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Empreendedorismo e o Espírito Empreendedor: Uma Análise da Evolução dos Estudos

na Produção Acadêmica Brasileira

Autoria: Fernando Gomes de Paiva Jr., Adriana Tenório Cordeiro

Resumo: Este artigo aborda o construto “empreendedorismo” e o processo empreendedor.


Descreve a trajetória histórica e as dimensões conceituais do empreendedorismo. As
dificuldades de se estabelecer uma construção teórica universal sobre o tema e uma análise
sobre a evolução dos estudos de empreendedorismo nos fóruns brasileiros de administração
são refletidas nos trabalhos publicados nos Encontros da Associação Nacional dos Programas
de Pós-graduação em Administração (ANPAD) do período de 1998 a 2001. As experiências
de empreendedorismo estudadas nesses artigos demonstram uma tônica prevalente de
comportamento estratégico das empresas e dos indivíduos. Desta forma, foram vislumbradas
nas discussões relativas a outros temas como liderança e mudança organizacional reflexões
pautadas por esferas da prática empreendedora. Assim, seria providencial o desenvolvimento
de iniciativas acadêmicas e institucionais que buscassem uma compreensão do tema do
empreendedorismo e do espírito empreendedor com uma face cultural mais brasileira.

Palavras-chave: empreendedorismo, espírito empreendedor, processo decisório, estratégia.

1. Introdução
Nos últimos dez anos, tem-se observado um crescente e significativo interesse pelo
empreendedorismo, um fenômeno que modifica as condições correntes do mercado através da
introdução de algo novo e diferente em resposta a necessidades percebidas. No Brasil, a
preocupação com a criação de empresas que consigam subsistir e reduzir o alto índice de
falência de novos negócios pode ser a razão pela qual o tema do empreendedorismo assume
uma abrangência crescente no âmbito do governo, das entidades de classe, de instituições de
apoio e da própria academia (Drucker, 1987; Filion, 1999; Dornelas, 2001).
Diante da nova realidade por que passa o mercado de trabalho com o fenômeno
denominado “fim do emprego”, resultado do processo de globalização, downsizing e
reengenharia, observados fortemente nos anos 90, novas formas de tecnologia gerencial são
buscadas como alternativas de empregabilidade (Paiva e Barbosa, 2001). O
empreendedorismo surge neste cenário como mais um caminho a ser ofertado para solução
deste problema.
Nesse contexto surge o interesse pelo estudo do empreendedorismo como mais uma
alternativa para geração de empregos e formação de uma classe empresarial local sólida com
uma visão globalizada. Além disso, os pequenos empreendimentos são vitais para a criação de
novas empresas, e essas executam uma multiplicidade de novos serviços e proporcionam uma
diversificação de opções no mercado. Essas iniciativas individuais são desenvolvidas em
paralelo com uma predisposição natural para a inovação, contribuindo para a melhoria da
qualidade de vida na comunidade.
O desenvolvimento de um processo de entrepreneurship, enquanto fenômeno de
surgimento de novos empreendedores e novos negócios é um desafio para os organismos de

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intervenção, tanto governamentais como empresariais ou de demais setores ligados a ações de
desenvolvimento (Lima, 2000).
Na literatura sobre empreendedorismo, há muita confusão a respeito da definição do
termo "empreendedor" (Filion, 1999). Pode-se aceitar que o empreendedorismo consiste no
fenômeno da geração de negócio em si, relacionado tanto com criação de uma empresa,
quanto com a expansão de alguma já existente, a exemplo do desenvolvimento de uma
unidade de negócio no contexto da grande corporação. Tanto no ato da criação de negócios
como nas empresas já existentes, o empreendedorismo voltado para a busca e exploração de
oportunidades tende a acelerar a expansão dos empreendimentos, o progresso tecnológico e a
geração de riqueza (Degen, 1989; Singh et al, 1999; Meyer e Allen, 2000).
Segundo Dornelas (2001), uma pesquisa internacional sobre o empreendedorismo, que
entrevistou 43.000 pessoas em 21 países, durante o ano de 2000, chegou à conclusão de que o
Brasil é o país que apresenta a maior parte de empreendedores. Para cada oito brasileiros em
idade adulta, um está abrindo ou pensando em abrir um negócio. Em segundo lugar vem os
Estados Unidos, onde a proporção é de 10 para 1. Em 3º é a Austrália que é de 12 para 1.
Porém, nesta mesma pesquisa, constatou-se que no Brasil, a oportunidade de criar e manter
um negócio não é tão freqüente.
Segundo o COSINEXP (1998) isto se dá pela falta de informação e orientação aos micro
e pequenos empresários.Num estudo que tenta descrever as experiências do empreendedor
Jeff Hawkins nas empresas Palm Computing e Handspring, Brush et al(2002) descrevem as
condições iniciais e as abordagens de geração de recursos para agregar valor ao seu negócio.
Por isso, já existem alguns programas de orientação ao crédito e consultorias de baixo custo e
ainda incubadoras de empresas, incentivadas pelo governo federal e entidades filantrópicas, a
fim de minimizar este quadro (Botelho e Souza, 2001).
Em situações de crise, uma organização também tende a adotar uma configuração
empreendedora na medida em que necessita de um líder forte, que imponha sua visão
integrada e seu controle personalizado para colaborar na salvação da empresa, em uma
tentativa de efetuar uma reviravolta estratégica (Mintzberg, 2000).
A tomada de decisão é também flexível, com uma alta concentração de poder permitindo
rápida reação. A criação de estratégia é responsabilidade dos executivos principais e o
processo tende a ser altamente intuitivo, com freqüência, orientado para a procura agressiva
de oportunidades. Nesse contexto, observa-se que a estratégia resultante tende a refletir a
visão implícita que esses indivíduos têm do mundo (Mintzberg, 2000).
Os teóricos Lumpkin e Dess (1996) atribuem à concepção de espírito empreendedor a
conceituação de orientação empreendedora (OE), buscando esclarecer o tema do
empreendedorismo. A orientação empreendedora é definida pelos autores como um processo
associado a métodos, estilos e escolhas estratégicas. Uma interrogante sobre a discussão da
ação empreendedora reside no questionamento da real contribuição do estudo da orientação
empreendedora do executivo para explicar os empreendimentos que conseguem sobreviver e
crescer, embora encarando os cenários hostis e competitivos do mercado.
Do ponto de vista do comportamento do empreendedor, o empreendedorismo pode ser,
ainda, considerado um fenômeno regional, ou melhor, a visão deste fenômeno não deve estar
desprovida de uma análise contextualizada das peculiaridades regionais (Teixeira, 2001;
Greber, 1990). As culturas, necessidades e hábitos de uma região determinam
comportamentos uma vez que empreendedores integram, assimilam e interpretam esses
comportamentos e este fato tem reflexos sobre o modo como formam novos negócios.
Empreendedores locais podem refletir a cultura de sua própria comunidade e, assim,
concentrarem-se na busca de nichos de mercado e satisfação de necessidades específicas do
local.

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Assim, o propósito principal deste artigo reside em averiguar como os estudos de
empreendedorismo estão sendo discutidos nos fóruns nacionais de Administração. O recorte
específico nos ENANPAD’s de 1998 a 2001 justifica-se pela reputação desse encontro como
de amplitude nacional entre os principais programas de pós-graduação nas áreas de
Administração.
No tópico seguinte será apresentada uma exposição sobre a gênese do pensamento sobre
o empreendedorismo, considerando os registros de três visões sobre a expansão do fenômeno,
quais sejam a escola dos economistas, a dos behavioristas (comportamentalistas) e a dos
precursores da teoria dos traços de personalidade.

2. Gênese do pensamento empreendedor


Desde a reflexão sobre o pensamento econômico que acompanhou o desenvolvimento das
ciências humanas no século XIX, conhecida como o laissez-faire ou liberalismo econômico,
protagoniza-se a ação da economia como refletida pelas forças livres do mercado e da
concorrência. Surge dessa competição a ascensão sócio-econômica dos empreendedores,
indivíduos que impulsionam a máquina capitalista ao prover novos bens de consumo e
inovadores métodos de produção e transporte (Schumpeter, 1982; Drucker, 1987; Leite,
2000). O fato paradoxal no desenvolvimento desse sistema está na constatação de que a
formação da sociedade deixa transparecer a existência de pontos de estrangulamento, a
exemplo do incremento das desigualdades econômicas entre grupos sociais e da decorrente
instabilidade instaurada entre os menos favorecidos (Lavinne e Dionne, 2001).
Conforme o Quadro 1, a gênese do pensamento sobre o empreendedorismo, registra três
visões sobre a expansão do fenômeno, quais sejam a escola dos economistas, a dos
behavioristas (comportamentalistas) e a dos precursores da teoria dos traços de personalidade.

Quadro 1 – Empreendedorismo: principais linhas de pensamento


A visão dos Existe concordância entre os pesquisadores do Empreendedorismo de que os pioneiros no
economistas assunto teriam sido os autores Cantillon (1755) e Jean-Baptiste Say (1803;1815;1816).
Para Cantillon, o empreendedor ("entrepreneur") era aquele que adquiria a matéria-prima
por um determinado preço e revendia esta a um preço incerto. Ele entendia que, se o
empreendedor obtivesse lucro além do esperado, isto ocorrera porque ele teria inovado
(Filion, 1999).. Desde o século XVIII já associava o empreendedor ao risco, à inovação e
ao lucro, ou seja, eles eram vistos como pessoas que buscavam aproveitar novas
oportunidades, vislumbrando o lucro e exercendo suas ações diante de certos riscos.
Diversos economistas mais tarde associaram, de um modo mais contundente, o
empreendedorismo à inovação e procuraram esclarecer sobre a influência do
empreendedorismo no desenvolvimento econômico.
A visão dos Na década de 50, os americanos observaram o crescimento do império soviético, o que
Behavioristas incentivou David C. McClelland a buscar explicações a respeito da ascensão e declínio
das civilizações. Os behavioristas (comportamentalistas) foram, assim, incentivados a
traçar um perfil da personalidade do empreendedor (Filion, 1999).
O trabalho desenvolvido por McClelland (1971) focalizava os gerentes de grandes
empresas, mas não interligava claramente a necessidade de auto-realização com a decisão
de iniciar um empreendimento e o sucesso desta possível ligação (Filion, 1999; Leite,
2000).
A escola dos Ainda que a pesquisa não tenha sido capaz de delimitar o conjunto de empreendedores e
traços de atribuir características certas a este, tem-se propiciado uma série de linhas mestras para
personalidade futuros empreendedores, auxiliando-os na busca por aperfeiçoar aspectos específicos para
obterem sucesso (Filion, 1991a). Dado o sucesso limitado e as dificuldades metodológicas
inerentes à abordagem dos traços, uma orientação comportamental ou de processos tem
recebido grande atenção recentemente.
Fonte: Filion (1999).

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O conceito de empreendedorismo tem sido aplicado a diferentes níveis, por exemplo,
indivíduos, grupos e “organizações como um todo”. Uma das razões que tem gerado pouca
concordância sobre a natureza do empreendedorismo e sobre sua influência no desempenho é
que o termo é utilizado em vários níveis de análise, conforme se discute no próximo tópico.

3. Em busca de uma definição para o Empreendedorismo


O termo empreendedorimo geralmente é concebido sob o escopo dos indivíduos, por ser
geralmente associado com a criação de um invento revolucionário (Kilby, 1971). Ele também
é considerado por alguns teóricos que o aplicam ao domínio de pequenos negócios e à geração
de novos empreendimentos via entrada em mercados não explorados (Birch, 1979).
Recentemente, existe também uma ênfase no empreendedorismo corporativo como um
meio de crescimento e renovação para grandes empresas (Guth & Ginsberg, 1990).
Embora não exista um consenso absoluto sobre o conceito de empreendedorismo, autores
como Churchill e Muzyka (1996) observam que há uma idéia geral de que os empreendedores
desempenham uma função social de identificar oportunidades e convertê-las em valores
econômicos. Esses autores concebem o empreendedorismo como um processo que ocorre em
diferentes ambientes e cenários, causando mudanças no sistema econômico mediante as
inovações trazidas pelos indivíduos que geram ou respondem às oportunidades econômicas
que criam valor.
Ao analisar as definições de empreendedorismo defendidas por vários autores –
Schumpeter (1934), Hoselitz (1952), Cole (1959), Gartner (1985) – Dollinger (1995)
conceitua a prática de empreender como o ato de criação de uma organização econômica
inovadora (ou redes de organizações) para o propósito de obter lucratividade ou crescimento
sob condições de risco e incerteza.
Por outro lado, Longenecker (1997) apresenta uma concepção mais ampliada da ação
empreendedora, definindo-a tanto como aquela relacionada a uma pessoa que inicia um
negócio, como à que o opera e desenvolve. Nessa prática podem ser incluídos todos os
gerentes e proprietários ativos da empresa. O conceito sob esse prisma agrega inclusive os
membros da segunda geração de empresas familiares e proprietários-gerentes que compram
empresas já existentes.
Diante da dinâmica social e econômica da atualidade, é fundamental entender o
empreendedorismo como um elemento útil à compreensão e modificação do desenvolvimento
econômico, sendo fundamental investigar o comportamento do empreendedor, que surge,
dentro desse cenário, como elemento de destaque para a geração e/ ou expansão de negócios
(Drucker, 1987; Lumpkin e Dess, 1996; Filion, 1999; Dornelas, 2001).
Como afirma Gatewood et al (1995) , se a pesquisa em Empreendedorismo vai focar o
indivíduo e se os pesquisadores acreditam que atitudes, motivações, intenções e cognições dos
empreendedores são importantes fatores para a determinação do sucesso empreendedor, então
designs de pesquisa prospectivos devem se tornar a norma mais que a exceção. Assim, cabe
refletir sobre o que se configura como espírito empreendedor e qual o escopo para
dimensionar a figura do sujeito que gera novos negócios e expande a atividade
organizacional.

4. O espírito empreendedor: a configuração de um sujeito


Os empreendedores tendem a enfrentar dificuldades ao longo de toda a extensão e
magnitude de empresas desde o estágio embrionário até estâncias posteriores de crescimento.
Esses indivíduos encaram disfunções que, eventualmente, conduzem ao fechamento das
firmas antes de finalizar seus primeiros anos de operacionalização (COSINEXP, 1998; Paiva
e Mello, 1999; Dornelas, 2001). Tais problemas estão supostamente atrelados à administração
estratégica de tais empresas, permeada pela carência de informações que configurem os

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cenários ambientais, as quais poderiam monitorar a compreensão das tendências e formas de
crescimento do mercado (COSINEXP, 1998; Gimenez, 2000).
Drucker (1987) e Mintzberg (2000) associam o espírito empreendedor com a sua
caracterização por situações nas quais uma pessoa com visão clara de propósitos dirige uma
organização para ser mais adaptada aos seus objetivos estratégicos. Os autores concebem as
organizações, nas quais são observados aspectos do espírito empreendedor de seus executivos,
como empresas jovens e inovadoras de setores industriais novos e emergentes. Mintzberg
(2000) define a chamada Escola Empreendedora como uma linha da formação estratégica de
característica visionária e pró-ativa. No entanto, o autor critica essa corrente da administração
estratégica por acreditar que ela está centrada na pessoa de um único indivíduo, fato que às
vezes impede de manifestar-se claramente o processo organizacional como um todo.
Quando se comparam as características do empreendedor bem sucedido com os estudos a
respeito do papel e funções do administrador, nota-se que existem muitos pontos em comum,
ou seja, o empreendedor é um administrador, mas com diferenças consideráveis em relação
aos gerentes ou executivos de organizações tradicionais, já que o gerente é voltado para a
organização de recursos, enquanto o empreendedor é voltado para a definição de contextos
(Dornelas, 2001).
Lumpkin e Dess (1996) propõem cinco dimensões– autonomia, inovatividade, risco,
proatividade e agressividade competitiva – que buscam identificar e distinguir os processos
empreendedores chaves, ou seja, a orientação empreendedora da firma (OE). Tais dimensões,
contudo, não representam empreendedorismo: o aspecto essencial do empreendedorismo “é
criação de negócio”, ou seja, é o ato de formar novos negócios.
Os fatores propostos pelos teóricos podem estar presentes quando uma empresa se engaja
na criação do negócio. Por outro lado, um novo negócio bem sucedido também pode ser
encontrado quando apenas alguns desses fatores são operacionais. Esta visão é condizente
com a percepção de Gartner (1985: 697) com relação à formação de novo negócio:

“A criação do novo negócio é um fenômeno multidimensional; cada variável


descreve apenas uma de suas dimensões e não pode se considerada
isoladamente... os empreendedores e suas firmas variam amplamente; as
ações que eles realizam ou não e os ambientes em que eles operam e aos
quais eles respondem são igualmente diversificados – e todos esses elementos
formam combinações complexas e específicas na criação de cada novo
negócio”.

Cabe reconhecer que os estudos do processo de decisão situado no âmbito da estrutura


empreendedora, envolvendo seu funcionamento e suas inter-relações com o micro e macro
ambientes, trazem contribuições básicas para a análise das novas tecnologias gerenciais.
Entretanto aspectos subjetivos no processo de exploração de oportunidades por esses
empreendimentos, como, por exemplo, a intuição, considerada por Filion (1999) como
imprescindível para esse fim, não encontram espaço de análise na visão racionalista.

5. Processo decisório na formação e expansão do empreendimento


Acadêmicos têm investigado a influência de diversos fatores no processo de tomada de
decisão para a formação e expansão de empreendimentos (Gartner, 1985; Gnyawali e Fogel,
1994; Reynolds e Miller, 1992; Westhead, 1990) incluindo tópicos como a cultura,
demografia, economia e as circunstâncias de cada indivíduo.
Num estudo sobre as influências estruturais nos processos de tomada de decisão por parte
do empreendedor, Fredrickson (1986) propôs dimensões tais como proatividade,
racionalidade, compreensão, propensão ao risco e assertividade.

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A organização pode ser considerada um sistema para tomada de decisões. Ao abordar a
firma de negócios como uma organização que toma decisões sobre preço, resultados,
investimentos ou estratégia de marketing, Cyert e March (1963) se voltam para o interesse no
desenvolvimento de uma teoria que examina os mecanismos utilizados pelas organizações
humanas para resolver conflitos e fazer escolhas, permeadas por um enfoque comportamental
que os autores denominam “teoria comportamental da tomada de decisão”.
Desse modo, pode-se acreditar que a ação empreendedora de reconhecimento de
oportunidade de negócios, definido por Hills (1996) como sendo "a percepção da
possibilidade de potencial para novos lucros através da fundação e aperfeiçoamento de um
novo empreendimento ou da melhoria significativa de um negócio já existente", é uma
atividade que pode ser desenvolvida a partir do estabelecimento de uma estrutura
organizacional que garanta desempenhos satisfatórios durante a vida efetiva da firma;
entretanto, adverte o autor que pouco se sabe sobre a maneira como os empreendedores
tenderão a racionalizar o processo de decisão para identificar as oportunidades emergentes
num ambiente repleto de complexidades e incertezas.
O fenômeno do empreendedorismo associado a questões de gênero também merece
destaque na medida em que a figura da mulher imprime à gestão empreendedora traços
evidentes nos seus modelos comportamentais e sinalizam para as contribuições do perfil
feminino nos âmbitos da subjetividade, da identidade gerencial e de uma tomada de decisão
com estilo mais democrático. Machado (1999) revela em seus estudos que a mulher
empreendedora têm um estilo gerencial próprio. Os resultados do estudo assinalam uma
tendência no comportamento gerencial das mulheres caracterizado por objetivos claros,
comportamento estratégico inovativo, estilos cooperativos de liderança e grande ênfase em
qualidade.
È imperativo salientar a ausência dos de autores brasileiros no sentido de configurar o
perfil empreendedor no espectro brasileiro, onde fica evidente a diversidade de visões
acadêmicas e emergem tentativas de agregar esforços compartilháveis a fim de se
compreender o fenômeno da geração e expansão de negócios privados e ações públicas por
um prisma mais nacional.
A seguir, será desenvolvida uma breve descrição do procedimento metodológico adotado
para se desenvolver o levantamento de aspectos relevantes registrados nos anais dos
ENANPADs, onde foram dispostos os instrumentos bibliográficos escolhidos para se compor
o estudo.

6. Metodologia
A metodologia para elaboração do artigo consistiu de um levantamento de artigos
científicos sobre a produção acadêmica brasileira de empreendedorismo e espírito
empreendedor. O estudo consiste na averiguação de trabalhos publicados nos Encontros
Anuais da ANPAD, cujo recorte de levantamento abrange o intervalo de 1998 a 2001. As
verificações estão relacionadas tanto ao tema do empreendedorismo, como com a sua inserção
no bojo de outros assuntos presentes nos estudos organizacionais, a exemplo da cultura
corporativa (Pardine, 2000), Comportamento gerencial e gênero (Pelisson et al, 2001) e
tomada de decisão (Chagas e Freitas, 2001). O levantamento compreende uma averiguação de
áreas temáticas, instituições, autorias, cuja inspiração remonta a Randall et al (1999),
Rodrigues e Carrieri (2000); Lima (2000) e Bignetti e Paiva (2001).

7. Empreendedorismo no Brasil
A visão antropológica sobre o empreendedor brasileiro não encerra nem limita a
discussão sobre o tema. Sua virtude está, exatamente, em permitir uma leitura diferenciada,
fora dos padrões tradicionais. Se os administradores brasileiros se submeterem acriticamente

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ao movimento político e cultural, pouco espaço sobrará para o resgate do empreendedor. Isso
significará o reforço da politicagem, mais subdesenvolvimento e estagnação da economia.
Ao tratar do empreendedorismo no escopo do setor público, Carbone (1996) afirma que
aparecem movimentos de ruptura e alijamento por adotarem uma postura contrária às
relações político-fisiológicas, e eles acabam sendo encarados como pessoas “sem jogo de
cintura”, ingênuas ou tecnicistas. O autor, acrescenta que as organizações esquecem que, para
empreender, é necessário capacidade técnica, visão de futuro e vontade de mergulhar no
trabalho. Para trabalhar a mudança de paradigmas culturais, é necessário profundo
conhecimento das relações estabelecidas. O risco de se tentar mudar sem conhecer, numa
cultura complexa como essa, resulta numa paralisia.
A neutralização temporária das atividades do empreendedor no setor público brasileiro,
gerando uma descontinuidade de seus serviços, é comum no Brasil. Assim, os
empreendedores ficam restringidos a poucos caminhos: renunciam e ficam olhando o “barco
pegar fogo” ou então partem para seus negócios particulares, usando a empresa estatal ou o
órgão público apenas como retaguarda econômica e garantia da segurança familiar (Carbone,
1996).
As oportunidades podem ser crescentes para as iniciativas empreendedoras calcadas nos
estudos de redes organizacionais, compreendendo estes espaços cooperativos como
ecossistemas benignos para o florescimento saudável do espírito empreendedor, uma vez que
numa rede de fornecimento suas organizações são o beneficiadas pelo relacionamento com as
grandes empresas na pirâmide de sub-contratação. O fluxo de informação ao longo da
pirâmide é mais fluído do que no sistema de pura competição existente no ocidente, onde tais
empresas enfrentam problemas que às vezes as conduzem à falência antes de concluir seu
primeiro ano de operação (Zilber, 2000; Paiva e Barbosa, 2001).
Em estudo baseado na pesquisa de Collins e Porras (1994) que atribui à liderança
visionária dos sócios empreendedores a responsabilidade de imprimir os traços culturais da
empresa, Pardine (2000) menciona que os princípios atrelados à cultura preservada e revestida
pela idealização de seus líderes, a exemplo do Bradesco (Amador Aguiar), do Grupo
Votorantin (José Ermírio de Moraes) e do Grupo Gerdau (Curt Johannpeter), personificam os
atores principais como a firmeza, a coragem e o heroísmo que são qualidades freqüentemente
valorizadas dentro das organizações.

8. O estágio atual dos estudos de empreendedorismo na produção acadêmica brasileira


Conforme a Tabela 1, a seguir, o modelo conceitual que prevalece nas pesquisas de
empreendedorismo, conforme mapeamento de tópicos adaptados de Filion (1999).
Primeiramente, ressaltam-se as análises empíricas sobre estratégias de crescimento das
empresas empreendedoras, perfazendo um número de 12 (doze) trabalhos ao longo dos 4
(quatro) anos; em segundo lugar, destaca-se a caracterização comportamental dos
empreendedores, num total de 7 (sete) artigos publicados e, em terceiro, os temas referentes à
concepção de sistemas de redes organizacionais, compondo um volume de 4 (quatro)
publicações registradas no período citado.
Na Tabela 2 estão citados os primeiros autores dos artigos que foram averiguados pelo
presente estudo, conforme os temas apresentados na Tabela 1. Observa-se que 07 (sete) dos
artigos publicados foram classificados concomitantemente entre 2 (dois) temas. No total, 38
artigos foram analisados. Observa-se que nenhum dos pesquisadores se destacou como 1º
autor na publicação de 2 (dois) artigos ou mais. Entretanto, vale destacar que dois autores,
quais sejam Fernando A. P. Gimenez (Universidade Estadual de Maringá) e Hilka Vier
Machado (Universidade Federal de Santa Catarina), publicaram, ao todo, 4 (quatro artigos)
ligados a empreendedorismo, no período de 1998 a 2001. Gimenez publicou dois trabalhos
(1998 e 2000) que puderam ser associados ao tema de estratégia e crescimento da empresa

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empreendedora, enquanto que, em 2001, o pesquisador publicou, junto com Machado, um
artigo que trata da questão de gênero e empreendedorismo, assim como das características
gerenciais dos empreendedores. Em 1999, Machado publicou, conforme Tabela 2, artigo
ligado ao tema 8.
Como pode ser observado na Tabela 3, a afiliação institucional mais comum foi a da
UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), com 8 artigos publicados nos
ENANPAD’s de 1998 (6 artigos publicados), 2000 (1 artigo publicado) e 2001(1 artigo
publicado). Em seguida, com o mesmo número de publicações estão a Universidade de São
Paulo (4 artigos publicados) e a Universidade Estadual de Maringá. Outras instituições (16 no
total) publicaram apenas 01 (um) artigo cada nos ENANPAD’s de 1998 a 2001.

Tabela 1 – Principais temas de empreendedorismo abordados


Temas/ ENANPAD (1998 – 2001) 98 99 00 01 TOTAL
1 Estratégia e crescimento da empresa empreendedora 3 1 4 4 12
2 Características comportamentais de empreendedores 2 2 3 7
3 Sistema de redes 3 1 4
4 Características gerenciais dos empreendedores 1 1 1 3
5 Empresas familiares 1 1 1 3
6 Políticas governamentais e criação de novos empreendimentos 1 2 3
7 Fatores influenciando criação e desenvolvimento de novos empreendimentos 1 1 2
8 Mulheres, minorias, grupos étnicos e empreendedorismo 1 1 2
9 Estudos culturais comparativos 1 1 2
10 Oportunidades de negócio 1 1
11 Capital de risco e financiamento de pequenos negócios 1 1
12 Firmas de alta tecnologia 1 1
13 Alianças estratégicas 1 1
14 Incubadoras e sistema de apoio ao empreendedorismo 1 1
15 Educação empreendedora 1 1
Fonte: adaptado de Filion, 1999.

Tabela 2 – Autoria (1º autor) dos artigos publicados nos ENANPAD’s (1998 a 2001)
Tema 1998 1999 2000 2001 Total
1 Guimarães, T. R. da Ramos, R. E. B. Pérola, A. C. Marques, D. B. 12
C. Cherubin, P. F. Vasconcelos, F.
Gimenez, F. A. P. Rossetto, C. Cancellier, E. L. P.
Martins, G. M. Barros Neto, J. de P. Oliveira, L. A. G. de
2 Santos, F. de A. Zilber, S. N. Castro, L. C. 7
Echeveste, S. Carvalho, L. C. de S. Chagas, J. de O.
Ayres, K. V.
3 Peci, A. Carvalho, M. R. de O. 4
Farias Filho, J. R.
Santos, L. C.
4 Echeveste, S. Melo, M. C. O. L. Pelisson, C. 3
5 Campos, L. J. de Gueiros, M. B. Castro, L. C. 3
Bortoli Neto, A. de
6 Pinho, J. A. G. de Souza, E. C. L. de 3
Oliveira M. I. de
7 Oprime, P. C. Silva, J. S. 2
8 Machado, H. V. Pelisson, C. 2
9 Zanela, A. C. Pardini, D. J. 2
10 Lemos, A. D. 1
11 Almeida, M. I. R. de 1
12 Cherubin, P. F. 1
13 Carvalho, M. R. de O. 1
14 Ayres, K. V. 1
15 Carvalho, L. C. de S. 1

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Tabela 3 – Artigos publicados por instituições (1998 – 2001)
Ranking Instituição Artigos publicados/ Total de
Ano artigos
1 UFRGS 6 (98); 1(00); 1 (01) 8
2 USP 1(98);2(00);1(01) 4
3 UEM 1(98);1(00);2(01) 4
4 UFRN 1(99); 1(00) 2
5 UFPE 1(00); 1(01) 2
6 UFSC 2 (99) 2
7 UFMG 1(99); 1(00) 2
8 FGV- SP 2(01) 2
9 FGV – RJ 1 (99); 1(00) 2

9. Conclusões: uma reflexão sobre as discussões em torno do construto


"empreendedorismo".
Neste trabalho procuramos debater a produção científica em Empreendedorismo.
Inicialmente, as questões mais amplas da produção de conhecimento e da produção científica
tende a certo grau de dependência dos estudos anglo-saxônicos, caracterizada por uma certa
predisposição à diversidade própria do campo e pouco rigorosa quanto à associação do tema
com modismos em torno da figura do empreendedor. Além disso, no que concerne a uma
contribuição teórica de cunho nacional, os estudos ainda trilham para um estágio de
consolidação.
O construto empreendedor está embutido em outros conceitos de estudos organizacionais
a exemplo da mudança organizacional, liderança, característica do executivo para o mercado
globalizado (Echeveste et al, 1998). Em decorrência deste fato o tema fica marcado ou
ofuscado pelos conceitos mais clássicos dos estudos organizacionais.
Assim como nos estudos organizacionais tratados de forma mais ampla, não existe uma
corrente brasileira que possa ser considerada como inserida claramente em alguma escola de
pensamento relacionada ao empreendedorismo, como a Escola Empreendedora proposta por
Mintzberg (2000).
A produção brasileira relacionada ao comportamento estratégico empreendedor de base
tecnológica publicada nos ENANPAD’s dos últimos quatro anos é fortemente influenciada
por uma construção teórica contingencial, sob a ótica de compreensão organicista tanto de
abordagens teóricas, quanto de observações empíricas. O teor metodológico dos estudos é de
cunho mais exploratório.
Uma conclusão que surge desta reflexão reside no fato de que o fortalecimento do campo
do empreendedorismo no Brasil requer critérios conceituais e metodologia de verificação
empírica nas abordagens sobre o tema mais bem definidos, ainda que se respeite a diversidade
e multiplicidade dos enfoques, uma vez que nos centros mais desenvolvidos vive-se um
constante aumento da pluralidade.
Como Bertero et al (1998) estabelecem uma analogia dos estudos de administração com a
história bíblica da Torre de Babel, analisando o estado de desagregação no campo de estudos
organizacionais nesta área de pesquisa, esta conotação também se legitima nos estudos de
empreendedorismo, tanto no âmbito da estratégia como em aspectos inovativos de empresas
emergentes ou os perfis gerenciais e comportamentais dos executivos e proprietários de
empresas. A parábola da Torre de Babel, se tomada como “metáfora” para a situação retratada
pelo presente estudo, pode representar um alerta contra a falta de um projeto comum no
campo do empreendedorismo no país.
O que permanece no estado atual das análises sobre temas associados ao processo
empreendedor é que estes se encontram em estágio de desenvolvimento embrionário no
Brasil, não obstante o número de periódicos e de artigos publicados nos encontros de
Administração cresça ano a ano.
9
10. Considerações finais
O empreendedorismo representa um assunto emergente no cenário de publicações
científicas nacionais; no entanto, os estudiosos de administração ainda desenvolvem estudos
de caráter exploratório sobre esse tema.
Apesar do fomento à realização de fóruns específicos para a discussão sobre pesquisas no
campo, a exemplo do Encontro de Estudos sobre Empreendedorismo e Gestão de Pequenas
Empresas (EGEPE), seria providencial que houvesse, nas iniciativas acadêmicas vindouras,
tentativas de se desenvolver teorias com um enfoque mais voltado para um espírito
empreendedor de caráter mais brasileiro.
O fortalecimento teórico do construto ‘empreendedorismo’ e do dimensionamento do que
poderia significar ‘o espírito empreendedor’ seria uma recondução das abordagens
acadêmicas que atribuem, ao referido construto, apenas a geração de novos negócios e ao que
Lima (2000) denominou de gestão incompleta da pequena e média empresa. Outro caminho é
uma busca por reconhecer, no âmbito das abordagens acadêmicas associadas à mudança
organizacional, liderança e cultura corporativa em grandes empresas, sintomas conceituais do
fenômeno do empreendedorismo. Deste modo, talvez o tema, tão em voga e em ascensão,
pudesse alcançar uma projeção mais plena nos estudos organizacionais brasileiros.
No âmbito da integração com os centros de estudos de empreendedorismo no plano
internacional, convém aos órgãos de fomento à pesquisa científica estimular a formação de
redes de estudos associados a várias áreas do tema, coligadas com programas internacionais
de pós-graduação interessados em investigar experiências empreendedoras autóctones.
Atualmente, os cursos de Administração têm sua orientação voltada à formação de
executivos, tendo como objeto de estudo as grandes organizações, buscando desenvolver as
habilidades dos alunos para atuarem como gerentes nestas organizações. Entretanto, observa-
se que, cada vez mais, eles recorrem à formação profissional na intenção de atuarem como
‘empreendedores’. Isto se deve a carência de uma visão global do funcionamento da empresa
e de sua dinâmica através do ensino das ciências gerenciais.
Assim, as escolas de administração precisam despertar para a demanda por formação
empreendedora que ora se contextualiza na realidade sócio-econômica brasileira. Percebe-se
nas abordagens e trabalhos desenvolvidos por estes programas a valorização do objeto de
estudo focado nas grandes empresas, poucos estímulos são oferecidos ao estudo das
organizações em seus estágios iniciais do ciclo de vida.
Desse modo, a rediscussão dos modelos didático-pedagógicos associados ao ensino do
empreendedorismo nos cursos de Administração e áreas afins, poderiam vetorizar fronteiras
de conhecimento no campo do empreendedorismo que nutrissem a diversificação de
abordagens teóricas e aplicadas neste campo. E mediante uma ação recíproca entre pesquisa,
ensino e extensão. Isso, poderia desencadear uma retro-alimentação do processo de produção
do conhecimento a ponto de se instaurar um ciclo virtuoso.
As disfunções no processo de compreensão sobre o verdadeiro papel que o fenômeno
empreendedor exerce nos estudos organizacionais, também são o reflexo imediato de uma
falta de integração conceitual desse sistema de gestão estratégica com os demais campos da
de estudos da Administração. Além disso, falta uma preocupação mais epistemológica com
assuntos relacionados ao construto.
Os avanços com iniciativas de inovação e compartilhamento de práticas de pesquisa,
entre as instituições integrantes do cenário acadêmico e empresarial brasileiro, podem
representar uma importante fonte de reflexão sobre o papel do empreendedorismo voltado
para a oportunidade de captação de negócios para as iniciativas empresarias.

10
11. Bibliografia

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