre disponível
para ajudar a empresa a se desenvolver e atingir seus objetivos. Ele é capaz de trazer
ideias inovadoras para a empresa e consegue gerar resultados que permitem que a
empresa crie um diferencial e esteja a frente da concorrência.

Glossário

Engajar - Participar de forma voluntária de algo. É uma pessoa dedicada, empenhada em realizar
uma tarefa.

Estudo de Caso

Engajamento é o novo segredo do empreendedorismo

O engajamento dos colaboradores é o grande diferencial das empresas,


principalmente no que diz respeito à gestão de pessoas e à obtenção de resultados
superiores. Quem presencia de perto a rotina das lideranças percebe que a cobrança é cada

31
vez maior, ela vem de todos os lados. E os desafios da equipe são rotineiros, porém, bem
digeridos e alcançados quando há envolvimento de todos.
Duas palavras essenciais que precisam estar incorporadas nas organizações visa são
produtividade e motivação, ambas são fundamentais para atingir os objetivos pessoais e
empresarial.
É muito comum encontramos perfis de colaboradores distintos nas empresas, assim
como, tempo de empresa e faixa etária. É notório, neste caso, que os mais jovens profissionais
têm muito mais opções de escolhas de carreira, tanto em relação à formação, como em
relação a cargos de trabalho. No entanto, eles buscam um ambiente para inovar e
implementar novos conceitos. E no caso, quando esses profissionais não encontram este
ambiente nas empresas, acabam optando pelo empreendedorismo através de algo que
atenda o propósito de vida deles.
Logo, diante deste cenário de profissionais que obtêm o perfil empreendedor que
nasce o termo engajamento, numa visão mais global. Não se trata apenas de reter os
profissionais mais talentosos e de alto potencial, mas sim, de criar elos entre a empresa, o
gestor e o colaborador. Com o intuito de promover benefícios mútuos oferecendo a eles uma
melhor qualidade de vida no ambiente do trabalho, estrutura e suporte para criar e inovar,
como também, reconhecimento e projeção de carreira.
Sendo assim, é preciso promover a sustentabilidade dos resultados. Para isso, os
empreendedores precisam de um alto índice de energia, comprometimento, resiliência,
entusiasmo e busca por desafios. Além disso, o grau de autonomia, oportunidade de
aprender, e o reconhecimento meio de feedback construtivo, formam um conjunto poderoso,
que leva o profissional a sentir-se realizado e, consequentemente, feliz.
O grande segredo do empreendedorismo atual é manter o alto nível de engajamento,
mesmo em situações de crise econômica. Este é um fator crítico para o sucesso dos negócios.
Fonte: Empresas de sucesso (2018). Com adaptações.
Por: Rafael Ponzi
Disponível em: <https://clubeempreendedor.org/engajamento-e-o-novo-segredo-do-
empreendedorismo/>.

Portfólio

1. Qual o perfil de colaboradores que as organizações estão em busca?


2. Quais os possíveis atribuidor para detectar um perfil empreendedor?
3. O que significa engajamento profissional?

32
4. Como os empreendedores devem implantar em seus colaboradores a cultura do
perfil empreendedor ?
5. Podemos afirmar que apenas os profissionais mais jovens possuem o perfil
empreendedor? Justifique.

Resumo

Nesta aula foi possível entender que as organizações estão cada vez mais em
busca de novos perfis de colaboradores, conhecidos como perfil empreendedor, que
trata de profissionais engajados e alinhados com os objetivos da empresa. Com intuito
de ajudar a organização por meio de sua capacidade, criação e ideias inovadoras.
Trata-se de uma característica peculiar de alguns profissionais e no entanto, a área
responsável para captação destes talentos é desafiadora.

33
REFERÊNCIAS

BIAGIO, Luiz Arnaldo. Empreendedorismo: construindo seu projeto de vida. 2. ed.


Barueri, SP: Manole, 2012.

CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo: dando asas ao espírito


empreendedor. 4. ed. São Paulo: Manole, 2012.

SOUZA, Pedro Henrique. Empreendedorismo: passo a passo. São Paulo: Editora


Viena, 2013.

GEM BRASIL, 2017. Global Entrepreneurship Monitor Empreendedorismo no


Brasil: 2017. Coord.: GREGO, Simara Maria de Souza Silveira. Curitiba: IBQP,
2017.. Disponível em:
<https://m.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/Relat%C3%B3rio%20Ex
ecutivo%20BRASIL_web.pdf>. Acessado em: 10.07.2019.
SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio a Pequeno e Micro Empresa. 2017.
Disponível em:
<https://m.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/estudos_pesquisas/pesquisa-gem-
empreendedorismo-no-brasil-e-no-
mundodestaque9,5ed713074c0a3410VgnVCM1000003b74010aRCRD>. Acessado
em: 10.07.2019.

SOUZA, Pedro Henrique. Empreendedorismo: passo a passo. São Paulo: Editora


Viena, 2013.

BERNARDI, Luiz A. Manual de empreendedorismo e gestão. 2. ed. São Paulo:


Atlas, 2012.
HISRICH, Robert D.; PETER, Michael P.; SHEPHERD, Dean A.
Empreendedorismo. 9. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.
Revista Pequenas Empresas Grandes Negócios. Revista PEGN (2016). Será que
empreendedor leva vida tranquila? Reportagem de ZUINI, Priscila. 10.03.2016.
Disponível em:<https://revistapegn.globo.com/Empreendedorismo/noticia/2016/03/5-
mitos-sobre-empreendedorismo-que-voce-deve-esquecer.html>. Acessado em:
12/07/2019.
CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo: dando asas ao espírito
empreendedor. 4ª edição. São Paulo: Manole, 2012.

DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo corporativo: como ser


empreendedor, inovar e se diferenciar na sua empresa. 2ª Edição. Rio de Janeiro.
Elsevier, 2008.
FARAH, Osvaldo Elias; CAVALCANTI, Marly; MARCONDES, Luciana Passos.
Empreendedorismo: estratégia de sobrevivência para pequenas empresas. São
Paulo: Saraiva, 2012.

34

Você também pode gostar