Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Uma janela de vidro, com 1m de largura e 2m de altura, tem espessura de 5mm e uma
condutividade térmica de 𝑘𝑣 = 1,4 𝑊/𝑚. 𝐾. Se em um dia de inverno as temperaturas das
superfícies interna e externa do vidro são de 15°C e -20°C, respectivamente, qual é a taxa de
perda de calor através do vidro? Para reduzir a perda de calor através da janela, é costume usar
janelas de vidro duplo nas quais as placas de vidro são separadas por uma camada de ar. Se o
afastamento entre as placas for de 10mm e as temperaturas das superfícies do vidro em contato
com os ambientes estiverem nas temperaturas de 10°C e -15°C, qual é a taxa de perda de calor
em uma janela de 1m x 2m? A condutividade térmica do ar é 𝑘𝑎 = 0,024 𝑊/𝑚. 𝐾.
Hipóteses:
-Regime permanente – Consideramos que as propriedades não
variam no tempo a fim de facilitar os cálculos.
Hipóteses extras:
-Ar confinado e estático – Com esta hipótese,
consideramos a continuidade do que foi previamente estabelecido, que desprezamos os efeitos
de perda de calor por convecção e radiação.
∴ 𝑄̇𝑇 = 117,98 𝑊
Como esperado, após acrescentar a camada de ar entre os vidros, a quantidade de calor perdida
diminui drasticamente, já que o ar é um péssimo condutor de calor e o vidro também não é um
bom condutor de calor, e os efeitos de perda de calor por convecção e radiação não exercem
influência sobre a questão, como levantado nas considerações e hipóteses.
1-93
As superfícies interna e externa de uma parede de espessura
de 25 cm no verão estão a 27 e 44°C, respectivamente. A
superfície externa da parede troca calor por radiação com as
superfícies vizinhas a 40 °C e também por convecção com o
ar ambiente a 40 °C com coeficiente de transferência de
calor por convecção de 8 W/m².K. A radiação solar incide na
superfície à taxa de 150 W/m². Se a emissividade e a
absortividade da superfície externa são iguais a 0,8,
determine a condutividade térmica efetiva da parede.
Hipóteses:
-Regime permanente – Consideramos que as propriedades não variam no tempo a fim
de facilitar os cálculos.
Dados:
-Espessura: ∆𝑥 = 25𝑐𝑚 -ℎ = 8 𝑊/𝑚² ∙ 𝐾
-𝑇𝑠𝑢𝑝𝑖 = 27°𝐶 = 300 𝐾 -𝐼𝑠𝑜𝑙 = 150 𝑊/𝑚²
-𝑇𝑠𝑢𝑝𝑒 = 44°𝐶 = 317 𝐾 -𝛼 = 0,8 = 𝜀
-𝑇∞ = 40°𝐶 = 313 𝐾 -𝜎 = 5,67 ∙ 10−8 𝑊/𝑚² ∙ 𝐾 4
𝑞̇ 𝑠𝑜𝑙 = 𝛼 ∙ 𝐼𝑠𝑜𝑙
k ∙ (𝑇𝑠𝑢𝑝𝑒 − 𝑇𝑠𝑢𝑝𝑖 )
𝑞̇ 𝑐𝑜𝑛𝑑 =
Δx
Substituindo os dados na equação original, temos:
k ∙ (𝑇𝑠𝑢𝑝𝑒 − 𝑇𝑠𝑢𝑝𝑖 )
= ℎ ∙ (𝑇∞ − 𝑇𝑠𝑢𝑝𝑒 ) + 𝜎 ∙ 𝜀 ∙ (𝑇∞4 − 𝑇𝑠𝑢𝑝
4
) + 𝛼 ∙ 𝐼𝑠𝑜𝑙
Δx 𝑒
De acordo com as contas, podemos perceber que a condutividade térmica da parede não é alta,
o que implica que, caso haja necessidade de um isolamento ainda melhor, pode-se utilizar
outros materiais com fins isolantes, como um revestimento em madeira, fibra de vidro, dentre
outros.
2-39
Considere uma panela de alumínio usada para cozinhar um ensopado no fogão elétrico. A seção
inferior da panela tem espessura L 0,25 cm e diâmetro D 18 cm. Uma boca do fogão consome
900 W de potência durante seu uso, e 90% do calor gerado é transferido uniformemente para a
panela. Durante a operação permanente, a temperatura da superfície interna da panela é de
108 °C. Assumindo a transferência de calor unidimensional e condutividade térmica dependente
da temperatura, expresse a formulação matemática (equação diferencial e condições de
contorno) desse problema de condução de calor durante a operação permanente. Não resolva
os cálculos.
Hipóteses dadas:
-Regime permanente – Consideramos que as propriedades não
variam no tempo a fim de facilitar os cálculos.
Hipóteses extras:
-Geometria da panela constante ao longo de si – Consideramos que a geometria (altura,
largura e espessura) não varia ao longo do corpo sólido. Com isto, podemos dizer que as
superfícies são planas, o que implica que não há irregularidades superficiais. No mundo real, isto
não é possível, mas para os cálculos é plausível fazer tais aproximações a fim de facilitá-los.
Dados:
-Espessura: 𝐿 = 0,25𝑐𝑚 = 0,0025𝑚 -𝜂 = 0,9
-Diâmetro: ∅ = 18𝑐𝑚 = 0,18𝑚 -𝑇𝑠𝑢𝑝𝑖 = 108°𝐶 = 381 𝐾
-𝑃 = 900𝑊
Formulação Matemática: Equação diferencial e condições de contorno.
Temos que a equação geral de condução de calor é representada da seguinte forma diferencial:
∂T 𝜕 𝜕𝑇 𝜕 𝜕𝑇 𝜕 𝜕𝑇
𝜌 ∙ 𝑐𝑝 ∙ = (𝑘 ∙ ) + (𝑘 ∙ ) + (𝑘 ∙ ) + 𝑒̇𝑔𝑒𝑟
∂t 𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑧
∂T
Nesta equação, 𝜌 é a densidade do corpo, 𝑐𝑝 é o calor específico, ∂t
é o gradiente de
∂T
temperatura em relação ao tempo, ∂x
é o gradiente de temperatura ao longo da direção “𝑥”,
valendo o mesmo para “𝑦” e “𝑧”, enquanto o 𝑒̇𝑔𝑒𝑟 é a taxa de geração de calor por unidade
volume.
Como supusemos, está em regime permanente, a panela é unidimensional, tem suas dimensões
fixas, não gera calor e sabemos que a condutividade térmica varia de acordo com a temperatura.
∂T ∂T ∂T
∴ = = = 𝑒̇𝑔𝑒𝑟 = 0
∂t ∂y ∂z
𝜕 𝜕𝑇
∴ (𝑘 ∙ ) = 0
𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝜋 ∙ ∅2 𝜋 ∙ 0,182
𝐴𝑠 = =
4 4
∴ 𝐴𝑠 = 2,5447 ∙ 10−2 𝑚²
Calculando, por fim, o 𝑞̇ 0 , teremos:
𝜂∙𝑃 0,9 ∙ 900
𝑞̇ 0 = =
𝐴𝑠 2,5447 ∙ 10−2
∴ 𝑞̇ 0 = 31810,864 𝑊/𝑚²
𝑇(𝐿) = 108°𝐶
Note que 𝑘 = 𝑘(𝑇) é uma função não constante e desconhecida e, portanto, não é possível
𝜕𝑇
calcular 𝜕𝑥
e, consequentemente, nem o valor de 𝑞̇ 𝐿 , o que o desqualifica como condição de
contorno.
3-13
Uma casa possui uma parede composta com camadas de madeira, isolamento à base de fibra
de vidro e placa de gesso, como indicado no esboço. Em um dia frio de inverno, os coeficientes
de transferência de calor por convecção são ℎ𝑒 = 60𝑊/(𝑚2 . 𝐾) e ℎ𝑖 = 30 𝑊/(𝑚2 . 𝐾). A área
total da superfície da parede é de 𝐴𝑠 = 350𝑚2 .
Dados da questão:
-𝑇𝑖 = 20°𝐶 -𝐿𝑚 = ∆𝑥𝑚 = 20𝑚𝑚 = 0,02𝑚
-𝑇𝑒 = −15°𝐶 -𝜌𝑓𝑣 = 28 𝑘𝑔/𝑚³
-ℎ𝑖 = 30 𝑊/(𝑚2 . 𝐾) -𝑘𝑓𝑣 = 0,038 𝑊/𝑚². 𝐾*
-ℎ𝑒 = 60 𝑊/(𝑚2 . 𝐾) -𝑘𝑔 = 0,17 𝑊/𝑚². 𝐾*
-𝐿𝑔 = ∆𝑥𝑔 = 10𝑚𝑚 = 0,01𝑚 -𝑘𝑚 = 0,12 𝑊/𝑚². 𝐾*
-𝐿𝑓𝑣 = ∆𝑥𝑓𝑣 = 100𝑚𝑚 = 0,1𝑚 -𝐴𝑠 = 350𝑚²
Obs: Tome os dados com índices “𝑖” como os dados do ambiente interno, com índices “𝑒” como
os dados do ambiente externo, com índices “𝑔” os dados da placa de gesso, com índices “𝑓𝑣” os
dados da manta de fibra de vidro, com índices “𝑚” os dados da madeira e com índices “s” os
dados das superfícies em contato com outra superfície ou ambiente.
Utilizamos estes índices por não dar para entender claramente o que está na figura.
Hipóteses gerais:
-Regime permanente – Consideramos que as propriedades não variam no tempo a fim
de facilitar os cálculos.
a)
Para o cálculo da resistência equivalente de convecção, temos que, assim como na elétrica,
podemos associar as duas resistências convectivas como uma série de resistores de 𝑛 = 2,
definida da seguinte forma:
𝑛
1
𝑅𝑒𝑞𝑐𝑜𝑛𝑣 = ∑
ℎ𝑖 ∙ 𝐴
𝑖=1
Analogamente, podemos associar as três camadas de material como uma série de resistores de
𝑛 = 3, definida da seguinte forma:
𝑛
Δ𝑥𝑖
𝑅𝑒𝑞𝑐𝑜𝑛𝑑 = ∑
𝑘𝑖 ∙ 𝐴
𝑖=1
b)
Utilizando a equação geral de transferência de calor com analogia à elétrica, temos que:
ΔT
𝑄̇𝑇 = −
𝑅𝑒𝑞
c)
Utilizaremos os mesmos dados da questão, alterando apenas o ℎ𝑒 para um valor cinco vezes
maior, e observaremos os resultados finais em comparação percentual aumentada em relação
ao resultado obtido na letra “b”. Portanto, utilizaremos as mesmas equações da 𝑅𝑒𝑞 obtidas no
item “a”.
𝑄̇𝑇2 4233,19
= = 1,004597
𝑄̇𝑇 4213,82
Nota-se, por fim, que o aumento percentual foi muito pequeno considerando a ventania, que
foi cerca de 0,4597%. Isto era algo esperado, já que os materiais utilizados para separar os
ambientes interno e externo são materiais com a característica de serem péssimos condutores
de calor e, portanto, ótimos isolantes, em três camadas com uma boa espessura. Portanto, a
ventania exterior não é capaz de fazer com que mais calor seja retirado do ambiente em
questão, uma vez que o ambiente interno é muito bem isolado do ambiente externo.
d)
Podemos entender a resistência dominante como aquela resistência que mais influencia sobre
a passagem de calor, que seria a responsável por impedir mais o calor de passar. Esta resistência,
podemos afirmar sem dúvida, é a que a fibra de vidro confere à parede. Isto se dá por ela ter
um coeficiente de condutividade (influencia no denominador da resistência) muito pequeno e
uma grande espessura (influencia no numerador da resistência).
1 1 Δ𝑥𝑔 Δ𝑥𝑚 1
𝑅𝑒𝑞3 = ∙( + + + )
𝐴𝑠 ℎ𝑖 𝑘𝑔 𝑘𝑚 ℎ𝑒
1 1 0,01 0,02 1
𝑅𝑒𝑞3 = ∙( + + + )
350 30 0,17 0,12 300
Por outro lado, se deixássemos apenas a fibra de vidro, teríamos a seguinte resistência:
1 Δ𝑥𝑓𝑣
𝑅𝑓𝑣 = ∙( )
𝐴𝑠 𝑘𝑓𝑣
1 0,1
𝑅𝑓𝑣 = ∙( )
350 0,038
∴ 𝑅𝑓𝑣 = 7,519 ∙ 10−3
Note que a fibra de vidro por si só é mais de dez vezes mais resistente à quantidade de calor que
atravessa a parede que os demais materiais juntos, ainda considerando a convecção. Desta
forma, podemos concluir dizendo que a fibra de vidro é a resistência dominante sobre a parede
de isolamento.