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INTRODUÇÃO
De acordo com relatório de pesquisa GEM1 (2010), na última década as
micro e pequenas empresas brasileiras se consolidaram como elementos
fundamentais para o crescimento econômico do país, gerando emprego e
renda para a população. O papel de destaque na economia ganha ainda mais
força com a entrada em vigor da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, em
2007, e da Lei do Empreendedor Individual, em 2008, leis que foram decisivas
para impulsionar o empreendedorismo no Brasil.
Neste cenário, chama a atenção a Taxa de Empreendedores em Estágio
Inicial (TEA) em 2010, de 17,5%, que é a maior já registrada desde que a GEM
começou a ser realizada no país. Levando em conta uma população adulta no
país em torno de 120 milhões de pessoas, esse valor representa 21,1 milhões
de brasileiros empreendendo no ano de 2009. Em números absolutos de
empreendedores, este é menor apenas que o registrado na China. Além disso,
ao longo dos 11 anos em que o Brasil participa da GEM, o país mantém uma
TEA superior à média dos países participantes. O crescimento da atividade
empreendedora no país não é apenas quantitativo, mas também é qualitativo.
O empreendedorismo por oportunidade, mais benéfico para a economia
do país, registrou alta e quando comparado com o empreendedorismo por
necessidade, a proporção entre os dois foi de 2,1 empreendedores por
oportunidade para cada empreendedor por necessidade.
O ambiente econômico favorável pelo qual o Brasil passa, favorece o
surgimento de novas oportunidades aos micro e pequenos empresários, que
precisam se preparar para enfrentar os desafios que virão. Diante do
desenvolvimento do Brasil e de outros países em relação ao
empreendedorismo e sabendo que o mesmo vem se desenvolvendo dentro das
organizações, o chamado empreendedorismo corporativo, decidiu-se pesquisar
como o perfil do empreendedor corporativo se desenvolve dentro das
organizações e como esse desenvolvimento pode impactar na geração de
novos negócios para essa organização?
A pesquisa tem como objetivos gerais identificar o perfil do
empreendedor corporativo e enumerar os fatores dentro da organização que
1
General Entrepreneurship Monitor é um programa de investigação que inclui avaliações anuais do nível de atividade
empreendedora em vários países do mundo lançado em 1999 pelo Babson College e pela London Business School.
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1.1. Histórico
Empreendedorismo
Corporativo
Corporate
venturing Intrapreneurship
Inovação Renovação
estratégica
- Novos projetos
- Joint – ventures - Novas estruturas
- Spin-offs - Equipes de Inovação
- Iniciativas de capital de - Unidades de negócios autônomas
risco - Novos negócios
Sarkar (2008, p.35), diz que “não é surpresa que não haja uma única
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definição de empreendedor”.
Modo de gerir Coloca a mão na massa, ás vezes fica Coloca a mão na massa; delega
bravo com funcionários que fazem o seu quando necessário, mas faz o que
trabalho. tem que ser feito.
Atitude sobre Gosta de assumir riscos moderados, Gosta de assumir riscos moderados,
assumir riscos procurando dividi-los com os outros não tem medo de ser demitido, vê
como pouco risco pessoal.
Atitudes sobre Lida com os erros e falhas como se fosse Tem sensibilidade em mostrar os
falhas e erros um aprendizado erros da forma correta, de forma a
não prejudicar seu papel e imagem
na organização.
Estilo de tomada Segue uma visão própria, decisiva e Faz com que os outros concordem
de decisão orientada à ação. com sua decisão, mais pacientes
que o empreendedor de star-up.
Estilo de Evita formas estruturadas, buscando suas Resolve de acordo com as regras do
resolução de próprias saídas. sistema ou de forma contornada sem
problemas fugir às regras
2
Que cria novos negócios/empresas segundo Dornelas (2003).
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Lorsch (1985 apud COSTA e BARBOSA, p.3) “afirma que a cultura não
só afeta o modo com que os gerentes atuam na organização, mas também as
decisões que eles tomam sobre as relações da organização com seu ambiente
e sua estratégia”.
Carvalho e Abranches (2008), dizem que as empresas que valorizam e
investem em seus colaboradores que possuem características
empreendedoras, estão andando em direção ao sucesso. Porém essa
alternativa de aumento de competitividade não é algo simples e rápido de se
implantar. (...). A cultura organizacional é um componente importante a ser
considerado.
- A empresa deve ter uma visão empreendedora claramente definida e reforçada constantemente;
- Deve haver um sistema de recompensas e reconhecimento aos funcionários, incluindo participação nos
resultados, stock options (opção de compra de ações da empresa) etc;
- Incentivar a melhoria de performance, assumindo riscos calculados, sem penalidades ou punições por
falhas (a menos que sejam repetidas);
- Reduzir os níveis hierárquicos e as segmentações de unidades organizacionais;
- Possuir pequenas unidades organizacionais com equipes multifuncionais;
- Estabelecer papéis variados às pessoas, encorajar/estimular a iniciativa e a experimentação;
- Possibilitar altos níveis de empowerment;
ambiente empreendedor.
- Possibilitar acesso irrestrito à informação;
- Implementar fundos corporativos para investimento nos novos negócios;
- Trazer para dentro da empresa (em todos os níveis) a voz do consumidor
2. Fazer com que seja adequado que as pessoas assumam riscos: para muitas
organizações, isso pode ser bastante amedrontador, já que significa que as
pessoas terão carta branca para cometerem erros. Contudo é preciso levar em
conta que muitas ideias inovadoras são arriscadas, mas podem oferecer
retornos financeiros proporcionais ao risco que se corre, caso deem certo.
3
“Qualquer grupo ou indivíduo que afeta ou é afetado pelo alcance dos objetivos da empresa”,
definição mais utilizada atualmente. FREEMAN, R. E. Strategic Management: A Stakeholder
Approach. Boston: Pitman, 1984.
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Ambiente externo A interação ocorre apenas por Interação ampla e irrestrita como
meios de canais preestabelecidos forma de geração de
relacionamentos relevantes.
Para Sarkar (2008, p. 116) “em termos muito simples a inovar significa
ter uma ideia nova ou, por vezes, aplicar ideias de outros com eficácia e, é
claro de forma original”.
Novo paradigma Mudanças que afetam toda a Envolvem inovações não apenas na
tecnoeconômico economia envolvendo mudanças tecnologia como também no ambiente
técnicas e organizacionais, social e econômico no qual as
alterando produtos e processos, empresas estão inseridas, não ocorrem
criando novas indústrias e com frequência, mas sua influencia é
estabelecendo trajetórias de pervasiva e duradoura, afetando quase
inovação por várias décadas. todos os ramos da economia.
Drucker (1985 apud Sarkar, 2008 p. 29) defende a ideia de que existe
uma forte ligação entre a inovação e empreendedorismo quando diz que “a
inovação é a ferramenta específica dos empreendedores, o meio pelo qual eles
exploram a mudança como uma oportunidade para um negócio ou serviço
diferente”.
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Sarkar (2008, p. 30), diz que algumas das empresas mais inovadoras do
mundo, como a Google e 3M, encorajaram explicitamente o intra-
empreendedorismo. O autor cita exemplo de Sergey Brin e Larry Page, da
Google, que incentivam os empregados a perseguirem os seus sonhos e
projetos favoritos e como forma de promover o intra-empreendedorismo, a
Google fez um Regra de 20%, que significa que durante esse período de
tempo, a empresa oferece a seus colaboradores a possibilidade de utilizarem o
tempo de trabalho no projeto que quiserem, os colaboradores dedicam um dia
por semana ao desenvolvimento de novas ideais, o projeto foi nomeado como
Googlettes, e o Orkut, tão popular no Brasil, foi criado por esse projeto. Na 3M,
a política de inovação representa 30%das receitas de produtos lançados nos
últimos quatro anos e o os colaboradores podem dedicar 15% de seu tempo
em projetos selecionados por eles mesmos. Como a Google, a Yahoo, tem seu
modelo Brickhouse, em que qualquer um dos funcionários da empresa pode
submeter propostas de possíveis novos produtos, mais de 200 ideais são
submetidas por mês.
Davila, Epstien e Shelton (2008, p. 244) também mencionam os
exemplos da Google e da 3M e reforçam ainda que na 3M, “os funcionários
demonstram por essa política um grau de consideração tão elevado que
chegam á crença de que a companhia dificilmente poderia sobreviver sem ela”.
CONCLUSÃO
Conclui-se que o intra-empreendedorismo tem se mostrado como uma
força que impulsiona as empresas que querem atingir o sucesso e continuar no
mercado, no entanto as empresas que alcançam o sucesso apresentam uma
cultura organizacional diferenciada e um alto investimento em incentivos ao
desenvolvimento do perfil empreendedor de seus colaboradores, que são
chamados de intra-empreendedores.
BIBLIOGRAFIA
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