Você está na página 1de 24

Economia criativa

e múltiplas faces do
empreendedorismo
Introdução

O que é economia criativa? Qual a diferença entre a economia


tradicional e a economia criativa? Podemos chamar a economia
criativa de nova economia e a tradicional de velha economia? O
que é ser empreendedor social? O que significa empreendedorismo
sustentável? Qual sua relação com o desenvolvimento econômico?
A Unidade 6 tem a finalidade de responder a estas questões sob o
prisma das novas vertentes do empreendedorismo. Trata-se de algo
inovador e, ao mesmo tempo, desafiador para a sociedade atual e
para você, caro estudante. • Economia criativa
• Economia criativa e
economia tradicional
Nas unidades anteriores você percebeu que o perfil e as virtudes
empreendedoras são fundamentais nas competências das • Empreendedorismo
social
organizações. É importante lembrar que, na visão de Dolabela, o
• Empreendedorismo
empreendedor “é alguém que imagina, desenvolve e realiza uma
sustentável
visão. Em outras palavras, acredita que pode realizar seu próprio
• Revisão
sonho, julgando-se capaz de mudar o ambiente em que está
inserido” (DOLABELA, 1999, p. 60). Analisamos também que o
intraempreendedorismo está ligado direto ao “vestir a camisa” da
empresa, gerando ideias e projetos inovadores com lucratividade
para as organizações modernas.

Nesta unidade vamos trabalhar a economia criativa e as novas


vertentes do empreendedorismo: empreendedorismo social e
empreendedorismo sustentável ou ambiental. Tudo isso tem um
objetivo, despertar a veia empreendedora que corre dentro de cada
um de vocês e gerar uma atitude, um comportamento, já que o
empreendedor é reconhecido por seus atos pragmáticos. Na leitura
de Siqueira e Guimarães, hoje, são considerados “empreendedores
não só aqueles que abrem um grande negócio, mas, cada vez mais,
também os que iniciam um pequeno negócio, criando emprego e
renda e contribuindo para o desenvolvimento social” (SIQUEIRA;
GUIMARÃES, 2007, p. 3).

No empreendedorismo social é valorizado o trabalho coletivo,


sem excluir, é claro, os resultados possíveis de serem socializados
com um ajuntamento de pessoas, em que todos podem contribuir
e se beneficiar de uma ideia que gere benefícios sociais para a
comunidade. Uma atitude inovadora pode produzir frutos por
vários anos e, ao redor desse legado, o empreendedor social
deseja construir algo que aponte para a sustentabilidade não só do
negócio propriamente dito, mas também de seus colaboradores,
acionistas e comunidade que são parte integrante do sucesso do
empreendimento. Um exemplo disso foi o trabalho iniciado pela
médica sanitarista Zilda Arns, na Pastoral da Criança, que até hoje
é uma instituição dedicada a salvar vidas diminuindo a mortalidade
infantil no Brasil e no mundo inteiro. Assim, essa unidade quer
convidá-lo(a) para arregaçar as mangas. Chegou o momento de ir
um pouco mais além do plano dos sonhos e das ideias para tornar
o negócio crível, real, possível de ser realizado. Bons estudos!
EMPREENDEDORISMO

Economia
criativa
O objetivo dessa unidade é apresentar o conceito de economia
criativa e sua diferença da economia tradicional, bem como conhecer
as relações com duas das novas vertentes do empreendedorismo:
o social e o sustentável/ambiental. Em seguida, será apresentada
uma proposta inovadora, de estímulo à cidadania, com resultados
de impacto social positivo na transformação da sociedade.

Segundo DORNELLAS, empreender, na ótica da economia criativa, é


criar oportunidades para dar nova forma aos pensamentos. Veja o
que ele diz:

“A essência do empreendedorismo hoje em dia é a


busca de oportunidades inovadoras. Para isso, as
pessoas não precisam ter um dom especial, como se
pensava no passado. Pelo contrário, qualquer pessoa
pode apreender o que é ser um empreendedor de
sucesso.” (DORNELLAS, 2002, p. 20)

A economia criativa tem importante papel na medida em que coloca


o ser humano na condição de promotor direto do desenvolvimento,
pois ela reúne operações baseadas na criatividade, no talento e nas
habilidades individuais, com propriedade intelectual, abarcando as
cadeias produtivas das indústrias culturais e suas implicações.

Será possível notar, nas questões descritas nessa unidade,


que há um diálogo, de forma explícita e direta, com as atitudes
empreendedoras, que já foram relacionadas em unidades anteriores
de nosso livro.

Para MORIN (2001), uma educação para a cabeça bem feita, isto é,
consciente de seu papel, é aquela que rompe com a separação entre
as duas culturas: a cultura tradicional, mais ligada à agricultura e
ao comércio; e a cultura alternativa e moderna, ligada ao teatro e à
televisão, as quais dariam capacidade para responder aos desafios

110
unidade 5
EMPREENDEDORISMO

da globalização e da complexidade na vida cotidiana, cultural, social


e política.

O autor inglês John Howking, no livro The Creative Economy,


publicado em 2001, descreve que economia criativa é o resultado
de indivíduos que exercem sua imaginação.

Bezerra et al. esclarece que a economia criativa:

“Contempla setores que têm sua origem na


criatividade, hoje considerada a economia do sec.
XXI, de demanda dinâmica de empreendedores que
usam o cérebro, buscam a lucratividade e economia
da genialidade de um Steve Jobs, que utiliza da
criatividade para gerar empregos melhores, produtos
inovadores e crescimento econômico incluindo
uma sustentabilidade para a população excluída do
crescimento econômico.” (BEZERRA et al., 2012, p. 3)

Podemos notar que são atividades assentadas na atitude


empreendedora, nas habilidades do empreendedor, como a
criatividade, no talento particular de montar pequenos negócios que
abraçam as complexas cadeias produtivas, tratando dos bens e dos
serviços, baseados em demandas dinâmicas de empreendedores
que usam o cérebro.

O escritor John Howkins afirma que as pessoas da nova economia


criativa querem lucrar usando o cérebro. Não necessitam de capital
ou terra, uma vez que não há barreiras ou empecilhos para quem
deseja trabalhar com um leque maior de possibilidades, agregando
valor através do desenvolvimento criativo, com elementos
alternativos.

Na visão de Bezerra et al., no Brasil, as empresas de pequeno


porte são as mais criativas, pois têm uma força de trabalho jovem,
diferem da economia tradicional de manufatura, agricultura e
comércio. Nessa nova visão de negócios, a força de trabalho jovem
está surgindo através do cinema, da propaganda e da televisão.

111
unidade 5
EMPREENDEDORISMO

Nota-se que as empresas com forte controle, individualizadas e de


grande ênfase na hierarquia, têm dificuldades de criar produtos e
serviços inovadores, pois não conseguem ampliar seus horizontes
além de suas especialidades.

Para entender melhor a nova visão da economia criativa, é


importante que se observe a figura a seguir. Nela há uma análise
detalhada contendo três palavras-chave: imaginação, criatividade
e inovação. São guias e inspiração para a nova economia criativa.

Prezado(a) aluno(a), você poderá pesquisar melhor a classificação


formulada pela UNCTAD*, que divide a economia criativa em quatro
categorias amplas, a saber: patrimônio cultural, artes, mídia e
criações funcionais. Essas categorias estão subdivididas em nove
áreas, conforme mostra a figura a seguir:

FIGURA 18 - Classificação da UNCTAD para as indústrias criativas

Fonte: Adaptado pelo autor, baseado em UNCTAD, 2012, p. 8.

*
O
 bs.: UNCTAD é a sigla em inglês para Conferência das Nações Unidas
para o Comércio e Desenvolvimento. Órgão do sistema das Nações Unidas
que busca discutir e promover o desenvolvimento econômico. Trata-se
de um foro intergovernamental para ajudar no incremento do comércio
mundial. Cf. www.unctad.org.

112
unidade 5
EMPREENDEDORISMO

Você observou na figura anterior que a economia criativa perpassa


transversalmente todas as outras esferas da sociedade?

Economia criativa e
economia tradicional
Vivemos um momento fascinante, que se caracteriza pela
capacidade de utilizar novas vozes como instrumento de inclusão,
principalmente com as recentes experiências do terceiro setor, que
são as organizações não governamentais, de interesse público,
plantadas na sociedade civil.

Na compreensão de DEHIENZELIN, pesquisadora de estudos


interdisciplinares em cultura:

“É preciso ser criativo também na forma de gerenciar a


economia criativa. Criativo na hora de criar parâmetros
e métodos de pesquisa e mensuração capazes
de abarcar a multidimensionalidade da economia
criativa do sec. XXI, cuja estrutura de produção e
difusão não é uma forma de cadeia, mas sim de
rede: interdependente, multifacetada e transversal.”
(DEHAINZELIN, 2003, p. 5)

A economia criativa pode ajudar na geração de renda, criação


de empregos e no desenvolvimento humano, que são também
características empreendedoras. Para atuar em um mundo em
constante mudança e altamente complexo, são necessárias
algumas habilidades empreendedoras, tais como: cooperação,
adaptabilidade, ampliação do conceito de recursos para além do
financeiro e novos modelos estratégicos de gestão.

Para fomentar ainda mais o nosso estudo, é fundamental que


fiquem bem explícitas as diferenças e a colaboração entre a
economia tradicional e a economia criativa. Na economia tradicional
desenvolvia-se o produto, testava-se e ajustava-se o marketing ao
consumidor. Atualmente, na economia criativa, desenvolve-se o

113
unidade 5
EMPREENDEDORISMO

produto junto com o consumidor, criando modelos de negócios


inovadores.

Confira e compare no quadro a seguir, em que a filosofia da


descoberta do cliente é a base da adequação do problema e
solução.

FIGURA 19 – Economia Tradicional x Economia Criativa

Inove sem
Quem não
parar. A
muda não
estrada não
gerencia
tem fim

ECONOMIA TRADICIONAL ECONOMIA CRIATIVA

Tangível Intangível

Bens, serviços e preços Valor agregado

Comoditização Tecnologia

Produção Criação

Patrimônio Memória

Padrões fixos Reinvenção contínua dos produtos

Distribuição Visibilidade

Fonte: Elaborado pelo autor, 2014.

É possível observar no quadro anterior que quem possui ideias


pode, em alguns casos, tornar-se mais poderoso do que aquele que
possui máquinas. A capacidade de empreender está relacionada à
sua atitude, aos seus valores e ao seu modo de pensar e agir.

SCHUMPETER (1982) chama de empreendedor aquele ser


iluminado que é capaz de aproveitar as chances das mudanças
tecnológicas e introduzir processos inovadores nos mercados.

Vamos, pois, analisar juntos o quadro anterior. Na economia


tradicional ou clássica, a reserva de valor é tangível, como terra,
ouro e petróleo. Na criativa, a reserva de valor é intangível, como

114
unidade 5
EMPREENDEDORISMO

criatividade, experiência, cultura, atributos de marca, qualidade de


vida.

Hoje, a economia criativa gera cerca de oito milhões de euros por


ano no mundo, representando de 8 a 10% do PIB (Produto Interno
Bruto) mundial. No Brasil, gera cerca de 104 bilhões de reais,
representando 2,84% do PIB em 2010.

Empreendedorismo
social
O empreendedor social pode ser caracterizado como aquele
indivíduo responsável por transformações sociais, sejam estas
realizadas no contexto local, regional, nacional ou global. Em
geral, os empreendedores sociais são agentes de mudança social,
gerando valor por meio de novas oportunidades inovadoras, com
uma visão moderna e arrojada, independentemente dos recursos
disponíveis.

FIGURA 20 - Juntos podemos mudar o mundo

Fonte: [Mundo social] Disponível em: <http://


bolsauniversitaria.com.br/blog/2012/05/16/jovens-
brasileiros-apostam-na-carreira-de-empreendedor-
social/>. Acesso em 17 jun. 2014.

Nesta oportunidade, apresento a vocês um tema muito importante:


o empreendedorismo social, representando uma das vertentes do

115
unidade 5
EMPREENDEDORISMO

empreendedorismo inovador e criativo. A criatividade refere-se


ao ato de gerar ideias ao pensamento criativo como processo de
traduzir tais ideias em realidade, por meio da implementação de um
serviço ou de um produto. A inovação, por sua vez, é o resultado da
criatividade. Veja o quadro a seguir:

FIGURA 21 - Diferenças entre pessoas criativas e pessoas


inovadoras

PESSOAS CRIATIVAS PESSOAS INOVADORAS

Capacidade de novas ideias Reinvenção continuada

Gerar tempestade de ideias Materialização das ideias

Imaginação Produtos mais competitivos

Antecipar demandas de Transformar o que existe em algo


mercado melhor

Fonte: Elaborado pelo autor.

Como podemos perceber, no quadro anterior, que as inovações só É preciso estimular


o processo
acontecem quando a criatividade é estimulada de forma deliberada.
criativo, adotando
Portanto, é preciso estimular o processo criativo, adotando a a criatividade
criatividade como estilo de vida, como atitude empreendedora. como estilo de
vida, como atitude
empreendedora.
Caro(a) aluno(a), continuando nosso estudo, creio que seja possível
observar que a maioria das invenções seja incremental: elas são
cópias de ofertas existentes para usuários atuais. Drucker (2008)
aponta algumas dicas para os profissionais tornarem-se inovadores,
como:

• Querer (é o primeiro passo);

• Ter convicção;

• Ter curiosidade;

• Mente aberta;

• Aceitar correr riscos;

• Ser persistente e flexível.

116
unidade 5
EMPREENDEDORISMO

Hoje o empreendedorismo social agrega valor financeiro e


social aos negócios e, consequentemente, gera maior vantagem
competitiva. Portanto, não basta ter boas ideias, elas precisam ser
implementadas e têm que representar algum valor positivo para
todos os stakeholders (que são as partes interessadas no negócio
da empresa, caracterizadas pelos acionistas, empregados, clientes,
consumidores, fornecedores, comunidade). O empreendedorismo
social, como se pode ver, é aquele que deve gerar valor, permear toda
a organização e tornar-se uma dimensão empresarial estratégica e
planejada.

Para ilustrar um pouco mais esse tema tão palpitante, julguei


por bem mostrar a você, caro(a) aluno(a), uma história que me
chamou atenção. Trata-se de Bill Drayton, um norte-americano,
morador de Nova Iorque. Quando criança, gostava muito de ler
sobre personagens que tinham influenciado o percurso da história
do mundo. Seu interesse maior era voltado não apenas pelo “o que”
fizeram, mas também pelo “como”. Gandhi, um de seus ídolos, era
admirado pela maneira pacifista de enfrentar o poder do Império
Britânico; Luther King, por usar táticas parecidas para enfrentar o
racismo na sociedade americana. Mas um dos ídolos se destacava
para Drayton: um imperador da Índia antiga, chamado Ashoka. Ele
admirava a maneira como esse homem pensava nas reformas
sociais necessárias para melhorar a vida das pessoas, e como as
aplicava, exercendo seu poder de uma forma justa e pacifista.

No colégio, Bill criou a “Sociedade do Ashoka”, arrebanhando


estudantes para falar sobre justiça social. Na universidade, criou
uma organização estudantil com o mesmo nome, trazendo
líderes sociais para interagir e compartilhar suas ideias com a dos
estudantes. Ainda na universidade, Bill começou a viajar pela Ásia,
especificamente na Índia, e percebeu que, como o Ashoka, existiam
pessoas empreendedoras e determinadas desenvolvendo ideias
inovadoras para solucionar grandes problemas que a sociedade
tanto exigia. De volta para sua terra, convence alguns amigos a
investirem recursos financeiros em empresas que buscassem a

117
unidade 5
EMPREENDEDORISMO

melhoria das condições sociais dos que mais necessitavam. E


dava certo. Uma frase muito pronunciada por ele sempre chamava
atenção: “não existe nada mais poderoso que uma ideia na mão de
um empreendedor social inovador”.

Segundo Oliveira, o empreendedorismo social:

“Antes de tudo, é uma ação inovadora voltada para o


campo social cujo processo se inicia com a observação
de determinada situação-problema local, para a qual
se procura, em seguida, elaborar uma alternativa de
enfrentamento” (OLIVEIRA, 2004, p. 15).

OLIVEIRA (2004) tinha algumas ideias que norteavam as ações


do empreendedor social. Elas são caracterizadas da seguinte
forma: deveriam ser inovadoras; possíveis de realização;
autossustentáveis; deveriam envolver várias pessoas e segmentos
da sociedade, principalmente a população atendida; e que devesse
provocar impacto social, permitindo que seus resultados pudessem
ser avaliados.

Apesar da particularidade citada, percebemos que há diferenças


significativas entre o empreendedorismo empresarial e o social.
Podemos assim dizer que existem diferenças significativas que
se complementam, que nos auxiliam a compreender melhor o
empreendedorismo social.

Esclarecendo ainda mais, ressalta-se que o empreendedorismo


social não deve ser entendido como responsabilidade social-
empresarial. Não é também profissão, porque não está
regulamentado por um código de ética profissional, não é também
uma organização sem fins lucrativos (ONG), preocupada com a
filantropia ou caridade.

No quadro a seguir, os autores MELO NETO E FROES (2002) fazem


um esquema comparativo entre as diferenças e semelhanças do
empreendedorismo social e do empreendedorismo empresarial.

118
unidade 5
EMPREENDEDORISMO

QUADRO 2 - Diferença entre empreendedorismo empresarial e empreendedorismo social

EMPREENDEDORISMO EMPRESARIAL EMPREENDEDORISMO SOCIAL

É individual É coletivo

Produz bens e serviços Produz bens e serviços à comunidade

Tem foco na busca de soluções para os


Tem foco no mercado
problemas sociais

Sua medida de desempenho é o lucro Sua medida de desempenho é o impacto social

Visa a satisfazer necessidades dos clientes e a Visa a respeitar pessoas da situação de risco
ampliar as potencialidades do negócio social e a promovê-las.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Note-se que as diferenças são pequenas, mas são importantes.


Algumas diferenças significativas são complementares e
saudáveis. Hoje ainda existem muitas organizações tradicionais
que não são empreendedoras. Vivem da filantropia e de doações
da comunidade. Elas dependem de recursos do primeiro setor –
governo −, e doações de voluntários para fazer o bem. Seu controle é
muito centralizado. Já as organizações empreendedoras trabalham
em equipes ou times, agindo com ênfase nas competências e,
financeiramente, são autossuficientes.

Observando bem o quadro comparativo, podemos afirmar que o


empreendedorismo nem sempre requer finalidade de lucro. Os
empreendedores sociais são sonhadores e querem melhorar a
sociedade através das ações emergenciais e diminuir o abismo
social do século XXI, fruto de um capitalismo desumano e
selvagem. As organizações sem fins lucrativos correm contra o
tempo, de forma emergente nas soluções para os mais variados
problemas sociais. São vistos como responsáveis pela busca de
soluções dos problemas ligados à educação, à saúde, ao combate à
fome, ao lazer e à geração de renda, situações que deveriam ser de
responsabilidade do governo.

Crescem cada vez mais as organizações de interesse civil (Ong´s)


capazes de mobilizar a sociedade na criação de projetos de
responsabilidade social, principalmente no combate à pobreza e

119
unidade 5
EMPREENDEDORISMO

ao analfabetismo, gerando redes de solidariedade na superação de


graves questões regionais.

O exemplo maior que dever ser citado, como paradigma, diz respeito à

criação do IBASE (Instituto Brasileiro das Análises Sociais e Econômicas),

por Betinho, sociólogo mineiro, de Bocaiuva. Após viver no exílio, no Chile,

na época da ditadura militar, voltou para o Brasil e fundou, de forma criativa

e inovadora, o movimento intitulado Ação da Cidadania contra a Fome, a

Miséria e pela Vida, incitando empresários e empreendedores, em geral, a

colaborar para a melhoria de vida da população brasileira, na década de

90.

Outro exemplo que merece destaque é o de Muhammad Yunus. Ele


é modelo e exemplo para todos os empreendedores que sonham
em fazer a diferença, criar novas oportunidades e transformar
a vida dos mais pobres, tornando o mundo menos desigual, com
oportunidades para todos.

Ele partiu de uma ideia legal e criou o Banco Grameen, em 1976,


em uma pequena aldeia de Bangladesh, onde o nível de pobreza
e as necessidades eram abaixo da média, atingindo patamares
assustadores. Seu objetivo era disseminar o crédito como um direito
de todos. A grande novidade foi a nova forma de emprestar dinheiro,
com juros baixos, sem garantias, oferecendo oportunidades de a
comunidade realizar o sonho de abrir seu próprio negócio e gerar
autoemprego e renda para toda a comunidade. Yunus formou-se em
Economia e começou a lecionar. Foi em uma dessas experiências
com os alunos, que, como conta o próprio YUNUS:

“Conheci uma jovem de 21 anos, analfabeta, que lutava


desesperadamente para sobreviver com seus filhos.
Ela fazia tamboretes de bambu e vendia para a pessoa
que lhe emprestava dinheiro. Porém, essa pessoa
(agiota), cobrava altos juros e explorava ao máximo
a jovem, que sempre cumpria com sua dívida (ele lhe

120
unidade 5
EMPREENDEDORISMO

cobrava 10% ao dia). O que sobrava para a jovem era


um lucro irrisório de aproximadamente dois centavos de
dólar. “(YUNUS, 2007, 54

Convido você a ler o restante da história desse grande empreendedor


social no site:

Cardoso, Enrico. A vida e a história de Muhammad Yunus. 31 jan.


2013. In: site “Jornal do empreendedor”. Disponível em: <http://www.
jornaldoempreendedor.com.br/colaborativo/a-vida-e-a-historia-de-
muhammad-yunus#.VIDEfzHF9fg>. Acesso em 17 jun. 2015.

Foi a partir da atitude empreendedora de Yunus, de abrir uma


instituição financeira para os pobres, que lhe rendeu o Prêmio Nobel
da Paz em 2006.

Notamos que Yunus desenvolveu conhecimentos, habilidades, A postura é ser


competências e posturas de um grande empreendedor social, dando- inconformado e
nos a oportunidade de elencá-las: o seu perfil de empreendedor social indignado com
as injustiças e
é aquele que sabe aproveitar as oportunidades, tem competência
desigualdades
gerencial. As habilidades estão relacionadas com a visão clara do sociais.
que se pretende fazer, ter iniciativa, saber trabalhar em equipe e ser
criativo. As competências de um líder são: ser visionário, ter senso de
responsabilidade, ser sensível aos problemas sociais e saber integrar
vários atores em torno dos mesmos objetivos. A postura é ser
inconformado e indignado com as injustiças e desigualdades sociais.

Portanto, empreendedores sociais significam profissionais abertos e


flexíveis para o novo, para o diferente e para o protagonismo social.
Além disso, é oportuno citar, também, a percepção das oportunidades
em meio às contradições, às disparidades sociais e ao caos social
reinantes em nossa sociedade hodierna. O empreendedor social é
um ser corajoso, capaz de remar contra as verdades absolutizadas
pela ordem social hegemônica, em que somente o vale-tudo e o lucro
pelo lucro são válidos, sem abrir possibilidade para um capitalismo
igualitário e bem distribuído entre as pessoas, que provoque as
pessoas a alcançar a meta da transformação social.

121
unidade 5
EMPREENDEDORISMO

Na lógica do empreendedor social, a Universidade tem uma dupla


função muito importante. Ela pode tanto contribuir para o despertar
de uma cultura empreendedora, como pode, também, por meio
do ensino, da pesquisa e da extensão, gerar novas tecnologias
de inclusão social. Nesse sentido, professores e alunos têm a
responsabilidade de serem agentes instigadores, protagonistas de
uma nova história.

O espírito empreendedor é uma capacidade, um potencial presente


em qualquer ser humano, mas precisa de um ambiente instigador e
motivador para germinar e dar frutos.

Outro exemplo de empreendedorismo social é o “Projeto Biblos” da

UNATEC em Belo Horizonte (http://www.una.br/noticias/recursos-

humanos-e-processos-gerenciais-una-1941) que visa a “dar de ler a quem

tem fome de saber”, motivando crianças e adolescentes, através da leitura,

a fazer uma viagem criativa e inovadora. Essa oportunidade poderá, sem

dúvida, criar ideias de geração de renda por meio de futuras prototipagens

em suas comunidades, diminuindo a falta de bibliotecas e acervos de

literatura infanto-juvenil nas comunidades mais carentes da grande Belo

Horizonte.

Observa-se então:

“Uma ação inovadora de empreendedorismo social


voltada para o campo social cujo processo se inicia
com a observação de determinada situação-problema
local, para a qual se procura, em seguida, elaborar uma
alternativa de enfrentamento. Além disso, em seguida,
provoca impacto social na comunidade.” (http://www.
fae.edu/publicacoes/pdf/revista_da_fae/fae_v7_n2/
rev_fae_v7_n2_02.pdf. Acesso em 15/12/2014).

Como escrevem os autores MELO NETO E FROES:

“O processo de empreendedorismo social exige,


principalmente, o redesenho de relações entre
comunidade, governo e setor privado, que se baseia
no modelo de parcerias, tendo como principal objetivo

122
unidade 5
EMPREENDEDORISMO

tirar pessoas da situação de risco social e buscando


propiciar-lhes plena inclusão social.” (MELO NETO e
FROES, 2001, p. 11-12).

Acredito que você tenha percebido que o empreendedorismo


tem novas vertentes: o intraempreendedorismo, aprofundado
na Unidade 1, e o empreendedorismo social, que acabamos de
desenvolver aqui, na Unidade 5. Porém, os desafios são enormes
nesse campo e não poderíamos deixar de aprofundar sobre o
empreendedorismo sustentável ou ambiental.

A ideia básica envolvida no empreendedorismo social é pensarmos


um novo conceito de desenvolvimento, em que o uso dos recursos
ambientais deve respeitar a manutenção dos processos vitais,
em benefício das gerações atuais e futuras, pressupondo uma
distribuição equitativa dos ganhos do crescimento econômico.

O empreendedorismo
ambiental ou

Empreendedorismo sustentável não é


mais um estado,

sustentável um modismo,
uma temática de
momento.
O empreendedorismo ambiental ou sustentável não é mais um
estado, um modismo, uma temática de momento, mas sim um
processo contínuo e dinâmico. Podemos afirmar, sem medo
de errar, que as empresas que hoje já empreendem de forma
sustentável, com projetos ambientais arrojados, estão conseguindo
agregar valor aos seus produtos e serviços, e à sua própria marca.

Arcelor Mittal, Nestlé, Natura são exemplos de organizações


que ganharam vários prêmios como empresas socialmente
sustentáveis, demonstrando preocupação com projetos que
possam atingir as gerações futuras, melhorando sua qualidade
de vida, bem como da sociedade, em geral. Alguns desses valores
eram, há pouco tempo, considerados intangíveis. No entanto, as
novas exigências da sociedade, os investidores e, principalmente, os
consumidores já começam a perceber e, de certa forma, diferenciar

123
unidade 5
EMPREENDEDORISMO

esses valores.

Alguns empreendedores já notaram essa tendência e começaram


a se mover na direção dessa nova economia, na qual se valorizam
os bens e serviços. Esses empreendedores podem ser divididos
em individuais ou comunitários. Essa distinção é importante, pois a
forma de trabalhar, em cada um dos casos, pode ser distinta, assim
como os desafios e oportunidades.

O empreendedor individual, por suas inúmeras ideias de negócios, é


inquieto. Já o empreendedor comunitário, muitas vezes, é definido
como o indivíduo altruísta que está preocupado com o bem-estar de
uma determinada comunidade ou população local. Podemos dizer
que esse tipo de empreendedor trabalha os seus projetos de forma
mais localizada. Porém, mais do que preocupado com o bem-estar
dessa comunidade ou população, esse indivíduo está em busca de
alternativas econômicas para o desenvolvimento econômico, social
e ambiental.

Veja o quadro comparativo que elaboramos para elucidar um


pouco mais as diferenças e características do empreendedor
individual e do empreendedor social que estão estritamente ligadas
ao empreendedorismo sustentável e diretamente às alternativas
econômicas, socioambientais:

QUADRO 3 - Características do empreendedor privado e do empreendedor social e sustentável

EMPREENDEDORISMO PRIVADO EMPREENDEDORISMO SOCIAL


É inquieto É integrado e altruísta
Produz serviços para as necessidades do
Busca de soluções no bem-estar social da comunidade
mercado e consumo
Alternativas econômicas para o desenvolvimento
Sua medida de desempenho é o lucro
sócio econômico e ambiental
Visa ao resgate de pessoas da situação de risco social
Visa à satisfação das necessidades dos clientes
e à promoção humana
Seu único foco é o mercado O foco é as questões sociais da comunidade local

Fonte: Elaborado pelo autor.

124
unidade 5
EMPREENDEDORISMO

Quando conseguimos “sair da caixa”, ou seja, criar ideias diferentes


do cotidiano e/ou do senso comum, percebemos que essas
alternativas são também negócios e devem ser tratadas quase da
mesma forma que o negócio-empresa do empreendedor individual,
e não como uma associação filantrópica ou de caridade. O que
queremos dizer é que precisamos criar condições favoráveis para
que os dois tipos de empreendedorismo possam se desenvolver,
cada um com suas características, respeitando a diversidade entre
eles.

Os temas sociais emergentes ganharam destaque no mundo


corporativo, a partir da década de 90. Podemos considerar como
temas emergentes: a ecologia, o meio ambiente, o voluntariado,
a educação, a saúde, o bem-estar, o combate à fome e à pobreza,
a exclusão social, os direitos humanos e muitos outros. Trata-se
de temáticas institucionais de grande divulgação na mídia e de
presença cotidiana nos debates e discussões entre intelectuais,
empresários, líderes educacionais, políticos, líderes sociais, sendo
também objeto de artigos em revistas especializadas, espetáculos
musicais e teatros. Contudo, ganha-se fôlego, forma e status de
inclusão social nas comunidades, inclusive nas de baixa renda
e de alto risco social. A evolução foi visível. O meio ambiente
passa a ser pensado a partir do foco de ação sustentável. Novas
práticas empreendedoras surgiram, como também emergiu
uma nova “economia ambiental”, como a produção reciclada, a
venda e o reaproveitamento de resíduos, gerando novos negócios
empreendedores.

O objetivo final do empreendedorismo ambiental ou sustentável


é inspirar novos empreendedores, assim como novos negócios
economicamente rentáveis, ambientalmente corretos e socialmente
justos.

Na visão de ROCHA, o conceito de sustentabilidade no negócio


fundamenta-se nos seguintes aspectos:

125
unidade 5
EMPREENDEDORISMO

“As atividades humanas não comprometam as


futuras gerações; cada decisão deve ser baseada no
compromisso com o futuro de nossos filhos e com o
bem-estar deles. 2. Os ecossistemas globais sejam
produtivos e protegidos e as condições climáticas,
estáveis e seguras. 3. A população humana esteja
dentro da capacidade de carga do planeta. 4. Todas
as regiões do mundo tenham garantia do alimento.”
(RICHA, 2005, p. 24-25).

Para alcançar essas situações desejadas, as sociedades contam


com:

1. o capital humano – sua criatividade, capacidade de


pensamento crítico e iniciativa para empreender novas
atividades e negócios.

2. o capital ecológico – são os recursos que o indivíduo tem à


sua disposição para a geração de seu desenvolvimento na
sociedade.

3. o capital financeiro – o conjunto de recursos monetários


que se deve ter à disposição.

Acreditamos que a empresa, para ser diferente, deve buscar


sua distinção na sociedade e no mercado, a partir da adoção de
padrões socioambientais como um mérito em si e através da
divulgação consciente das atitudes e procedimentos relacionados à
preservação ambiental e sustentável.

Vivenciamos que, no contexto da atualidade, para o


desenvolvimento de uma empresa, é essencial estimular o
compromisso com a educação continuada, através do impulso para
uma cultura empreendedora, alicerçada nos princípios da gestão da
sustentabilidade, como forma de reter talentos e empreendedores.

No entanto, faz-se necessário compreender a importância de se


criar uma consciência mais aguçada, passando aos governantes,
aos empresários, aos financiadores e aos empreendedores a ideia
de que um bom negócio não é aquele que apenas gera lucro, como o

126
unidade 5
EMPREENDEDORISMO

único objetivo, mas sim o que contribui para o tão conhecido, porém,
pouco compreendido, desenvolvimento ambiental e sustentável.

A empresa, para se diferenciar no mercado, precisa aderir a padrões


socioambientais, principalmente na utilização de novas estratégias
metodológicas de reaproveitamento da água e embalagens
retornáveis, com o objetivo de fazer multiplicadores conscientes
das questões ambientais, que poderão agregar valor ao seu produto
diante do consumidor.

Vamos recapitular? Vimos, no decorrer desse trabalho, a importância


do empreendedorismo social e do empreendedorismo sustentável
ou ambiental como novas vertentes do empreendedorismo,
sob a ótica da inovação, como fatores preponderantes para a
transformação pessoal e profissional. Somente por meio de novos
direcionamentos poderemos mudar a sociedade e a nós mesmos.
Portanto, mãos à obra!

Os desafios dos seres criativos

Com a ajuda de exercícios lúdicos e originais, os alunos dos cursos de

Economia, Administração e Direito da FGV (Fundação Getúlio Vargas), em

São Paulo, têm aprendido a aprimorar uma característica cada vez mais

valorizada no mercado de trabalho: a criatividade.

Criado há três anos pelo professor Samy Dana, pós-doutor em Negócios, o

Curso de Criatividade já é a mais procurada entre as disciplinas optativas

da FGV. De acordo com Dana, embora a importância da criatividade em

todas as áreas profissionais seja praticamente um consenso, pouca gente

sabe o que fazer para aprimorar essa característica.

“Vemos uma proliferação de livros, blogs e conferências que destacam

os benefícios da criatividade. Só que ninguém explica como ser criativo e

como aprimorar a capacidade criativa”, diz Dana.

127
unidade 5
EMPREENDEDORISMO

O curso, segundo o professor, permite que os participantes ampliem

sua capacidade de mobilizar recursos para a solução de problemas. A

estratégia utilizada para isso consiste em propor exercícios que levem os

alunos a observar e compreender seu próprio processo criativo.

Nas atividades práticas, os estudantes são confrontados com desafios

que nem sempre podem ser superados com base em estratégicas lógicas.

A partir de situações concretas, com base em perspectivas teóricas

fornecidas por Dana, eles identificam os gargalos e armadilhas de seu

processo criativo.

“Eu não quis trabalhar com situações diretamente ligadas ao universo

empresarial. A criatividade precisa ser estudada por si só”, afirma.

Um dos exercícios que mais chamam a atenção é o Desafio do

Marshmallow. Nessa atividade, os participantes recebem um marshmallow,

20 espaguetes crus, uma tesoura, barbante e fita adesiva. A missão é

montar, utilizando apenas esses materiais, a estrutura de espaguete mais

alta possível, em até 18 minutos.

A tarefa não é fácil, porque o marshmallow é mais pesado que aparenta

e as estruturas não se sustentam. “A atividade é toda filmada. Depois

que acontecem vários fracassos, nós comentamos tudo o que foi feito”,

declara. O exercício, segundo ele, permite analisar fatores cruciais para a

criatividade, como o funcionamento dos processos de tentativa e erro, ou

a capacidade de realizar protótipos.

Roteiro

Alguns exercícios contam com uma análise psicológica do desempenho

dos alunos. Um deles, por exemplo, consiste na criação de desenhos

simples, tendo como única restrição o tempo limite. Outra proposta

é a gravação de um vídeo de apresentações de cinco minutos dos

participantes, que posteriormente são avaliados pelo grupo, que destaca

suas virtudes e defeitos.

Em um dos exercícios, os alunos analisam filmes e seriados de TV,

buscando compreender quais são os paradigmas presentes no cinema.

Depois, tentam encaixar um vídeo exibido nos modelos que identificaram.

128
unidade 5
EMPREENDEDORISMO

“No curso, a prática vem primeiro e a teoria entra na hora de refletir sobre

tudo que foi feito”, diz Dana.

Explorar as sensações e experiências da arte – cantando com uma

coralista, ou interagindo com um ator – também faz parte das atividades.

Dana, que é pianista de jazz, usa também a música em um exercício

com o objetivo específico de trabalhar a capacidade de improvisação:

contando com softwares para criação musical, os alunos compõem

trechos musicais. “Quando estou improvisando, com o jazz, preciso tomar

decisões continuamente e não posso voltar atrás. É como no mundo

empresarial”, disse.
Fonte: Castro, Fábio de. Com exercícios práticos, alunos de economia, administração
e direito “aprendem” a ser criativos. 20 nov. 2011. In: site “Uol – Educação”.
Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/noticias/2012/11/20/com-exercicios-
praticos-alunos-da-fgv-aprendem-a-estimular-a-criatividade.htm>. Acesso em 17
jun. 2015.

Revisão
Nessa unidade conhecemos um pouco mais sobre economia criativa
e sua diferença da economia tradicional ou empresarial. Antes, na
economia tradicional, produzia-se bens e serviços e ajustava-se o
marketing ao consumidor de forma tangível. Na economia criativa os
valores estão ligados à intangibilidade dos produtos, desenvolvendo
produtos e serviços junto com o consumidor, criando modelos de
negócios inovadores.

Dentro do prisma da economia criativa, anotamos as duas


vertentes do empreendedorismo: o empreendedorismo social e o
empreendedorismo sustentável. O empreendedorismo social refere-
se à existência de pessoas ou indivíduos sonhadores, que combinam
pragmatismo, compromisso com resultados e visão de futuro para
realizar profundas mudanças sociais nas comunidades locais. As
soluções sociais são inovadoras e provocam geração de renda para
os indivíduos envolvidos. Possuem capacidade empreendedora e
criatividade para promover mudanças sociais de longo alcance em

129
unidade 5
EMPREENDEDORISMO

seus campos de atividade. São inovadores sociais que deixarão sua


marca na história. Como pudemos verificar, o empreendedorismo
social é uma ação que requer, acima de tudo, a capacidade de
interagir com diversos segmentos e interesses dos diversos setores
da sociedade e, sobretudo, ser apaixonado pelo que faz.

Vimos também como o empreendedorismo ambiental ou sustentável


é ponto-chave para o futuro do mundo e gera oportunidades de
negócios. Hoje não basta o crescimento econômico. Urge um
desenvolvimento econômico, social e ambiental, criando valor de
sustentabilidade e preservação ambiental.

Faça um bom uso do material e boa sorte!

Assista ao vídeo Desafio do marshmallow:

DESAFIO do marshmallow ajuda a desenvolver empreendedores.

(02:55) Son.; Color. Disponível em: <http://tvuol.uol.com.br/video/

desafio-do-marshmallow-ajuda-a-desenvolver-empreendedores-

04020C1B3262E4C92326/>. Acesso em 17 jun. 2015.

O Desafio do marshmallow ajuda a desenvolver empreendedores. A tarefa

aparentemente simples de construir uma torre de espaguetes com

um marshmallow na ponta pode trazer ensinamentos essenciais para

empreendedores e empresários.

Você pode refletir a respeito dos conceitos aprendidos na Unidade

5 assistindo ao filme “Quem se importa”. Da mesma diretora do filme

“Doutores de Alegria”, de Mara Mourão. É mais que um filme. Mais

que um documentário, um movimento que inspira pessoas a serem

transformadores. Convido você a levar esse filme sobre empreendedorismo

social a sua escola, família, empresa e amigos, e qualquer pessoa

interessada em potencializar o seu próprio poder de transformação.

130
unidade 5

Você também pode gostar