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PRINCIPIA

O Ensino de Empreendedorismo e
a Práxis no CEFET-PB

Edilson Ramos Machado Resumo: Este texto descreve o surgimento da palavra


Centro Federal de Educação empreendedorismo e o crescimento do ensino do empreendedorismo no
Tecnológica da Paraíba Brasil e sua trajetória no Cefet-pb, abordando sua contextualização,
Av. Buarque, 276 – Ap.802 despertando para o preparo a uma nova realidade, a situação do jovem
58045-160 – João Pessoa – PB no mundo do trabalho, e tentando se aprofundar em uma temática
Fone: (0xx83) 247 6706 ainda pouco conhecida no nosso país.
E-mail:
edilson_ramos@terra.com.br Palavras Chave: empreendedorismo, práticas pedagógicas, perfil,
ensino, pró-ativo

1. Introdução melhore as possibilidades de conceber, criar e


desenvolver com êxito uma carreira empreendedora.
Nos últimos anos a cultura empreendedora tem se Neste sentido, este artigo pretende disseminar o
disseminado por todo o mundo com extrema conhecimento e discutir a implementação da
rapidez. As Escolas de uma forma geral, ou seja: as disciplina de empreendedorismo no Cefet-pb,
Escolas Técnicas, as Agrotécnicas, os Centros enfatizando a relevância da temática tentando
Federais de Ensino, as Universidades, Sebrae, Senac contribuir na formação e no desenvolvimento do
e setores ligados à pesquisa e desenvolvimento têm ensino e da cultura empreendedora junto aos seus
contribuído muito nesse processo, pois é cada vez alunos, utilizando-se de uma prática pedagógica pró-
maior o número de cursos oferecidos nessa área. ativa, e que venha alcançar efetivamente seus
Mesmo assim, esse número é insuficiente em relação objetivos.
à demanda.
A atual crise econômica e as altas taxas de 2. Panorama
desemprego têm despertado o interesse geral por
esse tipo de ensino e atividade, mas, exatamente por O termo empreendedorismo surgiu na segunda
isso, aventurar-se no insólito mundo dos negócios metade do século XVIII e no início do século XIX
sem a qualificação necessária pode ser e tem sido com os economistas Richard Cantillon (1755) e
desastroso. Jean-Baptiste Say (1803), citados por Garcia (2000,
A crescente procura por cursos nessa área, p.53) que não estavam somente preocupados com a
somada ao quadro da necessidade atual de mudanças economia em termos macro, mas também com as
rápidas de idéias e de atitudes em todas as áreas do empresas, a criação de novos empreendimentos e o
conhecimento e das profissões, exige tanto a gerenciamento de negócios. O fato é que ambos
disseminação como a gestão da cultura do consideravam os empreendedores pessoas que
empreendedorismo. corriam riscos, porque investiam o seu próprio
Assim sendo, a produção teórica sobre o ensino dinheiro.
de empreendedorismo não só tem aumentado Com a publicação da obra de Schumpeter (1978),
significativamente, como também concentra-se num denominada Teoria de Desenvolvimento Econômico,
esforço para se chegar a uma definição mais exata é que a conotação de empreendedor adquiriu um
sobre o que é empreendedorismo. As literaturas mais novo significado, ligando-o de maneira clara à
atuais definem empreendedorismo como um inovação.
processo de renovação pessoal e organizacional que Para Liversey, citado por Garcia (2000 p. 49),
traz inúmeros benefícios sociais e econômicos para a Ainda não temos nenhuma definição padrão de
sociedade. empreendedorismo... eu sugeriria que o
Segundo Varela (1991 p. 23-25), diversos empreendedorismo de sucesso é uma forma de arte
estudos e opiniões têm sido formulados, colocando tanto quanto, ou talvez mais, é uma atividade
em evidência que o espírito empreendedor pode ser econômica e, dessa forma, é tão difícil quanto todas
desenvolvido através de um processo educativo, que as outras atividades artísticas para se explicar em
termos de origem, método ou influência ambiental.

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Para Schumpeter (1978), a essência do economistas têm, lançado mão da língua francesa
empreendedorismo está na percepção e no por uma palavra para designar a pessoa ou grupo
aprimoramento das novas oportunidades no âmbito de pessoas que assumem a tarefa e a
dos negócios, sempre tem a ver com criar uma nova responsabilidade de combinar fatores de produção
forma de uso dos recursos nacionais, em que eles dentro da organização empresarial e manter essa
sejam deslocados de seu emprego tradicional e organização em funcionamento. Eles são chamados
sujeitos a novas combinações. empreendedores...
Adota-se, em português, o termo espírito Para Fillion (1999 p.38), o empreendedor é
empreendedor para o termo entrepreneurships. pessoa criativa, marcada pela capacidade de
Drucker (1998), explica que os termos estabelecer e atingir objetivos e que mantém um alto
entrepreneurship e entrepreuner têm problemas de nível de consciência do ambiente em que vive
definição até mesmo na língua francesa na qual o usando-a para detectar oportunidades de negócios.
primeiro termo teve origem. O autor afirma também Um empreendedor que continua a aprender a
que entrepreneurships não é arte nem ciência, mas respeito de possíveis oportunidades de negócios e a
sim uma prática e uma disciplina. tomar decisões moderadamente arriscadas que
Já em Dolabela (1999 p.16), vê-se que O objetivam a inovação, continuará a desempenhar
empreendedorismo é um fenômeno cultural. um papel empreendedor.
A seguir algumas definições básicas são Em Gerber (1996 p.43), vê-se que: empreendedor
elencadas, seguindo diversos autores: Segundo é o inovador, o grande estrategista, o criador de
Lezana e Tonelli (1996), um dos principais motores novos métodos para penetrar ou criar novos
da sociedade moderna é o empreendedorismo. mercados; é a personalidade criativa; sempre
Através dele, com seus negócios, que se gera riqueza lidando melhor com o desconhecido, perscrutando o
e bem-estar, além de empregos. futuro, transformando possibilidades em
Argumenta Drucker (1987 p.63), que o trabalho probabilidades e caos em harmonia.
específico do empreendedorismo numa empresa de Guilhon e Rocha (1999 p.45), apresentam o
negócios é fazer os negócios de hoje, capazes de empreendedor como aquele que objetiva o sucesso,
fazer o futuro, transformando-se em um negócio que possui controle do seu negócio e visão holística
diferente. do mesmo. É independente e toma suas decisões de
Para Barreto (1998 p.75), Empreendedorismo – acordo com a sua vontade e visão dos fatos. É
habilidade de criar e constituir algo a partir de muito flexível para se adaptar às repentinas mudanças no
pouco ou do quase nada. Fundamentalmente, o mercado, aprendendo com suas próprias
empreender é um ato criativo. É a concentração de experiências.
energia no iniciar e continuar um empreendimento. Segundo McClelland, citado por Fillion, (1999
É o desenvolver de uma organização em oposição a p.73), um empreendedor é alguém que exerce
observá-la, analisá-la ou descrevê-la. Mas é também controle sobre uma produção que não seja só para o
a sensibilidade individual para perceber uma seu consumo pessoal.
oportunidade quando outros enxergam caos, Schumpeter (1978), afirma que empreendedor é o
contradição e confusão. É o possuir de competências responsável pelo processo de destruição criativa,
para descobrir e controlar recursos aplicando-os da sendo o impulso fundamental que aciona e mantém
forma produtiva. em marcha o motor capitalista, constantemente
Todas essas definições remetem o perfil do criando novos produtos, novos métodos de
profissional exigido pela globalização a uma outra produção, novos mercado e implacavelmente,
formatação. Pode-se observar que as organizações sobrepondo-se aos antigos métodos menos eficientes
estão substituindo nomenclaturas, por exemplo, e mais caros.
chefe para líder, empregados para colaboradores.
Encontra-se também quem seja mediador, 3. O ensino do empreendedorismo e as práticas
facilitador, porém hoje é comum ouvir o nome de pedagógicas
empreendedor ou intraempreendedor.
Percebe-se, porém, que há diferenças a respeito No atual cenário em que vive a sociedade global, a
das definições exatas, embora haja um consenso no criação de políticas específicas de apoio ao
que difere o empreendedor de pessoas comuns qual empreendedorismo, como por exemplo,
seja: a maneira de o empreendedor lidar com as instrumentos de capacitação de empreendedores e
oportunidades e perceber a mudança. Outros autores, apoio ao desenvolvimento de novos
também, discutem a definição do termo. empreendimentos, tem sido estratégia sine qua non a
Dentre eles, destacam-se: Elly e Hess citados por planos de desenvolvimento sustentável de países
Garcia (2000 p.45), o qual afirma que os desenvolvidos e não desenvolvidos. Notadamente no

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Brasil, algumas iniciativas têm contribuído Pesquisas junto aos alunos demonstram,
significativamente para o fortalecimento dos surpreendentemente, que eles consideram este
pequenos empreendimentos nos últimos anos. ensino fundamental mesmo para aqueles que não
Contudo, há ainda uma carência de esforços pretendem abrir empresas, e cuja vocação é, por
voltados ao desenvolvimento da cultura exemplo, para a área acadêmica. Tais resultados
empreendedora junto à parcela mais jovem da conduziram a indagações e análises sobre o
população. conteúdo da formação profissional oferecido aos
A sensibilização e capacitação de jovens para o nossos alunos, frente às exigências do mercado. De
empreendedorismo é uma estratégia que não apenas fato, a realidade conceitual trabalhada em sala de
atende à necessidade de criação de micro e pequenas aula difere da sua aplicação no mundo não teórico
empresas com potencial de crescimento. Atende Dolabela (1999).
também a uma necessidade premente de médias e A disciplina de Empreendedorismo prioriza e
grandes empresas já estabelecidas, que para lidar aprofunda bem a base comportamental (o ser) em
com um contexto marcado por crescente relação ao saber como um fim em si mesmo. Desta
complexidade, instabilidade e incerteza, necessitam, forma, o objetivo final da disciplina não é
cada vez mais, desenvolver e atrair empregados- instrumental. A proposta não é a transmissão de
empreendedores, os chamados intraempreendedores conhecimentos, mas o esforço no desenvolvimento
Dornelas (2001). de características pessoais necessárias ao
Considerando-se o importante papel exercido empreendedor de sucesso. Não se visa a criação de
pela educação formal sobre os valores que irão empresas de sucesso, mas sim a formação de
compor a cultura do indivíduo, e considerando-se empreendedores de sucesso. Para estes últimos, o
que a capacidade empreendedora envolve eventual fracasso da empresa é visto antes como um
conhecimentos e habilidades que podem ser resultado, com o qual saberão aprender. A atividade
aprendidas e desenvolvidas, há que se investir na de empreender, representada principalmente pela
criação de propostas e estruturas educacionais que identificação e aproveitamento constante das
priorizem tais habilidades. Muito têm evoluído as oportunidades, faz parte da rotina do empreendedor.
matrizes curriculares de cursos de graduação e pós- Questões fundamentais, algumas configurando
graduação no sentido de inserir disciplinas que verdadeiros paradoxos, surgiram como desafio a
incorporem conteúdos relacionados ao uma proposta metodológica que pudesse equacioná-
empreendedorismo. Mas ainda é muito pouco o que las.
se pode verificar em nível de vivência A primeira questão diz respeito a indagações
empreendedora oportunizada a estes alunos; grande sobre como e em que condições pode se verificar o
parte das iniciativas limita-se ao desenvolvimento de ensino nesta área. O que ensinar? É possível ensinar
conteúdos e muito pouco de atitudes e experiências. alguém a se tornar empreendedor? Como fazê-lo? O
Mais raros ainda são os exemplos de iniciativas que empreendedor nasce pronto, é resultado de genes
desenvolvam ações desta natureza em nível de favoráveis? São indagações similares àquelas feitas
ensino médio, onde, deve-se ressaltar, o indivíduo em relação ao gerente, há 50 anos. Uma conclusão
começa a despertar para o assunto “trabalho” e a que decorre das pesquisas mostra que é possível
sedimentar seus valores acerca de seu futuro aprender a ser empreendedor, mas certamente sob
profissional. condições diferentes daquelas propostas pelo ensino
A introdução de disciplinas de tradicional.
empreendedorismo tem um caráter revolucionário, já A segunda questão emerge da discussão
que acresce à vocação tradicional de formação de precedente e pode ser enunciada da seguinte forma:
empregados e acadêmicos, aquela do a Universidade está preparada a ensinar o
empreendedorismo, mais adequada aos novos empreendedorismo, considerando-se os seus
formatos das relações de trabalho decorrentes da métodos tradicionais de ensino, o estágio não
reestruturação da economia mundial neste início de estruturado do ramo do conhecimento, e ainda,
século. levando em conta que o empreendimento na área de
O ensino de empreendedorismo significa uma negócios não é prática dos nossos campus
quebra de paradigmas na nossa tradição didática, universitários?
uma vez que aborda o saber como conseqüência dos A terceira questão refere-se ao perfil do professor
atributos do ser. Assim, na sala de aula, elementos desta disciplina. Qual o seu papel num programa
como atitude, comportamento, emoção, sonho, didático em que o comportamento é o alvo maior, e
individualidade, ganham vaga antes ocupada em que o conhecimento não é transmitido pelo
somente pelo saber. mestre, mas gerado pelos próprios alunos, no
processo de elaboração da sua visão de empresa, na

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auto-avaliação do seu comportamento, na construção ! Aulas expositivas e dialogadas, oficinas de


de seus métodos próprios de aprendizado, na forma trabalho, jogos de empresas, seminários,
pró-ativa de agir? Qual o papel do professor palestras, estudos de grupos, entrevista com
tradicional no seu mister de ensinar o empreendedor e instituições financeiras e
empreendedorismo, área em que as relações com o Sebrae;
ambiente natural do empreendedor constituem a Recursos didáticos
fonte essencial de conhecimento/aprendizado? Nesta ! Quadro branco e pincel atômico (giz),
área, a conexão do aluno com o mundo exterior à retroprojetor, transparências e slides, tv e
universidade precisa ser intensa e sem vídeo, microcomputador e softwares
intermediários. O verdadeiro ambiente "acadêmico" específicos (Make Money ),
do aluno-empreendedor é o mercado, onde se laboratório de informática, data show.
articulam forças produtivas, econômicas, sociais, Técnicas de avaliação da aprendizagem
políticas Dolabela, (1999). • Apresentação de seminários, apresentação e
defesa de trabalhos práticos – projeto de
4. A experiência do ensino de empreendedorismo plano de negócios (banca de professores
no Cefet-pb e/ou profissionais da área).
Para se encontrar efetividade didática na área de
A introdução da disciplina de empreendedorismo no empreendedorismo é essencial que o ensino seja
Cefet-pb, acontece no primeiro momento a partir da insistentemente inserido no contexto. Deve-se
reforma curricular dos cursos técnicos em 1998 e submeter o aluno pré-empreendedor a situações
depois no Curso Superior de Tecnologia em similares àquelas em que encontrará na prática. O
Telemática em 1999, atualmente todos os cursos processo de aprendizagem do empreendedor, na
técnicos e superiores de tecnologia da instituição pequena empresa, é essencialmente baseado em
possuem em seu currículo. ações. Segundo Allan Gibb (1992) ele aprende da
A disciplina tem um caráter diferenciado das seguinte forma: solucionando problemas; fazendo
demais pela postura do professor que está à frente sob pressão; interagindo com os pares e outras
introduzindo uma metodologia composta por uma pessoas; através de trocas com o ambiente;
prática pedagógica pró-ativa. aproveitando oportunidades; copiando outros
Um dos objetivos centrais da disciplina é empreendedores; pelos próprios erros: é uma área
despertar o aluno para a área de empreendedorismo, em que se podem cometer erros (pequenos) porque
motivando-o a criar a sua empresa ou a gerar o há liberdade; através do feedback dos clientes.
próprio emprego. Isto não significa que a O propósito da metodologia é fazer com que os
metodologia pretenda que o aluno abra o próprio alunos freqüentemente cruzem os muros da escola
negócio logo após a disciplina. Na verdade, este para entenderem o funcionamento do mercado, e
seria um resultado surpreendente. O que se pretende estando em sala de aula, submetê-los a processos de
é que o aluno possa incorporar ao seu potencial a trabalho semelhantes àqueles desenvolvidos pelos
opção de geração do auto-emprego e que persiga tal empreendedores.
objetivo durante a sua evolução profissional.
Quando ele ou ela irá abrir o seu próprio negócio 5. Considerações finais
será uma questão pessoal, de amadurecimento,
aprendizagem, desenvolvimento da sua visão, Vivemos na era do conhecimento e do
percepção e capacidade de aproveitamento de uma empreendedorismo. É necessário, portanto, fomentar
oportunidade. Há empreendedores que idéias claras e apresentar ferramentas práticas que
deliberadamente procuram empregos na sua área de possibilitem o domínio tácito do conhecimento,
interesse visando a formação de uma bagagem (em transformando-o em conhecimento explícito,
termos de conhecimento técnicos, mercadológicos, tornando, desse modo, o conhecimento coletivo,
de relações) para a abertura posterior do próprio partilhado por todos que a ele tenham acesso.
negócio. Os critérios de avaliação da disciplina Outro aspecto concentra-se nos fundamentos
pressupõem uma temporalidade que extrapola o culturais do empreendedorismo que se encontra
ciclo escolar. O que esta avaliação irá buscar será intrínseco em grande parte dos alunos e
quanto o direcionamento profissional do ex-aluno trabalhadores brasileiros, mas ainda adormecido
terá sido influenciado pela disciplina. Não há precisando ser despertado de uma forma pró-ativa,
receitas nem limites de idade para a abertura do que possibilite vislumbrar oportunidades e que não
próprio negócio. seja praticado somente por necessidade.
Métodos e técnicas de aprendizagem Analisando a característica social e empresarial
da sociedade brasileira, a disposição para o trabalho

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e a necessidade estão presentes, porém, não basta


apenas querer fazer é preciso saber fazer e ____________ Inovação e espírito empreendedor
conseqüentemente é preciso oferecer condições para (entrepreneurship) Prática e princípios. São
poder fazer. Paulo: Pioneira, 1998.
O desenvolvimento do empreendedorismo é um
dos grandes desafios desta era pós-industrial. Trata- ___________ Administrando em tempos de
se de um desafio à sociedade global, uma vez que grandes mudanças. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
envolve a ruptura de paradigmas consolidados
durante todo o último século. Promover a FILLION , Louis Jacques. “Empreendedorismo:
capacidade empreendedora da sociedade é uma empreendedores e proprietários – gerentes de
faceta multidimensional e, portanto, esforços pequenos negócios”. Revista de Administração USP
isolados de alguns atores não gerarão resultados – abr/jun 1999.
consistentes. Uma transição paradigmática envolve o
desenvolvimento de novos valores, congruentes em GARCIA, Fernando, Universidade Federal de Santa
toda a sociedade. Catarina. Laboratório de Ensino a Distância
Assim, a criação de políticas governamentais Formação Empreendedora na Educação
macros e micros em nível nacional e políticas Profissional: Capacitação à distância de professores
educacionais mais efetivas no Cefet-pb, favoráveis à para o empreendedorismo, Florianópolis: LED,
criação e ao desenvolvimento de novas práticas 2000.
educativas e o surgimento de empresas júnior e
fortalecimento do movimento de incubadoras, por GERBER, Michael E. O mito do empreendedor:
exemplo, constituem medidas fundamentais, assim, como fazer de seu empreendimento um negócio
como muitas outras iniciativas brilhantes que têm bem sucedido. São Paulo: Saraiva, 1996.
contribuído para que empreendedores possam obter
sucesso em seus projetos. GIBB, A.A. Canacademe achieve quality in small
Contudo, a transição paradigmática envolve o firms policy research'. In Entrepreneurship and
cultivo de novos valores na base da formação do Regional Development. No.4. p. 127-144, 1992.
indivíduo na família e no sistema educacional. Estes
são atores fundamentais para que a sociedade possa GUILHON, P. T. ROCHA, R. A. Intrapreneur:
contar com um maior número de empreendedores no multiplicador de novos negócios. Alcance.
futuro. Para lidar com a complexidade do novo Administração – Itajaí. Ano VI – no 1, p. 45-51.
paradigma, todos deverão ser empreendedores, e não 1999.
apenas aqueles que criarão novas empresas. As
empresas já estabelecidas dependerão deles para LEZANA, A. G.R. & TONELLI, A. Novos
manterem-se competitivas. empreenderores nas escolas técnicas. Módulo 1 –
O empreendedor. São Paulo: Instituto Uniemp,
6. Referências 1996.

BARRETO, L. P. Educação para o SCHUMPETER, J.A. The theory of economic


Empreendedorismo. Salvador: Escola de developmente. Oxford University Press, 1978.
Administração de Empresa da Universidade Católica
de Salvador, 1998. VARELA, R., Espiritu empresarial en la
educacion primaria; la experiencia del C.D.E.E.",
DOLABELA, Fernando. Oficina do V congresso Latinoamericano sobre espiritu
empreendedor. São Paulo: Cultura, 1999. empresarial, Santiago do Chile, p. 23-25, 1991.

DOLABELA, Fernando. O segredo de Luisa. São


Paulo: Cultura, 1999. Responsabilidade de autoria

DORNELAS, J.C. Assis, Empreendedorismo:


As informações contidas neste artigo são de inteira
Transformando Idéias em Negócios, Campus, Rio
responsabilidade do seu autor. As opiniões nele
de Janeiro, 2001.
emitidas não representam, necessariamente, pontos
de vista da Instituição e/ou do Conselho Editorial.
DRUKER, P. F. Inovação e espírito
empreendedor. Pioneira, 2a. Edição, São Paulo,
1987.

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