Você está na página 1de 15

5

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ……………………………………………………………….6

CONCEITUANDO O EMPREENDEDORISMO…………………………..7

EMPREENDEDORISMO NO BRASIL……………………………………..9

O ENSINO DA EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA NO BRASIL………..10

CARACTERÍSTICAS E COMPETÊNCIAS PARA EMPREENDER……11

CONCEITOS DA EDUCAÇÃO CORPORATIVA…………………………12

COMPONENTES DA EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA………………..14

INVESTIMENTOS PRÁTICOS NA EDUCAÇÃO CORPORATIVA…….15

CONSIDERAÇÕES FINAIS………………………………………………….17

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS………………………………………..18

UNIÃO BRASILEIRA DE FACULDADES – UNIBF


CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA
MODALIDADE A DISTÂNCIA – EAD
6

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo ser uma análise crítica sobre como a educação
do empreendedorismo, tanto no ensino fundamental quanto nas universidades, impacta
positivamente na vida pessoal dos indivíduos como no progresso conjunto de uma empresa e
seus funcionários. Existe atualmente uma significativa mudança de paradigma na Educação
Empreendedora, em que não basta mais somente treinar funcionários para que eles adquiram
mais qualificação. É preciso, no entanto, desenvolver, nestes funcionários, uma maneira
totalmente nova de pensar e agir, para que eles possam estar permanentemente aptos a
desempenharem suas funções e se adaptarem, ou melhor ainda, se anteciparem as mudanças e
dinâmica do mercado e dos negócios.

A análise se desenvolverá sob uma ótica subjetiva levando-se em consideração os


aspectos do empreendedor e suas práticas tanto nas empresas quanto em negócios pessoais,
uma vez que na ânsia da busca de constante sucesso e crescimento no mercado, os
empreendedores se lançam diariamente em um cenário cada vez mais competitivo e dinâmico.
Há um tempo atrás, no entanto, acreditava-se na crença de que as características de um
empreendedor eram inatas em determinados indivíduos. Com isso, no decorrer deste trabalho
perceberá que, em muitos casos, a maioria dos autores concordam com a premissa de que,
embora algumas pessoas já apresentem naturalmente um perfil empreendedor, este pode e
deve ser ensinado por meio da educação formal, se possível estimulado desde cedo nas
crianças.

Inicialmente o trabalho apresenta uma incursão sobre a terminologia da palavra


empreendedorismo, bem como faz uma análise do perfil do empreendedor, suas principais
características e os pensamentos inovadores ao redor da atividade. Afinal, durante os últimos
anos o empreendedorismo tornou-se um campo de estudo presente em várias disciplinas das
ciências sociais, além de ter se tornado uma preocupação importante no âmbito da política e
desenvolvimento econômico em diversos países.

Especificamente no Brasil, aborda, a partir da reabertura político-econômica no início


dos anos 90, os fatores de maior relevância que proporcionaram o surgimento das pequenas
empresas no país e que o fizeram se tornar um ambiente de grande desenvolvimento do
empreendedorismo e das pequenas empresas. Menciona também as dificuldades que os
empreendedores se depararam e tiveram que enfrentar nessa época. Além disso, analisa de
forma clara e objetiva o processo histórico do desenvolvimento da atividade empreendedora
no país, bem como menciona e qualifica os tipos de perfis mais encontrados no país que se
diferenciam do resto das economias mais desenvolvidas como europeia e americana.

O trabalho também apresenta, de forma resumida, o início do ensino do


empreendedorismo no Brasil ao citar as iniciativas tímidas e isoladas da parceria entre o MEC
e o SEBRAE, por exemplo. Além disso, faz uma análise do desafio que o país vem
enfrentando na tentativa de incluir o ensino do empreendedorismo nas escolas e,
principalmente, no ensino superior através de iniciativas como o Projeto de Ensino
Universitário de Empreendedorismo (PEUE). Além disso, revela algumas das principais
características e competências que são necessárias para ser ou tornar-se um empreendedor de
sucesso por meio do embasamento com vários teóricos do empreendedorismo.

Em seguida, é apresentado sobre a educação corporativa, enfatizando o papel da


educação como elemento formador de competências. Por último, chega-se a conclusão que a

UNIÃO BRASILEIRA DE FACULDADES – UNIBF


CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA
MODALIDADE A DISTÂNCIA – EAD
7

educação a distância é, na atualidade, um importante método para facilitar o processo de


ensino-aprendizagem no mundo corporativo, mas também existe a preocupação de algumas
empresas com a interação entre os participantes para que o treinamento possa ser inteiramente
eficaz.

Nesse sentido, a partir das concepções do termo, o processo histórico e suas mudanças
na gestão de pessoas ao longo do tempo com a advento da internet e consequentemente as
novas metodologias surgidas, bem como sua empregabilidade pelas empresas é possível,
portanto, chegar a uma conclusão apontando os aspectos opinativos, positivos e negativos ao
final deste trabalho. Além de poder apresentar de forma resumida as vantagens e desvantagens
da Educação Corporativa para as empresas, seus colaboradores, bem como para o processo de
amadurecimento individual das pessoas.

2 CONCEITUANDO O EMPREENDEDORISMO

O mundo dos negócios encontra-se cada vez mais competitivo e consequentemente


sofrendo mudanças significativas a fim de enfrentar e se adaptar as novas demandas do
mercado. Com isso, as empresas estão cada vez mais utilizando do empreendedorismo como
forma de estratégia de negócios para obter oportunidades e a satisfação das necessidades dos
clientes de uma forma criativa e inovadora, mas sempre numa perspectiva de assumir os
riscos de forma calculada, ou seja, ter coragem para enfrentar desafios e escolher novos
caminhos de forma consciente.

Diante disso, segundo Hisrich e Peters (2004) o empreendedorismo tem, portanto, uma
função importante na criação e no crescimento dos negócios e como consequência, uma
prosperidade das nações e regiões. Nesse sentido, quando o indivíduo empreendedor depara-
se com oportunidades empreendedoras ele começa a fomentar ações nas quais, conforme os
autores, são:

“situações nas quais novos bens, serviços, matérias-primas e métodos


organizacionais podem ser introduzidos e vendidos por um valor maior do
que seu custo de produção” (HISRICH, R. D., PETERS, 2014, p. 103).

Os empreendedores, então, tendem a ter um perfil oportunista, mas, para usufruir dessa
oportunidade empreendedora é preciso, antes de tudo, existir uma ação empreendedora. Ele
deve ser capaz de sempre avaliar o nível de incerteza em torno de uma oportunidade em
potencial (FILION, 1999). No entanto, antes de aprofundar o presente trabalho, é necessário
conceituar tais termos e buscar a sua origem etimológica. Afinal, a concepção inicial da
palavra empreendedorismo vem desde da metade do século XVIII, iniciada com os
economistas Richard Cantillon e Jean-Baptiste Say.

Os autores não se restringiam somente pela economia em si, mas também pela parte
empresarial, ou seja, na criação e desenvolvimento de novos empreendimentos, no
gerenciamento de negócios inovadores, bem como consideravam os chamados
empreendedores como aqueles que não eram avessos aos riscos, pois investiam seu próprio
dinheiro em negócios próprios ou de outros nos quais consideravam oportunos. O conceito de
empreendedorismo, porém, somente passou a ter um outro significado e conceito com a
publicação da “Teoria do Desenvolvimento Econômico” de Joseph Schumpeter, em 1911, no
qual foi considerado como o grande propulsor no campo do empreendedorismo, dando um
novo conceito para inovação.

UNIÃO BRASILEIRA DE FACULDADES – UNIBF


CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA
MODALIDADE A DISTÂNCIA – EAD
8

Joseph Schumpeter (1949) tem uma definição do termo “empreendedor” que pode ser
considerado um dos melhores significados para o termo:

“O empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente pela


introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de
organização ou pela exploração de novos recursos e materiais.”
(SCHUMPETER, 1949, p. 60)

Schumpeter (1949) é um dos pioneiros no estudo do empreendedorismo e evidencia


que o empreendedor rompe com velhos paradigmas e estabelece novos padrões de consumo e
produção. Além disso, ele enfatiza o papel do empreendedor como o responsável por
combinar recursos para atender as necessidades do mercado. Segundo Schumpeter (1949), o
empreendedor caracteriza por ser aquele indivíduo que está empresa frente do seu tempo
realizando coisas novas, utilizando-se do seu talento para aproveitar as novas oportunidades
que lhe surge. Ele busca aprimorar as tecnologias para se ter uma otimização dos processos, é
capaz de prever o risco, utiliza sempre da sua intuição para a resolução de possíveis
problemas.

Já em relação ao termo empreendedorismo, autores como Dolabela (1999) afirma:

“O empreendedorismo é um neologismo derivado da livre tradução da


palavra entrepreneurship e utilizado para designar os estudos relativos ao
empreendedor, seu perfil, suas origens, seu sistema de atividades, seu
universo de atuação. O empreendedorismo deve conduzir ao
desenvolvimento econômico, gerando e distribuindo riquezas e benefícios
para a sociedade. Por estar constantemente diante do novo, o
empreendedor evolui através de um processo interativo de tentativa e
erro; avança em virtude das descobertas que faz, as quais podem se referir
a uma infinidade de elementos, como novas oportunidades, novas formas
de comercialização, vendas, tecnologia, gestão.” (DOLABELA, 1999, p.
43)

Ainda segundo Dolabela (1999), o empreendedorismo é, antes de tudo, definido pela


forma de ser, por poder ser facilmente encontrado em qualquer atividade humana. Ele também
ressalta que o termo também tem relação com o conceito de inovação, amplamente estudado
no mundo dos negócios. Dessa forma, o empreendedor deve ter uma visão e percepção para
identificar as oportunidades, ter ousadia e liberdade de criação para, desta maneira, inventar e
reinventar novas formas de produção.

Partindo do mesmo pressuposto, autores como Menezes (2003) e Chiavenato (2007)


trazem definições parecidas, mas complementares entre si ao focar mais na linha empresarial
e mercadológica. O primeiro afirma que empreendedor é o indivíduo de iniciativa que
promove o empreendimento a partir de um comportamento criativo e inovador, que sabe
transformar contextos, estimular a colaboração, criar relacionamentos pessoais, gerar
resultados, fazendo o que gosta de fazer, com entusiasmo, dedicação, autoconfiança, otimismo
e necessidade de realização.

Já o segundo, traz uma definição mais atrelada ao papel do empreendedor na economia,


como sendo o catalisador que, ao perceber os recursos disponíveis, dinamiza as ideias e busca
novas oportunidades ao assumir riscos e tomar responsabilidades, tendo como resultado novas
inovações. Conforme Chiavenato (2007), os empreendedores:

UNIÃO BRASILEIRA DE FACULDADES – UNIBF


CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA
MODALIDADE A DISTÂNCIA – EAD
9

“Fornecem empregos, introduzem inovações e incentivam o crescimento


econômico. Não são simplesmente provedores de mercadorias ou de
serviços, mas fontes de energia que assumem riscos em uma economia
em mudança, transformação e crescimento. (...) inauguram novos
negócios por conta própria e agregam a liderança dinâmica que conduz ao
desenvolvimento econômico e ao progresso das nações.”
(CHIAVENATO, 2007, p. 4)

O empreendedorismo está ligado a satisfação das necessidades com a disposição para


enfrentar crises, explorando oportunidades e curiosidades com inovação e criatividade
(CHIAVENATO, 2007). O empreendedorismo, portanto, é quando uma pessoa com as
habilidades específicas é capaz de realizar e, acima de tudo, alcançar resultados tanto
tangíveis quanto intangíveis, levando em conta criatividade e inovação no meio em que se
propõe a mudar, sendo estas condições imprescindíveis durante a sua prática (FILION, 1999).
Dessa forma, a partir de todos os autores citados e suas concepções e análises, percebe-se que
os conceitos de empreendedorismo e empreendedor muitas vezes se relacionam com
indivíduos que possuem iniciativa, buscas de oportunidades, inovações para se adaptar ou
criar algo diferente, bem como em ter persistência.

3 EMPREENDEDORISMO NO BRASIL

Com a abertura da economia na década de 90, a atividade empreendedora no Brasil


tomou novo impulso e vem se destacando cada vez mais. Segundo Dornelas (2008), no país, o
movimento do empreendedorismo começou a tomar forma na segunda metade da década de
1980, quando entidades como o SEBRAE, por exemplo, foi criada, uma vez que antes desse
período falava-se muito pouco em empreendedorismo no país e em criação de outras
empresas. Com isso, a partir do surgimento do pequeno empreendedor, o Serviço Brasileiro
de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) vem até hoje realizando ações com a fim
de fornecer suporte técnico para os novos empreendimentos.

No Brasil, caracterizam-se dois tipos de empreendedores. O primeiro denominado


empreendedor de oportunidade, ou seja, aquele indivíduo visionário que tem objetivos claro
de onde deseja chegar, cria uma empresa com planejamento prévio, tem em mente o
crescimento que quer buscar para a empresa e visa a geração de lucros, empregos e riquezas.
Já o segundo é caracterizado como o empreendedorismo de necessidade, ele se classifica por
ter um perfil mais aventureira na jornada empreendedora, muitas vezes por falta de opção ou
por estar desempregado e então, por não ter alternativas de trabalho, tenta abrir um negócio
pequeno individual (DORNELAS, 2008).

Segundo dados da pesquisa “Empreendedorismo no Brasil”, realizada pelo Global


Entrepreneurship Monitor (GEM) em parceria com o Instituto Brasileiro da Qualidade e
Produtividade (IBPQ) e o Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da Fundação
Getúlio Vargas (FGV), com o apoio do SEBRAE, revela que em 2013 houve, por exemplo,
um crescimento qualitativo a respeito dos tipos de empreendedores no Brasil. Nesse sentido, o
número de mercado já é o dobro daqueles que decidem empreender por necessidade. Afinal,
comparativamente com o mesmo estudo realizado em 2002, a relação era de um
empreendedor por necessidade para 0,7 empreendedores por oportunidade.

UNIÃO BRASILEIRA DE FACULDADES – UNIBF


CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA
MODALIDADE A DISTÂNCIA – EAD
10

Embora o Brasil apresente uma gama de oportunidades para novos e jovens


empreendedores, especialmente para aqueles que buscam inovação com as novas tecnologias,
no país, segundo Dolabela (1999), ainda falta a chamada educação empreendedora:

“Quando o assunto é preparar para empreender, ainda estamos


engatinhando.” (DOLABELA, 1999, p.54)

O autor ainda destaca que, apesar de o país estar ainda “engatinhando” no que re
refere ao empreendedorismo, os resultados que se vem alcançando no ensino de educação
empreendedora sinalizam que o Brasil está no que ele denomina de uma “revolução
silenciosa”. O país, sem dúvida, depende muito da sua população empreendedora. Um dos
grandes desafios do Governo nesse aspecto é aumentar a capacidade de pequenos e médios
empreendedores manterem seus negócios e empresas na formalidade a fim de que elas
cresçam e gerem mais empregos e impostos. Diante disso, diminuir impostos e oferecer certas
garantias para os que desejam empreender no país e alavancar os seus negócios é de grande
valia por parte do Estado brasileiro (COSTA, 2009).

4 O ENSINO DA EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA NO BRASIL

Antes da década de 80 no Brasil, acreditava-se majoritariamente que as características


para ser um empreendedor era algo inato em alguns indivíduos. Assim, quem não apresentasse
tais características era desencorajado a empreender. Na verdade, é recente a ideia de que o
empreendedorismo possa ser desenvolvido ou ensinado (DORNELAS, 2008).

Segundo Farah, Cavalcanti e Marcondes (2008), as aptidões para se tornar


empreendedor podem e devem ser ensinadas, moldadas e aprendidas por todos que estiverem
predispostos a desejar ter esse comportamento. O conhecimento empreendedor não é algo que
já vem inato para apenas algumas pessoas, ele pode ser ensinado e aprendido. No entanto, o
fator determinante para o sucesso e fracasso que tende a fazer a diferença na hora de
empreender está mais relacionado com a capacidade de criatividade e inovação presente no
indivíduo (FARAH, O. E & CAVALCANTI, M & MARCONDES, 2008). Isso, porém, não
exclui a premissa de que empreendedores inatos não existam, mas sinaliza na direção de que é
possível ser capacitado a fim de empreender.

O início do ensino do empreendedorismo no Brasil caracteriza-se basicamente por


iniciativas isoladas, na forma de parcerias tímidas, porém consistentes (DORETTO, 2003).
Como exemplo, pode-se pontuar a parceria entre MEC e o SEBRAE no ano de 2000, o
projeto “Educação Empreendedora para Milhões” tem como objetivo expandir o conceito de
empreendedorismo a todas as escolas públicas do país, bem como tem como ideia central a
pretensão de criar atividades ligadas ao empreendedorismo em qualquer disciplina.

Em relação ao ensino superior de empreendedorismo no Brasil, existe um projeto


denominado Projeto de Ensino Universitário de Empreendedorismo (PEUE), parceria entre o
SEBRAE Nacional e o Instituto Euvaldo Lodi (IEL). Como as Universidades brasileiras têm
como desafio o enfrentamento da adaptação do mercado e suas relações de trabalho e da
economia no sentido da defesa da cultura, conhecimento e informação, a demanda por esse
tipo de ensino no âmbito universitário é consideravelmente legítima e necessária.

UNIÃO BRASILEIRA DE FACULDADES – UNIBF


CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA
MODALIDADE A DISTÂNCIA – EAD
11

Afinal, o conhecimento está cada vez mais plural e interconectado com outras áreas do
saber, soma-se a isso a necessidade de desenvolvimento de novas competências. Nesse
sentido, o empreendedor tende a se tornar protagonista no processo técnico e do
desenvolvimento sustentável dos países (DORETTO, 2003). O ensino do empreendedorismo
no ensino superior, portanto, precisa trabalhar em duas frentes basicamente, ou seja, tanto no
desenvolvimento de competências empreendedoras quanto também na disseminação da
cultura do empreendedorismo (DORNELAS, 2008).

Diante disso, ao trabalhar nessas duas frentes estratégicas, as universidades brasileiras


conseguirão capacitar sua nação para o novo mercado de trabalho que se apresenta. Afinal,
conforme visto pelos autores citados, traços de comportamento empreendedor podem e devem
ser adquiridos tanto pela prática e experiência vividas, como também pela aprendizagem
formal e convencional em sala de aula.

5 CARACTERÍSTICAS E COMPETÊNCIAS PARA EMPREENDER

Como resultado das variadas definições em relação ao empreendedor, quando se pensa


a respeito das suas características e perfil prático, será preciso compreender múltiplas ciências
para se tornar um melhor profissional como, por exemplo, a Administração, a Psicologia, a
Sociologia e a Economia. Afinal, empreendedores podem surgir de inúmeras maneiras e sob
diversas influências (CHÉR, 2008). No entanto, na maioria das fontes de estudo, a figura do
empreendedor sempre está relacionada ao indivíduo inovador, criativo e que corre riscos.

Além disso, é verificado que a grande maioria tende a criar negócios inovadores a
partir de situações preexistentes no mercado. Quando possuem experiência, tendem a utilizar
do know-how adquirido e seu networking (rede de amigos) a fim de iniciar um
empreendimento e obter maiores chances de sucesso. Nesse sentido, o empreendedor é um ser
social e produto do meio que habita, época e lugar que se encontra. Pode ser considerado um
fenômeno regional na medida em que lugares mais propícios geram mais empreendimentos
(DOLABELA, 1999).

Empreendedores diferem-se dos demais por possuírem certas habilidades e


características específicas que se destacam dentre as que normalmente se encontram em
gerentes e/ou empresários. Afinal, enquanto os empreendedores desejam apenas liberdade pra
dar andamento aos seus negócios, os gerentes e empresários focam e são motivados pelo
poder, promoções dentro da empresa e recompensas imediatas. Torna-se necessário, então,
ajudar os empreendedores em potencial e os empreendedores de fato na identificação e no
aperfeiçoamento das características que devem se devem desenvolver para obterem sucesso
(CHÉR, 2008).

Ainda existe a dicotomia sobre o perfil do empreendedor no sentido se o indivíduo já


nasce com essa característica inata ou se tais características possam ser desenvolvidas por
meio da aprendizagem. Muitos autores, no entanto, defendem a ideia de ser possível a
transmissão de conhecimento que proporciona a aquisição dessas características. Segundo
Kuratko (2005) , por exemplo, que acredita que é cada vez mais notável o fato de que o
empreendedorismo pode ser ensinado. Já Drucker (2002), também defende a premissa de que
o empreendedorismo não está presente no DNA dos indivíduos, mas é uma disciplina que
pode ser aprendida, assim como qualquer outra.

UNIÃO BRASILEIRA DE FACULDADES – UNIBF


CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA
MODALIDADE A DISTÂNCIA – EAD
12

Ao estudar as características do empreendedor, diversos autores citam algumas


características específicas que fazem parte do perfil de um empreendedor. Chiavenato (2004),
por exemplo, define o empreendedor como um indivíduo que tem disposição para lidar e
assumir riscos em benefício do aproveitamento de oportunidades que outras pessoas veriam
como empecilhos. Na mesma linha, Drucker (2002) também incluiu a capacidade de assumir
riscos calculados como característica importante:

“indivíduos que precisam contar com a certeza é de todo impossível que


sejam bons empreendedores”. (DRUCKER, 2002, p. 33)

Outros autores, no entanto, não focam somente na função da decisão, mas também nos
objetivos que os empreendedores desejam alcançar (FILION, 2000). Segundo Filion (2000),
os empreendedores não ficam apenas na função de decisão, mas também tem que imaginar os
objetivos que eles querem alcançar. Seu papel é prever o que fazer e, muitas vezes, mostrar
como fazer. O empreendedor reconhece uma oportunidade e transformar todas as suas
possibilidades e mudanças em um negócio possível. Nesse sentido, uma das características
para ser um bom empreendedor é saber detectar oportunidades. Dornelas (2008), ainda soma a
capacidade da força ao afirmar que:

“o empreendedor é aquele que faz as coisas acontecerem, se antecipa aos


fatos e tem uma visão futura da organização”. (DORNELAS, 2008, p.15)

No mundo globalizado, a necessidade de empreendedores se torna crescente, já que as


empresas têm enfrentam o desafio de precisarem ser constantemente inovadoras e
competitivas para se manter no mercado. Desse modo, as pessoas que apresentam o perfil
psicológico com características como liderança, inovação, persistência, criatividade e
planejamento são sempre mais requisitadas no mercado de trabalho. Segundo Dornelas
(2008), ele adiciona características como perfil visionário, dinamismo, desprendimento,
facilidade de tomar decisões, coragem, senso de oportunidade e saber correr risco com
responsabilidade. Não basta, portanto, somente uma característica, mas a capacidade de
conseguir agregar várias delas na trajetória entre o reconhecimento da oportunidade e a
concretização da riqueza gerada (FARAH, 2008).

6 CONCEITOS DA EDUCAÇÃO CORPORATIVA

Existe atualmente uma significativa mudança de paradigma na Educação Corporativa,


em que não basta mais somente treinar funcionários para que eles adquiram mais qualificação.
É preciso, no entanto, desenvolver, nestes funcionários, uma maneira totalmente nova de
pensar e agir, para que eles possam estar permanentemente aptos a desempenharem suas
funções e se adaptarem, ou melhor ainda, se anteciparem as mudanças e dinâmica do mercado
e dos negócios (FLEURY E OLIVEIRA JR., 2001). Aliás, mudança que também está
acontecendo no mercado de trabalho em que se observa que a busca por melhores condições
de aprendizagem que garanta ao funcionário uma melhoria da sua empregabilidade é muito
maior do que a busca por uma empresa que ofereça mais segurança no emprego.

Com isso, ainda segundo Fleury e Oliveira Jr. (2001), a Educação Corporativa deixa de
ser apenas conjuntos de salas de aula, mas também estruturas de processos organizacionais
que permitem a criação e sistematização de uma cultura de aprendizagem contínua, com a
utilização de inúmeras ferramentas teóricas e práticas para promover o aprendizado. Ela age

UNIÃO BRASILEIRA DE FACULDADES – UNIBF


CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA
MODALIDADE A DISTÂNCIA – EAD
13

principalmente a partir do próprio recurso intelectual e pessoal da empresa, em que os


funcionários aprendem uns com os outros (cooperação na aprendizagem) e compartilham
experiências ideias e informações, no sentido de solucionarem problemas reais da empresa.

Há um rompimento com o velho paradigma educacional, ou seja, não existe mais


espaço para consultores externos que por vezes não são flexíveis o bastante para
contextualizarem seus conhecimentos com a realidade e as necessidades das empresas
(EBOLI, 1999). Neste cenário, aqueles docentes teóricos, repletos de titulações acadêmicas,
dividem então o espaço com aqueles que têm importantes experiências para compartilhar,
indo desde diretores e gerentes da própria empresa, até o pessoal que está na linha de frente,
captando as necessidades e expectativas do cliente (MEISTER,1999).

Existe então um novo paradigma com um foco direcionado para as necessidades da


própria empresa solicitada pelos seus colaboradores. Assim, as novas tecnologias
acompanhadas das velhas ferramentas de ensino-aprendizagem vão sendo testadas e
utilizadas, e o que ocorre atualmente é que as empresas estão buscando agregar valor aos seus
investimentos em “treinamento” de forma a vincular a aprendizagem a metas organizacionais.
Isso tudo por meio de educação corporativa presencial, ou aprendizagem virtual que veio
facilitar devido à incorporação dos meios eletrônicos, apesar de apresentar também seus
problemas e dificuldades. Segundo Bastos (1999):

"A ideia é que, ao incentivar o aprendizado individual, as organizações


desenvolvem compet~encias individuais, e na medida em que partilham
seus modelos mentais, ativos são criados agregando valor à organização"
(BASTOS, 1999, P.03)

As Universidades Corporativas tornam-se fator estratégico para o desenvolvimento e


educação de funcionários, clientes e fornecedores, a fim de atender às estratégias empresariais
de uma organização. Existe uma variedade na terminologia empregada em torno da ideia da
educação continuada que se fundamenta numa interpretação da educação como um processo
que deve prolongar-se durante a vida adulta. São elas: Educação permanente, formação
permanente, educação continuada, educação contínua, requalificação profissional e
desenvolvimento profissional são termos em torno de um mesmo núcleo de preocupação.

A educação continuada, segundo Ferronatto (2004), consiste em um processo de


aperfeiçoamento e atualização de conhecimentos, visando melhorar a capacitação técnica e
cultural do profissional, quando ele diz:

“a missão que norteia as Universidades Corporativas não é o ensino


formal, mas a conquista de uma excelência no desempenho de cada função
no topo institucional, num raio que dê conta da base ao topo hierárquico.
Vai daí a 38 diferença do ensino corporativo com relação aos centros de
treinamentos: enquanto o primeiro olha o indivíduo de forma global, os
últimos objetivam mais detidamente os resultados.” (2004 apud
FERRONATTO, 2005, p. 100)

Nesse sentido, segundo Fleury e Oliveira Jr. (2001), tem-se que o conceito de
universidade corporativa corresponde à implementação dos seguintes pressupostos:
desenvolver as competências críticas em vez de habilidade; privilegiar o aprendizado
organizacional, fortalecendo a cultura corporativa, e não apenas o conhecimento individual;

UNIÃO BRASILEIRA DE FACULDADES – UNIBF


CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA
MODALIDADE A DISTÂNCIA – EAD
14

concentrar-se nas necessidades dos negócios, tornando o escopo estratégico, e não focado
exclusivamente nas necessidades individuais; público interno e externo (clientes, fornecedores
e comunidade), e não somente funcionários; migrar do modelo ‘sala de aula’ para múltiplas
formas de aprendizagem; e criar sistemas efetivos de avaliação dos investimentos e resultados
obtidos.

7 COMPONENTES DA EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA

De acordo com Ainley e Bailey (1997), dentre os componentes fundamentais do projeto


de uma universidade corporativa estão: comunicação constante, avaliação, tecnologia,
parceiros de aprendizagem, produtos/serviços, partes interessadas, organização, fontes de
receita, visão/missão e controle. Apesar do forte suporte da cúpula ser certamente um fator
imprescindível para o sucesso geral da universidade corporativa é, no entanto, necessária uma
coalizão entre os gerentes a fim de dar ao esforço um mínimo de massa nos estágios iniciais.
Há então a criação de um sistema de controle em que não apenas o principal mentor está
envolvido, mas também outros setores da organização como os gerentes que se reúnem para
desenvolver uma visão compartilhada da universidade corporativa.

É de se notar que o número de organizações com universidade corporativa tem crescido


consideravelmente, criando assim um sistema de aprendizagem contínua em que toda a
organização aprende e trabalha com novos processos e novas soluções (EBOLI, 1999). Com
isso, existe, porém, um desafio no qual é importante criar um ambiente de aprendizagem em
que todos os colaboradores juntamente com todo elemento do sistema comercial da empresa
compreenda a importância da aprendizagem contínua de forma a vincular as metas da própria
empresa. Afinal, segundo Eboli (2004):

“A qualidade de um Sistema de Educação Corporativa depende da


qualidade de pensamento de seus idealizadores. O importante é que todos
eles sejam contemplados quando da elaboração do projeto de concepção
do Sistema de Educação Corporativa, e que haja práticas associadas a
cada um deles.” ( EBOLI, 1999, p. 61)

A universidade corporativa tem então como uma das suas principais missões formar e
desenvolver os talentos humanos na gestão dos negócios ao promover a gestão do
conhecimento organizacional por meio de um processo de aprendizagem ativa e contínua. A
fim de que seja realizado com eficácia e sucesso, é imprescindível a utilização de tecnologias
de ponta acoplada a uma nova metodologia de trabalho em que permita a todos dentro da
organização não só utilizarem as informações disponíveis, mas também atuarem como
fornecedores de novas informações, alimentando todo o sistema.

Amplamente analisado por Meister (1999), que percebeu que universidades


corporativas com melhores práticas são aquelas que possuem missões organizacionais
semelhantes, independente de seu porte, ramo de atividades ou país em que operam. A
principal missão segundo Meister (1999) da maioria das universidades corporativas é
portanto:

‘atuar como parceira para que os funcionários consigam atingir um


desempenho excepcional e a organização realize suas metas empresariais
e seja reconhecida como líder em seu mercado’. (MEISTER. 1999, p.247)

UNIÃO BRASILEIRA DE FACULDADES – UNIBF


CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA
MODALIDADE A DISTÂNCIA – EAD
15

Diante disso, a educação corporativa tem como principal objetivo evitar que o
profissional se desatualize técnica, cultural e profissionalmente e, assim, perca sua capacidade
de exercer a profissão com competência e eficiência, causando desprestígio à profissão, além
do sentimento de incapacidade profissional. Educação corporativa se conceitua de forma
resumida como o conjunto de práticas educacionais planejadas para promover oportunidades
de desenvolvimento do funcionário, com a finalidade de ajudá-lo a atuar mais efetiva e
eficazmente na sua vida institucional.

Há um destaque nos programas de educação corporativa como um sistema de


desenvolvimento de pessoas e talentos humanos alinhados às estratégias de negócio. Nesse
cenário, o principal objetivo principal é o de desenvolver as competências críticas em vez de
habilidades. Isso coloca as empresas com forte vantagem competitiva no mercado, pois esses
programas servem, então, como ponte entre o desenvolvimento das pessoas e as estratégias de
negócio da empresa, a fim de obter vantagem competitiva conforme analisado por Eboli
(1999).

8 INVESTIMENTOS PRÁTICOS NA EDUCAÇÃO CORPORATIVA

A educação corporativa não envolve somente a montagem de uma grande estrutura


interna, afinal o investimento não é pequeno. No Brasil, por exemplo, ela movimenta alguns
bilhões de reais por ano com educação, sendo que a razão dessa explosão é a sociedade do
conhecimento em que este se tornou o principal recurso econômico e, além disso, talvez seja o
mais marcado pela escassez. É preciso lembrar que o segmento mais promissor é o segmento
representado pelo público adulto já inserido no mercado de trabalho. Em outros países
algumas grandes organizações chegam a fazer grandes investimentos na manutenção de suas
universidades ou centros de desenvolvimento profissional. Afinal, segundo

Desenvolver pessoas não se trata apenas de um repasse de informações para o


aprendizado de novos conhecimentos, habilidades ou destrezas a fim de se tornem mais
eficientes. A gestão estratégica de pessoas envolve a tentativa sistemática de atrelar as práticas
de recursos humanos às estratégias das corporações corroborando a criação de vantagem
competitiva sobre as demais organizações e melhorando, consequentemente, o seu
desempenho (CHIAVENATO, 2007). O processo de formação é mais amplo e leva o
indivíduo ao aprendizado de novas atitudes e adoção de uma postura pró-ativa, buscando
ideias e soluções para os problemas vivenciados no trabalho.

As universidades corporativas também não são fontes de solução de problemas, são, na


verdade, ganhos que, sem dúvida, se somam ao reforço da identidade e da cultura da empresa.
Segundo Meister (1999), elas tem um objetivo fundamental:

“tornar-se uma instituição em que o aprendizado seja permanente”


(MEISTER, 1999, p.203)

O retorno, no entanto, é mais complicado, mas o investimento ganha por sua vez
sinergia e, além disso, as atividades ligadas aos treinamentos e desenvolvimento tornam-se
pragmáticas onde os participantes elaboram projetos de aplicação prática, individualmente ou
geralmente em grupo, baseado em casos reais (MEISTER, 1999).

UNIÃO BRASILEIRA DE FACULDADES – UNIBF


CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA
MODALIDADE A DISTÂNCIA – EAD
16

O mais importante são as pessoas que estão lá, a cultura organizacional e os projetos
em grupo, pois isso comprova a importância da interação com o grupo para adquirir
conhecimentos, pois, Segundo Eboli (1999):

“Privilegiar as construções sociais do conhecimento, estabelecendo


conexões e intensificando a comunicação e a interação. Objetiva ampliar
a quantidade e a qualidade da rede de relacionamentos com o público
interno e externo.” (EBOLI, 1999, p.104)

Com isso, não depende-se exclusivamente de um professor, lembrando que o acervo de


livros, fotografias e gravações em áudio e vídeo disponíveis em formato digital ainda são
limitadas. As Universidades estão descobrindo que não são somente elas em suas instalações
que conseguem fazer com que os alunos aprendam. Afinal, as pessoas têm cada vez menos
tempo livre, e demandam formas mais flexíveis para estudar e é justamente aí que o ensino
virtual aparece e faz a diferença. As empresas estão adotando o ensino a distância onde a
grande expectativa que existe é quanto à facilidade de incorporação dos meios eletrônicos:
internet; intranet; telemática; videoconferência e chats. Afinal, ainda segundo Eboli (1999) é
importante:

“Oferecer e disponibilizar atividades e recursos educacionais de fácil uso


e acesso, propiciando condições favoráveis para que os colaboradores
realizam a aprendizagem a qualquer hora e em qualquer lugar”. (EBOLI,
1999, p.110)

Esses novos ambientes de aprendizagem que também estão nas empresas e não apenas
nas escolas e nos lares, trazem novos desafios para aqueles que precisam de um professor que
passam agora a desempenhar o papel de facilitadores e motivadores do processo de
aprendizagem. Segundo Meister (1999), quando se pensa em Educação Corporativa, a
Internet então provoca um potencial inovador ímpar, pois permite superar as paredes da sala
de aula, com a troca de ideias e intercâmbio entre profissionais, nacional e
internacionalmente, pesquisa online em bancos de dados, assinaturas de revistas eletrônicas e
o compartilhamento de experiências em comum.

Existem, no entanto, muitos desafios e problemas enfrentados pela Educação


Corporativa nesses ambientes virtuais como, por exemplo, o de manter o aluno conectado.
Esse desafio, porém, não é de hoje (MEISTER,1999). Afinal, desde os primeiros tempos de
ensino a distância, a grande dificuldade sempre foi manter o interesse e a dedicação dos
estudantes nos cursos em que se inscreveram. Mesmo com o advento das novas tecnologias
interativas disponíveis atualmente, ainda é preciso muita disciplina para concluir um curso a
distância. A taxa de evasão no ensino via Internet, por exemplo, são extremamente altas.

Diante disso, numa tentativa de tornar seus cursos mais interessantes, as empresas
procuram transformar educação em “entretenimento”, ou seja, ao criarem personagens,
histórias e exercícios diferentes e interativos nos diversos módulos que compõe o curso, o
aprendizado leva o estudante a interagir, tirar suas conclusões e, com isso, assimilar as
informações (EBOLI, 1999). Para tudo isso acontecer, no entanto, existe um elevado custo,
pois é importante ter grandes investimentos, incluindo no aspecto do marketing, por exemplo,
para a criação de ambientes virtuais.

UNIÃO BRASILEIRA DE FACULDADES – UNIBF


CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA
MODALIDADE A DISTÂNCIA – EAD
17

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pode-se dizer que as empresas são como redes gigantescas de colaboradores


interconectados. Desta forma, mudanças realizadas para melhorar o desempenho de uma de
suas partes dentro do sistema podem afetar em larga escala as outras partes tanto de forma
negativa como positiva. Afinal, a aprendizagem organizacional ocorre mediante “insights”, ou
seja, por meio de conhecimento e modelos mentais compartilhados e conectados uns com os
outros. Por isso, os mais bem-conceituados e sucedidos programas de educação corporativa
contam com os líderes empresariais como corresponsáveis pela aprendizagem organizacional
e, muitas vezes, colocados no papel de treinadores e tutores de outros líderes também.

Além disso, os programas com maiores casos de sucesso são os que possuem objetivos
intimamente atrelados com a estratégia da empresa, bem como sua missão, visão e valores, de
tal maneira que passam a fazer parte integrante da própria estratégia. Eles também apresentam
resultados que podem ser mensurados e correlacionados com as competências essenciais
diferenciadoras do sucesso ou do fracasso do negócio. Neste caso, as universidades
corporativas, por exemplo, são a representação mais visível do modelo chamado de T&D
(Tecnologia e Desenvolvimento), imprescindível para o desenvolvimento de recursos
humanos na chamada era industrial, no qual, atualmente, não atende mais somente ao enorme
desafio de desenvolver e reter os talentos na quantidade e qualidade do que as empresas
necessitam para gerar competitividade na era do conhecimento.

A proliferação dessas universidades corporativas, na verdade, tem se mostrado como


uma resposta estratégica das empresas bem-sucedidas que estão competindo pelo futuro por
meio do desenvolvimento contínuo de seus talentos internos e externos no século XXI. As
empresas que têm aplicado os princípios evidentes nas universidades corporativas estão
vislumbrando muito além dos já tão utilizados programas de educação de funcionários. Estão,
assim, em busca de uma população estratégica como forma de “alvo”, ou seja, seus próprios
funcionários qualificados, ao criar sistemas de aprendizagem que reúnem seu público interno
e externo – clientes, funcionários e a cadeia de fornecimento – sempre na busca do
aperfeiçoamento constante. Com isso, toda a organização aprende, crie, reinventa e trabalha
com novos processos e consequentemente novas soluções.

O grande desafio da Educação Corporativa atualmente, no entanto, é criar a percepção


de um ambiente de aprendizagem no qual todo funcionário e todo elemento do sistema
comercial da organização compreenda a importância da aprendizagem contínua vinculada
estritamente as metas empresariais, bem como aos pilares da empresa (missão visão e
valores). Dessa forma, as universidades corporativas têm como objetivo o chamado “Institute
for Learning”, no qual o aumento da aptidão do funcionário para a aprendizagem consegue de
certa forma incorporar em cada em deles o comprometimento e o acesso a uma aprendizagem
de maneira permanente.

Nesse cenário, existe, então, um aumento da competitividade da empresa, pois há maior


inovação no seu modo de produzir internamente e também no produto ou serviço prestado
externamente para a sociedade. Diferentemente do treinamento tradicional no qual o processo
de aprendizagem é algo que tem começo e fim, isto é, após certa quantidade de treinamento, o
serviço está completo e então o aluno se forma e para de estudar e adquirir atualizações e mais
conhecimento. A universidade corporativa, portanto, além de atender aos objetivos das
organizações e consequentemente o alcance de suas metas e maior produtividade e inovação
dentro do processo de trabalho interno, ela encoraja e estimula o funcionário continuamente a

UNIÃO BRASILEIRA DE FACULDADES – UNIBF


CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA
MODALIDADE A DISTÂNCIA – EAD
18

adquirir novas qualificações e competências tanto para a sua vida profissional quanto pessoal,
o que, no final, gera impactos positivos na vida de ambos (profissional e empresa).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

AINLEY, PATRICK, BAILEY, BILL. The Business of Learning: Staff and Student
Experiences of Further Education in the 1990s. 1. ed. Inglaterra: Cassell, 1997.

BASTOS, A.; FERNANDES, S.; VIANA, A.Desenvolvimento de. Competências


organizacionais: avaliação do programa Cuidar-se para. Cuidar. In: Encontro Nacional dos
Programas de Pós Graduação em Administração. Conferência, Foz do Iguaçu, Setembro,
1999.

EBOLI, Marisa. Universidades Corporativas. 1ª ed. Brasília: USP/PROGEP, 1999.

EBOLI, Marisa; Educação corporativa no Brasil:mitos e verdades / Marisa Eboli – São Paulo:
Editora Gente, 1999.

CHIAVENATO, I. Empreendedorismo, dando asas ao espírito empreendedor. 2 ed. São Paulo:


Saraiva, 2007.

CHÉR, R. Empreendedorismo na veia: um aprendizado constante. Elservier: SEBRAE, 2008.

COSTA, C. da. O empreendedor no Brasil. Administradores, [s.l.], 23 mar.


2009. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/ascaracteristicas- e- o-
perfil-do-empreendedor/24327/>. Acesso em: 25 de jul. 2020.

DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 3a ed. Rio de


Janeiro: Elsevier, 2008.

DORETTO, J. (2003). Aprendendo a Aprender. Sinapse: Revista Folha Online. Disponível


em: <https://www1.folha.uol.com.br/folha/sinapse/ult1063u421.shtml> Acesso em: 22 de jul.
2020.

DOLABELA, F. Oficina do empreendedor. São Paulo: Cultura, 1999.

FERRONATTO, Sibeli Paulon. A Universidade corporativa e a universidade de


educaçãosuperior. 213f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Santa Maria -
UFSM, 2004.

FILION, L. J. Empreendedorismo: empreendedores e proprietários-gerentes de pequenos


negócios.In: Revista de Administração, v. 34, n. 2, p. 5-28, 1999. Recuperado de:
http://200.232.30.99/busca/artigo.asp?num_artigo=102. Acesso em: 22 de jul. 2020.

FLEURY, Maria Tereza Leme, OLIVEIRA JR., Moacir de Miranda. Gestão Estratégica do
Conhecimento. 1ª ed. São Paulo: Atlas, 2001.

UNIÃO BRASILEIRA DE FACULDADES – UNIBF


CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA
MODALIDADE A DISTÂNCIA – EAD
19

HISRICH, R. D., PETERS, M. P.,SHEPHERD, D. A. Empreendedorismo. 9 ed. Porto Alegre:


Bookman, 2014.

MEISTER, Jeanne C. Educação corporativa: gestão do capital intelectual através das


universidades corporativas. São Paulo: Makron Books, 1999.

MENEZES, L.C.M. Gestão de Projetos. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2003.

SCHUMPETER, J. The theory of economic development.In: Harvard University Press, 1949.

UNIÃO BRASILEIRA DE FACULDADES – UNIBF


CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA
MODALIDADE A DISTÂNCIA – EAD

Você também pode gostar