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Sistemas de Múltiplos

Estágios de Pressão
LEONARDO DE QUEIROZ MOREIRA
email: lqmoreira@ufg.br
Compressão de Múltiplos estágios de
pressão
Um grande parcela das instalações industriais operam com uma diferença
de temperaturas de evaporação e condensação da ordem de 50 a 80ºC;
Em Goiânia a assim
Para congelar carnes à T ≈-18ºC então TC≈-25ºC.

◦ Uma solução possível de ser utilizada em refrigeração é a compressão em


estágios múltiplos de pressão;
Sistemas multipressão
O sistema multipressão é um sistema de refrigeração, por compressão de
vapor, que possui dois ou mais níveis de baixa pressão.

Baixa pressão é aquela reinante entre o dispositivo de expansão e da


sucção do compressor.
Sistemas
multipressão
◦ Ciclo de refrigeração em
dois estágios e com Inter
resfriamento por trocador
de calor de contato
direto, com câmara de
separação.
Reduz a potência requerida pelo compressor, para
Vantagens do uma mesma capacidade de refrigeração;
sistema
A redução da vazão de refrigerante que circula
multipressão pelo evaporador;
◦ Redução das dimensões das linhas de líquido;

Dada uma pressão de evaporação, os sistemas


multipressão requerem menor capacidade
(deslocamento volumétrico) do compressor;
Reduz a diferença de pressão em que trabalha os
estágios do compressor, reduzindo-se assim o
desgaste nas superfícies dos mancais.
Quando utilizar?
◦ A decisão deve ser baseada em uma
análise econômica.
◦ A redução na potência consumida deve
compensar o custo dos equipamentos
Sistema multipressão adicionais.
◦ O refrigerante usado, tipo de
compressor e a capacidade frigorífica
do sistema influenciam na decisão.
Vantagens do uso de resfriamento
intermediário
O resfriamento intermediário
reduz a temperatura do
refrigerante na descarga do
compressor no estágio de alta
pressão;
◦ Temperaturas elevadas podem
causar carbonização do óleo,
formação de goma nas válvulas
de admissão e descarga do
compressor.
É o processo de formação de vapor
Flash por redução de pressão (expansão);
Separador de
líquido ou
Remoção do gás
de Flash
◦ Um processo inicia no
estado 1 (LS a pressão
de condensação P1) é
expandido até pressão
de evaporação P2 no
estado 2;
Estado 2 (LS+VS);
Separador de líquido ou Remoção do gás
de Flash
◦ Estado 2 ();
◦ VS não possui efeito frigorífico;
◦ É vantajoso diminuir a quantidade de VS que chega ao evaporador.
Separador de líquido ou Remoção do gás
de Flash
Suponha que o processo de expansão seja interrompida numa pressão
intermediária (P3);
◦ Estado 3 é uma mistura base em mássica dos Estado 4 (LS) + Estado 6 (VS)
Separador de líquido ou Remoção do gás
de Flash
Depois o processo de expansão 3-2 continuará até P 2;
Processo 3-2 pode ser considerado uma combinação dos processos 4-5 e
6-7;
Separador de líquido ou Remoção do gás
de Flash
A parcela de vapor 7;
◦ Não possui efeito de refrigeração;
◦ Exige trabalho para comprimi-lo até a pressão de condensação;
Separador de líquido ou Remoção do gás
de Flash
É desejável eliminar que esta parcela de vapor chegue ao evaporador;
Separador de
líquido ou
Remoção do gás
de Flash
◦ Para isto LS é expandido
de 1 até 3;
LS(4) é separado do VS (6)
o qual é comprimido;
Separador de líquido ou Remoção do gás
de Flash
◦ Evitando o estrangulamento VS no processo 6-7;
◦ Eliminando a formação de vapor do estado 7;
Separador de líquido ou Remoção do gás
de Flash
◦ LS(4) é expandido até 5;
◦ Expandir 4 ->5 é vantajoso, pois de 5 para 2 há um aumento do efeito
frigorífico quando comparada com uma única expansão (1-2);
Exemplo
Uma instalação frigorífica opera com R22 a Te=-30ºC e Tc = 35ºC;
Capacidade frigorífica é 150kW; Opera segundo processos ideais;
Determine:
◦ Potência de compressão em um único estágio;
◦ Vazão Volumétrica de aspiração do compressor em um único estágio;
◦ Reconsidere o ciclo com um tanque de flash
◦ Taque de flash opera 498kpa e T = 0ºC;
◦ Determine a potência total de compressão;
◦ Determine a vazão volumétrica de aspiração do compressor principal;
Dados
Solução
A) Capacidade Frigorífica;
˙ =𝑚
𝑄 ˙ 𝑓 ( h𝑎 − h 𝑑 )
0

˙ 𝑓 ( 237 ,7 𝑘𝑗/𝑘𝑔 −87 ,7 𝑘𝑗/𝑘𝑔 )


150 𝑘𝑊 =𝑚
𝑘𝑔
˙ 𝑓 =1 , 00
𝑚
𝑠

h𝑎=237,7𝑘𝑗 /𝑘𝑔
˙ 𝑐 =𝑚
𝑊 ˙ 𝑓 ( h𝑏 −h 𝑎)
˙ 𝑐 =1 , 00 𝑘𝑔 ( 292 , 0 𝑘𝑗 / 𝑘𝑔 − 237 , 7 𝑘𝑗 / 𝑘𝑔 ) =54 , 3 𝑘𝑊
𝑊
𝑠
Solução
B) Vazão volumétrica em um único estágio;
𝑣=
˙ 𝑚˙ 𝑣𝑎
𝑘𝑔 𝑚3 𝑚3
𝑣=1,00
˙ ⋅135,8 =135,8
𝑠 𝑘𝑔 𝑠
Dados
Solução
C) Ciclo com tanque de gás de flash
Solução
Vazão no compressor auxiliar;
Aplicando balanço de massa no tanque de flash:

Aplicando balanço de energia no tanque de flash:


Solução
A potência de compressão principal é:

A potência de compressão gás de flash é:


Solução
Vazão volumétrica do compressor principal
Solução
Comparação

2 estágios com
1 estágio
Tanque de flash

Wc=54,9kW Wt=47,8kW
Remoção do gás de Flash
Vantagens:
• Redução da potência de compressão;
• Redução da capacidade do compressor principal;
• Linhas de distribuição com dimensões reduzidas;

Desvantagens:
• Custo inicial;
• Tanque de flash, válvula boia e compressor auxiliar;
• Custos adicionais de isolamento térmico;
Resfriamento
intermediário em
Compressão de
duplo estágio
Um processo bastante adotado
em instalações que utilizam
compressor de duplo estágio é o
resfriamento a uma pressão
intermediária;
◦ Reduz o superaquecimento
do gás que deixa o
compressor de baixa pressão;
Processo reversível em regime
permanente para escoamentos simples
Escoamento simples:
◦ Sem derivação ou reunião de fluxos;
◦ Volume de controle com um único fluxo de entrada e uma única saída.
𝑑 𝑚𝑉𝐶
=∑ 𝑚
˙ 𝑒−∑ 𝑚
˙ 𝑠 =0 ∴ 𝑚
˙ 𝑒 =𝑚
˙ 𝑠 =𝑚
˙
𝑑𝑡

Objetivo:
◦ A equação resultante dessas simplificações é muito útil para compreender as
variáveis desse processo.
Processo
reversível em Primeira lei da Termodinâmica, na forma específica:
regime
permanente Segunda lei da Termodinâmica, na forma específica:
para
escoamentos
simples
Processo Segunda lei da Termodinâmica na forma diferencial:
reversível em
regime
permanente
para Lembrando das equações de Gibbs:
escoamentos
simples
Processo Substituindo a equação de Gibbs na expressão
reversível em diferencial da segunda lei:
regime
permanente Integrando a equação acima:
para
escoamentos
simples
Processo
reversível em
regime Substituindo na primeira lei:
permanente
para
escoamentos
simples
Compressão com Inter-resfriamento
Consideremos inicialmente o trabalho
fornecido a compressores em regime
permanente, reversível, sem variações de
energia cinética e potencial.
Compressão com Inter-resfriamento
O diagrama p–υ mostra dois
possíveis caminhos para a
compressão de um estado 1 até
uma pressão final .
Compressão
com Inter-
resfriamento
O caminho 1–2′ é
compressão adiabática.
O caminho 1–2
corresponde a uma
compressão com
transferência de calor do
fluido de trabalho para as
vizinhanças.
Compressão
com Inter-
resfriamento
Compressão com Inter-resfriamento
A área à esquerda de cada curva é
igual à magnitude do trabalho por
unidade de massa.
Embora resfriar um gás à medida
que ele é comprimido reduza o
Compressão com trabalho, na prática é difícil obter
Inter-resfriamento uma taxa de transferência de calor
grande o suficiente para efetuar uma
redução significativa do trabalho.
Na prática separa-se as interações de calor e
Compressão trabalho em processos distintos, permitindo que a
com Inter- compressão ocorra em estágios com trocadores
resfriamento de calor, chamados Inter resfriadores, que
resfriam o gás entre os estágios.
Compressão com Inter-resfriamento
Compressor de dois estágios com inter-resfriamento. Os diagramas p–υ e
T–s que acompanham a figura mostram os estados de processos
internamente reversível.
Compressão com Inter-resfriamento
O Processo 1–c representa uma compressão isentrópica do estado 1 para
o estado c, no qual a pressão é .
Compressão com Inter-resfriamento
No Processo c–d o gás é resfriado a pressão constante da temperatura
para .
Compressão com Inter-resfriamento
O Processo d–2 é uma compressão isentrópica até o estado 2.
Compressão com Inter-resfriamento
O trabalho fornecido por unidade de vazão mássica é representado no
diagrama p–v pela área 1–c–d–2–a–b–1. 𝑠
𝑤=−∫ 𝑣𝑑𝑃
𝑒
Compressão com Inter-resfriamento
Sem o inter-resfriamento, o gás seria comprimido isentropicamente em
um único estágio do estado 1 para o estado 2′ e o trabalho seria
representado pela área 1–2′–a–b–1. 𝑠
𝑤=−∫ 𝑣𝑑𝑃
𝑒
Compressão com Inter-resfriamento
A área hachurada no diagrama p–v representa a redução do trabalho que
seria obtida com o inter-resfriamento. 𝑠
𝑤=−∫ 𝑣𝑑𝑃
𝑒
Resfriamento intermediário em
Compressão de duplo estágio
Resfriador intermediário pode operar em temperaturas muito baixas
inviabilizando o uso de trocadores de calor convencional;
◦ Trocador de calor pode não operar de forma adequada;
◦ Solução alternativa:
Exercício 3.2
Uma instalação Frigorífica de amônia produz 210 kW de refrigeração
operando em temperaturas de evaporação e condensação iguais a -24 e
30 º C. Qual deve ser o potência de compressão para as seguintes
condições:
◦ O sistema opera segundo o ciclo padrão de compressão a vapor?
◦ O sistema opera segundo um ciclo com um tanque de resfriamento
intermediário à pressão de 430 kPa?
Exercício 3.2
Compressão de duplo estágio e uma
única temperatura de evaporação
São sistemas de duplo estágio que incorporam o resfriador intermediário e
o separador do gás de flash num só vaso.
Compressão de duplo estágio e dois
níveis de temperatura de evaporação
Há certas aplicações que exigem uma operação da câmara frigorífica em
dois níveis distintos de temperatura.
Exemplo:
◦ Entreposto de alimentos:
◦ Manter congelados a -20ºC;
◦ Verduras e hortaliças 2ºC;
A B
Compressão de duplo estágio e dois
níveis de temperatura de evaporação
◦ Arranjo A: temperaturas dos evaporadores operam no nível mais baixo de
temperatura;
◦ Pressões dos evaporadores iguais;
◦ Danos ao produto refrigerado;

A B
Compressão de duplo estágio e dois
níveis de temperatura de evaporação
◦ Arranjo B: temperaturas dos evaporadores estão dois nível distintos;
◦ Estrangulamento adicional (VRP);
◦ Desvantagem em termos de potência de compressão;

A B
Compressão de duplo estágio e dois
níveis de temperatura de evaporação
Esquema bastante utilizado quando necessita de dois níveis de
temperatura de evaporação.
Exemplo 3.4
Um entreposto de alimentos opera com uma
instalação frigorífica de R-22 que serve uma
câmara de congelados de 300 kW de
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capacidade frigorífica, cujo evaporador opera
a uma temperatura de evaporação de -28ºC,
e uma câmara de verduras 220 kW à
temperatura de evaporação de -2ºC. A
temperatura de condensação do ciclo é de
30ºC. Quais devem ser as vazões de
refrigerante deslocadas em cada compressor?
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Exemplo 3.4
Ciclos de compressão de vapor
multipressão
O ciclo é típico quando utilizam como refrigerante a amônia.

Um separador-resfriador de líquido, que sub-resfria o refrigerante antes


de este chegar à válvula de expansão.
Ciclos de compressão de vapor
multipressão
Esquema de um sistema multipressão com separador-resfriador de líquido
e trocador de calor economizador;

6”
Ciclos de compressão de vapor
multipressão
Esquema de um sistema multipressão e o ciclo termodinâmico num
diagrama P x h para R-22

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Balanço de energia para o sistema
multipressão
Balanço de energia e verificar os demais parâmetros do sistema de refrigeração
multipressão que temos:
2 estágios de compressão;
1 evaporador operando na pressão intermediária (evaporador de alta);
1 evaporador operando na pressão de baixa (evaporador de baixa).
O ciclo opera no ciclo ideal:
◦ Compressor => sucção VS.
◦ Condensador na saída LS.
◦ Evaporador na saída VS.
Balanço de
energia para o
sistema
multipressão
Balanço de massa e energia
para o separador de líquido
de baixa
Hipótese:
◦ Regime Permanente
Balanço de massa e energia para o
separador de líquido de baixa
Aplicando a conservação de massa no volume de
controle:

1 Lei da Termodinâmica no volume de controle


resultará em:
Balanço de massa e energia para o
separador de líquido de baixa
Considerando-se o evaporador de baixa pressão o balanço de energia:

𝑄˙ 0𝑏 =𝑚˙ 8 ( h 8𝑠 −h 8𝑒 )
𝑚
˙ 1=𝑚
˙ 8
( h𝑠 8 − h𝑒 8
h1 − h8 )
𝑄˙ 0𝑏
˙ 1=
𝑚
h1 −h 8

Assim não há necessidade de definir previamente o estado do refrigerante no


evaporador de baixa.
Balanço de massa e
energia para o separador
de líquido de alta
Balanço de massa e energia para o
separador de líquido de alta
Balanço de massa
𝑚˙ 3 +𝑚
˙ 7 ′ +𝑚
˙ 1=𝑚˙ 3+ 𝑚˙ 7 ′ + 𝑚˙ 7
𝑚˙ 1=𝑚˙ 7
1ª Lei da termodinâmica
𝑚˙ 3 h6 + 𝑚˙ 7 ′ h7 𝑠 + 𝑚˙ 1 h2=𝑚˙ 7′ h 7𝑒+ 𝑚˙ 7 h7 + 𝑚˙ 3 h3
h7 =h7 𝑒=h 8
Como: 𝑚 ˙ 7 ′ ( h7 𝑠 − h7 𝑒 )Volume de controle no separador de
˙ 1 (h2 − h8 )+ 𝑚
𝑚
˙ 3=
h 3 − h6 líquido de alta pressão
Balanço de massa e energia para o
separador de líquido de alta
Balanço de energia no evaporador de alta resulta:

𝑄˙ 0𝑎 =𝑚˙ 7′ ( h7𝑠 −h7𝑒 )


𝑄˙ 0𝑎
𝑚˙ 7′ =
( h7 𝑠 −h 7 𝑒 )
𝑚˙ 1 (h2 − h8 )+ 𝑚˙ 7′ ( h7𝑠 − h7𝑒 ) 𝑚˙ 1 (h2 −h 8)+ 𝑄˙ 0𝑎
𝑚˙ 3 = =
h 3 − h6 h 3 − h6
Balanço de energia para os compressores
A potência que cada um dos compressores do sistema frigorífico em
análise consome é:

𝑤˙ 𝑐𝑏=𝑚˙ 1 ( h 2 − h1 )
𝑤˙ 𝑐𝑎 =𝑚˙ 3 ( h 4 −h 3 )

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