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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ


CAMPUS BRAGANÇA

Capítulo 8: Conhecendo o Empreendedorismo.

Objetivos:

Após estudar este capítulo, o discente deverá estar apto a:

 Definir empreendedorismo, em seus diferentes momentos históricos.

 Verificar e compreender seus efeitos sobre processo produtivo.

 Analisar o empreendedorismo historicamente com vistas à compreensão de seus


efeitos sobre a economia mundial.

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8 – Conhecendo o Empreendedorismo.
8.1 – Definição.
Historicamente, empreendedorismo tem sido definido como uma maneira diferenciada
de alocação de recursos e otimização de processos organizacionais, sempre de forma criativa,
visando à diminuição de custos e melhoria de resultados. Percebe-se ainda que o termo é
constantemente relacionado à criação de novos negócios, geralmente micro e pequenas
empresas. Por trás destes negócios estão indivíduos diferenciados, conhecidos por
empreendedores.
O conceito "Empreendedorismo" foi popularizado pelo economista Joseph
Schumpeter em 1950. Segundo ele, o empreendedor é alguém versátil, que possui as habilidades
técnicas para saber produzir, reunir recursos financeiros, organizar as operações internas e
realizar as vendas de sua empresa. Schumpeter chegou a escrever que a medida para uma
sociedade ser considerada capitalista é saber se ela confia seu processo econômico ao homem de
negócios privado.
Uma das definições mais aceitas hoje em dia é dada pelo estudioso de
empreendedorismo, Robert Hirsch, em seu livro “Empreendedorismo”. Segundo ele,
empreendedorismo é o processo de criar algo diferente e com valor agregado, dedicando tempo
e o esforço necessários, assumindo os riscos financeiros, psicológicos e sociais correspondentes e
recebendo as consequentes recompensas da satisfação econômica e pessoal.
A satisfação econômica é resultado de um objetivo alcançado (um novo produto ou
empresa, por exemplo) e não um fim em si mesma.

8.2 – Visão do Processo Histórico Produtivo.


O “velho” modelo econômico da era da manufatura, anterior à Revolução Industrial,
dirigido pelos modelos clássicos, tinham como características principais:
 recursos materiais escassos;
 o meio de transformação era a força de trabalho, baseada no poder dos músculos;
 pouca rentabilidade;
 pequenas economias de escala;
 ativos físicos, que são bens palpáveis transformados em valor monetário
mensurável; e
 sobrevivência dos maiores.
Entretanto, no “novo” modelo econômico, da era da inovação empreendedora, dirigido
por novos modelos de negócios, tem por características:
 recursos escassos são imaginação e conhecimento;
 retornos maiores;
 baixas barreiras de entrada;
 ativos intelectuais;
 poder do conhecimento; e
 sobrevivência dos mais rápidos.
8.3 – Visão Econômica de Hoje.
O empreendedorismo hoje é visto como uma forma diferenciada de empreender e
gerenciar recursos e capital da empresa no mercado. O problema é como aliar a nova visão
estratégica no mundo contemporâneo junto ao empreendedorismo.

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O mundo contemporâneo dispõe de muitas informações rápidas e precisas. O mercado é


ágil e para tanto o empreendedorismo apresenta um novo pensamento estratégico para a
demanda na qual vivemos atualmente. A importância da nova estratégia se faz necessária visto
que apresenta caminhos alternativos para o desenvolvimento e crescimento organizacional.
O empreendedorismo auxilia como uma nova forma de estratégia de gestão executiva à
empresa, resultando em diferencial para o produto/serviço oferecido ao cliente gerando por sua
vez valor, inovação e forte impacto positivo às necessidades mercadológicas exigidas à época
contemporânea.

8.4 – Histórico do Empreendedorismo no Mundo.


Análise Histórica.
A palavra empreendedor, do francês, entrepreneur, significa aquele que assume riscos e
começa algo novo.

Século XVII.
Os primeiros indícios de relação entre assumir riscos e empreendedorismo ocorreram nessa
época, em que o empreendedor estabelecia um acordo contratual com o governo para realizar
algum serviço ou fornecer produtos. Richard Cantillon, importante escritor e economista do
século XVII, é considerado por muitos como um dos criadores do termo empreendedorismo, tendo
sido um dos primeiros a diferenciar o empreendedor (aquele que assume riscos), do capitalista
(aquele que fornecia o capital).

Século XVIII.
Nesse século o capitalista e o empreendedor foram finalmente diferenciados,
provavelmente devido ao início da industrialização que ocorria no mundo, através da Revolução
Industrial.

Séculos XIX e XX.


No final do século XIX e início do século XX, os empreendedores foram frequentemente
confundidos com os administradores (o que ocorre até os dias atuais), sendo analisados
meramente de um ponto de vista econômico, como aqueles que organizam a empresa, pagam
empregados, planejam, dirigem e controlam as ações desenvolvidas na organização, mas sempre
a serviço do capitalista.

Empreendedorismo no Brasil.
No Brasil, o empreendedorismo começou a ganhar força na década de 1990, durante a
abertura da economia. A entrada de produtos importados ajudou a controlar os preços, uma
condição importante para o país voltar a crescer, mas trouxe problemas para alguns setores que
não conseguiram competir com os importados, como foi o caso do setor de brinquedos e de
confecções, por exemplo. Para ajustar o passo com o mundo, o país precisou adaptar-se.
Empresas de todos os tamanhos e setores tiveram de se modernizar para poder competir e voltar
a crescer.
O governo iniciou uma série de reformas, controlando a inflação, ajustando a economia e,
em poucos anos, ganhou estabilidade, planejamento e respeito no cenário mundial e a economia
voltou a crescer. No ano 2000 foi registrado um milhão de novos postos de trabalho, investidores
de outros países voltaram a aplicar seu dinheiro no Brasil e as exportações aumentaram.

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Capítulo 9: Empreendedor no Mundo dos Negócios.

Objetivos:

Após estudar este capítulo, o discente deverá estar apto a:

 Verificar a ação do empreendedor no mundo dos negócios no cenário globalizado.

 Identificá-lo como unidade de negócio.

 Compreender a dinâmica dos negócios na atualidade.

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9 – Empreendedor no Mundo dos Negócios.


“O empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente através da
introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização, ou pelas
exploração de novos recursos e materiais.”, Joseph Shumpeter (1949).
“É aquele que faz acontecer, se antecipa aos fatos e tem uma visão futura da
organização.”, José Dornelas (2001).

9.1 – O Empreendedorismo e a Globalização.


Tal como foi nos tempos primitivos, quando o homem das cavernas descobriu como
moldar o barro, trabalhando a argila e fabricando os primeiros utensílios de cerâmica, a ação
empreendedora do homem possibilitou-lhe intervir, transformar e dominar o meio ambiente
criando e inovando, avançando sempre na busca de novos patamares de produção, de melhores
níveis de qualidade de vida.
Foi a manifestação e o exercício desta ação, demonstrada por nossos antepassados, que
fez a humanidade perpetuar-se; e, por isso, renascer continuamente em nosso meio. A sociedade
moderna, cada vez mais urbanizada, necessita de pessoas empreendedoras, capazes de criar
empresas privadas ou qualquer outro tipo de organização, para gerar bens e serviços destinados
a satisfazer as necessidades de uma população mundial crescente.
Quem decide criar uma empresa, especialmente neste início do século XXI, tem
importância vital para a nossa sociedade, pois são grandes os desafios, como o aumento da
produção de alimentos, a construção de habitações, a fabricação de medicamentos, entre outras
prioridades. Superá-los requer a ação decisiva de empreendedores dispostos a capitanear
empresas industriais, comerciais e de serviços.
Deste modo, o empreendedor está agindo dentro de um contexto internacional muito
diferente daquele vivido pelos empresários pioneiros das primeiras décadas do século passado. As
mudanças no ambiente internacional estimulam cada vez mais a integração econômica entre
países. A formação dos blocos econômicos, por exemplo, ampliam as fronteiras do comércio e
criam zonas multipaíses de livre mercado.
A exemplo disso, há o MERCOSUL, o NAFTA, além da União Europeia, que possibilitam o
trânsito facilitado de pessoas e produtos, ou seja, uma oportunidade de expansão. Poder
competir em um mercado supranacional leva os empreendedores a disputarem um contingente
de consumidores sem os entraves alfandegários convencionais.
Ao mesmo tempo em que criam oportunidades, os megamercados fazem com que a
concorrência interna de cada país seja acirrada. Há, então, uma tendência mundial para a
abertura do comércio, mesmo interblocos.
A busca do livre mercado entre os povos vem, também, consolidando-se no cenário
mundial. Neste contexto de economia globalizada, o desafio dos empreendedores já atuantes e
de pessoas que estão pensando em iniciar seu empreendimento agora, será desenvolver a
capacidade de criar uma empresa verdadeiramente competitiva.
Os produtos ou serviços que a empresa vai oferecer à clientela terão de ser produzidos
dentro de padrões de qualidade do mercado mundial. Os preços dos produtos a serem cobrados
a clientes e os serviços prestados terão de ser iguais ou melhores que aqueles oferecidos por
empresas similares, atuantes em outros países.

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9.2 – O Empreendedor como Unidade de Negócio.


A maioria das empresas atua em negócios que podem envolver variados segmentos. Por
vezes alguns segmentos são altamente lucrativos e outras vezes não.
A administração da empresa como um todo, sem levar em conta os desempenhos
individuais das unidades, não possibilita a avaliação do negócio em cada segmento daí a
necessidade das empresas adotarem o gerenciamento por unidade de negocio.
A segmentação visa o melhor gerenciamento dos subnegócios e pode se dar de várias
formas. Cada empresa deve, levando em conta suas características próprias, buscar o melhor
modelo divisional de gerenciamento. Por vezes a segmentação é mais ou menos clara visto que
os negócios são específicos.

9.3 – A Dinâmica dos Negócios na Atualidade.


O empreendedor atual que se inicia no mundo dos negócios está entrando em um terreno
desconhecido. Aventura-se nele contando às vezes apenas com sua própria coragem e
determinação. Está disposto a reunir recursos, geralmente escassos, organizando-os de forma
produtiva para gerar bens e serviços, que serão consumidos pelos clientes. Põe-se à frente de
uma empresa e a organiza cuidadosamente, de modo a que sobreviva e cresça ao longo dos
anos.
O sonho do verdadeiro empreendedor é estruturar um negócio que resista à
aposentadoria do seu criador. Obedecendo à dinâmica do mercado, em constante mudança,
uma pessoa jurídica também evolui, se modifica e até se transforma, tem tempo de vida
indefinido, pois não obedece às limitações da vida biológica.

As empresas precisam se munir de informações, crédito, tecnologias e recursos, arcabouço


jurídico, flexibilidade, em suas mais diversas formas, para que resistam às adversidades e se
perpetuem diante à dinâmica dos negócios na atualidade.

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Capítulo 10: Modelo de Empreendedorismo.

Objetivos:

Após estudar este capítulo, o discente deverá estar apto a:

 Compreender as nuances de negócio com o objetivo de criar um plano de


negócios, voltado à demanda de mercado e à competitividade.

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10 – Modelo de Empreendedorismo.
10.1 – Modelo de Plano de Negócios.
A elaboração de um Plano de negócio é fundamental para o empreendedor, não
somente para a busca de recursos, mas, principalmente, como forma de sistematizar suas ideias e
planejar de forma mais eficiente, antes de entrar de cabeça em um mercado sempre
competitivo.
O seu Plano de Negócio deve ajudá-lo a responder questões importantes relativas ao seu
negócio antes de seu lançamento. Não são incomuns mudanças profundas no projeto ou até
mesmo o abandono da ideia inicial, quando se começa a pesquisar e checar as suposições iniciais
para a montagem do Plano de Negócio. É justamente aí, que reside o seu valor: é muito mais
fácil modificar um negócio que está apenas no papel do que quando sua empresa já está ativa
com o comprometimento de parcela expressiva de seus recursos.
Para auxiliar na montagem do plano é importante um modelo que sirva como uma
espécie de roteiro na construção de seu Plano de Negócio. A partir da posse do modelo de plano
de negócio você pode imediatamente começar a trabalhar em seu projeto.
O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, SEBRAE, disponibiliza em se
sítio na rede mundial de computadores uma cartilha que esclarece uma diversidade de dúvidas
pertinentes à elaboração do Plano de Negócio.
http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/bds.nsf/797332C6209B4B1283257368006FF4BA/$
File/NT000361B2.pdf

10.2 – Análise do Mercado e Competitividade.


Tal análise tem por objetivos efetivar um levantamento de informações sobre o mercado
potencialmente fornecedor para a solução pretendida com vistas a:
 identificar e avaliar os recursos disponíveis no mercado, especialmente no mercado
local, e as possibilidades de ampliação da competitividade, sem perda de
economia de escala;
 levantar os preços correntes do mercado;
 levantar as condições de aquisição e pagamento usualmente praticadas pelo setor
privado;
 levantar os padrões de desempenho e qualidade usualmente adotados no
mercado; e
 estimar a homogeneidade ou heterogeneidade entre os fornecedores quanto à
possibilidade de uso do direito de preferência nos casos de empate e/ou para
inserção de mecanismos de estímulo às micro e pequenas empresas.

As análises de mercado e competitividade poderão utilizar, entre outras, as seguintes


fontes de informação:

 consultas aos fornecedores;


 consultas a outros entes adquirentes de solução semelhante;
 cadastros de preços mantidos pelo Poder Público (Sinapi/CEF);
 cadastros de preço dos fornecedores; e
 sistemas de busca de preços na internet (buscapé; bondfaro).

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