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OPII bitubular projeto kern

Operações Unitárias (Universidade Estadual de Campinas)

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Universidade Federal de Itajubá EQI019 – Operações Unitárias II

Universidade Federal de Itajubá


Instituto de Recursos Naturais
Cursos de graduação em Engenharia Química e Engenharia de Bioprocessos

EQI019 – Operações Unitárias II

Documentação

EXEMPLO DE CÁLCULO E AVALIAÇÃO DE UM


TROCADOR DE CALOR BITUBULAR PELO MÉTODO DE
KERN

Prof. Hugo Perazzini

Material didático de uso exclusivo da disciplina EQI019 – Operações Unitárias II da UNIFEI.


É proibido disponibilizar este material na internet e em meios eletrônicos!

Método Kern para trocador bitubular Prof. Hugo Perazzini 1

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CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Iremos apresentar os procedimentos de cálculo e avaliação de um trocado de calor bitubular segundo o


método proposto por Kern, apresentado na obra intitulada Process Heat Transfer, publicada pela
McGraw-Hill em 1950. A única versão em português, Processos de Transmissão de Calor, foi publicada
somente em 1980 pela editora Guanabara Dois. O problema que será discutido é baseado no exemplo
6.1, páginas 113 a 115, da edição americana de 1950. Visando uma “atualização” deste exemplo,
foram realizadas algumas adaptações, a saber:

 A conversão das unidades originais, do sistema inglês de unidades (lb m, °F, ft, BTU, hr, psi,
etc…) para o sistema internacional de unidades (SI);
 Em virtude dos arredondamentos nas conversões de unidades, foram realizados ajustes nos
valores de temperatura e vazão mássica das correntes para fechar o balanço de energia. No
entanto, tomou-se muito cuidado para que tais valores não se diferenciassem em demasia dos
valores originais;
 A utilização da correção em função das variações das viscosidades devido à condição de
temperatura de parede não-isotérmica (φ ≠ 1). Kern utiliza φ = 1;
 A adição da resistência à condução de calor na parede do tubo interno no cálculo do
coeficiente global de transferência de calor, supondo o trocador construído com tubos de aço
schedule 40 para a utilização da padronização Iron Pipe Size (IPS)/Nominal Pipe Size. Kern
despreza a resistência à condução de calor na parede do tubo;
 A utilização da mesma equação para o cálculo do diâmetro equivalente para queda de pressão
e para os números adimensionais. Kern utiliza equações diferentes para cada caso (ver página
105 da publicação de 1950);
 A utilização de correlações para o cálculo dos coeficientes de transferência de calor. Kern
(1950) utiliza o método gráfico para a estimativa do parâmetro jh e correlaciona-o com Nu, e
 A utilização de equações de cálculo de queda de pressão adaptadas para o uso no SI.

Exemplos envolvendo troca térmica entre fluidos de processo orgânicos também podem ser
encontrados em outras obras, como por exemplo:

 SERTH, R. W.; LESTINA, T. G. Process Heat Transfer. 2. ed. Oxford: Academic Press, 2014.

O PROBLEMA

É desejado aquecer 1,24 kg/s de benzeno de 26,85°C (300K) para 48,89°C (322,04K) utilizando
tolueno quente que é resfriado de 70,85°C (344K) para 37,85°C (311K). Um fator de incrustação de
aproximadamente 1,7612×10−4 m²∙°C/W deve ser considerado para cada corrente e a queda de
pressão máxima permitida deverá ser de 100kPa. Um trocador de calor bitubular com um determinado
número de grampos de 20 ft de comprimento, construído com tubos de aço de tamanho nominal
2 in × 1¼ in IPS, schedule 40, estão disponíveis para este serviço. Determine quantos grampos serão
requeridos para o trocador de calor operar adequadamente dentro das condições de processo
estipuladas.

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A SOLUÇÃO

1. Determinação das propriedades físicas das correntes

A determinação das propriedades físicas dos fluidos que escoam no trocador de calor é muito
importante, pois é a partir delas que conseguimos fechar o balanço de energia e calcular os
números adimensionais, por exemplo. Freqüentemente essas propriedades não são
conhecidas, cabendo ao engenheiro o dever de consultá-las em fontes específicas. O Perry’s
Chemical Engineering Handbook, bem como os apêndices dos livros relacionados à
transferência de calor de processos, constam tabelas e gráficos para a determinação das
propriedades dos fluidos. É bem aceita pela literatura a determinação das propriedades físicas
dos fluidos avaliadas na temperatura média de cada corrente (entrada e saída). As
temperaturas médias do tolueno (fluido quente) e do benzeno (fluido frio) são iguais a 54,35°C
(327,5 K) e 37,87°C (311,02 K), respectivamente.

a) Determinação do calor específico

O calor específico é determinado com o auxílio da Fig. 2 do apêndice do Kern, utilizada


juntamente com as especificações dos fluidos por números. Com base nas temperaturas
médias, obtemos para ambas as correntes:

Fluido quente (tolueno): para Tm ≈ 130°F e NO. = 23 (tolueno) → cpq ≈ 0,44 cal/g°C

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Fluido frio (benzeno): para Tm ≈ 100°F e NO. = 23 (benzeno) → cpf ≈ 0,425 cal/g°C

b) Determinação da condutividade térmica

A condutividade térmica dos fluidos é determinada pela Tabela 4 do apêndice do Kern.


Note que os valores tabelados de condutividade térmica são específicos apenas para um
único valor de temperatura. Os valores tabelados de temperatura representam a
temperatura limite na qual os dados de condutividade térmica possam ser utilizados com
segurança.

Fluido quente (tolueno) → kfq = 0,086 BTU/hr∙ft∙°F ≈ 0,15 W/m∙K


Fluido frio (benzeno) → kff = 0,092 BTU/hr∙ft∙°F ≈ 0,16 W/m∙K

Note que as temperaturas dos fluidos excedem a temperatura limite (86°F) na qual os
dados de condutividade térmica foram determinados. Dessa forma, entende-se que os
valores que utilizaremos nos cálculos serão apenas valores aproximados.

c) Determinação da massa específica

A massa específica dos fluidos é determinada com base na definição de gravidade


específica (s), ou densidade relativa (d). O princípio é a determinação da massa específica
do fluido desejado a partir da sua relação com a massa específica da água na mesma

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temperatura (Kern utiliza nos cálculos um valor padrão de massa específica da água
igual 62,5 lbm/ft3, o qual no SI é aproximadamente 1001,12 kg/m3). Esse critério é muito
utilizado na literatura de trocadores de calor, uma vez que foram equipamentos
concebidos, principalmente, com foco nas indústrias de óleos e fluidos pesados (indústria
petroquímica, de polímeros, de fluidos orgânicos, etc…), as quais utilizam essa
abordagem.

A Tabela 6 do apêndice do Kern traz os dados de gravidade específica, juntamente com


dados de pesos moleculares de uma série de fluidos para uma temperatura de
aproximadamente 68°F. Segundo essa tabela, obtemos para o tolueno uma gravidade
específica (s) de 0,87 e para o benzeno uma gravidade específica (s) de 0,88. Com base
no valor padrão de massa específica da água considerado por Kern (ρ ≈ 1001,12 kg/m3):

Fluido quente (tolueno) → ρq ≈ 870,97 kg/m3


Fluido frio (benzeno) → ρf ≈ 880,98 kg/m3

d) Determinação da viscosidade

A viscosidade é determinada com o auxílio da Fig. 14 do apêndice do Kern, utilizada


juntamente com a tabela das coordenadas X e Y de líquidos. Com base nas temperaturas
médias, obtemos para ambas as correntes:

Fluido quente (tolueno): para X = 13,7 e Y = 10,4 → μq ≈ 0,41 cp

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Fluido frio (benzeno): para X = 12,5 e Y = 10,9 → μf ≈ 0,50 cp

2. Especificação do problema (balanço de energia)

O segundo passo da solução do problema é a realização do balanço de energia, sendo


necessários os valores de calor específico determinados na primeira etapa. Como foram
fornecidos todos os dados para o benzeno, escreveremos o balanço de energia para o fluido
frio na forma:

𝑘𝑔 𝐽
𝑄 = 𝑚𝑓 𝑐𝑝𝑓 𝑡2 − 𝑡1 = 1,24 1779,1 48,89 − 26,85 °𝐶
𝑠 𝑘𝑔 ∙ °𝐶

𝑄 = 48622,1 𝑊

Rearranjando a equação balanço de energia para o fluido quente, a vazão mássica pode ser
calculada a fim de ser utilizada nos cálculos da área de escoamento:

𝑄 48622,1 𝑊
𝑚𝑞 = =
𝑐𝑝𝑞 𝑇1 − 𝑇2 𝐽
1841,84 70,85 − 37,85 °𝐶
𝑘𝑔 ∙ °𝐶

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𝑚𝑞 = 0,80 𝑘𝑔/𝑠

3. Média logarítmica de diferença de temperatura

A média logarítmica de diferença de temperatura (MLDT) é importante de ser calculada devido


ao seu uso na equação básica de projeto.

Como não foi fornecida a configuração de escoamento do trocador de calor, iremos utilizar um
trocador com escoamento contracorrente, uma vez que essa configuração irá fornecer a maior
diferença média de temperatura e, consequentemente, uma menor área de troca térmica.
Assim:

∆𝑇1 − ∆𝑇2 𝑇1 − 𝑡2 − 𝑇2 − 𝑡1 70,85 − 48,89 °𝐶 − 37,85 − 26,85 °𝐶


∆𝑇𝑙𝑛 = = =
∆𝑇1 𝑇1 − 𝑡2 70,85 − 48,89
𝑙𝑛 𝑙𝑛 𝑙𝑛
∆𝑇2 𝑇2 − 𝑡1 37,85 − 26,85

∆𝑇𝑙𝑛 = 15,85°𝐶

4. Áreas de escoamento

A área de escoamento dos tubos é calculada para auxiliar na alocação dos fluidos no trocador
de calor (próximo passo) e nos cálculos do número de Reynolds e da queda de pressão. Para
os cálculos da área de escoamento, necessitamos conhecer as dimensões reais dos tubos
(basicamente os diâmetros). Para obter tais dimensões, consultaremos o apêndice do Kern,
Tabela 11 que padroniza as dimensões de tubos de aço (Nominal Pipe Size – IPS).

Para um trocador de calor bitubular construído com tubos de aço de tamanho nominal 2 × 1¼
in IPS schedule 40, a Tabela 11 fornece os seguintes resultados:

2 in → De = 2,067 in = 0,0525 m; 1,25 in → Do = 1,66 in = 0,04216 m e Di 1,38 in = 0,03505 m

Sendo que De é o diâmetro interno do tubo externo, Di o diâmetro interno do tubo interno e Do o
diâmetro externo do tubo interno. Assim, esquematicamente:

Tubo interno Tubo interno Tubo externo (ânulo)


Di = 0,03505 m Do = 0,04216 m De = 0,0525 m

As áreas de escoamento são calculadas separadamente da seguinte forma:

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𝜋 𝜋
Tubo interno → 𝑎𝑖 = 𝐷𝑖2 = 0,03505 2
𝑚 2
= 9,6486 × 10−4 𝑚2
4 4

𝜋 𝜋
Ânulo → 𝑎𝑜 = 4 𝐷𝑒2 − 𝐷𝑜2 = 4
0,0525 2
− 0,04216 2
𝑚 2
= 7,6874 × 10−4 𝑚2

5. Alocação dos fluidos

Os fluidos serão alocados no trocador de calor com base nos cálculos da área de escoamento
e nos valores das vazões. Uma regra geral bem aceita é: o fluido de maior vazão será
alocado no tubo de maior área de escoamento. Esse critério é utilizado para balancear a
queda de pressão no trocador de calor.

Como o tubo interno possui a maior área de escoamento, o fluido frio (benzeno) será alocado
neste tubo, visto que é o fluido que possui maior vazão mássica.

6. Regimes de escoamento

É sabido que os cálculos de trocadores de calor giram em torno, principalmente, dos cálculos
dos coeficientes de transferência de calor de cada corrente. Entretanto, existe na literatura
específica uma infinidade de correlações empíricas que podem ser utilizadas na determinação
destes coeficientes, sendo que o critério principal para a escolha da correlação adequada é
baseado no regime de escoamento do fluido.

Os regimes de escoamento podem ser conhecidos conforme o número de Reynolds. Assim,


separando os cálculos para tubo interno (subíndice i) e tubo externo (subíndice o):

Tubo interno → fluido frio (benzeno):

𝑘𝑔
4 1,24
4𝑚𝑖 𝑠
𝑅𝑒𝑖 = = = 90089,42
𝜋𝐷𝑖 𝜇𝑖 𝑘𝑔
𝜋 0,03505 𝑚 5 × 10−4 𝑚∙𝑠

Tubo externo → fluido quente (tolueno):

𝑘𝑔
𝐷𝑒𝑞 𝑚𝑜 𝐷𝑒 − 𝐷𝑜 𝑚𝑜 0,05250 − 0,04216 (𝑚) 0,8 𝑠
𝑅𝑒𝑜 = = = = 26245,19
𝑎𝑜 𝜇𝑜 𝑎𝑜 𝜇𝑜 𝑘𝑔
7,6874 × 10−4 𝑚2 4,1 × 10−4
𝑚∙𝑠

Para ambos os casos analisados, o regime de escoamento é o turbulento (Re > 1×104).

7. Coeficientes de transferência de calor

Essa é a principal etapa de projeto de um trocador de calor e tem que ser feita com muito
cuidado. Assim como no cálculo do número de Reynolds, iremos realizar a determinação dos
coeficientes separadamente para cada fluido. Uma vez que para ambos os fluidos o regime de
escoamento é o turbulento, utilizaremos a seguinte correlação proposta por Sinnott quando o
fluido é um líquido:

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𝜇 0,14
𝑁𝑢 = 0,023𝑅𝑒 0,8 𝑃𝑟 0,333
𝜇𝑤

Estamos utilizando o valor da constante C = 0,023 como critério conservativo, impondo


inicialmente que os fluidos são pouco viscosos. Isso será verificado posteriormente. Assim, a
partir das propriedades físicas das correntes determinadas no 1° passo e da definição do
número de Prandtl, temos que:

Tubo interno → fluido frio (benzeno):

𝑘𝑔 𝐽
𝜇𝑖 ∙ 𝑐𝑝𝑖 5 × 10−4 1779,1
𝑚∙𝑠 𝑘𝑔 ∙ °𝐶
𝑃𝑟𝑖 = = = 5,56
𝑘𝑓𝑖 𝑊
0,16
𝑚 ∙ °𝐶

𝜇𝑖 0,14
𝑁𝑢𝑖 = 0,023𝑅𝑒𝑖 0,8 𝑃𝑟𝑖 0,333 = 0,023 90089,42 0,8
5,56 0,333
(1)0,14 = 374,60
𝜇𝑤

𝑊
𝑁𝑢𝑖 𝑘𝑓𝑖 374,60 0,16
𝑚 ∙ °𝐶 = 1710 𝑊/𝑚² ∙ °𝐶
𝑕𝑖 = =
𝐷𝑖 0,03505 𝑚

Tubo externo → fluido quente (tolueno):

𝑘𝑔 𝐽
𝜇𝑜 ∙ 𝑐𝑝𝑜 4,1 × 10−4 1841,84
𝑚∙𝑠 𝑘𝑔 ∙ °𝐶
𝑃𝑟𝑜 = = = 5,04
𝑘𝑓𝑜 𝑊
0,15
𝑚 ∙ °𝐶

𝜇𝑜 0,14
𝑁𝑢𝑜 = 0,023𝑅𝑒𝑜 0,8 𝑃𝑟𝑜 0,333 = 0,023 26245,19 0,8
5,04 0,333
(1)0,14 = 135,17
𝜇𝑤

𝑊
𝑁𝑢𝑜 𝑘𝑓𝑜 𝑁𝑢𝑜 𝑘𝑓𝑜 135,17 0,15 𝑚 ∙ °𝐶
𝑕𝑜 = = = 1961 𝑊/𝑚² ∙ °𝐶
𝐷𝑒𝑞 𝐷𝑒 − 𝐷𝑜 0,0525 − 0,04216 𝑚

Nesta primeira etapa dos cálculos dos coeficientes de transferência de calor, a correção com
relação à viscosidade foi desprezada (φ = 1), visto que a temperatura da parede ainda não foi
determinada.

Como comentado anteriormente, Kern utiliza o método gráfico (Fig. 24 do apêndice) para o
cálculo dos coeficientes de transferência de calor. Vamos utilizar este método para estimar os
coeficientes apenas para critério comparativo dos resultados a fim de analisar o impacto no
cálculo do número de grampos do trocador de calor.

Para os valores de Rei = 90089,42 e Reo = 26245,19, o gráfico indica um valor de jH = Nu∙Pr −1/3
igual a aproximadamente 235 (linha cheia e cor azul) e 90 (linha tracejada e cor vermelha),
para o fluido que escoa no tubo interno (benzeno – fluido frio) e para o fluido que escoa no tubo
externo (tolueno – fluido quente), respectivamente. Estes resultados significam que:

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𝑁𝑢𝑖 = 𝑗𝐻 𝑃𝑟𝑖 1/3 = 235 5,56 1/3


= 416,32

𝑁𝑢𝑜 = 𝑗𝐻 𝑃𝑟𝑜 1/3 = 90 5,04 1/3


= 154,31

Note que os valores de Nu determinados pelo gráfico diferem daqueles calculados pela
correlação de Sinnott. Caso fizermos C = 0,027 na equação sugerida por Sinnott, chegaríamos
aos valores de Nui = 439,74 e Nuo = 158,62, fornecendo os resultados: hi = 2007,37 W/m²∙°C e
ho = 2301,01 W/m²∙°C.

que ficam mais próximos daqueles calculados analiticamente, sobretudo para o fluido quente.
Note também que o método gráfico não é muito preciso e também utilizamos o critério
conservativo nos cálculos, isto é, para fluidos pouco viscosos, o que indica, de fato, valores
menores de Nu e, consequentemente, valores menos expressivos de h. Veremos
posteriormente o que isso implica na área do trocador e no número de grampos.

Kern encontrou valores de jH iguais a 236 e 167 para o fluido frio e fluido quente,
respectivamente. O valor para o fluido quente difere consideravelmente pelo fato de que Kern
utiliza outra metodologia para o cálculo do diâmetro equivalente, fornecendo um Reynolds para
a região anular com valor diferente.

8. Temperatura da parede

O cálculo da temperatura da parede deve ser feito para retomar os cálculos dos coeficientes de
transferência de calor com a correção da viscosidade, isto é, considerando o efeito da parede
não-isotérmica. O cálculo da temperatura da parede é feito pela seguinte equação:

𝐷𝑖 𝑕𝑖 𝑇𝑚𝑖 + 𝐷𝑜 𝑕𝑜 𝑇𝑚𝑜
𝑇𝑤 =
𝐷𝑖 𝑕𝑖 + 𝐷𝑜 𝑕𝑜

Substituindo os respectivos valores, resulta em:

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𝑊 𝑊
0,03505 𝑚 1710 37,87 (°𝐶) + 0,04216 𝑚 1961 54,35 (°𝐶)
𝑇𝑤 = 𝑚2 ∙ °𝐶 𝑚2 ∙ °𝐶
𝑊 𝑊
0,03505 𝑚 1710 + 0,04216 𝑚 1961
𝑚2 ∙ °𝐶 𝑚2 ∙ °𝐶

𝑇𝑤 = 47,42°𝐶

9. Correção devido à variação da viscosidade

Nos cálculos anteriores dos coeficientes de transferência de calor, foi desconsiderada a


correção da viscosidade, assumindo o fator de correção φ igual à unidade. Uma vez calculada
a temperatura da parede do tubo interno do trocador de calor, o fator de correção pode ser
determinado para cada fluido. Para isso, é necessário conhecer a viscosidade do fluido
avaliada na temperatura da parede (μw). Com o auxílio do gráfico apresentado no 1° passo
(Fig. 14 do apêndice do Kern), obteve-se:

Fluido frio (benzeno): para X = 12,5 e Y = 10,9 → μwi ≈ 0,47 cp

0,14
𝜇𝑖 0,14 0,50
𝜑𝑖 = = = 1,0087
𝜇𝑤𝑖 0,47

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Fluido quente (tolueno): para X = 13,7 e Y = 10,4 → μwo ≈ 0,45 cp

0,14
𝜇𝑜 0,14 0,41
𝜑𝑜 = = = 0,9871
𝜇𝑤𝑜 0,45

Os coeficientes corrigidos são:

𝑊
𝑕𝑖 = 1710 1,0087 = 1724,88 𝑊/𝑚² ∙ °𝐶
𝑚2 ∙ °𝐶
𝑊
𝑕𝑜 = 1961 0,9871 = 1935,70 𝑊/𝑚² ∙ °𝐶
𝑚2 ∙ °𝐶

Uma vez que os coeficientes de transferência de calor sofreram alterações em seus valores, a
temperatura da parede deve ser novamente avaliada:

𝑊 𝑊
0,03505 𝑚 1725 37,87 (°𝐶) + 0,04216 𝑚 1936 54,35 (°𝐶)
𝑇𝑤 = 𝑚2 ∙ °𝐶 𝑚2 ∙ °𝐶
𝑊 𝑊
0,03505 𝑚 1725 + 0,04216 𝑚 1936
𝑚2 ∙ °𝐶 𝑚2 ∙ °𝐶

𝑇𝑤 = 47,33°𝐶

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As temperaturas são bem próximas. Uma variação de aproximadamente 0,08°C possui uma
influência muito pequena sobre as viscosidades. Assim, não é necessária uma nova
correção, resultando em um problema com apenas 1 iteração.

Agora, podemos definir o valor de hi corrigido para a área externa do tubo interno (hio):

𝑟𝑖 𝐷𝑖 𝑊 0,03505 𝑚
𝑕𝑖𝑜 = 𝑕𝑖 = 𝑕𝑖 1724,88 = 1433,99 𝑊/𝑚² ∙ °𝐶
𝑟𝑜 𝐷𝑜 𝑚2 ∙ °𝐶 0,04216 𝑚

10. Coeficiente global de transferência de calor para trocador sujo

O coeficiente global de transferência de calor considerando o trocador sujo é calculado a partir


das resistências à convecção de cada corrente e das resistências à condução na parede do
tubo e na camada de sujeira. Vamos utilizar a condutividade térmica do aço, a qual é igual a
45 W/m∙°C, conforme Tabela 3 do apêndice do Kern. Assim:

1 1
𝑈𝑑 = = =
1 1 𝐷 𝑙𝑛 𝐷𝑜 /𝐷𝑖 𝐷𝑜 1
𝑈𝑐 + 𝑅𝑑 + 𝑅𝑑𝑖 𝑜 + + + 𝑅𝑑𝑜
𝑕𝑖𝑜 𝐷𝑖 2𝑘𝑤 𝑕𝑜
1
0,04216
𝑚 𝑚2 °𝐶 𝑙𝑛 0,04216 𝑚
1 −4 0,04216 0,03505 1 −4 𝑚²°𝐶
𝑊 + 1,7612 × 10 0,03505 𝑚 𝑊
+ 𝑊 + 𝑊 + 1,7612 × 10 𝑊
1434 2 45 1936
𝑚 °𝐶
2 𝑚°𝐶 𝑚 °𝐶
2

1
𝑈𝑑 = = 592,29 𝑊/𝑚² ∙ °𝐶
1,6884 × 10−3

11. Área de troca térmica

A área de transferência de calor pode ser determinada a partir da equação básica de projeto:

𝑄 48622,1 𝑊
𝑄 = 𝑈𝑑 𝐴𝑜 ∆𝑇𝑙𝑛 → 𝐴𝑜 = = = 5,18 𝑚²
𝑈𝑑 ∆𝑇𝑙𝑛 𝑊
592,29 15,85 (°𝐶)
𝑚2 ∙ °𝐶

12. Número de grampos

Para determinarmos o número de grampos do trocador de calor, necessitamos do comprimento


de cada tubo para a área de troca térmica calculada, o que pode ser conhecido a partir da
equação de área lateral do cilindro:

𝐴𝑜 5,18 𝑚²
𝐴𝑜 = 𝜋𝐷𝑜 𝐿 → 𝐿 = = = 39,11 𝑚
𝜋𝐷𝑜 𝜋 0,04216 𝑚

Assim, são necessários 39,11 m de tubo para exercer a troca térmica desejada e para um
comprimento disponível de grampos de 20 ft (≈ 6,1 m). A única forma de utilizar a área
disponível é dispor os tubos na forma de grampos. Assim, vem que:

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𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑟𝑒𝑞𝑢𝑒𝑟𝑖𝑑𝑜 39,11 𝑚


𝑛= = = 3,2
𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙 2 6,1 𝑚

Neste problema, os cálculos de Kern resultaram em um trocador com 3 grampos (sem


arredondamento). Nosso valor não está muito distante disso.

Devemos nos lembrar que consideramos a resistência à condução de calor na parede,


supomos φ ≠ 1 e utilizamos o critério conservativo para os cálculos do coeficiente de
transferência de calor, levando a valores mais baixos do que aqueles obtidos por Kern no
método gráfico. Obviamente, maiores resistências a transferência de calor irão fornecer um
menor valor do coeficiente global de transferência de calor para o nosso caso, requerendo uma
maior área e, consequentemente, um maior número de grampos. Se fôssemos utilizar as
𝑙𝑛 𝐷𝑜 /𝐷𝑖 𝐷𝑜
mesmas considerações de Kern, isto é, = 0, φ = 1 e hi = 2007,37 W/m²∙°C e
2𝑘 𝑤
ho = 2301,01 W/m²∙°C, iremos obter exatamente um resultado de 3 grampos, ou seja, o
mesmo valor obtido por Kern.

A regra geral é sempre arredondar o número de grampos para cima, assim:

𝒏 = 𝟒 𝒈𝒓𝒂𝒎𝒑𝒐𝒔

Para um critério não-conservativo e arredondando o número de grampos para cima, conforme


a regra, temos que:

𝑛 = 3 𝑔𝑟𝑎𝑚𝑝𝑜𝑠

Não há uma regra bem definida e estabelecida na literatura para qual correlação utilizar nos
cálculos do coeficiente de transferência de calor. O que foi demonstrado é que há uma
diferença entre os valores calculados pelas correlações e aqueles obtidos pelo gráfico.

13. Avaliação do trocador

Para avaliar um trocador de calor bitubular, Kern faz uma comparação entre o coeficiente
global de transferência de calor exigido (projeto) e aquele disponível (limpo). Assim, podemos
realizar o seguinte procedimento:

1
𝑈𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛 í𝑣𝑒𝑙 = 𝑈𝑐 =
1 𝑙𝑛 𝐷𝑜 /𝐷𝑖 𝐷𝑜 1
+ +
𝑕𝑖𝑜 2𝑘𝑤 𝑕𝑜

1
𝑈𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛 í𝑣𝑒𝑙 = 𝑈𝑐 =
0,04216
1 𝑙𝑛 0,04216 𝑚 1
0,03505
𝑊 + 𝑊 + 𝑊
1434 2 45 1936
𝑚2 °𝐶 𝑚°𝐶 𝑚2 °𝐶
1
𝑈𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛 í𝑣𝑒𝑙 = 𝑈𝑐 = = 768,99 𝑊/𝑚² ∙ °𝐶
1,3 × 10−3

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Como o coeficiente para trocador de calor limpo (disponível), como esperado, é maior do que o
coeficiente para trocador de calor sujo (exigido), o trocador deve satisfazer a transferência de
calor exigida. A “folga” disponível para a resistência à incrustação é dada por:

1 1 1 1
𝑅𝑑 = − = − = 3,88 × 10−4 𝑚²°𝐶/𝑊
𝑈𝑑 𝑈𝑐 𝑊 𝑊
592,29 768,99
𝑚² ∙ °𝐶 𝑚² ∙ °𝐶

Esse valor calculado é maior do que a resistência à incrustação exigida pelo problema. Assim,
o trocador de calor projetado é adequado para executar o serviço proposto, mesmo na
condição máxima de incrustação prevista.

14. Queda de pressão

O trocador de calor bitubular é avaliado em termos da queda de pressão no tubo interno e no


tubo externo.

a) Tubo interno

A queda de pressão no tubo interno é devido a duas contribuições distintas:

 Queda de pressão devido ao atrito ao longo dos tubos, função do fator de atrito,
comprimento e diâmetro do tubo e velocidade de escoamento, e

 Queda de pressão devido às curvas de retorno. As contribuições devidas à expansão


e contração na entrada são consideradas desprezíveis perante as demais.

O fator de atrito para o tubo interno é calculado da seguinte forma:

0,264 0,264
𝑓𝑖 = 0,0035 + = 0,0035 + = 0,0057
𝑅𝑒 0,42 90089,420,42

A velocidade de escoamento é calculada da seguinte forma:

𝑘𝑔
4 1,24
4𝑚𝑖 𝑠
𝑣𝑖 = = = 1,46 𝑚/𝑠
𝜌𝑖 𝜋𝐷𝑖 2 𝑘𝑔
880,98 𝜋 0,03505 2 𝑚²
𝑚³

Para estimar a queda de pressão nos tubos, pode-se utilizar a equação geral em termos
da velocidade de escoamento do fluido:

𝑣𝑖 2 𝐿 ∙ 2 ∙ 𝑛 −0,14
∆𝑃𝐿𝑖 = 4𝑓𝑖 𝜌𝑖 𝜑
2 𝐷𝑖

𝑘𝑔 1,46 2
𝑚² 6,1 ∙ 2 ∙ 4 𝑚 −0,14
∆𝑃𝐿𝑖 = 4 0,0057 880,98 1,0087
𝑚³ 2 𝑠² 0,03505 𝑚

∆𝑃𝐿𝑖 = 29770,19 𝑃𝑎 = 29,77 𝑘𝑃𝑎

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A queda de pressão nas curvas de retorno para escoamento turbulento e em função da


gravidade específica pode ser determinada por:

𝑚𝑖2
∆𝑃𝑟 = 6 × 10−4 2𝑛 − 1
𝑎𝑖2 𝑠𝑖

2 𝑘𝑔 2
1,24 𝑠
∆𝑃𝑟 = 6 × 10−4 2 ∙ 4 − 1 = 7,88 𝑘𝑃𝑎
9,6486 × 10−4 2 𝑚2 2 0,88

A queda de pressão total no tubo interno pode ser definida como:

∆𝑃𝑖 = ∆𝑃𝐿𝑖 + ∆𝑃𝑟 = 29,77 𝑘𝑃𝑎 + 7,88 𝑘𝑃𝑎 → ∆𝑃𝑖 = 37,65 𝑘𝑃𝑎

b) Tubo externo

A queda de pressão no tubo externo é devido a duas contribuições distintas:

 Queda de pressão devido ao atrito ao longo dos tubos, função do fator de atrito,
comprimento e diâmetro do tubo e velocidade de escoamento, e

 Queda de pressão devido aos bocais de alimentação de fluido (expansão e contração


na região de entrada).

O fator de atrito para o tubo interno é calculado da seguinte forma:

0,264 0,264
𝑓𝑜 = 0,0035 + = 0,0035 + = 0,0071
𝑅𝑒 0,42
26245,19 0,42

A velocidade de escoamento é calculada da seguinte forma:

𝑘𝑔
4 0,8
4𝑚𝑜 𝑠
𝑣𝑜 = = = 1,20 𝑚/𝑠
𝜌𝑜 𝜋𝐷𝑒2 − 𝐷𝑜2 𝑘𝑔
870,97 𝜋 0,0525² − 0,04216 ² 𝑚²
𝑚³

Para estimar a queda de pressão nos tubos, pode-se utilizar a equação geral em termos
da velocidade de escoamento do fluido:

𝑣𝑜 2 𝐿 ∙ 2 ∙ 𝑛 −0,14
∆𝑃𝐿𝑜 = 4𝑓𝑜 𝜌𝑜 𝜑
2 𝐷𝑒𝑞

𝑘𝑔 1,20 2
𝑚² 6,1 ∙ 2 ∙ 4 𝑚 −0,14
∆𝑃𝐿𝑜 = 4 0,0071 870,97 0,9871
𝑚³ 2 𝑠² 0,01034 𝑚

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∆𝑃𝐿𝑜 = 84205,95 𝑃𝑎 = 84,21 𝑘𝑃𝑎

A queda de pressão nos bocais é calculada a partir da seguinte expressão para


escoamento turbulento (como Kern não especificou o tamanho dos bocais, utilizaremos a
área de escoamento do tubo externo):

𝑚𝑜2
∆𝑃𝑛 = 7,5 × 10−4 𝑛
𝑎𝑜2 𝑠𝑜
2
2 𝑘𝑔
0,8
𝑠
∆𝑃𝑛 = 7,5 × 10−4 4 2 = 3,73 𝑘𝑃𝑎
7,6874 × 10−4 𝑚2 2 0,87

A queda de pressão total no tubo interno pode ser definida como:

∆𝑃𝑜 = ∆𝑃𝐿𝑜 + ∆𝑃𝑛 = 84,21 𝑘𝑃𝑎 + 3,73 𝑘𝑃𝑎 → ∆𝑃𝑜 = 87,93 𝑘𝑃𝑎

O trocador de calor opera adequadamente conforme a queda de pressão, uma vez que os
valores calculados se encontram abaixo da faixa de queda de pressão permitida, assim
como verificado por Kern. Por mais que a queda de pressão calculada tenha dado um
pouco diferente da calculada por Kern (aproximadamente 22 kPa para o tubo interno),
corrigimos o número de grampos do trocador para 4. Aumentando o número de grampos,
aumenta-se a queda de pressão no sistema. Entretanto, como o trocador com 4 grampos
ficou abaixo da queda de pressão máxima permitida, um trocador com 3 grampos também
ficaria abaixo da queda de pressão máxima permitida, caso utilizássemos o critério não-
conservativo.

OBS: Poderíamos também utilizar as expressões para o cálculo da queda de


pressão no trecho reto em termos das vazões, das áreas de escoamento e das
gravidades específicas.

CONCLUSÃO

Foi apresentado o método proposto por Kern de cálculo e avaliação de um trocador de calor bitubular.
Para ilustrar o método, utilizou-se o exemplo 6.1 da obra Process Heat Transfer. O trocador de calor
bitubular projetado é adequado para exercer o serviço industrial estipulado e irá operar abaixo da
queda de pressão máxima permitida. Para isso, serão necessários 4 grampos, considerando a análise
conservativa.

Foi demonstrado que o método gráfico fornece valores diferentes dos coeficientes de transferência de
calor quando comparados com aqueles fornecidos pelas equações empíricas. A própria escolha dos
coeficientes empíricos das correlações pode fornecer resultados divergentes.

Os valores de queda de pressão diferem um pouco daqueles valores calculados por Kern,
principalmente devido ao uso de correlações de cálculo de queda de pressão mais recentes, o número

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de grampos ser corrigido para 4 e o uso de correlações para o cálculo dos coeficientes de transferência
de calor ao invés do gráfico.

Os resultados deste problema também ficaram muito próximos com aqueles determinados em sala de
aula com o uso da planilha de cálculo para trocador bitubular.

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