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FÍSICA GERAL E EXPERIMENTAL II – FIS 0244 AB

2a. Verificação – Prof. Catelli – 22 de novembro, 2010


Gabarito
1- (Questões gerais, 2 pontos) Dado um diagrama PV para um gás ideal, mostre num
diagrama pV: estado do gás, transformação e ciclo fechado.

p
a b

d c
V

Ponto a: estado. bc: Transformação. abcda: ciclo fechado.

b) Dada uma transformação num diagrama pV, como se pode calcular o trabalho realizado
pelo gás ou sobre o gás? O que define o sinal (positivo ou negativo) desse trabalho? Onde está
o trabalho, num diagrama pV, se o ciclo é fechado? Em quais casos o trabalho é nulo?

Trabalho: área num diagrama pV. Se o volume aumenta, o trabalho é positivo. Num ciclo
fechado, o trabalho corresponde à área dentro do ciclo. Nas transformações bc e ca o trabalho
é nulo (transformações isovolumétricas).

c) Porque é impossível obter um rendimento de 100% para uma máquina operando em ciclo?

Porque a temperatura da fonte fria teria que tender a zero, ou a temperatura da fonte quente
T
tender a infinito: ε = 1 − c .
Th
d) É possível retirar calor de uma fonte fria e rejeitá-lo integralmente para uma fonte quente,
sem a realização de trabalho? Explique.

Não. Isso violaria a segunda lei da termodinâmica.

2- (Trabalho numa transformação isotérmica, 2 pontos) 1,5 mol de um gás ideal


monoatômico é levado de um volume de 3 m³ para 1,2 m³ mediante uma compressão
isotérmica a 27 °C. a- Qual o trabalho realizado? Não esqueça do sinal.
V
W = nRT ln 2 = -3426 J.
V1
b- Qual é a variação da energia interna durante o processo?
3
Zero: trata-se de uma transformação isotérmica, para a qual ∆Eint = nR∆T : não há variação
2
de temperatura.

c- Qual o calor envolvido no processo? O sistema recebe ou cede calor?


Pela primeira lei da termodinâmica, ∆Eint = Q – W. Então, Q = W = -3426 J.

3- (Máquinas térmicas, eficiência, 2 pontos). Na figura, a transformação ab sofrida por um


mol de um gás ideal monoatômico é adiabática. Ta vale 54 K e Tc, 336 K. O coeficiente
C
γ = p para um gás ideal monoatômico vale 1,66.
CV

P, kPa
b c

150 a
V, m³
0,001 0,003

a) Calcule pb e Tb.
b)
Como se trata de uma transformação adiabática,
1, 66
V 
pV
a a
1, 66
= pV
b b
1, 66
∴ pb = pa  a  = 9,3 × 105 Pa
 Vb 
pbVb
Tb = = 112 K.
nR

b) Calcule o calor envolvido nas transformações ab, bc e ca. Não esqueça dos sinais.
ab: Como a transformação é adiabática Qab = zero.
bc: Comecemos calculando a variação da energia interna para a transformação bc. Usando
3
∆Eint = nR∆T , chegamos a + 2792 J. Calcule agora o trabalho na transformação bc, o qual é
2
positivo (o volume aumenta) e é igual à área sob a transformação ab, que dá 9,3 × 105 ×
(0,003 – 0,001) J = 1860 J. Finalmente, usando a primeira lei da termodinâmica, ∆Eint = Q –
W, chegamos a Qbc = 4652 J.
ca: o procedimento é o mesmo. A variação da energia interna é igual a – 3515 J. O trabalho é
zero. Então, Qca = - 3515 J.

c) Calcule o trabalho realizado num ciclo.


Use novamente a primeira lei:

∆Eint = Q – W = zero (é um ciclo fechado); então Qciclo = Wciclo = + 4652 J – 3515 J = 1137 J.

d) Calcule o rendimento dessa máquina.


O rendimento é o trabalho no ciclo (+ 1137 J) dividido pelo calor que o sistema recebe (Qbc =
+ 4652 J ), o que dá um rendimento de 0,24 ou 24%.

4- (Entropia num ciclo de Carnot, 2 pontos). a) Qual a variação da entropia S do fluido de


trabalho na transformação AB do ciclo de Carnot representado na figura abaixo? AB e CD
são isotermas, e BC e DA, adiabáticas. TAB = 400 K e TBC, 300 K. O calor retirado da fonte
quente na transformação AB é de 100 J e o rejeitado na transformação CD, - 75 J. Trata-se de
uma transformação quase estática, sem atritos ou perdas, ou seja, ideal.

A
P

D
C

Na transformação AB o calor QH é aquele retirado da fonte quente, ou seja, 100 J. Assim, ∆S


= 100 J / 400 K = + 0,25 J/K. Note que o calor é positivo.

b- Qual a variação da entropia S do fluido de trabalho na transformação BC ?

Zero. A transferência de calor numa transformação adiabática é zero.

c- Qual a variação da entropia S do fluido de trabalho na transformação CD ?

Na transformação CD o calor Qc é aquele cedido à fonte fria, ou seja, 75 J. Então, ∆S = -75 J /


(300 K) = - 0,25 J/K. Note que o calor cedido à fonte fria é negativo.

d- Qual a variação da entropia S do fluido de trabalho na transformação DA ?

Zero. A transferência de calor numa transformação adiabática é zero.

e- Qual a variação total na entropia?

Zero. Como se trata de um ciclo ideal, quase estático, não há variação de entropia.
(Experimente somar os resultados de a, b, c e d!)

5- (Refrigerador, 2 pontos) Para fazer gelo, um refrigerador (que funciona como o inverso de
uma máquina de Carnot) extrai 42 kJ sob a forma de calor a – 15°C durante cada ciclo, com
coeficiente de desempenho de 5,7. A temperatura ambiente é de 30, 3 °C.
a) Quanto trabalho por ciclo é necessário para fazer funcionar o refrigerador?

Coeficiente de desempenho: (calor retirado da fonte fria) / (trabalho)


5,7 = 42 kJ / trabalho → trabalho = 7,4 kJ.

b) Quanta energia por ciclo é fornecida sob forma de calor para o ambiente?

A energia que vai para o ambiente é a soma do calor retirado da fonte fria (42 kJ) com o
trabalho (7,4 kJ), o que dá 49 kJ.

Dicas e fórmulas:

V2
W = ∫ pdV , numa transformação isotérmica: W = nRT ln
V1
3
Variação da energia interna num gás ideal monoatômico: ∆Eint = nR∆T
2
Primeira lei da termodinâmica: ∆Eint = Q – W

Transformação adiabática: paV γ = pbVbγ


pV = nRT; R 8,31 J/(mol×K)
Qc
Rendimento de uma máquina de Carnot: Trabalho / calor retirado da fonte quente, ou ε = 1− ; em termos
Qh
Tc
das temperaturas, ε = 1− .
Th

Qa Máquina térmica. Se for


um refrigerador, as setas
W são invertidas. Em
ambos os casos, Qa = W
+ Qb
Qb

dQ
∆S = ∫ T
; se a temperatura não varia, ∆S = Q/T

Coeficiente de desempenho: (calor retirado da fonte fria) / (trabalho)

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